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segunda-feira, junho 30

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Viver em Montemor-o-Velho Hoje algumas das dificuldades do nosso concelho e algumas das mais valias que oferecemos. Mário Silva na Parte VI MANLIANENSES ILUSTRES fala-nos do Dr. José Augusto Peixoto de Almeida Galvão. Carla M. Henriques Uma história de amor com música que se entranha na pele, no tempo...Fernando Curado Jorge de Sena um ilustre banhista da praia da Figueira da Foz. António Girão escreve-nos numa escrita corrida os seus sentimentos com um dos ídolos dos Portugueses e não só. Na poesia Garça Real palavras com sabor a sal e sol. Isabel Capinha a “romântica” dos nossos tempos a força de viver... Isabel Tavares “Loucura” “Demi-plié” dos amantes. Isabel Rama Escreve-nos sobre Lisboa “Lisboa, Menina e Mulher Saudade” Na Livraria um Livro de Alfred Hitchcock – Vertigo – A Mulher que viveu duas vezes. Já na música Chico Buarque - Tanto Mar (Lisboa 07-06-2018)

BOAS LEITURAS

Viver em Montemor-o-Velho Hoje

Uma Perspetiva Atual das Principais Preocupações

Montemor-o-Velho, localizado na região Centro de Portugal, é um concelho que combina a tranquilidade do campo com a proximidade das grandes cidades. Viver aqui é sinónimo de qualidade de vida, graças à sua beleza paisagística, património histórico e cultural, bem como à hospitalidade dos seus habitantes.

Qualidade de Vida e Infraestruturas

Os residentes de Montemor-o-Velho desfrutam de um ambiente calmo e seguro, onde é possível conciliar a vida familiar com as atividades profissionais. O concelho dispõe de boas infraestruturas, tais como escolas, centros de saúde, e uma rede de transportes que assegura a ligação às cidades vizinhas como Coimbra e Figueira da Foz.

Economia e Emprego

A economia local é baseada principalmente na agricultura, especialmente no cultivo do arroz, que é um dos ex-líbris da região. Além disso, o turismo tem vindo a ganhar relevância, impulsionado pelo património histórico como o Castelo de Montemor-o-Velho e pelas atividades recreativas associadas ao rio Mondego.

Principais Preocupações

Apesar da qualidade de vida, os habitantes de Montemor-o-Velho enfrentam algumas preocupações significativas:

·          Desenvolvimento Económico: A necessidade de diversificação da economia local e a criação de novas oportunidades de emprego são questões prioritárias. A aposta em setores como o turismo sustentável e a modernização agrícola são vistos como caminhos para este desenvolvimento.

·          Mobilidade e Transportes: Ainda que exista uma rede de transportes, a melhoria das infraestruturas rodoviárias e a frequência dos transportes públicos são preocupações constantes para facilitar a deslocação dos residentes e o escoamento de produtos locais.

·          Ambiente e Sustentabilidade: A proteção do meio ambiente e a sustentabilidade dos recursos naturais são temas que ganham cada vez mais importância. Projetos de preservação do rio Mondego e a promoção de práticas agrícolas sustentáveis são exemplos de iniciativas em curso.

·          Saúde e Bem-estar: Garantir o acesso a serviços de saúde de qualidade e promover o bem-estar da população são prioridades. O envelhecimento da população requer soluções adaptadas para cuidados continuados e apoio domiciliário.

Montemor-o-Velho é um exemplo de como a vida no interior pode ser rica e gratificante, superando desafios com o esforço coletivo e a inovação. A ligação entre a tradição e a modernidade continua a moldar o futuro deste concelho, que se orgulha da sua herança e olha com esperança para as próximas gerações.

A Gastronomia do Vale do Mondego: Sabores de Montemor-o-Velho e os seus Restaurantes

Tradição, inovação e identidade culinária à mesa do Mondego

O vale do Mondego, com as suas paisagens férteis e tradição agrícola milenar, ergue-se como uma das joias da gastronomia portuguesa. Montemor-o-Velho, vila antiga e majestosa aninhada nas margens deste rio, é um epicentro vivo de sabores autênticos e de experiências culinárias que cruzam o passado com o presente. A riqueza da terra e as águas generosas do Mondego traduzem-se numa mesa farta, marcada por pratos emblemáticos, produtos regionais de excelência e uma oferta de restaurantes que celebram o melhor da cozinha local.

O Vale do Mondego: Um Berço de Sabores

O Mondego, o rio mais extenso que nasce e corre inteiramente em Portugal, fertiliza extensos campos de arrozais, hortas, pomares e vinhas. Estas terras, abençoadas pela abundância de água e nutrientes, sustentam uma economia agrícola vibrante, cujos frutos se traduzem diretamente na riqueza da mesa local. Montemor-o-Velho, rodeado por este cenário bucólico, tornou-se símbolo das tradições gastronómicas do Baixo Mondego.

O Arroz do Baixo Mondego: A Pérola dos Campos

Nenhuma conversa sobre a gastronomia de Montemor-o-Velho pode ignorar o protagonismo do arroz. O arroz carolino do Baixo Mondego é célebre pela sua textura cremosa, grão consistente e capacidade de absorver sabores, tornando-se indispensável em inúmeras receitas tradicionais. Este arroz, cultivado nos campos planos que margeiam o rio, é a base de pratos emblemáticos da região.

·         Arroz de Lampreia – Uma especialidade sazonal que atrai verdadeiros apreciadores, elaborada com a lampreia pescada no Mondego e arroz local, enriquecida com vinho tinto e especiarias.

· Arroz de Cabidela – Um prato robusto, feito tradicionalmente com galinha caseira e sangue, conferindo-lhe uma cor e sabor únicos.

·    Arroz de Pato – De confeção cuidada, o pato é primeiro cozido e depois desfiado, misturado com o arroz e levado ao forno com chouriço, até formar uma crosta dourada e aromática.

·      Arroz de Marisco – Graças à proximidade do Atlântico, é frequente encontrar variações deste prato, em que o arroz absorve o sabor intenso dos mariscos frescos.

Sabores da Terra: Carnes, Legumes e Enchidos

A mesa do Mondego também se enriquece com carnes suculentas, especialmente de porco e aves criadas ao ar livre. Os enchidos artesanais, como o chouriço, a farinheira e o morcela, são presença regular em entradas e pratos principais, conferindo personalidade e tradição.

Destacam-se ainda os legumes e hortaliças frescas, cultivados nas margens férteis do rio. Couves, grelos, feijões e abóboras dão cor e textura às sopas e guisados, sendo a sopa de legumes do Mondego uma das mais apreciadas entradas em muitos restaurantes locais.

Peixes do Rio e do Mar

O rio Mondego oferece espécies como a enguia e a lampreia, que ganham protagonismo em pratos de confeção cuidada, especialmente na época da pesca. Os peixes do Atlântico, facilmente acessíveis devido à proximidade costeira, também integram a carta de muitos restaurantes, enriquecendo o repertório gastronómico local.

Doces Regionais e Pão Tradicional

Na doçaria, Montemor-o-Velho destaca-se pelos pastéis de Tentúgal, reconhecidos nacionalmente, cuja massa finíssima e recheio de ovos remetem para o legado conventual da região. O arroz-doce, feito à moda antiga, e os bolos de arroz são iguarias que encerram qualquer refeição com um toque de suavidade e tradição. O pão de milho e o pão de trigo, muitas vezes ainda cozidos em forno a lenha, acompanham os pratos principais, perpetuando métodos ancestrais de panificação.

Restaurantes de Montemor-o-Velho: 

Entre a Tradição e a Inovação

A excelência da gastronomia regional encontra-se celebrada em diversos restaurantes de Montemor-o-Velho e arredores, que souberam preservar a identidade local ao mesmo tempo que introduziram novas técnicas e influências.

Restaurantes a Visitar:

O Marinheiro-Floripes-  O Mosteiro- A Moagem- Zé Ninguém- Tasca Da Mariana- Tasca do Bernardes - Abrigo do Pescador- Refúgio do Paul- Restaurante do Serrado...

oferecem uma carta que homenageia os pratos tradicionais, com destaque para o arroz de pato e a cabidela. O ambiente histórico e o atendimento acolhedor fazem destes espaços uma referência para quem procura autenticidade.

Pastelarias e Doçarias

Para além dos restaurantes, Montemor-o-Velho abriga diversas pastelarias que perpetuam a tradição dos doces conventuais. Os pastéis de Tentúgal, verdadeiros ícones da doçaria portuguesa, podem ser encontrados em várias casas especializadas, algumas das quais mantêm receitas secretas transmitidas ao longo de gerações.

Festas, Gastronomia e Identidade

Ao longo do ano, Montemor-o-Velho celebra festas e eventos gastronómicos que promovem os produtos locais e a criatividade dos chefs. A Feira do Arroz e dos Produtos da Terra é um dos momentos altos, reunindo produtores, artesãos e visitantes à volta de degustações, workshops e mostras culinárias que reforçam o papel central do arroz e da agricultura na identidade local.

O Futuro da Gastronomia no Vale do Mondego

A nova geração de chefs e empreendedores de Montemor-o-Velho tem vindo a reinterpretar os clássicos da cozinha regional, valorizando produtos de origem controlada, práticas sustentáveis e parcerias com agricultores locais. Esta ligação entre tradição e inovação garante que a gastronomia do vale do Mondego se mantenha viva, diversificada e em constante evolução, capaz de surpreender tanto residentes como visitantes.

Visitar Montemor-o-Velho é, pois, embarcar numa viagem de sentidos, que começa nos arrozais dourados, passa pelas mesas animadas dos restaurantes e culmina na doçaria delicada das pastelarias. Aqui, cada prato conta uma história de pertença, memória e criatividade. A gastronomia do vale do Mondego é uma celebração da autenticidade, onde o respeito pelo passado anda de mãos dadas com a vontade de criar, inovar e partilhar sabores únicos.

O Desporto no Concelho de Montemor-o-Velho

Tradição, Inclusão e Desenvolvimento Desportivo à Beira do Mondego

O concelho de Montemor-o-Velho, situado no coração do Baixo Mondego, é um espaço onde a tradição se cruza com a inovação e onde o desporto tem vindo a assumir, ao longo dos anos, um papel de destaque no quotidiano das suas populações. A paisagem marcada pelo majestoso castelo, pelos campos de arroz e pelas margens do rio Mondego proporciona o cenário perfeito para a prática de múltiplas atividades desportivas, desde as mais tradicionais às mais contemporâneas.

História e Identidade Desportiva

O desporto em Montemor-o-Velho encontra raízes profundas nas práticas comunitárias, desde tempos em que os jogos populares e as manifestações culturais serviam de ponto de encontro e convívio entre moradores. Ao longo do século XX, com a expansão do movimento associativo e a construção das primeiras infraestruturas desportivas, o concelho começou a afirmar-se como referência regional em diversas modalidades.

Com a criação de clubes e coletividades em várias freguesias, como a Casa do Benfica de Montemor-o-Velho, o Atlético Clube Montemorense

, o Grupo Desportivo de Arazede, entre outros, a prática regular de futebol, atletismo, ciclismo, canoagem e outras modalidades tornou-se parte integrante da vida local. Estes clubes não só promovem a atividade física, mas também fortalecem o espírito de comunidade e a inclusão social, acolhendo atletas de todas as idades.

Modalidades em Destaque

Canoagem e Desportos Náuticos

O rio Mondego é protagonista no panorama desportivo do concelho, sendo palco de inúmeras competições nacionais e internacionais de canoagem. Montemor-o-Velho acolhe o Centro de Alto Rendimento de Canoagem, infraestruturas de excelência que têm atraído atletas de elite e seleções nacionais. As águas tranquilas e as margens verdes são ideais para a prática de canoagem, remo e stand up paddle, atividades que têm vindo a conquistar adeptos entre residentes e visitantes.

Para além da canoagem, o Centro Náutico tem promovido o ensino de vela, windsurf e outras modalidades destinadas a jovens e adultos, incentivando a descoberta do património ambiental e o respeito pelo meio aquático.

Futebol e Futsal

O futebol ocupa um lugar central na vida desportiva do concelho, com vários clubes a dinamizarem equipas desde as camadas jovens até aos seniores. Além da vertente competitiva, o futebol é frequentemente usado como ferramenta de inclusão social, promovendo valores como a cooperação, a disciplina e o respeito. O futsal tem também vindo a crescer, com equipas em diferentes freguesias a participarem em campeonatos distritais, proporcionando oportunidades para atletas femininos e masculinos.

Atletismo e Caminhadas

Montemor-o-Velho é, há décadas, palco de provas de atletismo que mobilizam clubes, escolas e a população em geral. Para além das competições oficiais, as marchas/corridas e caminhadas em grupo têm vindo a ganhar expressão, destacando-se eventos como a “Caminhada do Mondego” ou a “Corrida das Fogueiras”. Estas iniciativas incentivam hábitos de vida saudáveis e contribuem para a promoção do turismo desportivo.

Ciclismo e BTT

As paisagens planas e os trilhos rurais do concelho são excelentes para a prática de ciclismo e BTT. Existem percursos sinalizados que atravessam arrozais, vales e aldeias, proporcionando experiências únicas aos amantes das duas rodas. O ciclismo é não só uma atividade de lazer, mas também uma oportunidade de descobrir o património natural e arquitetónico de Montemor-o-Velho.

Desportos Tradicionais e Jogos Populares

A preservação das tradições é um dos pilares da identidade local. Jogos como a malha, o tiro ao alvo, a sueca e o dominó continuam a animar festas e romarias, servindo de elo entre gerações. Diversas associações culturais e recreativas promovem torneios e encontros que mantêm viva a memória coletiva e contribuem para o bem-estar da comunidade.

Infraestruturas Desportivas

O concelho dispõe de um conjunto diversificado de infraestruturas desportivas, pensadas para acolher praticantes de todas as idades e níveis. Destacam-se:

·     Centro Náutico de Montemor-o-Velho: Equipamento de referência internacional, com pista de águas calmas, balneários, salas de musculação e auditórios, acolhendo eventos como Campeonatos Mundiais e Europeus de Canoagem.

·     Estádios e Campos de Futebol: Modernizados e distribuídos pelas freguesias, oferecem condições para a formação e competição em futebol e futsal.

·     Pavilhões Gimnodesportivos: Espaços multiusos para ginástica, basquetebol, voleibol, patinagem artística, artes marciais, entre outras modalidades.

·     Piscinas Municipais: Com piscinas cobertas e ao ar livre, promovem a natação, hidroginástica e atividades aquáticas para todas as idades.

·     Parques Desportivos ao Ar Livre: Equipamentos de fitness, campos de ténis, polidesportivos e circuitos de manutenção disponíveis em várias localidades.

Eventos e Dinamização Desportiva

A atividade desportiva em Montemor-o-Velho é marcada por uma agenda anual recheada de eventos que mobilizam atletas, voluntários e público. Entre os mais emblemáticos destacam-se:

·     Campeonatos Internacionais de Canoagem: O concelho já foi palco de Taças do Mundo, Europeus e Mundiais, atraindo milhares de participantes e visitantes.

·     Provas de Atletismo e Ciclismo: Competições regionais, nacionais e passeios organizados ao longo do ano.

·     Torneios de Futebol Juvenil: Incentivando a formação e o intercâmbio entre clubes de diferentes regiões.

·     Encontros de Desportos Tradicionais: Que contribuem para a valorização cultural e social do território.

·     Caminhadas Temáticas e Eco-passeios: Atrativos para residentes e turistas, promovendo a consciência ambiental e o lazer ativo.

Desporto Escolar e Formação

A ligação das escolas ao movimento associativo tem sido determinante para o desenvolvimento desportivo em Montemor-o-Velho. O desporto escolar é promovido desde o ensino básico, com atividades regulares de ginástica, jogos coletivos, natação e atletismo. Os programas de formação garantem que os mais jovens tenham acesso a treinadores qualificados e a oportunidades de participação em competições distritais e nacionais.

A autarquia, em parceria com o tecido associativo, dinamiza projetos de ocupação de tempos livres, colónias de férias desportivas e iniciativas de combate ao sedentarismo. Estas ações são fundamentais para a promoção da saúde, da inclusão e do sucesso educativo.

Inclusão, Saúde e Bem-Estar

O desporto no concelho assume uma dimensão inclusiva, com iniciativas específicas dirigidas a crianças, seniores e pessoas com necessidades especiais. Programas de desporto adaptado, aulas de ginástica para maiores de 65 anos, hidroginástica sénior e atividades intergeracionais são regularmente promovidos, reforçando a coesão social e o envelhecimento ativo.

A sensibilização para a importância da atividade física é acompanhada por campanhas de saúde, rastreios e workshops em colaboração com centros de saúde, farmácias e instituições locais.

O Papel do Associativismo

O tecido associativo é uma das maiores riquezas de Montemor-o-Velho, sustentando a realização de inúmeras iniciativas e garantindo a diversidade de modalidades disponíveis. As coletividades são espaços de partilha, aprendizagem e apoio, fundamentais para a formação desportiva, cívica e humana dos jovens. A colaboração entre clubes, autarquia e comunidade reflete-se no dinamismo e na capacidade de inovação, com projetos que vão desde a iniciação desportiva até à competição de alto rendimento.

Desafios e Perspetivas Futuras

Apesar dos avanços, o desporto em Montemor-o-Velho enfrenta desafios comuns aos territórios do interior, como a necessidade de renovação de infraestruturas, a captação e retenção de jovens atletas e a promoção de hábitos de vida saudáveis numa sociedade cada vez mais sedentária. O investimento em equipamentos, a formação de técnicos e dirigentes, e a aposta na promoção do desporto feminino são algumas das prioridades traçadas para o futuro.

A valorização do património natural e paisagístico do concelho continuará a ser um trunfo, não só para o desenvolvimento do desporto, mas também para o aumento da atratividade turística e a melhoria da qualidade de vida dos seus habitantes.

Conclusão

Montemor-o-Velho é um concelho onde o desporto é sinónimo de tradição, saúde e futuro. Da canoagem ao futebol, passando pelo atletismo, ciclismo, ginástica, jogos tradicionais e desporto adaptado, a diversidade de ofertas e a qualidade dos eventos fazem deste território um verdadeiro exemplo de vitalidade comunitária. O compromisso de todos — autarquia, clubes, escolas e população — garante que o desporto continuará a ser um motor de desenvolvimento, inclusão e bem-estar para as gerações presentes e vindouras.



MANLIANENSES ILUSTRES

Dr. José Augusto Peixoto de Almeida Ferreira Galvão

 (1835-1905)

PARTE VI

No Hospital, com Francisco Henriques de Carvalho e outros, deixaria “assinalados os seus serviços com o novo edifício dessa santa instituição de beneficência e caridade que é o orgulho dos montemorenses, e aonde os pobres e irmãos da Confraria de Nossa Senhora Santa Maria de Campos e Misericórdia encontram conforto e alívio nas suas doenças, e os velhos e entrevados asilo seguro para terminarem os dias de existência.”

Mesmo à hora da morte não se esqueceria da instituição, tendo-lhe legado um importantíssimo donativo de 50$000 réis, valor que os seus herdeiros, cumprindo com a disposição testamentária, entregariam a 3 de fevereiro de 1905.

Olhando para a informação contida no “recenseamento geral dos cidadãos eleitores e elegíveis para deputados, cargos distritais, municipais e parochiaes”, realizado na freguesia de Montemor, a 24 de fevereiro de 1892, percebemos claramente que estamos perante o maior proprietário da freguesia com 185$480 réis de contribuição predial, um valor muito superior ao do seu maior adversário político, na vila e no concelho, o comendador José Maria de Góis Mendanha Raposo, que pagava 63$390 réis da dita contribuição.

Sócio fundador, com o n.º 2, do Sindicato Agrícola de Montemor-o-Velho, o primeiro criado no país segundo os ditames do decreto de 5 de julho de 1894, pugnou, nomeadamente durante a sua presidência, para que os mais de 100 associados, provenientes de todo o Baixo Mondego, tivessem condições quase idênticas às que se achavam os industriais dos grandes centros de população, facilitando-lhes a aquisição de novos conhecimentos, de materiais mais baratos e melhores, tanto no que respeitava a máquinas e instrumentos, como adubos sementes e animais reprodutores, mas também o escoamento da das produções dos sócios.

A defesa de um tão vasto património obrigava, por vezes, ao recurso aos tribunais, como aconteceu na famosa “Questão do Taipal”, que opôs o Dr. José Galvão, e a sua esposa, a D. Josefina Clarice de Oliveira, de Lisboa, e que foi ganha pelos primeiros, defendidos pelo advogado figueirense António Santos Rocha, por sentença de 8 de agosto de 1892.

Para se fazer uma ideia aproximada ao valor do seu património mobiliário e imobiliário, basta dizer que ao falecer o Dr. José Galvão deixou uma fortuna calculada em mais de… oitenta contos.

A 20 de junho de 1901, pouco tempo depois da morte do seu filho primogénito, e já bastante debilitado pela doença, “passando parte do tempo n’esta cidade [Figueira da Foz] e parte em Montemór, entregue á administração da sua casa, que era importante”, revoga o testamento anterior, datado de 29 de setembro de 1864, e faz um novo:

“Quero que o meu enterro seja feito sem a menor pompa e sem convites especiais, sendo acompanhado á sepultura pelos padres residentes n’esta villa e meu corpo levado por seis pobres, aos quais se darão mil e duzentos reis a cada um ou sejam sete mil e duzentos reis para todos.

No dia do meu funeral será dada aos pobres a quantia de trinta mil reis (30:000). Por minha alma, pela de meus pais, pela de meu padrasto o Doutor Maximiano, pela de minha irmã Piedade e pela de meu filho Henrique, mandarão os meus herdeiros dizer vinte missas no espaço de um ano, contado do meu falecimento.

Deixo por uma só vez ao hospital d’esta villa a quantia cinquenta mil reis (50:000) e pela mesma forma ao Montepio vinte mil reis (20:000).

Em testemunho da minha gratidão para com minha muito amada esposa D. Maria Clara da Silva Carvalho Galvão, a instituo herdeira no usufruto da terça parte de todos os meus bens, dividas, direitos e acções, passando por sua morte a propriedade da dita minha terça, em partes iguais, para meus filhos José Luiz e Maria do Carmo, aos quais peço que continuem a respeitar e honrar em tudo a sua boa mãe, vivendo todos na melhor harmonia, (…) na maior união familiar.”


[A Trilha Sonora do Amor]

Todas as histórias de amor têm uma música. Sempre ouvi dizer. Não o digo por experiência.

Dizem que todas as histórias de amor têm uma música. Pode ser a que tocava quando se conheceram, a que ouviram juntos no primeiro encontro, a que tocava baixinho no carro enquanto as mãos se procuravam no escuro, ou aquela que ele insistia em cantar desafinadamente e que ela fingia não gozar, mas por dentro, ria sempre.

A música entranha-se na pele, do tempo, como se tivesse nascido só para acompanhar aquele amor. Como se o compositor, sem saber, tivesse escrito exatamente o que os corações sentiam — com a melodia certa, no compasso certo, na altura certa.

Há sempre uma canção que nos devolve a alguém. Que nos transporta para aquele momento que vivemos. Uma música que, sem pedir licença, nos atravessa como se fosse uma viagem no tempo. E não importa quantos anos passaram, quantas outras vozes ou outros rostos tenham vindo depois… quando ela começa a tocar, tudo volta. O sorriso dele, o cheiro do lugar, o frio na barriga, a certeza tola de que o mundo podia parar ali e eu não me importaria. Porque, por instantes, havia um universo inteiro só entre nós dois. E a banda sonora perfeita para embalá-lo.

A música tem esse poder raro: o de eternizar o que foi fugaz. De transformar um instante em memória. De fazer reviver, mesmo que apenas por três minutos e meio, aquilo que julgávamos esquecido. E o mais curioso é que não precisamos de compreender a letra — às vezes basta um acorde, uma voz, um refrão que se cola à alma como uma promessa.

Mesmo quando o amor vai embora, a canção fica. Fica como um eco do que fomos, como um sussurro que nos diz: “vês? Foste feliz.” Às vezes, dói ouvir. Outras vezes, conforta. Mas nunca passa despercebida. Porque aquela música… é nossa. Foi nossa. Será sempre!

E mesmo que o amor tenha mudado de forma, mesmo que ele já não viva nos gestos, nem nos olhares trocados, ele vive ali. Naquela faixa. Naquela voz que canta por nós, mesmo quando já não nos lembramos das palavras exatas.

Talvez o amor, no fim de tudo, seja isso: uma trilha sonora que a vida não apaga. Uma canção que sobrevive a qualquer história. Que nos pertence, mesmo quando já não pertencemos um ao outro.

E talvez, um dia, ao ouvirmos essa música ao acaso, num café qualquer, no meio de uma playlist esquecida… sorriremos. Porque naquele instante, mesmo sem querer, mesmo sem estar à vista — o amor volta a acontecer. Dentro de nós.

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JORGE DE SENA – UM BANHISTA ILUSTRE NA FIGUEIRA DA FOZ

Jorge Cândido de Sena nasceu em Lisboa a 2 de novembro de 1919 e morreu em Santa Bárbara, na Califórnia, a 4 de junho de 1978.


Licenciado em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia do Porto, parte para o exílio no Brasil em 1959, onde se doutora em Letras e rege as cadeiras de Teoria da Literatura e de Literatura Portuguesa.

Muda-se para os Estados Unidos da América em 1965, lecionando na Universidade de Wisconsin e, anos depois, na Universidade da Califórnia.


Poeta, ficcionista, dramaturgo, ensaísta e tradutor, é considerado um dos mais relevantes escritores de língua portuguesa do século XX, autor de títulos como «Metamorfoses» (1963), «Os Grão-Capitães» (1976), «O Físico Prodigioso» (1977) e «Sinais de Fogo» (1979).

Este último romance, considerado a sua obra-prima, desenrola-se, na sua maior parte, na Figueira da Foz, cidade onde Jorge de Sena, quando estudante, passou as suas férias de Verão na década de trinta do século passado.

Jorge de Sena, em Sinais de Fogo, retrata a Figueira da Foz dos anos trinta, a burguesia que vem a banhos anualmente, e a sociedade portuguesa da época, numa altura em que no país vizinho se desenrolava uma feroz guerra civil (1936-1939), um verdadeiro “ensaio geral” para a guerra mundial que se seguiu (1939-1945).

                       Naquele Verão de 1936, quando Jorge de Sena chegou de comboio à Figueira, “a estação era um tumulto de espanhóis aos gritos, com sacos e malas, crianças chorando, senhoras chamando umas pelas outras, homens que brandiam jornais, e uma grande massa de gente comprimindo-se nas bilheteiras”.


A guerra civil em Espanha iniciara-se precisamente em julho de 1936, mas a Figueira era então “um meio pequeno, onde todos os fios de uma meada se cruzavam”, e o jovem estudante Jorge de Sena acolhe-se em casa do seu tio Justino, um «bon-vivant» viciado em jogo, que praticamente vive no Casino, "seguindo com os olhinhos a bolinha da roleta" para esquecer um caso amoroso que o marcará para toda a vida.


“O liceu findara, e, com ele, todo um estilo de obrigações e de vida. E estas férias eram como que o refazer prévio de uma nova pele. Na Figueira, eu sentira perfeitamente isso. O meu tio que gastava as noites todas, e o dinheiro que ganhava, no Casino, levava-me às vezes consigo, em anos passados, e eu ficava vagueando, até me aborrecer, pelo salão de baile, os corredores, as antessalas, porque não me deixavam passar a porta do bar ou dos salões de jogo. Mas, nestas férias, não fora assim. Meu tio, afirmando categoricamente que eu era um «universitário», e que um universitário era, para todos os efeitos, maior e vacinado, arrancara-me da gerência um cartão de livre-trânsito”.


Foi neste Verão de 1936 que Jorge se apaixonou por Mercedes, vivendo um romance da maior intensidade, do qual nunca se alhearam os posicionamentos políticos associados à guerra que se desenrolava no país vizinho.


“No romance não me restrinjo em nada: cenas, personagens, descrições sexuais, a linguagem e os gestos crus, tudo está posto friamente por claro, através de um narrador que sou e não sou eu…”, disse um dia Jorge de Sena.


Se o pudéssemos voltar a receber, teríamos de o imaginar a desembarcar novamente na estação da CP, onde estaria Mercedes, a paixão de Jorge em Sinais de Fogo, esperando-o ansiosamente.

Seguiriam de imediato para o antigo quarto secreto em Buarcos, onde Jorge lhe recordaria os versos que lhe escrevera em 1936:


"Oh meu amor, de ti, por ti, e para ti, recebo gratamente como se recebe, não a morte ou a vida, mas a descoberta, de nada haver onde um de nós não esteja”.


“Amo-te muito, meu amor, e tanto que, ao ter-te, amo-te mais, e mais ainda depois de ter-te, meu amor. Não finda com o próprio amor, o amor do teu encanto”.


“Se alguma vez te amasse de amor fundo, senta-te à luz do mar, à luz do mundo, como na vez primeira em que te vi, tão jovem, que era crime o contemplar-te. E despe-te outra vez, pois vêm olhar-te quantos te buscam de saber-te aqui”.

Disse-lhe Mercedes, “Eu queria era ficar assim, para sempre. Assim nos teus braços, assim com a tua boca na minha, assim calada, assim suspensa fora de tudo, mas em ti.”


Depois revisitariam locais e recordações de tempos longínquos, e encontrariam a casa do seu tio Justino, onde Jorge passava as suas férias de Verão, ali no nº 5 da Rua Fernandes Coelho, em ruína, miseravelmente abandonada, com as portas e as janelas entaipadas.

Não conseguiriam ler, porque nunca existiu, o epitáfio que lhe deveriam ter dedicado numa lápide de mármore velho sobre a verga da porta do nº 5:


A FIGUEIRA DA FOZ HOMENAGEIA JORGE DE SENA – NESTA CASA E NESTA CIDADE ACONTECEU UMA BOA PARTE DO SEU ROMANCE «SINAIS DE FOGO».


Jorge beijaria, novamente, Mercedes, e segredar-lhe-ia algo inaudível, enquanto lhe correriam lágrimas ao recordar a velha casa do seu tio Justino e a distante Figueira cosmopolita marcada pelo glamour, praia, casinos e jogo, parecendo-lhe ainda avistar, ao longe, o seu amigo João Gaspar Simões, entre os refugiados espanhóis que tão bem descreveu no seu romance.


Desta maravilhosa história de amor ficou só uma escultura, que perpetuará o romance e o seu autor, inaugurada no dia Mundial da Poesia, em 21 de março de 2016, junto ao Forte de Santa Catarina, onde se supõe que Jorge, o jovem personagem de «Sinais de Fogo», tenha escrito o poema homónimo.


"Demasiado Bom para Ser Verdade (ou para Ser Tolerado)"

"Se o Cristiano Ronaldo fosse padeiro, havia quem lhe criticasse a forma como amassa a massa." — dizia o meu avô Armando, padeiro de profissão.

Ontem, Cristiano Ronaldo — esse veterano que "já não dá uma para a caixa" — decidiu, mais uma vez, contrariar os boletins clínicos e os diagnósticos de café da manhã. Marcou o golo decisivo contra a Alemanha, num daqueles jogos em que supostamente já nem devia estar a jogar. Dizem que está velho. Claro. Com 39 anos, devia estar a fazer crochet ou a discutir reformas antecipadas. Mas não: anda a voar por cima de centrais de 1m98 como se tivesse molas nos pés. E não foi um saltinho. Foram 50 centímetros acima desses gigantes germânicos. Meio metro. Um pequeno salto para ele, um potencial recorde nacional de salto em altura para qualquer outro português.

Ainda assim, os comentários continuam. “É individualista.” “Já não corre como dantes.” “Só pensa nele.” Curioso como estas críticas vêm maioritariamente de compatriotas. Aqueles que, se ele falha um penálti, pedem que se reforme, e se marca um hat-trick, reclamam que devia ter passado a bola ao João Mário. Há quem diga que se acha Deus. A verdade é que muitos portugueses não conseguem lidar com alguém que trabalha como um monge em clausura, mas que tem abdominais de super-herói e uma conta bancária de Emirado.

A justificação para este rancor nacional? Talvez seja cultural. Não gostamos de ver o sucesso demasiado de perto. Especialmente quando é nosso. É mais fácil admirar quem está longe, que não nos lembra o que poderíamos ser se tivéssemos tido a mesma disciplina e fome de vencer. A sombra de Ronaldo é grande. Tão grande que nos obriga a olhar para o chão — ou a atirar pedras, se preferirmos.

No fim, ele continua a correr. A marcar. A saltar mais alto que todos. E nós, claro, continuamos sentados, a comentar.

(fotografia retirada da net) 


Sabem a sal e a sol

os campos da minha terra

tudo sabe a rosas, a flores, a liberdade…

E há no ar e no céu um aroma

a rosmaninho e a alecrim

e a rosas…

Sabe a mar o meu país de abril…

Ah, como eu te quisera

assim sempre florido e viçoso,

com promessas quentes de sol

em cada esquina

e sorridentes os rostos em cada lugar…

Há sorrisos húmidos

rasgados de ternura em torno de um abraço …

E os olhos rasos de sol e de alegria

com cravos e rosas

florindo deslumbrados ao sol

de inverno

descobrem a chegada da primavera …

Surgem então aves delirantes

rasando a vida, rasgando o sol…

E olhos ávidos e sedentos

na espera atenta de promessas por cumprir …

Vê-se daqui o mar,

sempre o mar, o mar e a bruma…

Mar de outrora de hoje …

Hoje, sem bruma, só

a branca espuma das ondas …

Mar de sol, mar de vida, mar de encontro,

mar nosso…

Ecos de vida

tão próximos distantes

florindo expectantes ao sol

em mim.

NÃO PERCAS NUNCA!!!!!

Não percas o romantismo,

mesmo sabendo que as dificuldades existem…

Não percas o otimismo,

mesmo sabendo das barreiras que irás encontrar…

Não percas a vontade de viver,

mesmo sabendo das dores e perdas que podes sofrer nesta vida…

Não percas os teus(tuas) amigos(as),

mesmo sabendo que esta vida é apenas um momento que passa…

Não percas a serenidade,

mesmo nos momentos em que tudo parece estar

contra o teu sucesso e vitórias…

Não percas a força e vontade de ir à luta de corpo e alma,

independente de ser ou não reconhecido…

Não percas nunca teus objectivos, mesmo com todas as vicissitudes da vida - tens de

acreditar em ti próprio(a)…

Não percas o teu amor próprio, para que assim possas amar

tudo à tua volta!!!!....


LOUCURA

Toca na minha cintura

num adágio tão lento

que em cada movimento

o meu corpo trema e morra

num “Balloné” de loucura

que depois pousa em ternura

“Cambré” e sedento…

 

“Chassé” de pernas amantes

que se enlaçam por instantes

e desfalecem no ar

numa dança só de amar

em ternuras deslumbrantes

“Emboîté” sobre o teu corpo

com beijos tão faiscantes

“Demi-plié” dos amantes

Loucura!


Lisboa, Menina e Mulher de Saudade

 

Escrever sobre Lisboa é escrever sobre uma menina – mulher, discretamente atrevida

sob o olhar do seu Castelo. Lá bem no alto, o Castelo de S. Jorge conta histórias dentro

da História. Tal a sua importância que o famoso e querido António Silva imortalizou a

famosa personagem do Costa do Castelo, dando origem ao filme com o mesmo nome.

Um filme romântico, retrata a vida de gente humilde, mas feliz, como muita gente da

encosta do Castelo.

Sim, porque Lisboa não é só turistas, Lisboa é a menina simples como a varina ou o

homem das castanhas que no frio de inverno vende carinho quente a quem quer

comprar.

A varina esbelta e poética “que vende sonho e maresia… Seu nome próprio: Maria /

Seu apelido: Lisboa” – imortalizada pela nossa rainha do fado, a nossa grande e amada

Amália Rodrigues.

O Tejo ama-a com paixão, qual amante perdido de amor por uma fadista vaidosa e

atrevida. O fado, é um fado que vive nas vielas alfacinhas, à espera de cada noite que

cai. Amor, traição e fatalismo traçam destinos por cruzar e nasce a palavra saudade.

Oh, saudade da guitarra portuguesa pelas mãos mágicas de António Chainho. Nas suas

mãos, a guitarra fala, expressando a dor que o poema acompanha.

Lisboa é uma dama romântica que passeia pela Avenida da Liberdade em noite de

Santo António.

Santo António, o santo casamenteiro, que não perde a tradição e abençoa dezenas de

casais de noivos que decidem casar no seu dia.

Grandes vozes fadistas imortalizaram Lisboa: Carlos do Carmo no seu charme de Lisboa

Menina e Moça, Hermínia Silva e o seu estilo de fado bem picadinho, Alfredo

Marceneiro e tantos, tantos outros.

Lisboa respira fado e saudade nas ruelas típicas: tabernas onde o fado se deita pela

manhã quando a cidade acorda.

Lisboa deu ao mundo grandes atores, atrizes, declamadores. Que em conjunto, com

poetas, músicos e sonhadores, teceram a alma desta cidade — feita de luz dourada, de

noites de festa e de manhãs ensonadas.

Lisboa é memória viva, é poema que se canta com voz embargada. É o pregão da

varina, o tilintar da guitarra, o cheiro a sardinha no ar. É a lágrima que cai sem se dar

por ela, e o riso que nasce num café de esquina.

Lisboa é menina e mulher. É casa e partida. É saudade com nome próprio.

Lisboa... és de quem te sente.


Chico Buarque no Coliseu dos Recreios - Lisboa. 07 de Junho de 2018


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