Para garantir a
redução do expediente extenuante, os trabalhadores da cidade de Chicago
organizaram uma greve para o 1º de maio de 1886. Estima-se que uma greve
geral puxada pelos trabalhadores de Chicago mobilizou 340 mil trabalhadores por
todos os Estados Unidos.
Como surgiu o Dia do
Trabalhador em Portugal?
Em Portugal o Dia do
Trabalhador é celebrado desde 1890. Durante a ditadura do Estado Novo, uma
comemoração foi violentamente reprimida pela polícia (fonte). Só a partir de
maio de 1974, após a Revolução dos Cravos, é que se voltou a comemorar
especificamente o Primeiro de Maio, que passou a ser feriado.
Origens operárias e anarquistas
Nos Estados Unidos, durante o
congresso de 1884, os sindicatos estabeleceram o prazo de dois anos para
conseguir impor aos empregadores a limitação da jornada de trabalho para oito
horas. Eles iniciaram a campanha em 1 de maio, quando muitas empresas começavam
o seu ano contábil, os contratos de trabalho
terminavam e os trabalhadores buscavam outros empregos. Estimulada pelos anarquistas,
a adesão à greve geral de 1 de maio de 1886 foi ampla, envolvendo cerca de
340 000 trabalhadores em todo o país.
Em Chicago,
a greve atingiu várias empresas. No dia 3 de maio, durante uma manifestação,
grevistas da fábrica McCormick sairam em perseguição dos indivíduos
contratados pela empresa para furar a greve. São recebidos pelos detetives
da agência Pinkerton e policias armados de
espingardas. O confronto resultou em três trabalhadores mortos. No dia
seguinte, realizou-se uma marcha de protesto e, à noite, após a multidão se ter
dispersado na Haymarket Square, restaram cerca de duzentos manifestantes e
o mesmo número de policiais. Foi quando uma bomba explodiu perto dos policiais,
matando um deles. Sete outros foram mortos no confronto que se seguiu.
Em consequência desses eventos, os sindicalistas anarquistas Albert Parsons, Adolph Fischer, George Engel, August Spies e Louis Lingg, foram condenados à forca, apesar da inexistência de provas. Louis Lingg cometeu suicídio na prisão, ingerindo uma cápsula explosiva. Os outros quatro foram enforcados em 11 de novembro de 1887, dia que ficou conhecido como Black Friday. Três outros foram condenados à prisão perpétua. Em 1893 eles foram inocentados e reabilitados pelo governador de Illinois, que confirmou ter sido o chefe da polícia quem organizara tudo, inclusive encomendando o atentado para justificar a repressão que viria a seguir.
No dia 20 de junho de 1889, a segunda Internacional Socialista, reunida em Paris, decidiu convocar anualmente uma
manifestação, com o objetivo de lutar pela jornada de 8 horas de trabalho. A
data escolhida foi o primeiro dia de maio, como homenagem às lutas sindicais de
Chicago. Em 1 de maio de 1891, uma manifestação no norte de França foi dispersada pela polícia,
resultando na morte de dez manifestantes. Esse novo drama serviu para reforçar
o significado da data como um dia de luta dos trabalhadores. Meses depois, a
Internacional Socialista de Bruxelas proclamou a data como dia
internacional de reivindicação de condições laborais.[9]
Em 23 de abril de 1919, o senado francês ratificou
a jornada de 8 horas e proclamou feriado o dia 1 de maio daquele ano. Em 1920,
a então União Soviética adotou
o 1 de maio como feriado nacional, sendo seguida por alguns países.
As lutas e manifestações russas
inspiraram artistas de todo o mundo que tinham o socialismo como ideologia.
Dentre eles destaca-se o artista mexicano Diego Rivera, o qual conseguiu
expressar sua admiração ao passado da luta dos trabalhadores em uma de suas
obras que retrata a Manifestação de
Primeiro de Maio em Moscou., finalizada em 1956.
Até hoje, o governo dos Estados Unidos se nega a reconhecer a data como o Dia do Trabalhador. Em 1890, a luta dos trabalhadores norte-americanos fez com que o Congresso aprovasse a redução da jornada de trabalho, de 16 horas para 8 horas diárias.
Dia
do Trabalhador em Portugal
1.º de maio de 1980, na cidade
do Porto
Em Portugal o Dia do
Trabalhador é celebrado desde 1890. Durante a ditadura do Estado Novo,
a comemoração era violentamente reprimida pela polícia.[10] Só a partir de maio de 1974,
após a Revolução dos Cravos,
é que se voltou a comemorar livremente o Primeiro de Maio, que
passou a ser feriado.
O Dia Mundial do Trabalhador é
comemorado em todo o país, com manifestações, comícios e festas de carácter
reivindicativo, promovidos pela central sindical CGTP-IN (Confederação Geral dos
Trabalhadores Portugueses – Intersindical) nas principais cidades de Lisboa e Porto,
assim como pela central sindical UGT (União
Geral dos Trabalhadores).
No Algarve, assim como na Madeira e
nos Açores, é costume a população fazer
piqueniques, e são organizadas algumas festas alusivas à data.