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quarta-feira, novembro 30

BARCAÇA_26

 

Trinta de novembro e tanta coisa que aconteceu neste mês, sempre gostamos de transmitir alegrias, mas a vida é feita de vários contrastes e por isso nem só de boas coisas vivemos, mas devemos ser lutadores e esperar que o dia de amanhã seja melhor.

Mostro-vos um cartaz das notícias de novembro, nada animadoras, mas sempre existe algumas que nos enchem o coração como foi os Sons da Miragem em Buarcos e o Sarau Solidário em Montemor-o-velho, bons momentos por boas causas. 

A inflação e a guerra vieram para ficar pelo menos até aos festejos natalícios, decerto modo vamos comprar menos prendas, poucos festejos e menos viagens.

Novembro deixou-nos com uma lágrima ao canto do olho pela partida de alguns que durante muito tempo nos animaram desde a música à literatura passando pelo desporto, pelas artes e foram eles: Paulo Hermanny Jobim, ou simplesmente como Paulo Jobim foi um cantor, guitarrista, flautista, arranjador e arquiteto brasileiro, Carlo Galli ex-futebolista italiano que atuava como atacante, Gil Teixeira Lopes (Mirandela, 1936 – Lisboa, 10 de novembro de 2022) foi um pintor e professor catedrático português, Fernando Mendes Soares Gomes, conhecido como Fernando Gomes (Porto, 22 de Novembro de 1956 -26 de Novembro de 2022), foi um futebolista português que atuava como avançado, José Ruy Matias Pinto foi um pintor, ilustrador e autor de banda desenhada português. É considerado um dos autores da Idade de Ouro da banda desenhada portuguesa, entre as décadas de 1940 e 1960 entre outros.


“o futebol é o ópio do povo” 

Em pleno campeonato do Mundial de Futebol, muitas cores outras proibidas, mas na hora do apito cada um à sua maneira grita, aplaude e chora com as cores do seu País.


Se Portugal se apurar e for à final Fernando Santos será um herói caso contrário dez milhões de treinadores crucificam-no, o mesmo acontecerá a Ronaldo caso a sua prestação fique aquém do que todos esperam e não queira ficar com os golos dos seus colegas.

Afinal, há fronteiras

Sim, é possível ser-se radicalmente contra a invasão da Ucrânia pela Rússia e, em simultâneo, reconhecer nos EUA os grandes coletores dos lucros da guerra, e pensar que a ideia de alargar a NATO nunca foi boa. Perceber a política agressiva do Kremlin não é o mesmo que aceitá-la. 

A pata na poça


Sempre ouvi dizer que é mais difícil tentar corrigir/disfarçar uma gaffe do que cometê-la! Ora isto ficou bem patente nas recentes atitudes do nosso Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (M.R.S.).

Tendo eu como pessoa altamente inteligente, criado em berço de oiro desceu a tal ponto de tecer críticas na casa do anfitrião. O que lhe passou pela cabeça? Salvo-nos o Presidente da Assembleia porque o próprio primeiro-ministro foi na onda (M.R.S.)

Salários baixos

É absolutamente lamentável, triste e vergonhoso o que se passa em Portugal. Milhões de pessoas estão na pobreza ou no limiar dela, embora muitos deles tenham trabalho diário permanente. Os salários recebidos são, em grande parte dos casos, totalmente desadequados das tarefas que executam e, talvez por isso, haja tanta falta de mão-de-obra, qualificada ou não em Portugal. Para além da falta de habitação e creches gratuitas, existe uma incerteza no futuro em Portugal, porque até hoje nenhum Governo, PS ou PSD, foi capaz de abordar o futuro com seriedade, firmeza e competência. É triste ter trabalho diário permanente e viver no limiar da pobreza, e por isso António Costa tem obrigação de resolver, de uma vez por todas, esta aberração desumana e incompreensível que existe em 2022 em Portugal.

Barcaça

Abordamos neste número, o associativismo interligado a momentos difíceis que pessoas e associações atravessam passando uma mensagem de solidariedade que não nos podemos olvidar. 

Falamos também dos benefícios do desporto/saúde. finalizamos a (III) Parte da Filarmónica 25 de Setembro.

Viajamos no tempo da dureza do trabalho nas Salinas e homenagem “Gentes do Sal”. 

“O poder do abraço” no olhar de Carla Henriques deixa-nos confortados nisso mesmo o seu poder – abraçar faz bem à alma. 

José Craveiro leva-nos em mais um conto desta vez no retrato de uma viagem de comboio já Olímpio Fernandes nas viagens no desporto, fala-nos nos seus contrastes do antigo/moderno, do amor à camisola e os casos que tanto afligem os Portugueses a corrupção transversal mas na ótica do desporto. Dília Fernandes nos seus contos sobre um Montemor por vezes esquecido, aviva-nos para riquezas de outros tempos e para suas tristezas nos dias de hoje. 

Na poesia temos uma mescla "sabores" entre o cair das folhas do Outono, nos caminhos que percorremos e para onde ir, nas inquietudes do passar do tempo, nas feridas não saradas da vida, na busca seja no amor na paz ou no seu deus e terminamos neste capitulo com uma “Madrugada” cheia de saudade/solidão/amizade e liberdade.

Os nossos colaboradores na área política seja do PSD como do PS, sentem que Montemor ainda tem muito que fazer pela comunidade, nem de festas e festarolas se alimenta um povo, as acessibilidades que bloqueiam o concelho eo desejo que da abertura à comunidade de algumas associações fechadas em si mesmo e as lutas internas do PS nas suas três fações.

No dia que se comemora a morte de um dos nossos maiores escritores, trago-vos a “MENSAGEM” falamos de Fernando Pessoa. Na música Ana Moura no “Arraial Triste” e como sempre terminamos com o Artº dos direitos humanos que coincide com o mesmo número da Barcaça (26)

Desejo Boas leituras e Bom Natal.

 

Nem choros nem grandes cantadeiras, o associativismo está atravessar dias difíceis em virtude da conjuntura nacional/internacional que nos torna a todos comedidos nos gastos e nas festarolas que por muito que tentem as colectividades em fazer, a bolsa dos portugueses está em contenção para conseguir chegar até ao final do mês.

“Quem não se sente não é filho de boa gente” nunca esteve tão em voga tal ditado.

Os sonhos de quatro em quatro anos tendem a desacreditar os políticos que pelos números das últimas eleições ganha a abstenção. Mas juntamente a este descrédito dia apos dia verificamos mais casos de corrupção e outros que não sendo proibitivos pelo menos eticamente o são.

Mas onde entra o associativismo nisto tudo? Na má distribuição dos dinheiros públicos para colectividades que fazem o que o Estado deveria fazer e que não são compensados por esse serviço prestado.

São o parente pobre que vive à custa dos seus associados que para não fecharem portas fazem das tripas coração e reinventando-se organizam eventos para ocupar a sua comunidade e daí também conseguirem alguma receita para contas do dia a dia.

Mas mesmo assim, com todas estes esforços ainda o Fisco está à espreita para vir cobrar mais uns “tostões” a quem já vive em dificuldade permanente.

Será que há colectividades a mais? Ou simplesmente as entidades concelhias tendem em passar essa informação para alegarem a falta de incentivos à pratica da cultura e do desporto que muito bem fazem às populações.

Hoje viajando pelos concelhos tanto de Montemor-o-Velho como da Figueira da Foz, há centenas de colectividades com actividade diária, mas que sentem grande dificuldade e os próprios dirigentes vem-se na obrigação de continuar novo mandato porque não aparece ninguém que os substituem.

É o amor à camisola, é o juntar de um leque de amigos que se predispõem a levar em frente a árdua tarefa de manter hasteada a bandeira do seu coração.

Mas também as autarquias devem reunir com as colectividades, criar planos para que se possa efetuar eventos não coincidentes como acontece com regularidade e assim dificultar uma boa receita.

E claro as colectividades estarem todas em sintonia e ajudarem-se umas às outras para que nestes momentos sejam ultrapassados e futuramente cantem/joguem/toquem/declamem com alegria.

Bom Natal


Que Desporto/Saúde queremos?

O estilo de vida atual faz com que sejam usadas cada vez menos as potencialidades corporais, como resultado do desenvolvimento e utilização das novas tecnologias na vida quotidiana. Essas mudanças comportamentais, facilmente observáveis, inseriram-se na própria cultura e são apontadas como a principal causa das chamadas doenças da civilização – crónico-degenerativas. Essas doenças são marcas de uma nova configuração social que começou a ganhar forma que começou a ganhar forma depois da revolução industrial. Rapidamente se compreendeu a importância de os indivíduos terem estilos de vida saudáveis, pois muitos sintomas de doença são uma consequência de comportamentos contraproducentes para a saúde, como a diminuição dos níveis de actividade física.

A escola, logicamente, oferece uma plausível localização para a implementação de estratégias de promoção da saúde, principalmente porque abrange os momentos decisivos do desenvolvimento e da formação dos futuros adultos.

Como uma das áreas prioritárias é a promoção da actividade física, a disciplina de Educação Física deverá assumir um papel primordial em todo o processo. A importância do papel desta disciplina tem sido claramente demonstrada na literatura, sendo salientado o seu valor para o desenvolvimento de estilos de vida ativos e saudáveis ao longo da vida, no entanto com uma carga horária de 150 minutos semanais em dois momentos distintos não me parece que haja uma influência determinante na vida das crianças e jovens.

Agora que os preços da energia vão afetar severamente o funcionamento dos clubes desportivos de formação que precisam de luz artificial para treinar, era um bom momento para repensar as necessidades do ensino e para além de acrescentar no mínimo mais um ciclo de na semana para a abordagem de Educação Física era importante, por exemplo, comprimir bem as horas letivas para um período de manhã e assim poder usar as tardes para treinar e estar envolvido noutras atividades ainda com a luz do sol.

Não será nada inédito nem revolucionário, é assim, há muito tempo, em muitos outros países e não consta que sejam menos educados.

A alternativa é bater, outra vez, o recorde de inatividade física e criar todas as condições para bater recordes de gastos em saúde daqui a uns anos…poucos…

VALE A PENA PENSAR NISTO…

A Associação Filarmónica 25 de Setembro [Parte III]

Hoje, e em especial após a remodelação da sua sede, em 1998, passa por um período de grande vitalidade fruto não só da notável ação dos últimos corpos sociais que por ela têm passado, mas também da alteração das mentalidades que se tem vindo a verificar na sociedade portuguesa e que faz com que cada vez mais jovens, especialmente do sexo feminino, procurem na música, e neste caso na Filarmónica, um espaço de lazer, recriação e crescimento enquanto seres humanos.

Ao longo dos seus 130 anos tem mantido uma intensa atividade no domínio da cultura popular, nas suas diversas vertentes: música (Banda, Escolas de Música, Grupos de Baile e Orquestra Juvenil), folclore (Ranchos de Adultos e Crianças, nas décadas de 1950, 1970, 1980 e 1990), canto (Orfeões, nas décadas de 1950 e 2000 e vários Coros Mistos, entre as décadas de 1950 e 2000), teatro (Grupo Cénico, nas décadas de 1950 e 1960), festejos populares (Santos Populares e Festas da Feira Anual, até finais da década de 1970) e até desporto (ténis de mesa e xadrez).

Atualmente esta Associação possui em atividade uma Banda, regida pelo maestro Bruno Costa, e uma Escola de Música que se tem revelado de capital importância no enriquecimento musical, cultural e educativo dos jovens. A Banda realiza anualmente diversos concertos e participa em múltiplas festividades quer religiosas, quer profanas, sempre no âmbito de um vasto espaço geográfico.

Finalmente, e como registos ad perpetuam rei memoriam, a Banda gravou o seu primeiro CD em 1999, em 2002 integrou a gravação de um CD com as melhores Bandas da Região Centro e 12 dos seus jovens músicos participaram, no âmbito do Projeto Jovens Músicos Europeus, na gravação do CD Wend’Reng que foi apresentado, a 31 de outubro de 2003, na igreja do Convento de Nossa Senhora dos Anjos, desta vila.

SALINAS, MARNOTOS E SANILEIROS – HOMENAGEM ÀS “GENTES DO SAL”


O documento mais antigo sobre o sal português data do ano de 959 e refere-se a uma doação de terras e marinhas de sal feita na zona de Aveiro, pela condessa Mumadona, ao mosteiro de São Salvador, em Guimarães.

Relativamente à Figueira da Foz há registos escritos que comprovam que já se produzia sal nesta região antes da fundação do nosso país.

Em 1096, numa doação testamentária de Sisnando Davides, Governador de Coimbra, ao Abade Pedro, constava a doação de terras e marinhas de sal (salinas).


Em 1176, por Carta Régia, D. Afonso Henriques faz a doação de terras e salinas nas margens do Rio Mondego, aos Monges do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.

Sabe-se também que nas margens do Mondego, defronte de Tavarede, já existiam marinhas no ano de 1178, no reinado de D. Afonso Henriques.

Também existiriam algumas salinas no couto de Lavos no ano de 1236, no reinado de D. Sancho II, e no campo da Morraceira no ano de 1520, no reinado de D. Manuel I.

As primeiras marinhas de sal que se construíram na região pertenciam a Tavarede, sendo referidas num contrato celebrado, em novembro de 1216, entre a Igreja de S. Salvador e o Mosteiro de S. Jorge.


As marinhas junto de Lavos remontam, pelo menos, a D. Sancho II (1209-1248), porque em 1236 o Mosteiro de S. Jorge e a colegiada de S. Bartolomeu fizeram doação a um tal Domingos Pedro de várias marinhas situadas no couto de Lavos, com a obrigação de construir mais 36 talhos.

As marinhas da Morraceira são as mais recentes, construídas em campos de milho e de outros cereais.

Só em 1520 se referem salinas na Morraceira porque o prior, o cartorário e mais padres do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra enfiteuticaram a António Fernandes Quadros (1475-1540) a Morraceira, declarando em escritura que este Senhor poderia haver para si todo o proveito que Deus lhe desse na dita lezíria, assim como pão e sal, ou criação, ou qualquer outra coisa que dela se pudesse aproveitar.

Durante quase todo o século XVII a Morraceira teve poucas salinas, e produziu pouco sal, porque era ainda um grande campo de cultura e pastagens pertencentes à Casa de Tavarede.


“Só nos princípios do século XVIII é que nos aparecem numerosos documentos de aforamento dos seus terrenos com destino ao estabelecimento de novas marinhas” (Santos Rocha – cap. III, Materiais para a História da Figueira nos séculos XVII e XVIII).

A partir de 1611 surgem registos sobre a exportação de sal da Figueira para Espanha, Terra Nova, Escócia e Açores, 140 moios de sal exportados em 1648, 20 moios em 1658 e 5 moios em 1659, 470 moios em 1664 e 99 moios em 1687, mas também há registos de importação de 61 moios de sal no ano de 1646.


(1 “moio” equivale a 60 alqueires de 13,1 litros cada, isto é, 1 “moio” corresponde a 786 litros).

A produção de sal provinha então essencialmente das marinhas de Vila Verde e de Tavarede, estando estas últimas situadas nos vales da Várzea e de Caceira, como as salinas da Deniza, a dos Coucos, a Ferradeira, a d’El Rei, a Lapa, a Vassala, a Licenciada e outras.

Em 1790 existiam 1150 marinhas na Figueira, ocupando 1150 obreiros e produzindo 34.500 moios de sal. Em 1791 havia 1.115 salinas na Figueira, mas no ano de 1936 só havia 500.

Em meados do século XX havia um total de 229 marinhas de sal, distribuídas pela Ilha da Morraceira (141 marinhas numa superfície de 519 hectares), pela margem esquerda do Braço Sul e Ínsua de D. José (71 marinhas numa superfície de 249 hectares) e na margem direita do Braço Norte (17 marinhas ocupando cerca de 30 hectares).

Em 1950 produziam-se 30.000 toneladas de sal para a salga das carnes, do bacalhau e de outros peixes, e mais de 1.300 trabalhadores estavam ligados à sua produção.

No ano de 2020 laboravam na ilha da Morraceira 20 marinhas (1 salina das Filipas; 1 salina no Corredor do Padre; 2 salinas no Morro; 1 salina nos Alhos; 5 salinas no Corredor do Sol; 3 salinas na Tapada do Norte; 1 salina na Tapada do Sul; 2 salinas nos Feras; 1 salina no Donato; 3 salinas nos Doutores).

Na Zona dos Armazéns funcionavam 15 marinhas em 2020 (2 salinas nas Eiras Largas; 2 salinas no Morro Comprido; 2 salinas na Vermelha; 1 salina na Terça; 1 salina na Morgada; 1salina no Corredor da Cobra; 1 salina na Quebrada; 4 salinas no Negrão; 1 salina no Vale da Vinha).

Em 2020 as salinas da Gala ainda não tinham produzido sal.

Assim, havia 35 salinas a laborar no ano de 2020.

O sal já teve o seu tempo, quando ao longo dos séculos foi uma das principais riquezas da Figueira, tendo sido exportado para vários países e transportado ao longo do Rio Mondego para abastecimento do interior das Beiras.


Todo o sal e grande parte do peixe consumido no interior das beiras eram transportados desde as salinas de Lavos e da barra de Buarcos até ao porto da Raiva ou à Foz do Dão, donde os almocreves o levavam.

Na descida do rio as barcas serranas traziam vinho, batatas, frutos, madeiras, carqueja e os mais diversos produtos que se destinavam a Coimbra ou à exportação pelo porto da Figueira da Foz.

A navegação comercial no Mondego, que remonta a séculos anteriores, atingiu no século XVIII um grande desenvolvimento.

Prosperidade que se manteve até finais do século XIX, quando se iniciou uma fase de decadência que acabou por levar à sua completa extinção em meados do século XX.

Os produtos que chegavam à região de Penacova eram essencialmente sal, louça, peixe, azeite e linho.

Por sua vez, vinho, milho, fruta, legumes, carvão, castanha e vinagre eram os produtos mais “exportados”.

O sal era, sem dúvida, o mais transacionado. “Na verdade, enquanto outros produtos existiam em maior ou menor quantidade no interior, o sal só poderia ir do litoral, neste caso das salinas da Figueira.” - escreve Maria Adelina Nogueira Seco.

“Em 12 de Agosto de 1773 foram carregados no Porto da Foz do Alva 19 carros e no dia 19 dezassete carros. Muito sal num só dia.” - acrescenta.

Além do sal, encontramos o peixe, sobretudo seco, já que o fresco era difícil de chegar às regiões mais longínquas em boas condições, devido à morosidade dos transportes.

Há registos de carregamentos de cavala seca a partir do porto da Foz do Alva com destino a várias partes da província da Beira e também do transporte de carros de sardinha para a feira de Viseu.

A louça, sendo Coimbra um importante núcleo dessa indústria, também ocupava um lugar de destaque no conjunto dos produtos comercializados.

Na maior parte do século XIX, por esta região passavam os barcos de passageiros e de mercadorias no sentido Figueira-Coimbra, e vice-versa, o meio de transporte mais importante da altura.

O rio Mondego ligava o mar às terras do interior, principalmente da foz do rio Dão até Coimbra e daqui até à Figueira da Foz, como se refere num relatório do capitão Agostinho José Freire referente aos anos de 1817/1818:

“Figueira, grande vila comercial sobre a foz do Mondego, aonde entram navios de pequeno lote e pela maior parte hiates que conduzem géneros para todo o campo de Coimbra, para a cidade e para o interior da Província da Beira para onde são transportados até à foz do Dão…”.

De Penacova partiam embarcações carregadas de madeira, lenha, carqueja e carvão, com destino a Coimbra e Figueira da Foz, trazendo, no regresso, sal, pescado, milho, pipas de vinho e outras mercadorias.

Ao Porto da Raiva chegava o sal da Figueira da Foz que seguia depois para toda a região da Beira e para Espanha e “ahi se fazia o embarque de quasi todo o vinho do baixo districto de Vizeu e de grande parte do de Coimbra com destino à Figueira da Foz” (Agostinho Rodrigues de Andrade em Diccionario Chrographico do Reino de Portugal, Coimbra, 1878).

O sal é hoje menos utilizado e as salinas são atualmente recordadas como uma das atividades mais importantes da Figueira da Foz de outros tempos.


São estes tempos que a C.M. da Figueira da Foz pretendeu recordar com a construção do Núcleo Museológico do Sal da Figueira da Foz, situado nos Armazéns de Lavos, inserido na Salina Municipal do Corredor da Cobra, adquirida no ano 2000 pela Câmara Municipal da Figueira da Foz, que a retirou do abandono.

O Núcleo Museológico do Sal foi inaugurado em 17 de agosto de 2007 com o objetivo de interpretar, valorizar e difundir o trabalho salineiro, integrando um Armazém de Sal, uma Rota Pedestre pelo salgado, uma Rota Fluvial pelo estuário do Rio Mondego e ainda um observatório de aves.

Uma visita ao Núcleo Museológico do Sal recorda-nos também os tempos difíceis do trabalho da produção do sal.

A preparação das marinhas começa em maio, com as marinhas alagadas. Nesta fase procede-se ao levantamento das “esburras” e esgotam-se as marinhas durante a baixa-mar.

De imediato, o marnoto faz o ajuntamento das lamas com um rodo de madeira, chamando-se a este processo o “estranger” da marinha.

As lamas e os limos são depositados em montes, sobre os marachões e cilhas, e, depois de secos, as mulheres retiram-nos para fora da marinha, em gamelas ou cestas, chamando-se a este trabalho o “escoiçar”.

Na maré cheia enchem-se as marinhas de água salgada. A água evapora-se, e quando se atinge uma determinada concentração de sal, a água passa para talhões progressivamente mais pequenos, as vasas, depois as cabeceiras e finalmente os talhos.

A exploração das marinhas era feita em regime de parceria, sendo dois terços da produção para o proprietário e um terço para o marnoto.

As mulheres transportavam o sal à cabeça, em cestas de verga, das salinas até aos armazéns e destes para os barcos com destino aos Armazéns de Lavos e à Figueira da Foz. Os homens reparavam as marinhas, extraíam o sal e enchiam as gamelas.

Corpos femininos, descalços, balanceavam sob o peso imenso das canastras. No regresso a casa, estas canastras serviam, muitas vezes, de berço às crianças que acompanhavam as mães durante o dia de trabalho. Mais tarde, com apenas 10 anos, ou pouco mais, muitas destas crianças foram trabalhadores do sal.

Tempos difíceis que aqui se recordam, em homenagem às “gentes do sal”.


[O poder do abraço]

 

O abraço,

Muito podia ser dito sobre o abraço. Um gesto gratuito, simples, mas que preenche a alma.

Na verdade, poucas coisas na vida são tão fáceis de dar e receber, e têm tanto poder para acalmar, confortar, apaziguar como um abraço.

Nele se calam desentendimentos, se confortam desesperos, e se reafirmam sentimentos de amor e amizade.

 

O abraço,

O abraço não é mais que braços envoltos ao corpo.

Calor sem medida e corações a bater fortemente.

Paz. Aquela que só se sente na alma.  

 

O abraço,

O abraço é mais forte que um beijo.

Mais puro que um olhar.

Mais sincero que mil palavras.

E, na maioria das vezes, mais necessário que comer ou beber.

 

O abraço,

O abraço pode mudar o dia.  A semana. A vida. 

O abraço, pode mudar tudo o que achavas ser certo, até então. 

O abraço, pode curar.

 

Talvez, para quem nunca o sentiu, verdadeiramente seja difícil entender o poder do abraço, mas quando sentido o abraço pode mudar tudo.

Dizem que em média um abraço dura 3 segundos. Apenas 3 segundos. Na minha experiência posso afirmar que um abraço, o verdadeiro, inesperado, intenso, dura muito mais.

Na verdade, este abraço, o verdadeiro, é eterno porque mesmo quando acaba fica presente, para sempre, na memória.

 

Não sei se, um abraço, dura 20, 30, 40 segundos, um minuto. Ou mais.

Sei que, o abraço, o verdadeiro, dura o tempo suficiente para jamais o esquecermos.

Dura o tempo suficiente para o querermos repetir uma e outra vez. Sempre. Para sempre.

 

Há quem acredite que um abraço que dura, pelo menos, 20 segundos tem um efeito, verdadeiramente, terapêutico no corpo e na mente.

Há quem acredite que um abraço que dura, pelo menos, 20 segundos, por ser um abraço sincero, produz oxitocina, o hormônio do amor e da felicidade. 

Talvez. Talvez.

 

Há quem acredite que, quando um abraço dura mais de 20 segundos, o nosso corpo reage de forma inesperada.

Há quem acredite que esse abraço, simples, mas duradouro, leva o nosso corpo a reagir e a libertar o hormônio do amor e da felicidade.

Há quem acredite que o nosso corpo, perante um abraço intenso e verdadeiro, reage de tal forma que consegue mudar, positivamente, o dia de quem o recebe.

Mudar o dia de quem o dá.

 

Dar ou receber um abraço faz aumentar, em cada um, o sentimento de apego, de conexão.

Faz aumentar a confiança. A intimidade.

 

O abraço.

Tanto podia dizer sobre o abraço.

O abraço, que nos é oferecido, de forma tão rara, mas gratuita, é um maravilhoso tranquilizante.

O abraço pode ser acolhimento, despedida, afeto, paixão, saudade.

 

Como diria José Tolentino de Mendonça “o nosso corpo tem a forma de um abraço. Talvez por isso a tarefa de abraçar seja tão simples, mesmo quando temos de percorrer um longo caminho.  (...)O abraço é uma longa conversa que acontece sem palavras. Tudo o que tem de ser dito soletra-se no silêncio, e ocorre isto que é tão precioso e afinal tão raro: sem defesas, um coração coloca-se à escuta de outro coração.  (...)"

 

O abraço. 

Esse eterno, gratuito, ato de amor.

Que nunca nos faltem os ABRAÇOS! 


Vou de comboio a caminho de Lisboa e ao reparar nos campos abandonados veio á memória a lenda da " felga" (infestante talvez parente da grama).

No princípio do mundo o Divino Criador deu a vida a animais e plantas de maneira que uns e outros dessem ao Homem tudo o que necessitava para bem viver.

Cada um tinha o seu espaço e tudo parecia correr bem até ao dia em que o Homem se dirigiu a Deus muito triste porque os animais tendo outras plantas mais agradáveis não comiam a felga de assim ela infestava as sementeiras e a terra quase não produzia.

O Divino Criador mandou à felga que ficasse no lugar que lhe estava destinado mas ela não ligou e continuou a multiplicar - se de tal modo que o Homem pediu que ela fosse destruída para sempre sendo colocada a secar em cima de um silvado, pois o Divino Criador não queria voltar destruir a um dos seres que criara.

Chorando a felga repara que com calor a terra abriu fendas e vai de implorar para que não seja seca em cima das silvas pois era uma agonia muito lenta, antes ser queimada em cima da terra, assim seria mais rápido o seu suplício.

Aceite a sua petição logo ali é queimada, mas durante o castigo um bocado de felga fresca cai dentro dessa fissura da terra e escapa à morte.

Por isso ainda hoje a temos nós nossos campos.

Era contado nos serões de inverno em nossa casa.


Do nada se fazem viagens ao passado, repondo no presente, a corrida vertiginosa das transformações, se quisermos abordar como Repórter Mabor, coisa simples do jornalista que não chegou a ser, procurando isso sim não trair nessas mudanças, o bom senso das competições na sua ética e consequentes valores no dirigismo no presente, feito agora  de fortes apetites desvairados de corrupção.


O futebol em si terá as mesmas regras disciplinares, as balizas não aumentaram a sua largura, os golos são a cereja em cima do apaixonante jogo jogado. O que se alterou sim nestas transformações ditas desportivas, não foram as Instituições triunfantes e intemporais mas de todo alguns patéticos e gananciosos dirigentes, incluindo os empresários, mostrando agora que as Instituições, fundadas por homens exemplares que amavam as suas causas desportivas, se movem nos negócios escuros e criminosos de milhões sobre o pano sujo de alguns poderosos que fazem fortunas nos seus fora de jogo.


Recuso-me a ser velho do restelo, sempre corri atrás das melhores condições em perceber as alternativas progressistas e correntes no sentido evolutivo, quer no desporto, como fosse outra atividade, mas as regras da seriedade e do respeito mutuo no desporto, desculpe o meu vizinho, se povo é quem mais ordena, é tempo de não permitirem como se fossem cães de estimação, os adeptos dos clubes, conduzidos pela policia como se fossem para o Tarrafal, sendo por esta vergonha, que os dirigentes deviam repor a festa do futebol, sobretudo com exemplos maiores de respeito pelas Instituições.

Potenciar opinião nunca foi e nunca será escrever umas linhas na Barcaça, sendo que na prática vender gato por lebre, sequer fazendo de um pequeno lago um Oceano, de falsa ética desportiva, se venho de uma escola antiga em que as amizades e o respeito se prologavam por décadas, como se fossem olímpicas, de Pierre Coubertin...


Desportivamente, apesar de ter nascido em 1940, no Casal Novo do Rio,


escutando os relatos de futebol numa rádio, municiada por uma bateria, na mercearia do Ti João Manassa, jamais fui capaz de vestir a pele dos desordeiros nos campos de futebol, por isso  atento a práticas que ultrapassam o limite da cordialidade, negando por instinto de sobrevivência, o  drama e a psicose de todos os fanatismos. Muito terei aprendido pelo desporto amador, quer nos jornais e nas rádios, os dirigentes e os atletas, outro tempo, claro, ensinaram-me que os devia acompanhar nas suas exemplares virtudes de companheiro, cujos clubes com a sua história estiveram sempre no cume das nossas sensatas paixões por uma modalidade atraente e imprevisível de jogada para jogada, as emoções transmitem o inquestionável fenómeno desportivo de esperança e incertezas.

A Lua já não era visível. As estrelas confundiam-se com a claridade do alvorecer, amanhecia. O sol subia no horizonte e afagava os ornatos superiores do maior edifício de Montemor-o-Velho - os Paços do Concelho. O sol chamou-lhe Palácio e enquanto o acariciava com o seu calor e despertava para mais um dia, disse-lhe:

- Sabes Palácio, tenho pressa em iluminar-te, sabes porquê?

- Não, diz-me...

- Porque és bonito! És um Palácio soberbo!

- Gosto do galanteio - retorquiu - eu já tenho muitos anos, estou de pé desde 1892. Já vivi muito, tenho muitas recordações, boas, menos boas e, saudades. Mas os teus elogios não apagam as minhas mágoas...

- Mágoas? Tu?! - inquiriu o sol - queres desabafar?

O grande palácio, um tanto austero, tomou então da palavra com uma calma triste:

- Esta Praça, que se chama da República, está mais desolada que um terreiro duma pequena aldeia remota. E no entanto, tem um desenho tão belo, dela até se vê o Castelo, que é a coroa da Vila! Mas tão árida, nem uma flor, ou folha verde, nem uns jatos d’água que a enfeitem, nem população, é apenas um Largo, que tristeza...

- Ora, Palácio, são os efeitos da crise, que há-de terminar... Não! O que te digo é anterior à crise. Sou velho, mas ainda consigo destrinçar. Aos domingos e dias feriados esta Praça é sinistra de tão vazia. Nem calculas a tristeza que me invade nesses dias. Nem um restaurante, nem um café aberto...lembra um suicídio coletivo, um êxodo total! É então que na minha solidão recordo o passado, quando os bancos à minha porta eram poucos para os trabalhadores que ali se sentavam para descansar e conversar, nas tardes de domingo! Nos passeios que me contornam, acomodavam-se também as mulheres que vendiam tremoços e castanhas, e os engraxadores com a respetiva caixa para o seu trabalho. Formavam-se grupos, que falavam, havia vida... No café Girão, pequeno, mas acolhedor, os homens preguiçavam na esplanada sobre o passeio, enquanto o empregado, (o Manel do Café) impecável no seu casaco branco e no seu trato, os servia incansável.  Mesmo na minha frente, o Café Mondego, pequenino, o Café do Henrique, o inventor das Espigas Doces, essa delicia!

- Um inventor? Em Montemor?

- Há! Sim, ele devia ter lido o Fernando Pessoa - "quando Deus quer, o homem sonha, a obra nasce!" sonhou e tornou realidade um doce para Montemor, como era então conhecido. Que saudades desses tempos. O meu coração de velho não esquece, e agora nada me alegra...

- Queria animar-te, meu palácio amigo. Mas as minhas histórias são iguais às tuas. Como sabes, eu, um amigo dos turistas, vi há tempos um carro cheio deles quedar-se à entrada da Vila para as fotografias da praxe ao magnífico Castelo. Depois dirigiram-se para o centro da Vila. Era Domingo e tudo estava fechado. Deram meia-volta. Segui-os num dos meus raios luminosos até Tentúgal, onde os vi já sentados a uma mesa num dos cafés ali existentes, a saborear pastéis e queijadas.

- Não digas mais...

- Voltas amanhã?

- Claro, todos os dias!

- Mas promete-me uma história mais feliz....


Caíram, soltaram-se das árvores

as folhas deste outono sombrio…

Lentamente rolaram,

ficaram à minha porta …

Umas amareladas de dor,

de tons avermelhados

outras…

Veio o vento outoniço

e revolveu-as num torvelinho,

amontoadas à minha porta…

Ouço agora o som acastanhado

e seco

que fazem em constante rebuliço,

falam-me de saudades,

trazem memórias de primavera,

o sol de um dia de verão…

e tudo se amontoa à minha porta…

Em surdina contam-me histórias

antigas,

relatos passados de um tempo vivido,

já ido,

passado, mas tão presente…

e agora amontoado em farrapos com elas

volteando à minha porta…

O vento já invernoso

as levou para longe,

redemoinhando loucamente…

mas uma deixou, avermelhada,

embrulhada na saudade…

à minha porta…

Garça Real

 

QUADRAS SOLTAS!

 

Caminhos já percorri

Caminhos hei-de percorrer

As coisas que já vi

As coisas que hei-de ver


Sem saber o que fazer

Peguei na caneta e escrevi

Tanta coisa sem saber....

Pus no papel o que senti!


NUM CÉU DE PENITÊNCIAS

Às vezes as horas
Passam invisíveis
E há um calor no peito
De chamas terríveis.
Há uma inquietude
Que se sente no ar
E uns olhos brilhantes
Que não conseguem chorar.

Há uma desordem
Nas leis desta vida
Que a tornam mais triste
Como chaga ou ferida.

É que a paz tarda demais
E há abraços por dar
Há um tempo perdido
Que não se vai recuperar.
As pombas da paz
Tão brancas e puras
Fugiram para longe
Destas amarguras.

Se o ponto de partida
For abrir consciências
No azul desta vida
Num céu de penitências…

Que se agarre o Amor!
Que se agarre a Paz!
Sejamos irmãos
Guerreiros do Bem
Que a gratidão
Seja um grito que faz
Reconhecer UM DEUS
Que tudo refaz!

AUTORIA: ISABEL TAVARES, 28/11/2022
(© Todos os Direitos de Autor Reservados)
Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos – Decreto-Lei n.º 63/85, de 14 de março – Diário da República n.º 61, Série I, de 14.03.1985 –

Madrugada

Subi a escada da saudade
No desespero voltei à direita,
No corredor estreito do tempo
Olhei a caminhada já feita

Na sala fria da solidão
Procurei a porta da amizade
Encontrei-a bela e aberta
Sobre a seara da liberdade…

Descanso, parada, não vencida
Com o meu mapa na mão
Que a neve fria do medo
Derreta ao sol deste verão.


Novamente……as acessibilidades!!!

 

O tempo passa, mas os maiores problemas do concelho de Montemor-o-Velho continuam os mesmos.

Não há reformas nem resoluções à vista dos velhos problemas.

Um desses problemas é a acessibilidade entre as freguesias do concelho e a ligação com os concelhos vizinhos.

Recentemente tomámos conhecimento das obras que irão ocorrer em duas pontes do concelho. Uma delas é a ponte que faz ligação entre Montemor e Alfarelos e a outra a ponte que faz ligação entre Montemor e Verride.

Cada uma das intervenções irá necessitar de um período de um ano para fazer face a todas as manutenções que precisam de ser feitas.

Neste momento sabe-se que a ponte que faz ligação entre Montemor e Alfarelos já está encerrada. O trânsito está a ser desviado para a ponte que faz a ligação com Santo Varão/ Formoselha e para a ponte que faz a ligação com Verride.

Após esta intervenção nesta ponte, será iniciada a intervenção na ponte que faz ligação a Verride. Sendo o trânsito, neste caso, desviado para Alfarelos.

Ou seja, verificamos que neste momento todas as pessoas que diariamente usufruíam não só do acesso entre Granja do Ulmeiro e Soure para Montemor, bem como o acesso à estação ferroviária fica drasticamente comprometido.

Após esta situação iremos ter outra semelhante. Comprometendo assim a ligação e o acesso da União de Freguesias de Abrunheira, Verride e Vila Nova da Barca ao resto do concelho.

Tal como referimos qualquer uma destas ocorrências requerem um ano de obras. Ou seja, apenas daqui a dois anos iremos ter tudo de volta ao normal.

Ora isto vai criar graves problemas:

 Todos os residentes nestas freguesias iram ter muitas condicionantes no seu dia-a-dia sendo obrigados a fazer grandes desvios para as suas deslocações;

 Todos os utilizadores da estação ferroviária, muitos deles para se deslocarem para o trabalho, ficam obrigados a pensar em outras alternativas;

 Mesmo em emergências, o socorro fica comprometido uma vez que os acessos estão condicionados;

 O período de manutenções das pontes irá fazer com que os seus utilizadores passem a arranjar alternativas que não passem por Montemor;

Verificamos assim que Montemor irá ficar, nos próximos tempos, mais isolado e esquecido de tudo e de todos.

Numa altura em que o custo de vida de todos nós está a aumentar, é inadmissível sujeitar as pessoas a estas situações sem estarem criadas as devidas alternativas. Não só para os montemorenses, mas para todos aqueles que diariamente utilizam estas vias.

Mais uma vez as pessoas são deixadas ao abandono e entregues a si próprias.

Tudo isto fica ainda pior quando temos um presidente de câmara que preside à CIM e não acautelou nada disto.


Fiquei hoje a saber que os órgãos concelhios de Montemor-o-Velho do Partido Socialista tinham tomado posse, novamente com a Diana Andrade ao leme, ainda que nem eu nem outros militantes com as quotas em dia tenhamos sido convocados para o efeito, certamente por razões que deverão ser esclarecidas a seu tempo, já que ainda há algumas semanas votei para os órgãos distritais da Federação.

Questionada sobre o fato, foi-me dito pela Presidente da Concelhia eleita para “colocar essa questão à federação ou à nacional”, o que, obviamente, não fiz nem farei, mas me deixou a pensar sobre o assunto e a tentar compreender o que se está a passar com o PS montemorense, supostamente já dividido em fações, pelos vistos por três ou quatro, sendo as primeiras protagonizadas legitimamente por militantes com quotas em dia e lideradas, uma pela já mencionada Diana; outra pelo José Veríssimo; e a terceira pelo Nuno Gonçalves, ex-vereador eleito na Câmara Municipal da Figueira da Foz, entretanto nomeado Chefe de Gabinete de Emílio Torrão, o presidente em exercício que anda a experimentar outros voos e estandartes por Coimbra, e não só!

Por último, Décio, outro dos protegidos de Torrão que o levou onde nunca imaginou chegar, pese embora a má conta em que o PS concelhio o tem. Personagem que, segundo consta, visa protagonizar uma candidatura independente ou se possível apoiada pelo PSD, algo que não creio ser possível, face à previsível recandidatura da jovem advogada Maria João, que foi capaz de eleger três vereadores nas últimas eleições e mostrar que não está na política para brincar ou fazer fretes, muito menos a quem não o merece. Ainda assim, depois de presidentes como Luís Leal e Emílio Torrão, cujos egos enormíssimos, para o bem e para o mal, apenas rodaram em seu próprio proveito e à sua volta, e em que as estruturas locais dos partidos que os elegeram foram sempre subestimadas e relegados para segundo plano, não passando de meras confrarias festivas destinadas a levarem-nos em ombros, quem quiser vencer terá de voltar a reunir as tropas com antecedência e motivar as hostes para a briga que aí vem. Ou seja, voltar a reunir os cacos partidários e convencer a população da bonomia e capacidade de mudança em todos os paradigmas, ou seja, assumindo o brutal fracasso passado e prometendo o progresso futuro, porque não há forma de justificar o falhanço total do concelho nos últimos vinte e dois anos, independentemente das análises que possam ser ensaiadas em seu favor.

Goste-se ou não, o concelho não fez mais do que cumprir calendário e desperdiçar recursos, gastando à tripa forra recursos que bem poderiam ter sido destinados ao seu desenvolvimento integrado, nunca esquecendo que o que salvou a sua face foram benfeitorias e empreendimentos anteriores a estes dois mandatos, exceções feitas às escadas rolantes que só rolam para cima e não para baixo, e ao Polo Industrial de Arazede, esperando-se no entanto que, quanto a Arazede, bem como outros dossiês, nada venha a ser muito escrutinado. E mesmo as instituições concelhias, que durante anos deram cartas e inovaram, o que fazem hoje pela comunidade?

- Não o que seja o óbvio, dos velhinhos que vão para os lares pagarem os mil e quinhentos eurinhos da ordem, mais as fraldas, os medicamentos, os próprios bens…?

Ou as crianças e jovens! Onde param as atividades permanentes e diversas?

Que dinâmica concelhia para além do Castelo Mágico (o sunset de inverno de uma empresa amiga que aqui vem fazer a época baixa), e do Dia da Criança?

Desculpem, mas conheço demasiadamente bem o concelho para poder ser nuns casos cínico e noutros elogioso. Percorro diariamente o território e observo as novidades, mas, infelizmente, lamento informar que só o castelo e o centro náutico são insuficientes para encher a Praça da República, esse estacionamento monumental onde quem o utiliza deveria pagar no mínimo 100 euros ao minuto!

Quanto à AFMP, vão ter o que merecem, mais quatro anos do pilantra do costume!



87 ANOS DEPOIS DA SUA MORTE 

30 de novembro de 1935 (47 anos)
Lisboa, Santa Catarina, Portugal

O DOS CASTELOS

A Europa jaz, posta nos cotovelos:

De Oriente a Ocidente jaz, fitando,

E toldam-lhe românticos cabelos

Olhos gregos, lembrando.

 

O cotovelo esquerdo é recuado;

O direito é em ângulo disposto.

Aquele diz Itália onde é pousado;

Este diz Inglaterra onde, afastado,

 

A mão sustenta, em que se apoia o rosto.

Fita, com olhar esfíngico e fatal,

O Ocidente, futuro do passado.

O rosto com que fita é Portugal.





Moro na costa, solto um grito
Deixei muitas lágrimas na areia
Levo umas cidades no meu cinto
Trago umas tragédias na traqueia

Deixei uma mensagem num manjerico
Peço a Deus que desta vez ele leia
E enquanto a marcha vai, eu não fico
A tentar não me perder na rua cheia

Estou no arraial triste (hei!)
Hoje só vou bailar com a lua cheia
Estou no arraial triste
A balançar com as folhas da palmeira

Estou no arraial triste (hei!)
Hoje só vou bailar com a lua cheia
Estou no arraial triste
A balançar com as folhas da palmeira

Ave Maria, cheia de graça
O senhor é convosco
Bendita sois vós entre as mulheres
E bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus

Santa Maria, mãe de Deus
Rogai por nós pecadores
Agora e na hora da nossa morte
Amém

À beira do mar, mesmo à beirinha
À beira do mar, à beira da linha
À beira do mar, mesmo à beirinha
À beira do mar, à beira da linha

E que estas horas não passem sem mim
Que esta carruagem não seja meu fim
E que estas portas não fechem sem mim
Até que as tuas cordas se amarrem a mim

Estou no arraial triste (hei!)
Hoje só vou bailar com a lua cheia
Estou no arraial triste
A balançar com as folhas da palmeira

Estou no arraial triste (hei)
Hoje só vou bailar com a lua cheia
Estou no arraial triste
A balançar com as folhas da palmeira

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Artigo 26.º

1.  Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do seu mérito.

2.  A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das actividades das Nações Unidas para a manutenção da paz.

3.  Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o género de educação a dar aos filhos.

BARCAÇA_MAIO

  Para garantir a redução do expediente extenuante, os trabalhadores da cidade de Chicago organizaram uma greve para o  1º de maio  de 1886....