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domingo, agosto 29

BARCAÇA_02


 

Agosto está no fim e embora por tradição seja o mês das férias e do descanso, a verdade é que este mês, neste ano, globalmente, foi tudo menos isso. Foi na verdade um mês importantíssimo para preparar o arranque no próximo ano letivo. E, podemos ver que, apesar de algum pessimismo à mistura, os nossos jovens responderam à chamada para a vacinação e tornaram-se essenciais para atingirmos as altas percentagens de população vacinada. Os comerciantes tentaram recuperar da hecatombe que estes dois anos de epidemia e medidas restritivas lhes trouxe, muitos fazem contas e pensam se valerá a pena… O desemprego foi um pouco “disfarçado” com o emprego precário que a vinda dos turistas permite e com uns a irem para o Algarve para passarem férias muitos deslocam-se para lá trabalhar.

O mês de Agosto de 2021 também ficará na memória pelo recuo significativo das condições de vida e principalmente pelo desrespeito pelos direitos humanos no Afeganistão, que não se iludam os mais distraídos, num mundo globalizado, o Afeganistão fica mesmo ali, ao virar da esquina e, o que aconteceu lá terá reproduções sérias na Europa e no mundo. Para já podemos refletir sobre as “armas” que o Ocidente (que se pretende eticamente responsável e esclarecido) tem perante os discursos e as ações extremistas e discriminatórias.

Neste mês também já se sente a mobilização política para a campanha das autárquicas. Todos desejamos que essa mobilização permita que sejam profícuas as ideias que levem a uma boa aplicação das verbas públicas e que sejam usadas para bem das populações.

Por fim, os editores da Barcaça desejam a todos os participantes do Campeonato do Mundo de Velocidade em Canoagem, uma prestação que dignifique os seus esforços.

Boas leituras! 


De 2 a 6 de setembro o Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho volta a ser palco de um grande evento desportivo – o Campeonato do Mundo de Velocidade em Canoagem, juniores e sub23.

Numa época de grandes incertezas e durante a construção de uma relevante infraestrutura de apoio no Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho, a Federação Portuguesa de Canoagem com o apoio do município, voltará a pôr a região no centro mundial dos desportos náuticos, garantidas que estão a participação de 58 seleções mundiais.

Para uma Vila com dois mil e quinhentos habitantes receber mil e duzentos atletas mais toda a equipa de apoio e todos os visitantes amantes desta modalidade coloca Montemor-o-Velho nos olhos do Mundo, infelizmente cá dentro não se vê uma reportagem na divulgação não só deste desporto como das nossas regiões fora das grandes cidades. 

De sublinhar que Portugal recebe pela segunda vez um Campeonato do Mundo de Velocidade de Juniores e Sub-23, repetindo a organização levada a cabo em 2015.

Segundo o presidente da Federação Portuguesa de Canoagem, trata-se de “um bom indicador da vontade dos países na participação no nosso Mundial”.

Vítor Félix defendeu que as inscrições já concretizadas “podem contribuir para o sucesso da organização”.

Sublinhando que “a excelência organizativa é algo que Portugal tem habituado quem nos visita”.

A antiga torre de chegada do CAR de Montemor-o-Velho foi demolida, assumindo-se esta ação como um passo fundamental para o futuro da canoagem portuguesa.

Era prioritário ter a primeira reunião com o nosso principal parceiro, a Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, que é a proprietária do CAR.

Muito do sucesso da organização do Mundial depende da Câmara”, assume Vítor Félix. 

Segue-se, agora, a construção da nova infraestrutura, que vai reforçar a excelência daquele equipamento desportivo de âmbito internacional.

Importa lembrar que a construção da nova torre de chegada já estava prevista para 2018, ano em que Montemor-o-Velho recebeu o Mundial de Velocidade e Paracanoagem.

Depois do Campeonato do Mundo de Velocidade e Paracanoagem de 2018, o Mundial de Juniores e Sub-23, em 2021 assume-se como o início de um novo ciclo de competições internacionais no CAR de Montemor-o-Velho.

De referir que a Federação Portuguesa de Canoagem é, neste momento, uma das candidatas à organização, em 2023, do Campeonato da Europa de Velocidade de Juniores e Sub-23, prova que, em 2012, também teve lugar em Portugal. 

Contamos consigo para valorizar o que é nosso! A BARCAÇA informa.



Viver é conviver, por isso o associativismo faz parte integrante daquilo que somos. Aristóteles dizia que o homem se caracterizava por ser um “animal político” querendo com esta expressão salientar a importância de estar com o outro, de se envolver em projetos comuns e de se interessar pela vida da comunidade como sendo a sua. Por isso, as pessoas que dedicam o seu tempo, esforço e talento no espaço das associações, desenvolvem a comunidade e caracterizam-na, fazendo parte da história do lugar. Daí que esteja ligada à vivência das associações as raízes comunitárias, o bairrismo, a ideia de que aquilo que é nosso, feito por nós, constitui a personalidade de um povo.

Montemor-o-Velho, não seria Montemor-o-Velho, sem as suas coletividades a elas se deve a riqueza social, desportiva e artística. No entanto, a vivência coletiva não é fácil e muitas vezes a falta de meios, o desemprego, o pouco interesse dos mais novos ou a emigração tem deixado o seu rasto de perdas.

Vale-nos, no entanto, a carolice de alguns que deixam o seu orgulho ou interesse pessoal de lado e se dedicam a transformar, a atualizar projetos que envolvem velhos e novos em singular harmonia e comunicação.

Na Barcaça, tenho as memórias do meu povo, como poderia recusar os meus angustiados desabafos por causas que me vão ajudar e a perceber no velho ditado, aprender até… numa BRACAÇA, que baloiça entre o passado e o presente no associativismo local e das suas freguesias, já que na escola do

associativismo fiz a minha aprendizagem de longos anos, escutando-os e valorizando exemplos maiores de dedicações às suas coletividades…

CASA DA RODA DE MONTEMOR-O-VELHO

A 21 de novembro de 1866 foi decretada a extinção da Roda dos Expostos em todo o país. A Roda dos Expostos era um cilindro giratório de madeira, oco, utilizado para deixar crianças e bebés ao cuidado de instituições caritativas, mantendo o anonimato da pessoa expositora.

Em Montemor-o-Velho, a Casa da Roda situava-se ao cimo da Rua dos Combatentes da Grande Guerra. Era uma casa com uma só porta e uma janela, moldurada, ladeada por dois grandes cachorros circulares para vasos de pedra lavrada. Fachada de traça setecentista, porta moldurada e boleada, com inscrição no lintel da porta: “Não há na vida gosto perfeito nem descanso” [colocar desenho de Monsenhor Nunes Pereira]. Do edifício inicial já nada existe, sendo hoje uma casa de habitação particular [colocar fotografia de Mário Silva_2013].

Curiosidade: a 20 de setembro de 1942, decorria a II Grande Guerra Mundial, Miguel Torga, de visita a Montemor-o-Velho (que compara a um “cadáver” ou a um “cemitério”), faz referência a uma mulher que vivia na antiga Casa da Roda e que lhe tentara vender por 500$000 réis [qualquer coisa como 500$00 ou, a partir de 2002, 2,50€] as pias das janelas e a inscrição da padieira.




O (meu) fado de despedida

 

Esta noite sabe a traição,

A sonhos desfeitos, a quimeras,

À nossa vida que deitas no chão

À imagem partida do que eras…

 

Esta noite sabe a despedida,

Sabe a um adeus para sempre

É uma traça que segue perdida,

Tentada por luz de falso poente.

 

E eu, onde estava, já não estou,

E eu, por onde andei, já não vou,

E eu, porque quis, já não quero.

 

Agora és… um amargo de boca,

Uma sombra de raiva, mas tão pouca,

De ti, pouco ficou e nada espero.



Sombria, raiava receosa 
a manhã.
Desconhecia o acordar,
ignorava o tempo,
perdida nessa lonjura
eterna
e sem sinais.

Raiava, … talvez quisesse raiar …

Estonteada, desconhecia o caminho.
Inconstante, não sabia quem procurar.
Insegura, temia as sombras,
fugia do sol, 
escolhia as nuvens,
as mais escuras, 
onde tudo seria mais fácil.

Passaram horas, muitas,
a indecisão vencia,
apesar do imenso querer.

As horas cresciam
cada vez mais,
veio o tempo,
implacável, duro,
intolerante.

A manhã nunca raiou…
Continua à espera
interminavelmente promissora…



A PRIMAVERA DA TUA VIDA 

Continua o teu caminho

Ou melhor

Cumpre o teu destino,

Tanto faz!

 

O importante é caminhar

E ser HOMEM!

Sem arrogâncias,

Sem auto-suficiências,

Sem te pores "nos bicos dos pés" que,

Como sabes,

É um meio frágil de sustentação,

onde o homem

não é capaz de ficar muito tempo.

 

Porquê?

Porque é incómodo

E sobretudo,

porque não é natural.

 

Continua…

 

Não faças nada para que escureças

A tua vida…

Ilumina-a com as coisas boas que tens!

Transmite o que de bom existe em ti:

Amizade,

Amor,

Sabedoria.

 

Não te esqueças que tudo isto,

É a maior riqueza que podes dar e repartir

Pelos outros…

 

Age desse modo,

Para que o teu coração

Seja como uma flor

A desabrochar na Primavera

Da tua VIDA!




Ao completarem 30 anos de existência em Montemor-o-Velho é tempo das escolas (Escola Profissional de Montemor-o-Velho e Escola Profissional Agrícola Afonso Duarte) iniciarem um novo ciclo. Assim, a Associação Diogo de Azambuja, entidade proprietária das mesmas, procedeu a uma reformulação que passou pela fusão das duas escolas tendo como objetivo melhorar o seu funcionamento de forma a dar uma cada vez melhor resposta aos desafios que se vão colocando. Nasceu assim, em Montemor-o-Velho, a Escola Profissional e de Desenvolvimento Rural do Baixo Mondego (EPDRBM).

Os objetivos que a EPDRBM pretende alcançar como organização, assenta em duas ideias base:

1 – Ser uma escola de referência regional e nacional, dinâmica e dinamizadora, centrada na prestação de serviços de formação e na qualificação e certificação de competências académicas e profissionais.

 2 – Ser uma escola aberta e virada para o exterior, assumindo-se como centro de recursos e conhecimento numa rede alargada de parcerias e apostada no sucesso profissional dos seus alunos.


Para que seja possível alcançar o que se propõe, está a ser implementado um Sistema de Garantia da Qualidade alinhado com a norma EQAVET, que visa reforçar o envolvimento dos stakeholders internos e externos na vida da escola, aumentar a visibilidade dos processos e resultados e sobretudo introduzir o conceito de melhoria contínua no funcionamento da escola.


DESPERTAR PARA O DESPORTO

A opinião desportiva que mexe consigo!

O convite e a participação neste espaço muito me honram. À direção da “Barcaça” cumpre-me agradecer pela oportunidade e votar para que a missão de informar e de fazer pensar as nossas gentes seja bem-sucedida. A edificação dos valores culturais-locais é um bem escasso, que importa preservar meticulosamente. A nossa história e os nossos hábitos são a nossa impressão digital, são aquilo que nos permite ver de onde viemos e, com isso, saber para onde queremos ir. Parabéns pela iniciativa.

Pretendo propor um espaço de partilha mútua, opinando acerca dos temas em voga no plano nacional, ou aprofundando algo mais estruturante e estratégico para o desenvolvimento do desporto e para o aumento da prática de atividade física pela população.

Hoje abordo sucintamente os grandes temas deste verão.

O Sporting CP voltou aos títulos no futebol, tantos anos depois. Como se isso não bastasse, apresenta na nova época uma equipa com conteúdo, com qualidade e plena de dinâmica de vitória. Para além disso o clube fez uma época arrasadora nas modalidades, o que eleva a fasquia da competitividade em Portugal, adivinhando-se uma reação forte dos rivais de sempre. Acompanharemos.


A participação portuguesa no Jogos Olímpicos ofereceu-nos o bom, o mau, e o previsível. O bom foram as conquistas portuguesas, a organização japonesa e a perceção pública de podemos voltar a organizar grandes eventos após a trágica pandemia que ainda perdura. O mau foi o triste episódio público português, durante a final do triplo salto, protagonizado por um ícone do atletismo luso que nunca, sob qualquer justificação, poderia ter desrespeitado Portugal (porque foi disso que se tratou). O previsível foi a sensação posterior de que somos um país de enorme potencial desportivo, que porventura pouco investe na formação inicial. Muito se tem falado no desenvolvimento e organização do Desporto Escolar, associado aos resultados nos grandes eventos desportivos. Concordo, mas apenas parcialmente. O Desporto Escolar pode servir, também, para promover a identificação de talento desportivo, concorrendo para o aumento da performance. Mas o Desporto Escolar e a Educação Física têm outra missão, que não sendo concorrente, tem de ser priorizada em cada ação, em cada estratégia e em cada política – lutar contra o sedentarismo instalado, promovendo a apetência pela prática desportiva regular nos jovens e nas crianças. 

OS RESULTADOS PROVISORIOS DOS CENSOS 

Agora que saíram os resultados provisórios dos Censos 2021, são muitas as reflexões que devem ser feitas, não de forma isolada ou descontextualizada.

Várias são as minhas preocupações, que resumirei.

- A perda de gente jovem para o estrangeiro.

Parece que voltámos aos anos 70, em que houve uma emigração muito importante para a Europa porque o País não tinha valor suficiente para atrair os Portugueses. Portugal despediu-se, nestes 10 anos, de mais de 200 mil pessoas. Na sua maioria população ativa

O que fazer para segurar estas gentes?

Trabalho, carreiras dignas e justas, apoio às famílias de crianças (e neste ponto as autarquias podem e devem ser fundamentais e ter um papel mais efetivo), estabilidade familiar, habitação a preços justos…

- O saldo natural é negativo - morrem mais pessoas do que nascem.
Os incentivos à natalidade estão cheios de burocracias e deviam realmente ser incentivos (e não apenas um pacote de fraldas ou meia dúzia de tostões que não chega para pôr pão na mesa durante uma semana…). Sim, é melhor que nada. Mas não lhe chamem incentivos à natalidade.

Morrer faz parte de estar vivo. Tem que ser das primeiras prioridades numa sociedade avançada, garantir que se vive os últimos dias com dignidade, respeito, carinho. Que se envelhece com qualidade. Que os idosos são população com imenso valor. Encontro todos os dias idosos sozinhos, que não falam com ninguém durante dias. Que vivem sem as condições mínimas de habitabilidade. Que não têm dinheiro para pagar a medicação. Idosos ignorados e abandonados. Se não cuidarmos dos idosos com tudo o que merecem, que raio de sociedade somos?

- A imigração foi maior que a emigração.

Atentemos cuidadosamente a todos os imigrantes com quem nos cruzamos.

Em áreas rurais há imensa população imigrante a viver em condições desumanas. A viverem num cubículo que nem para garagem tem condições.

A passarem fome. Doentes.

É a escravatura moderna.

Numa área como a nossa, há cada vez mais imigração sazonal para trabalhar nos campos. Suspeitemos e denunciemos. Não vamos fechar os olhos.

Não deixemos que Montemor apareça nos noticiários pelas piores razões!




O DESESPERO DOS COMERCIANTES

Quem conhece o concelho de Montemor-o-Velho sabe que infelizmente cada vez são menos os comerciantes que conseguem manter os seus negócios abertos. E mesmo os que conseguem manter as “portas abertas” fazem mensalmente uma ginástica orçamental inacreditável. Não só pela falta de dinâmica, mas também pela ausência de pessoas que cada vez mais se faz sentir. Cada vez mais Montemor parece um concelho “fantasma”.

Durante o último ano e meio de pandemia que temos atravessado, temos assistido a inúmeros relatos e desabafos de comerciantes a lamentarem-se com a falta de trabalho. Se já tinham pouco trabalho, agora nem esse pouco trabalho existe.

Infelizmente já são cada vez mais os que “fazem contas à vida” e pensam duas vezes em manter as “portas abertas”.

Em novembro do ano passado fiz uma publicação nas redes sociais onde fazia um apelo aos responsáveis do município para que apresentassem soluções rápidas e robustas para apoiar os nossos comerciantes e não deixarem que desapareçam os poucos, mas grandes guerreiros que temos espalhados pelo concelho.

Ao fim de praticamente um ano venho reiterar este apelo.

Com o fim dos apoios do estado e das moratórias à vista é preciso agir com rapidez para daqui a uns tempos não estejamos a lamentar a falta dos poucos comerciantes que existem no concelho de Montemor-o-Velho.

Sei que o município criou uns incentivos para os comerciantes. No entanto esses apoios para além dos critérios serem completamente desajustados da realidade, o que levou a que muitos ficassem de fora, também aqueles que conseguiram ser contemplados verificaram que afinal eram “pequenas migalhas” que lhes estavam a dar.

De uma vez por todas é preciso criar condições e incentivos robustos para que os nossos comerciantes se consigam aguentar de “portas abertas”.

Eles são a “alma do nosso concelho”. Se o nosso concelho já tem pouca circulação de pessoas, sem eles ainda pior fica.

Eles são o primeiro cartão-de-visita que qualquer pessoa que venha ao concelho de Montemor tem.

Eles são a nossa imagem. São as nossas gentes.

Se não sabemos respeitar e acarinhar as nossas gentes, então o que andamos aqui a fazer???

Não basta fazer uns discursos bonitos ou umas palavras de conforto.

É preciso agir!

É preciso passar das palavras aos atos.

Não é só nos momentos de festa e alegria que devemos aparecer. É nestas alturas em que eles mais precisam que devemos dizer “presente” e mostrar com ações que o município não se esqueceu deles e que estará sempre, mas sempre, a lutar pelo bem-estar das suas gentes.



Eleições Autárquicas 2021

 

Inicio esta colaboração no Barcaça com gáudio, sentimento de gratidão pelo honroso convite, mas também com o sentido do dever cívico e político da participação pública.

         No momento presente, com o fito de abordar assuntos de índole regional e nacional é difícil fugir ao tema das eleições autárquicas do próximo 26 de setembro. Retirando-me de quaisquer dogmas posicionais e de fenómenos de apaixonado “clubismo” partidário, pois no exigente exercício do poder autárquico o quadro pictórico não é apenas preto e branco, acredito no quadro de princípios orientadores do PS para estas eleições autárquicas.

São 12 compromissos fundadores que exaram valores do socialismo democrático e princípios da boa governação, que ajustados à agenda da transição digital e à vital resposta às alterações climáticas, consubstanciam objetivos do desenvolvimento local e de coesão territorial. Em bom rigor: “recuperar da crise, promover o desenvolvimento local”.

O compromisso para criar condições de maior participação nas decisões locais e para uma maior descentralização de competências para as freguesias, aproximando eleitos e eleitores, reforçando as autarquias como espaços de democracia local.

O compromisso de reforçar as políticas de promoção de igualdade avaliando permanentemente as políticas de coesão e equidade territoriais, promovendo políticas de ordenamento do território que garantam a inclusão e rechacem a segregação. Estimular ativamente, em várias dimensões, a qualificação dos jovens e adultos, assim como analisar os impactos das políticas locais na igualdade de género e de várias gerações.

O compromisso de combater todas as formas de exclusão e pobreza, estimulando políticas sociais de habitação, garantindo o cabal funcionamento das políticas de educação e saúde, reforçando as autarquias como reais ativos de solidariedade.

Se estes 3 compromissos visam promover os valores da liberdade, da igualdade e da solidariedade, os próximos 3 visam o desenvolvimento local de forma sustentável. Assim, requalificar os espaços rurais, gerindo o envelhecimento e revitalizando a economia rural, torna-se essencial. Importa garantir o apoio aos idosos numa forte rede de cuidados continuados e garantir serviços de apoio à sustentabilidade rural, criando inovadoras oportunidades através da transição energética verde e da economia circular.

Promover a atratividade e fomentar a inovação revela um sério compromisso para fomentar investimentos geradores de emprego, de modernização da economia, em estreita articulação com instituições de ensino e empresas. Para este desiderato importa criar redes de inovação e qualificação da população, em concreto com competências digitais, permitindo ainda renovar equipamentos culturais.

Ordenar os territórios e reforçar a competitividade para promover um melhor ordenamento e combater fenómenos de segregação social e funcional do território, incentivando a mobilidade suave e sustentável, assim como os transportes públicos. Aumentar os espaços verdes e reforçar a competitividade das empresas e entidades de ensino superior e de investigação, numa permanente estrutura colaborativa.

Importa, enfaticamente, promover a boa governação local com os seguintes 3 princípios. O compromisso cabal dos eleitos nas listas do PS respeitarem os pressupostos éticos, os programas com que se apresentem aos eleitores e orientar toda a sua intervenção com probidade, pelo prosseguimento do interesse público. Cumprir os deveres de legalidade, justiça e imparcialidade, promover valores da igualdade e da não-discriminação, pugnar pela valorização do espaço público, do debate tolerante e plural.

O compromisso de garantir a transparência e a prestação de contas de forma pública e aberta a escrutínio, disponibilizando informação sobre os processos de decisão através de plataformas digitais, simplificando os procedimentos administrativos e a comunicação com os munícipes.

O compromisso de promover a responsabilidade financeira, com base numa gestão sustentável e eficiente dos recursos financeiros dos municípios, nomeadamente os que forem afetos às autarquias no âmbito dos planos de recuperação e dos fundos estruturais com base em prioridades publicamente assumidas.

Os últimos 3 compromissos visam garantir a solidariedade nacional com a governação local, assumindo o compromisso de privilegiar políticas de coesão territorial, diminuindo assimetrias, promovendo oportunidades de atração e fixação de recursos humanos e financeiros. Para este desiderato assumem vital importância as redes digitais de acesso universal para superar o isolamento nos territórios de baixa densidade e reduzir a mobilidade física nos territórios de densidade elevada.

O compromisso de prosseguir os processos de descentralização de competências e de recursos para a esfera local, proporcionando ganhos de escala e sinergias com base na articulação entre autarquias, em particular no âmbito das comunidades intermunicipais.

Por fim, o compromisso de garantir enquadramentos jurídicos e financeiros favoráveis ao desenvolvimento local, revendo e atualizando sempre que necessário, os instrumentos legislativos necessários, assim como disponibilizar recursos financeiros proporcionais às transferências de competências inscritas nos processos de descentralização.

Estes compromissos prestam efetiva resposta às reais necessidades e expetativas dos cidadãos. Saibamos, todos, reunir as forças e condições necessárias para executar esta exigente e ambiciosa agenda política, de forma proba e inteligente, a favor dos cidadãos e do interesse público. 

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

 


Artigo 2.º

Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autónomo ou sujeito a alguma limitação de soberania.

Sugestão de livros – graúdos e miúdos

Click para ler o livro em Pdf

Título: O livreiro de Cabul

Autora: Asme Seirstad

O livro baseado em factos reais traça numa linguagem clara e escorreita um panorama sobre o Afeganistão no início do século 21 e após a queda do regime Taliban (2001) Conta a história de uma jornalista correspondente de guerra que, após ter feito a cobertura da ofensiva da Aliança do Norte contra os taliban, se dirigiu para a cidade de Cabul onde conheceu o mais importante livreiro do Afeganistão. Da relação complexa entre esta mulher ocidental e um muçulmano convicto nasce este livro que revela o quotidiano de um povo.


Título: Lobo grande, lobo pequeno

Autor: Oliver Tallec

Do plano nacional de leitura, este livro com belas ilustrações é uma história para ler aos mais pequeninos e construir belas experiências em família.

Uma metáfora sobre a amizade e a partilha.

Absolutamente poético e comovente O Lobo Grande vivia desde sempre no cimo da colina, sozinho, debaixo de uma árvore.

Um dia chegou o Lobo Pequeno. Agora, debaixo da árvore, são dois. Mas, para o solitário Lobo Grande, aceitar outro lobo, mesmo que pequenino, não é assim tão fácil…


MÚSICA 

quarta-feira, agosto 25

BARCAÇA_01



[BARCAÇA]

O tempo foge-nos a sete pés, as memórias que ainda resistem devemos escrever porque essa é a forma do preservar e quem atrás venha, fique com um quadro umas vezes duro outras simplesmente delicioso.

Viajar na BARCAÇA ao sabor da corrente, com a força dos braços e ajuda algumas vezes da corda que ligava as duas margens, não era pera doce. Ainda o sol não tinha nascido e na volta já o sol se tinha posto, era assim o dia a dia da faina agrícola.

Lá longe na torre da igreja o sino dava as badaladas que orientavam os capatazes e ao domingo o toque da sirene avisa do meio-dia.

Foram criadas páginas com sabores, seja no desporto, associativismo, poesia, monumentalidade, histórias de outros tempos, agricultura/ formação e política regional/nacional.

Com estes ingredientes desejamos quinzenalmente fazer chegar aos nossos seguidores do Concelho, um sabor da terra das gentes da cultura do desporto, ou seja, as nossas vivências.

"aos filhos dos homens que nunca foram meninos". Soeiro Pereira Gomes. - Esteiros



Falar Desporto Regional será uma página forte da nossa BARCAÇA.

Falaremos e entrevistamos um leque de participantes tanto a nível desportivo como no associativismo. Ambos se completam e deveras importante para nossa sociedade. Se a sua participação é importante e desejamos mais envolvimento devemos estar presentes e sentir o pulsar dos seus corações.

Hoje em dia devido ao grande desgaste que os dirigentes são sujeitos e como todos sabemos os críticos de bancada são mais que muitos, vamos dar voz e acarinhar estes homens e mulheres que desenvolvem uma acção muito importante nas suas colectividades.

Ouvir as suas dificuldades, as suas lutas e os seus sonhos quem sabem se com isso lhe damos o alento necessário para continuarem a sua Obra.

Vamos palmilhar os dois Concelhos tanto de Montemor-o-Velho como da Figueira da Foz entrar nas suas sedes e saber como vão.

 

Onde se tocam, que diferenças nos trazem e mais importante quanto gratificante é o seu trabalho.

Sabemos porque já tivemos essa experiência das grandes dificuldades e hoje mais do que antes com as novas tecnologias que estão presentes em nossas casas a dificuldade do recrutamento e para ajudar estamos em anos atípicos de pandemia.

Fica a pergunta para que servem os nossos imposto?

Sobreviver é a luta desta gente que merece o nosso apoio e por isso lhe vamos dar voz. Mas não olvidamos as autarquias que têm aqui um papel muito importante de fortalecer e dar garantias que o trabalho destes homens e mulheres não desapareça porque isso é cidadania é amor à camisola.

Fazem um trabalho meritório substituindo o estado.

 


Luiz Pessoa, o nosso diretor da BARCAÇA, "navegando " agora pelas margens de vidas heroicas no passado e na sua intensa ruralidade, entendeu convidar o casal Fernandes, como escrevinhadores de unas soltos parágrafos sobre o associativismo em Montemor-o-Velho e mais adiante sobre as suas freguesias.

A cada um de nós o pulsar das nossas vivências coletivas nesta BARCAÇA, a transbordar de excelentes colaboradores, levando a bom porto este projeto de comunicação necessário e urgente num Montemor sem vozes críticas e independentes. libertadas de qualquer poder político ou religioso. num chão amado e de serviço público. Porém, no que me pede o nosso diretor Luiz Pessoa, sobre as nobres causas associativas, resta-me deixar para os historiadores o seu saber académico:

De todo e sem mesquinhas falsidades, o que me resta, repito, foi ter sido compensado por uma longa aprendizagem com centenas e centenas de entrevistados nas rádios locais, também pelos extintos jornais em Montemor, refugiando-me nos jornais da Região Centro, por aí me orgulho de ter partilhado com associativistas exemplares, a minha escola feita de carolice e apoio sistemático aos que construíram e continuam a escrever a longevidade do tecido associativo na Vila Histórica.

“Julgam por fim, os hipotéticos leitores deste curto bitaite na BARCAÇA, da minha inopinada presunção sobre matéria tão relevante como são os valores associativos por Terras de Montemor”

Com efeito, foi no seu espaço interventivo, sob a égide das artes, do recreio e do desporto, que subsiste o meu reconhecimento ainda hoje acrescido na minha memória. Julgam por fim, os hipotéticos leitores deste curto bitaite na BARCAÇA, da minha inopinada presunção sobre matéria tão relevante como são os valores associativos por Terras de Montemor, mas o sentido como o faço no jogo rasgado na sua solidariedade, limita-me no espaço como se tivesse sido um carregador de piano e que leve ele foi numa caminhada ao lado dos verdadeiros e nobres cidadãos que souberam amar as suas coletividades em Montemor e pelas suas freguesias.

De qualquer modo e reduzido no meu conhecimento histórico, quem sabe se na próxima edição da Barcaça, não trago as memórias dos Panchitas, os Castelhanos, a juventude Radiosa do Padre João Direito, quem sabe?




Capela do Mártir Santo São Sebastião

A capela do Mártir Santo São Sebastião foi edificada na sequência de uma terrível epidemia que assolou as terras de Montemor-o-Velho, em meados do século XVI. Diga-se, contextualizando, que São Sebastião era o santo invocado pelo povo como “depulsor pestilitatis” – intercessor divino e “escudo” da Igreja contra “fomes, pestes e guerras” –, pela sua resistência às flechas do primeiro martírio (associadas e interpretadas pelos fiéis como proteção contra o castigo das “flechas da peste”).

De planta centralizada, apresenta corpo de volumetria quadrangular, coberto de cúpula hemisférica simples, antecedido de alpendre com telhado de três águas. A fachada principal, orientada a poente, é rasgada por porta de verga direita, ladeada por duas janelas retangulares baixas, e protegida por alpendre de oito colunas dóricas que formam três vãos na frente e dois a cada lado. Nos ângulos do templo levantam-se quatro pináculos, formando os da frontaria, pelo agrupamento de outros dois, duas pequenas sineiras.

Na singeleza do seu interior, emerge um espaço unificado e iluminado pelas duas janelas já aludidas. Por cima do altar, emerge um lindíssimo retábulo de pedra policromada, datado também, do século XVI, com três nichos. No nicho central, guarda-se uma imagem do mártir São Sebastião e nos dois laterais as imagens de São Roque e São Lázaro. 

Os medos

As pessoas cultivavam a superstição, toda a gente tinha algo para contar de sobrenatural que, de algum modo, alguém tinha visto ou presenciado. Falavam, ao serão, em reuniões familiares. Na luz da lareira quem duvidaria da veracidade de tais narrativas? As crianças ouviam as histórias contadas como verdadeiras e, desta forma, passavam a fazer parte das suas memórias, recordações da infância fortemente reforçadas pela imaginação dos petizes. As crianças passavam facilmente de recetores a emissores destas histórias e, como quem conta um conto acrescenta um ponto, como um novelo, as histórias dos mais velhos acrescentavam-se às vivências dos mais novos, numa teia entretecida que constitui a tradição oral.

Estamos em Montemor em anos bastante recuados. Na Vila havia locais especiais onde "apareciam" os medos, e ai de quem duvidasse de tais achamentos e, principalmente, da palavra de quem os tinha observado. Na Rua Dr. José Galvão pelas dez horas da noite (hora dos medos) um caixão a rastejar atravessava a rua e, sumia-se num bueiro grande que existia encostado à casa do fidalgo José Fortunato; hoje tudo desaparecido, casa, bueiro e fidalgo. Outro local apontado era um poço (de água) empedrado situado numa terra do mesmo fidalgo, na estrada que liga a Vila de Montemor à Barca, já perto da antiga ponte.

Mas não menos assustador era a baixeira do Cano, frente à Quinta do mesmo nome, a caminho do Areal e do Moinho da Mata, é aqui o local desta história:

- Mariana era costureira e ia laborar aos dias na casa das freguesas. Ia a pé e carregava a máquina de costura à cabeça, chamada máquina de mão, porque isenta de pedal, tinha uma manivela que era acoplada à roda e era acionada pela mão da costureira. A jorna começava na alvorada e terminava ao entardecer. Comia qualquer coisa, na casa da patroa, e só depois regressava a sua casa. Uma tarde, no regresso da casa de uma família do Areal, encontrou a comadre Júlia também de Montemor e, lado a lado, animadas pela companhia recíproca, continuaram o seu caminho. Apressadas, pois, ao longe já eram visíveis as primeiras estrelas pontilhando o céu, e também porque a baixeira do Cano lhes causava receios. E, porque os sentidos iam alerta, a conversa recaiu nas aparições estranhas. "- Eu nunca vi nada, dizia a Mariana, mas acredito que alguma coisa há-de haver, ao tempo que se fala nisto, isto já vem de trás..  tenho medo!" 

“- Pois, pois, dizia a comadre, eu também nunca vi nada, mas já a minha Avó contava aquela da Galinha preta, grande grande, maior do que uma pessoa, batia as asas e fazia tanto barulho e vento que levantava o pó do chão. Eu tenho muito medo não gosto de aqui passar assim mais tarde, mas, às vezes, lá tem que ser.."

- Como a noite se aproximava, o filho da costureira ignorando que a mãe teria companhia, resolveu ir ao seu encontro. Ao vê-la ao longe, acompanhada, pensou numa brincadeira. Escondeu-se atrás duma árvore e esperou, deixou-as passar e em passo ligeiro, mas leve foi atrás delas, aproximou-se bastante e quase encostado fez um valente assopro que, naquele silêncio, soou bem audível. Ambas deram um grito, a Mariana deitou a mão á máquina e, em simultâneo, agarraram-se uma á outra, para logo se soltarem e desatarem a correr estrada fora sem olharem para trás. O rapaz que esperava uma risada e tal não aconteceu, já estava arrependido, e corria enquanto gritava "- esperem, esperem, sou eu, esperem.."  Não esperaram nada, e só quando pisaram o chão da Vila e as forças começavam a traí-las, é que pararam a tremer de medo e cansaço e olharam para trás.

Ali estava a razão de tanto medo, uma diabrura do filho da Mariana e afilhado da Júlia. Agora incrédulas quanto à situação que não esperavam, olhavam o jovem e não sabiam se haviam de ralhar, de rir, ou de chorar, pois o rapaz, arrependido, tinha perdido o riso, e um jovem triste faz pena. Decidiram-se pelo riso. Não há como uma gargalhada alegre para afastar o medo e ganhar coragem para enfrentar os receios enraizados por séculos de superstição. É assim o nosso povo e as nossas gentes.

Soneto - Cenário

Perpassas pelas brumas da memória,
E eu tão-pouco ouso imaginar
Como seria se te fosse encontrar
Segurando os fios da nossa história.

Frases avulsas, um porto vazio,
E esta ânsia que foste sem nome.
Este banquete de sabor a fome.
Este choro que não formou um rio…

Das minhas mãos o tempo que não corre
É fonte de mel de lugar nenhum
Sem saudade, alegria ou cor…

De trás da cortina a cena não sobe,
Os dias que trazem um sabor comum,
Não escutarão sussurros nem clamor!


Quem vem de longe e te avista, castelo,

Sente um arrepio de emoção,

sente o verde dos campos,

sente a mensagem de boas vindas.

Percebe que aqui moram os afetos,

que aqui somos mais nós, mais autênticos

neste reencontro de sempre

que acontece ao desfazer a curva,

dessa primeira curva

que ocultava tanto encanto.

Sorrimos deslumbrados.

O nosso rosto ganha vida,

o coração bate mais forte e

enche-se de recordações,

de memórias, de saudades.

 

Cada pedra desse castelo

conta uma história,

canta uma vida vivida

à sombra de heras viçosas.

Cada recanto é um hino,

cada olhar cúmplice trocado

sabe a alegria, sabe à ternura doce

dos encontros marcados,

tem a marca da saudade, mas

tem a cor viva da alegria.



AMIZADE
é um sentimento que ganha lugar em nosso coração, e que não se substitui por nada;
com ela se fazem amigos que deixam suas marcas...
são atos, palavras e atitudes que se enraízam no tempo e nunca mais se apagam...
quando a amizade é de coração faz com que permaneça sólida, passe o tempo que passar…
cheia de encontros e desencontros, alegrias e tristezas, mas sempre com muito carinho e compreensão, faz de pequenos instantes, grandes e inesquecíveis momentos que se transformam em felicidade!
nesta passagem pela vida…
a AMIZADE terá de ser bela, pura e simples!



Em pleno século 21, com a sociedade a transformar-se e permear-se cada vez mais para ser justa, ecológica, educativa, entusiasta, cultural, saudável, acentua-se ainda mais a necessidade de ultrapassar tantas posições do século passado.

Com as eleições autárquicas à porta, e como é publico a minha envolvência no projeto apoiado pela CDU, muitos têm sido os contactos que tenho(temos)feito.

E já ouvi:

“Voto em vocês, contem com isso. Mas não pode ser público porque se sabem que estou convosco, terei represálias”.

“Não posso fazer parte das vossas listas porque tenho um negócio e tenho medo de

perder clientes”

“Não posso apoiar-vos porque temo ser despedido”

Entendo os receios partilhados, porque sei que são reais e têm o seu fundo de verdade. Porque sei que as pessoas ainda são julgadas pelo seu trabalho, pela sua posição social, pela sua cor, pela sua orientação sexual, também, pela sua posição política.

Este sentimento de “ser refém” de alguém, uma instituição, uma administração, um

patrão, da própria sociedade em si, diminuía participação democrática e enfraquece

a própria democracia. Fragilizar a democracia aperta-me o coração.

Felizmente eu consigo afirmar-me como Mulher, como Mãe, como Médica, como heterossexual, como defensora de uma sociedade que projeto e idealizo adequada às minhas filhas (como crianças), à minha Mãe (como idosa), a mim (como população ativa).

Há dias que custam mais.

Há dias que são mais difíceis, porque vejo atropelados os direitos das crianças.

Há dias que me sinto inferiorizada por ser mulher.

Há dias que me olham de lado por ser muito “opinadora”.

Há dia sem que o meu coração fica devastado por ver os idosos a serem maltratados (pela família, pelos cuidadores), sem resposta do sistema que nos deveria amparar quando tudo falha).

O resto dos dias sinto-me livre, capaz de assumir as minhas escolhas, o meu caminho, as minhas lutas. E com força para contrariar posturas e comportamentos

e sentimentos do século passado, inquisição-like.

Caça às bruxas, não obrigada!!




A vacina do Baixo Mondego. Uma realidade ou uma miragem?

Ao longo deste último ano e meio não ouvimos falar de outra coisa que não seja da tão desejada vacina para que possamos deixar este calvário que todos temos atravessado, onde vamos perdendo muitos dos nossos hábitos, dos nossos costumes, das nossas relações interpessoais e até mesmo de amigos e familiares.

No entanto o concelho de Montemor-o-Velho há muito que necessita de uma “vacina” que o faça despertar para o país e o mundo.

Nos últimos dias, com a saída dos resultados preliminares dos Censos 2021, apercebemo-nos da urgência de implementação de medidas para inverter a situação em que se encontra o nosso concelho. Temos uma quebra demográfica superior à média nacional. Temos um concelho envelhecido e nada atrativo para a fixação de jovens. Montemor é um concelho riquíssimo e um verdadeiro diamante por lapidar. Desde a agricultura, a cultura, o desporto e a gastronomia que temos uma panóplia de recursos que deviam ser explorados para tornarmos o nosso concelho atrativo e dinâmico. Montemor podia ser um verdadeiro oásis da Região Centro. Ou como costumo dizer muitas vezes, podia ser a “Capital do Baixo Mondego”.

Ø   Como é possível temos o segundo maior castelo do país, inúmeros monumentos

Ø  culturais e menos atrativos turisticamente?

Ø   Como é possível ainda não termos acessos e infraestruturas suficientes que nos liguem facilmente dentro do concelho e os concelhos limítrofes seja de autocarro, comboio ou carro?

Ø   Como é possível temos um concelho com uma das maiores ofertas gastronómicas do país e não sabemos explorar essa marca?

Ø   Como é possível temos uma escola como o CITEC e um festival como o CITEMOR e não explorar essa marca?

Ø   Como é possível não criarmos condições mínimas para fixar jovens e empresários?

Ø  Mas ao invés de isso, temos assistido a um concelho cada vez mais estagnado e esquecido no tempo.

Um jovem da minha geração ou mais novo, hoje em dia, não tem qualquer atração ou incentivo que o faça permanecer no concelho. Desde cedo que somos obrigados a sair do concelho seja por questões de educação, de saúde ou profissionais levando-nos a um afastamento que a médio prazo se torna permanente.

É preciso inverter este ciclo. De criar condições para que os jovens se fixem no concelho. Não é difícil conseguirmos isso. Basta querer!!!...

Num ano em que se avizinham eleições autárquicas é importante que os protagonistas apresentem soluções para estes “velhos problemas”. Os montemorenses estão cansados de ouvir falar em projetos e soluções que nunca passam do papel. É preciso que sejam pragmáticos e concisos.

Os montemorenses têm de acreditar que é possível ter um concelho jovem, atrativo e dinâmico.

Os montemorenses têm de acreditar que é possível sermos a Capital do Baixo Mondego.


DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

Artigo 1.º

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.


BARCAÇA_MAIO

  Para garantir a redução do expediente extenuante, os trabalhadores da cidade de Chicago organizaram uma greve para o  1º de maio  de 1886....