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terça-feira, fevereiro 15

BARCAÇA 13

 


A incerta (in) certeza do risco 

A incerteza, a inconstância e as surpresas fazem parte da vida, na verdade há várias formas de lidar com a ansiedade e até com o medo que as mesmas provocam, como sabemos há até medicamentos, como ansiolíticos e antidepressivos que podem ajudar a controlar a ansiedade, no entanto, apenas os devemos tomar com prescrição médica especializada. Deste modo, podemos recorrer a outras medicinas alternativas ou produtos naturais, textos de autoajuda, o que quiserem… o que dificilmente conseguirão é fugir ao sentimento de incerteza, de ansiedade e até diria de temor de cada vez que, fugindo à alienação da rotina diária, pretendem inteirar-se do que se passa em Portugal e no Mundo.

No mês dos enamorados iniciamos em Portugal um novo ciclo político com a receção de todos os partidos políticos (menos o Chega) pelo atual e futuro primeiro-ministro. Será uma demonstração de abertura e verdadeiro diálogo político? Ou apenas propaganda? Nesta altura discutem-se as medidas de alívio ao combate à pandemia. Será que as mutações do vírus permitirão o retorno à normalidade? Pelo menos ao novo normal, ou será que o fantasma de uma doença que pode deixar sequelas muito graves ou provocar a morte continuará a pairar sobre nós, mesmo com o paliativo das vacinas. A Rússia vai invadir a Ucrânia? Ou o desplante Russo apenas vai deixar a Europa mais fragilizada no mapa geopolítico mundial? Como vão ser aplicados os dinheiros europeus da dita “bazuca”? Como se vai restruturar a economia portuguesa? Como vai ser a próxima crise económica? Quando a carestia dos combustíveis tornará insuportável o dia-a-dia das famílias portuguesas?  

A incerteza da vida tem, segundo dizem alguns, o antídoto da esperança e, na verdade, a esperança podia até mudar o mundo, no fora o problema sério da confusão que existe entre “esperança” e fé (zada). Porque na verdade, a esperança, a verdadeira esperança, é aquela que merece o que se prepara com talento e disciplina e a outra, é a espera de um “milagre” de um aluno cábula que insiste em nada fazer, mas que espera mesmo assim, que o teste seja fácil.

Na primeira página da Barcaça, resta-me desejar aos nossos leitores o paliativo da leitura, da informação e da cultura e já agora a paz dos filósofos. 


Vida para lá da porta.

O desapontar dos meus sonhos como atleta, dirigente, sócio, simpatizante e como o comum dos mortais que por diversas vezes perde um pouco de tempo para assistir a manifestações delirantes de jogadores, dirigentes, assistentes que se esquecem que estão a ser filmados, mesmo assim intervêm duma forma que só não afastam mais as pessoas dos campos de futebol, porque a classe política, seja de S. Bento, como a nível camarário convivem de braço dado com os senhores da bola.

Não é caso inédito nem vai parar, a corrupção instalada, a demora nos processos que são investigados e demoram anos, visto serem eles que elegem os membros da Federação, Conselho de Disciplina, Conselho de Arbitragem, convidam os juízes, ou seja "la famiglia" 

Não estamos a lidar com nenhuns santos de sacristia, mas sim com os donos disto tudo, sendo verdade as declarações do presidente do SCP, treinador e vice-presidente do FCP fizeram uma espera aquando da sua ida para o autocarro… nem sei o que dizer. As agressões no final do jogo por parte de jogadores, dirigentes, assistentes de jogo está tudo aí gravado nas televisões, vamos esperar para ver como vão mais uma vez branquear tudo isto, (até à data nenhum dos membros da federação/arbitragem e Governo não disseram nada.)

Mas não nos podemos colocar neste patamar, as coletividades que têm ao longo dos anos sobrevivido pela carolice dos seus dirigentes é o Movimento Associativo das nossas gentes.

Muito se faz por esse concelho da Figueira da Foz como pelo de Montemor-o-Velho em prol das suas gentes, na ocupação dos seus tempos livres, dando valências para um bem-estar da sua comunidade. Em Áreas tão diversas, como ginástica sénior, karaté, dança, pingue pong, orientação, voleibol, futebol, hóquei em patins, basquetebol, remo, surf, teatro, pesca e poderia estar aqui a descrever muitas mais.

São estas associações, coletividades que tem transportado ao longo dos anos muitas das responsabilidades do Estado, que aparece nos momentos altos e quando existem dificuldades muitas vezes desaparecem ou voltam nas campanhas.

Mas os tempos são mudança, por isso também aqui devemos acompanhar os tempos e as vontades, pede-se que sejamos eficazes nas atividades, nos objetivos e no seu desempenho, dar passos seguros para que não nos vejamos em default no que toca à sua própria sobrevivência.

O planeamento das atividades é o primeiro passo para o bom desempenho com orientações claras sustentadas e vocacionadas para o seu público. Sabemos que as novas tecnologias retiraram das coletividades alguns jovens, mas devem ser elas a modernizar-se e irem ao encontro dos jovens que são a base da sua existência.

Os tempos que se aproximam tem novos ventos e novos rumos deveremos saber aproveitar e verificar o que necessitam os nossos habitantes e dessa forma conseguir conciliar a vida associativa a escola e a família.

Um dos primeiros passos julgo que está a ser dado, que é juntar todas as associações e fazerem um debate série e franco para onde vamos ou melhor para onde desejamos ir?

E dentro das possibilidades sem perder a identidade de cado um arranjar uma forma de conseguirem interagir e assim ficarem mais fortes para levar a cabo a sua missão.

(Juntos Por Vós)

IGREJA DE SÃO MARTINHO

     A atual configuração da matriz de Montemor-o-Velho data do século XV, mas, tal como o castelo que a tutela, a sua história é bem mais rica e iniciou-se alguns séculos antes. A arqueologia ainda não desvendou as origens do templo, que aparece documentado no século IX, época em que aqui se terá fundado um mosteiro beneditino vinculado ao cenóbio de Lorvão. Nos tempos seguintes, Montemor esteve na linha da frente da luta pelo território e, entre conquistas e reconquistas, só em 1130 (pouco antes da conquista definitiva de Lisboa) se terá reedificado a igreja, conforme sugere a inscrição que acompanha a fachada principal do templo.



Na Baixa Idade Média, Montemor foi um dos locais mais importantes do reino, estatuto que a documentação remanescente bem evidencia. No entanto, foi no efémero governo do Infante D. Pedro, senhor de Montemor, que se edificou o atual edifício, ao abrigo de um elegante estilo quatrocentista, mais heterogéneo e rico que a simples redução tipológica aos cânones saídos do mosteiro da Batalha.

Inscrevendo-se num gótico simples e austero de tipo regional, ainda que com algumas alterações posteriores (arco cruzeiro maneirista, torre sineira de tipo setecentista, retábulos laterais maneiristas, retábulo colateral barroco, túmulo de Luís Pessoa manuelino, sendo o jacente de tipo renascentista), a igreja paroquial de São Martinho é um templo de alguma monumentalidade, com corpo de oito tramos seccionados por arcos torais apontados, e capela-mor de dois tramos, acessível por arco triunfal de volta perfeita.

No início do século XVI, a relevância religiosa do monumento fez com que aqui se tivessem feito enterrar alguns importantes nobres da região. Foi o caso do cavaleiro da Casa Real Manuel Pessoa de Sá e Cunha (falecido em 1531), e de sua mulher, D. Mécia Quaresma Costa, que repousam em túmulo inscrito em arcossólio no primeiro tramo da nave, acompanhado de legenda epigráfica.

A 19 fevereiro 2002 o templo é classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 5/2002, DR, 1ª série-B, n.º 42.

DESPERTAR PARA O DESPORTO

A opinião desportiva que mexe consigo!

O futebol português, outra vez o futebol português! O clássico da última jornada, entre Porto e Sporting, permitiu desnudar os meandros mais obscuros do futebol em Portugal, que, oportunamente, chamo “dark football”. O lado mais escuro do futebol ficou, então, completamente a descoberto.

Mais do que encontrar culpados, em alusão ao já célebre “passa-culpas” habitual no futebol português, importa, no meu entender, perceber as causas para, capazmente, conseguir definir as melhores estratégias de superação.

A falta de educação, a cultura desportiva (ou a falta dela), a formação de todos os agentes desportivos (incluindo árbitros e dirigentes) ou a instrumentalização consentida dos media – tudo isto são fatores concorrentes para aqueles acontecimentos lamentáveis, constrangedores, mas esperados. Esperados porque são recorrentes, esperados porque são aceites por todos nós, esperados porque nunca têm consequências condizentes com a defesa dos nobres valores do desporto e esperados porque… voltarão, inevitavelmente, a acontecer.

Impõe-se, portanto, uma aposta clara e urgente no conhecimento. A Escola tem de ter um papel muito mais importante no seio do Futebol, promovendo novas tendências comportamentais e concorrendo para uma renovação do ambiente contextual, excluindo os impreparados, os incapazes e os incompetentes.  


Repórter Mabor

Desta vez não quero saber da "esfusiante popularidade" do jornaleiro em fim de semana no antigo Campo das Lages, misturando a paixão com a minha juventude, buscando aqui e ali os pormenores dos jogos do A.C.M, publicados depois no Figueira Spor, tudo isto tão distante como são os anos que nos separam das multidões daquela época,1959/60.

Desta vez não quero trilhar a honrosa cultura desportiva desse tempo, feito de amor e coragem pelas atividades desportivas e populares, qual festa aos domingos nas Lages e noutras localidades por Terras de Montemor...

É certo que nada temos a ver com os Velhos do Restelo, receosos de aventuras e outros perigos constantes, face as mudanças e progressos transformadores da sociedade, não vou por aí caindo no abismo e no receio da evolução, trazendo consigo o que mais admiramos e se conjuga na melhor educação de hábitos e proximidade cultural e social, não vamos por aí.

Estamos, pois, esclarecidos que as minhas botas não são de elástico, mas por ser um apaixonado pelos novos métodos, quer sejam desportivos ou outros que nos conduzem aos melhores conhecimentos e aproveitamento intelectual e físico, acham que vou de Barcaça, rio acima, remando com alegria para assistir ao que se passa agora nos campos de futebol? 

As transformações de hoje são brutais nos adeptos fanatizados, mas não é só nesse circuito de muitos e variados rebanhos, ainda com a ajuda da polícia que leva os meninos à escola! 

O gravíssimo problema prolonga-se nos dirigentes que não são capazes de se unir e exigir ao governo, que assume na lei e na sua funcionalidade a ordem que nos permita ver um jogo de futebol e a seguir não sermos empurrados para uma maca a caminho do hospital.

Quem vive a paixão do jogo e sabe a sua enorme capacidade emotiva, disputada com o limite das emoções entre os praticantes da modalidade reconhecendo que essas motivações vão ao encontro das multidões, compete aos que ganham milhões nesta atividade, promover duras regras para não deixar cair na lama esta bela modalidade que se joga com arte e algum talento.

Velho sou, do Restelo não quero ser, apoiar esta bagunçada só com fortes pelotões com balas de borracha, já que o perigo se solta um pouco por todo o lado, vai cada vez mais afastando o público dos estádios, a não ser que a nossa proteção se faça de capacetes e outras disparatadas defesas.

A Fortuna um dia acordou bem-disposta e saiu para a rua esperando dar oiro em moedas a quem muito bem quisesse ser "afortunado".

 Depois de muito andar encontrou um mendigo e perguntou se ele ficar rico, e não ter que se preocupar com mais nada.

 - Então está claro que quero! Tenho passado uma vida de miséria, é tempo de isso acabar.

 - Abre então o saco e vamos a isto! Mas, repara bem que se o saco romper, tudo o que tocar o chão se fará em pó. Vamos a isto, mas com cuidado.

 O pobre homem abriu o saco e a Fortuna ia despejando, despejando, até que ela lhe diz:

 - Olha lá que o saco é velho e se ele rompe... , tudo se faz em pó.

 -É velho, mas aguenta bem. Despeja, despeja mais que ele aguenta bem.

 Ainda falava quando o saco rebenta e ao tocar o chão tudo se faz em pó.

 - Vez o que deu? 

A tua ambição fez com que fiques mais pobre que antes.

 Tinhas um saco e agora nem isso tens, tudo por causa da tua ambição.

 Dito isto, a Fortuna desapareceu e o pobre fez- se à estrada pois a barriga não se compadece de quem não tem juízo.

 A ganância é má conselheira.

A Comadre Morte

Há já algum tempo estava eu a aguardar a minha vez para uma consulta médica, e ouvi uma historieta que achei engraçada. É em jeito de brincadeira, mas no meu entender aponta o real.

No entanto encarar o menos bom com um sorriso, também não faz mal... 

Já dizia o grande Actor Vasco Santana "se tem que morrer que morra a rir"!

Vou então recordar.

"Era uma vez"...

Um casal que vivia feliz e aguardava o nascimento do seu Bebé.

Cheios de esperanças desejavam viver muitos anos para criar o filho os netos e se possível os bisnetos, ansiavam mesmo ter uma vida longa. Mas como realizar tão forte desejo?

A esposa disse que ia pensar...

E daí a dias informou o marido que já tinha uma ideia; ele ansioso logo se acomodou ao lado dela pronto para ouvir. Ela já decidira, iriam convidar a Morte para Madrinha do filho, ficariam assim com o laço de Compadres e claro da parte da Morte sempre haveria uma atenção, ela não deixaria de os "avisar" com antecedência...

E tudo aconteceu como idealizara; o Bebé cresceu, foi jovem, depois foi pai e avô. Entretanto o tempo tinha passado e o casal, já idoso, há muito que tinha queixas no que refere à saúde.

Um dia, de surpresa a Morte apareceu, vinha buscá-los, estava na altura...O marido nada disse, mas a mulher argumentou: então Comadre Morte vem assim, sem nem sequer nos avisar?

E a morte respondeu; sem avisar? como assim? Há quanto tempo lhes estou a mandar avisos. Avisos? responderam ambos sem perceberem...

Então a Morte explicou; há quantos anos começaram a sofrer dos ossos, a ver mal, a perder dentes, a cansar, a ter de parar ao subir ladeiras, a ver o cabelo a branquear, a pele a enrugar...estes foram os avisos que lhes mandei, e creiam que fui amiga, fui Comadre, mandei muitos! Não tenho culpa da vossa distração. E indiferente porque tinha avisado, cumpriu a tarefa, que ali a levou, levando os Compadres.   

 

(Pela minha parte sou a dizer que "ela" também me tem mandado alguns dos tais avisos... 

Mercê desse conhecimento eu fiz estas rimas dirigidas ao meu maridão.)

 

RECADO

Quando eu morrer, mantém a calma:
Não penses em rezar, nem tenhas dó,
Eu não creio na existência da alma
Mas que a vida acaba e o corpo é pó.


Flores à minha volta, também não:
Elas são vida, merecem outra sorte,
Que não aquela, que é só ilusão
Mero capricho, ou hábito na morte.


Guarda para ti a minha imagem.
Morrer é natural, não há opção.
Eu tomo a dianteira, vou nessa viagem,

Mas tu irás também, noutra ocasião.

Viajante

 

Na boca do tempo há uma viagem,

Que nasce sempre na dobra do medo,

Não se esconde e não será segredo,

Marca é um ritual de passagem…

 

 Da terra eu não serei, eu sou do vento!

Com pó de caminhante nos cabelos,

Com lembranças que ligo em novelos,

Um peso que transporto sem lamento.

 

 Sonhei ficar, mas as paredes caem,

Dentro a voz do vento adivinho,

Calço as sandálias de viajante…

 

 As lágrimas que voam já não traem,

São cristais que indicam o caminho,

E que me levam sempre adiante…

Hoje, na minha estante predileta,

olhei de novo

aquela tua moldura nossa,

onde sempre sinto o calor do teu rosto,

naquela foto (sabes qual é?

ainda a recordas?) _

e soou em mim

a voz que ainda dela emana,

o cheiro a ternura

do teu doce olhar…

Vi-te sorrir como outrora,

apesar desse ar sério

que o tempo compôs…

Vi o brilho húmido e sedutor

(sempre sedutor!)

do teu olhar…

Olhei de novo

sem reservas,

sem nostalgia sequer,

vencida a barreira da distância…

Olhei atenta e repetidamente:

a magia do teu rosto

mantém-se intacta …

SER MELHOR

 

Ser melhor é abrir

NOVOS HORIZONTES!

 

... é um trabalho de continuidade...

 

É querer um frente a frente

Com os seres deste mundo

Para lhes explicar as ideias, as emoções

Que brotam cá do fundo

 

É não dizer tudo o que penso

Por não ser oportuno

É ter que aprender metodologias

Para meu discurso amadurecer

 

Ser melhor é abrir

NOVOS HORIZONTES!

 

... é um trabalho de continuidade...


A VIOLÊNCIA (DOMÉSTICA) E A SUA NORMALIZAÇÃO

Definição de Violência Doméstica: “crime público cometido por quem infligir maus-tratos físicos ou psíquicos a elementos do próprio agregado familiar ou a pessoa que, não integrando o mesmo agregado, seja cônjuge ou ex-cônjuge, companheiro ou ex-companheiro, ascendente ou descendente”.


A Violência Doméstica pode ser física, psicológica / verbal, sexual, negligência / abandono, financeira / económica.


A Violência Doméstica pode ser infligida por Pais / tutores a filhos, por filhos a Pais ou Avós, a companheiros ou ex-companheiros.


A Violência Doméstica é mais frequente em mulheres, mas os homens já representam cerca de 10% das vítimas.


A Violência Doméstica é mais frequente entre casais, mas crescem o número de casos de violência no namoro e o número de vítimas idosas por parte dos seus cuidadores.


A Violência Doméstica é um crime público, ou seja, qualquer pessoa que saiba OU SUSPEITE de um caso tem a obrigação de denunciar.

 

Há uns tempos tive um casal que veio a consulta “de rotina” – sou Médica de Família. No meio da conversa, a esposa começa a contar alguns pormenores da sua vida pessoal, esperando que eu anuísse e concordasse que “era normal”. O marido dizia que era tudo verdade, que às vezes ficava tão furioso que descarregava na esposa e na filha tudo o que sente. “Nunca lhes bati, consigo controlar-me”, mas o chorrilho de ameaças e o nível do discurso era claramente violência. Ambos ficaram muito surpreendidos quando eu disse que a senhora era vítima de Violência Doméstica e que o senhor era o agressor da esposa e da filha e que estava a cometer um crime.

Sabe-se que, supostamente, aquela senhora tem os cêntimos contados pelo marido para ir às compras porque ele é “controlador”;

Sabe-se que, supostamente, aquele senhor não vai à bola com os amigos porque a mulher é muito ciumenta, é muito “possessiva”;

Sabe-se que, supostamente, aquela jovem tem que se vestir de certa maneira porque o namorado não gosta que ela ande na rua de forma “provocadora”;

Sabe-se que, supostamente, naquela casa vive um idoso sozinho, assistido pelos filhos que passam vários dias sem lá ir;

Sabe-se que, supostamente, o Bruno de Carvalho está a exercer violência contra uma mulher com quem terá uma relação amorosa, num programa de televisão, e que a própria apresentadora Cristina Ferreira (julgo ter também ações da empresa e ter um cargo de chefia) diz que deve manter uma postura “imparcial e justa”.

Eu não sigo o programa, nunca vi nenhum episódio. Nem sei os pormenores dos momentos em que o Bruno de Carvalho abusou da Liliana – foi violência física ou psicológica? Não sei, nem vou saber, por falta de curiosidade para escorregar nesse lodo. A minha questão nem é essa!

A questão é que em momento algum um cidadão deve ser “imparcial” num suposto caso de Violência Doméstica. Ainda por mais, se esse cidadão, tem benefícios naquela contenda – relembro que a própria TVI estava a ganhar dinheiro com toda a especulação e estória montada à volta do Bruno de Carvalho.


Há a possibilidade de um concorrente estar a ser violento, e só porque estão numa casa fechada, pode tolerar-se tudo? Podemos dizer que está tudo bem? “Eles que se entendam”? Ou então “ela não se queixou” é suficiente para acreditarmos que não houve Violência Doméstica? Não devia partir da TVI, imediatamente, a iniciativa de apurar a questão? Ou vamos acreditar no que diz o alegado agressor “eu nunca fui violento”?

 

Quantas vítimas levam tempo (anos!!!!) a perceber e a assumir que vivem uma relação violenta? Quantas vítimas, mesmo após terem feito queixa nas autoridades competentes, voltam atrás e retiram a queixa? Assumem que é um não-assunto?

Quantas vítimas se sentem humilhadas, sozinhas, com medo, desprotegidas por todos?

E quantos agressores são violentos sem se darem conta que realmente os seus atos são criminosos? Eu acredito que muitos agressores nem têm noção de que são agressores, que estão a cometer um crime público que dá cadeia…


Até quando vamos normalizar o que é impossível (algum dia voltar a ser normal)?

A sociedade tem evoluído.

A homossexualidade já não é crime (ainda há muito a aceitar).

A mulher em um papel (tão) importante como o homem (ainda há muito a melhorar).

E em relação à Violência Doméstica foram feitos grandes avanços, mas há tanto, mas tanto a fazer.

Este exemplo do Bruno de Carvalho, a postura da TVI, as palavas da Cristina Ferreira…. Demonstram que ainda vivemos muito atrasados nesta matéria e que para muitos a Violência Doméstica não existe, que é um entretenimento e que até dá para fazer dinheiro.

Por parte da sociedade ainda há muito estigma em chamar as coisas pelos nomes. Ainda há quem ache que a Violência Doméstica é uma coisa só dos filmes, que não bate à porta dos nossos vizinhos ou dos nossos amigos. Há quem ache que é só uma coisa dos pobres que vivem em bairros de lata. Há quem ache que é só dos drogados e dos bêbedos quando perdem a cabeça. Há quem ache que é só quando alguém morre com um tiro.

Acredito que todos nós podemos fazer mais. Para começar, falar no assunto sem qualquer tabu. Introduzir o tema na escola às crianças. Nas consultas com os médicos. No supermercado. No café. No trabalho. Com os amigos. Falar sobre o tema, saber mais e aprender mais sobre Violência Doméstica. Só capacitando as pessoas com conhecimento, podemos estar mais alerta, suspeitar, ajudar, apoiar, denunciar. Há muito a ser feito na sensibilização para a Violência Doméstica.

Sem dúvida que as autarquias têm uma acção central na educação de temas tão importantes como este. Por exemplo, aproveitar o Dia de São Valentim, um dia capitalista onde todos compram flores e têm um jantar diferente, para fazer as Tertúlias de São Valentim: tertúlias e exposições e debates e partilhas sobre o que é certo e o que é errado; sobre o amor saudável e o amor doentio; sobre o que é uma relação saudável e uma relação tóxica; sobre o que é normal e o que é Violência Doméstica.

A Violência Doméstica nunca, mas nunca, será normal. Mesmo de todas as vezes que as vítimas digam que não faz mal ou que os agressores digam que foi sem querer.

Eu não quero politizar este assunto, mas sei que há partidos que mais têm defendido as vítimas e que têm lutado para melhorar as vidas das pessoas depois de terem sido vítimas.

Sim, as vítimas têm vida futura.

Há sempre esperança!

 

https://apav.pt/apav_v3/index.php/pt/folhas-informativas

 


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Junta de Freguesia de Montemor-o-Velho e Gatões 

Temos finalmente fumo branco.

Foi com grande satisfação e entusiasmo que recebi a notícia de que finalmente a questão do executivo da União de Freguesias de Montemor e Gatões está resolvida.

Ao fim de uns intensos e longos quatro meses houve um entendimento entre elementos da lista do PSD e PS para viabilizarem um executivo para a junta de freguesia. Executivo esse que será composto por dois elementos do PSD e um do PS.

Esta era uma situação que já se estava a tornar incompreensível e absolutamente inaceitável. Isto porque sem executivo não era possível a junta de freguesia fazer o seu trabalho de forma normal, tranquila e sem quaisquer limitações.

Infelizmente esta situação arrastou-se para a comunicação social pelas piores razões. E apenas com o intuito de criar conflitos e intrigas entre as pessoas.

É absolutamente inaceitável a forma como certos elementos eleitos de algumas listas encarou e lidou com a situação. Em vez de aceitarem os resultados, chegarem a um entendimento e defenderem os interesses da população, apenas se preocuparam com a questão da representatividade partidária e interesses pessoais. Uma situação verdadeiramente deplorável.

Mas parece que ao fim deste tempo todo tivemos uma luz ao fundo do túnel.

Finalmente os cidadãos pertencentes à união de freguesias de Montemor e Gatões deixam de estar prejudicados em relação às outras freguesias porque, agora sim, a junta de freguesia pode começar a trabalhar em prol dos interesses da sua população.

Não posso deixar de manifestar aqui o meu apreço e afeto pela forma como o presidente da Junta de Freguesia, António Pardal, conduziu todo este processo.

Só uma pessoa competente, experiente e com um verdadeiro espírito de missão em prol dos interesses da sociedade e da sua freguesia podia conduzir e levar com que este processo acabasse da melhor maneira possível.

Desejo agora um bom trabalho para todo o executivo eleito da junta de freguesia.



Quando o Luíz me desafiou a escrever no seu jornal digital, “Barcaça”, a propósito dos concelhos de Montemor-o-Velho e Figueira da Foz enquanto militante socialista, por cortesia e alguma malvadez à mistura, anuí, no entanto com uma acentuada sensação “déjà vu” de estar a voltar atrás, a capítulos que encerrei há muito.

Afinal de contas, fi-lo por diversas vezes no passado na “Linha do Oeste”, no “Jornal de Notícias”, no diário “as Beiras”, no “Baixo-Mondego e Gândaras”, no “Jornal de Nisa”, no “Facebook” entre outras publicações de caráter mais ou menos restrito, tendo nos últimos dois anos e picos para cá, passe a imodéstia com bastante êxito, escrito apenas textos destinados à promoção imobiliária da Century21 AQUA com quem trabalho, portanto, bem longe das brigas partidárias a que se dedicam aqueles e aquelas que nelas intervêm e delas tiram partido.

De todas as formas, porque o Luíz teve a “lata” de me desafiar mesmo sabendo que tenho estado retirado de tais lides, vou corresponder com a mesma “lata” e tentar estar à altura do desafio, declarando desde logo não ser indivíduo de bons modos nem dado a dourar a pílula ou relativizar os assuntos sobre os quais reflito e escrevo, como também nunca fui e não serei partidário do Bloco Central ou Centrão como também é conhecido, designadamente naquele registo onde se é adversário na retórica mas cúmplice nos negócios…, em que os cargos políticos passam a ser encarados como “empregos de longa duração” e não circunstâncias temporárias de participação cívica e entrega à causa pública, sempre em nome de toda a comunidade e nunca em nome pessoal ou como beneficiário principal dos resultados.

Bastará convocarmos a memória individual e coletiva para avaliar com independência e frieza a história recente destes dois concelhos, em que boa parte das expectativas geradas não foram cumpridas: a governação não foi centrada nos cidadãos nem nas especificidades dos territórios; não foi gerado mais emprego e oportunidades para todos; não ficámos melhor do que estávamos; não conseguimos inverter o decréscimo demográfico nem atrair novos habitantes; não passámos a fornecer melhores e mais baratos serviços básicos de água, saneamento, transportes, habitação, recolha de lixo e resíduos – a eletricidade, gás, comunicações, redes digitais e combustíveis não dependem dos municípios e estão pela hora da morte…!; não estimulámos nem diversificámos o comércio, indústria, agricultura e pescas, salvo em casos cujo mérito se deveu quase sempre à teimosia dos promotores; não foi feito nada de relevante no sector turístico, sendo suficiente para o afirmar confrontar o passado com o presente e ver em que se tornaram a cidade e concelho da Figueira da Foz, tal como a vila e concelho de Montemor-o-Velho!

Por outro lado, excetuando quando se deslocam em viaturas com semáforos, envergam capacetes, coletes e blusões florescentes, dando entrevistas aos media, quais catedráticos da proteção civil e prevenção de catástrofes, em matéria de políticas ambientais estamos conversados, isto é, nada!, bem pelo contrário, pois por não estarem em linha com as ameaças climáticas e as verdadeiras mutações naturais perpetradas pela humanidade, continuam a desprezar as ameaças e a varrer as soluções para debaixo do tapete, chegando ao cúmulo de voltar a construir em leitos de cheia e zonas sensíveis, tal como nos assuntos socioculturais e exclusão, ainda não perceberam que o combate à pobreza e o apoio à velhice, não pode ser depositado pura e simplesmente nas mãos de empresas e instituições vorazes que mais não veem nos idosos e pobres senão cifrões fáceis e seguros, olvidando as suas legitimas expectativas e direitos de preferirem prosseguir em regime aberto em vez de institucionalizações forçadas.

Sei que pode parecer catastrofista esta minha retórica. Catastrofista, pessimista e pouco atrativa, obviamente resultante de uma vida muito ativa e repleta de experiências e feitos em diversos continentes, países, territórios, regiões, concelhos, freguesias e lugares, particularmente nos concelhos sobre os quais devo escrever, Montemor-o-Velho e Figueira da Foz, que adoro e a quem dediquei com excelentes resultados e realizações concretas parte da minha vida, mas onde não sou correspondido nem compreendido, apenas porque tenho memória, mundividência e a coragem de emitir pareceres que não me pedem.

É assim que o meu nome soa e a minha militância é exercida!


SINOPSE

Violeta del Valle é a primeira rapariga numa família de cinco irmãos truculentos. Nasce num dia de tempestade, em 1920, quando ainda se sentem os efeitos devastadores da Grande Guerra e a gripe espanhola chega ao seu país natal, na América do Sul.

Graças à ação determinada do pai, a família sairá incólume desta crise, apenas para ter de enfrentar uma outra: a Grande Depressão. A elegante vida urbana que Violeta conhecia até então muda drasticamente. Os Del Valle são forçados a viver numa região selvagem e remota, onde Violeta atinge a maioridade e viverá o primeiro amor.

Décadas depois, numa longa carta dirigida ao seu companheiro espiritual, o mais profundo amor da sua longa existência, Violeta relembra desgostos amorosos e apaixonadas relações, momentos de pobreza e de prosperidade, perdas terríveis e alegrias imensas. A sua vida será moldada por alguns dos momentos mais importantes da História: a luta pelos direitos da mulher, a ascensão e queda de tiranos, os ecos longínquos da Segunda Guerra Mundial.

Contado a partir do olhar de uma mulher determinada, de paixões intensas, com uma vida plena de sobressaltos, Violeta é um romance épico, inspirador e emotivo, ao melhor estilo de Isabel Allende.


Si me quieres escribir
Ya sabes mi paradero
En el frente de batalla, primera línea de fuego
En el frente de batalla, primera línea de fuego
Si tú quieres comer bien, barato y de buena forma
Si tú quieres comer bien, barato y de buena forma
En el frente de batalla, allí tienen una fonda
En el frente de batalla, allí tienen una fonda
En la entrada de la fonda
Hay un moro Mohamed
En la entrada de la fonda
Hay un moro Mohamed
Que te dice, "Pasa, pasa, ¿qué quieres para comer?"
Que te dice, "Pasa, pasa, ¿qué quieres para comer?"
El primer plato que dan son granadas moledoras
El primer plato que dan son granadas moledoras
El segundo de metralla para recordar memorias
El segundo de metralla para recordar memorias


Artigo 13.º

1.  Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no interior de um Estado.

2.  Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu país.

BATE&FOGE

Há uns dias melhores que outros, abre-se o frigorifico e de relance imagina-se o que se poderá fazer num dia especial e para pessoas especiais!

Ali mesmo na primeira prateleira de barriga ao leu, uma dourada de 700 gr a sorrir para mim. Estou só, com os meus ingredientes secretos e com esta veia para ter sido um bom chef, mas fiquei-me pelo descascar das batatas que requer muita arte.


Mas vamos lá então à Dourada, seguro-lhe pelo rabo e coloco delicadamente na prancha azul para mal dos meus pecados, só por isso dou-lhe 3 ligeiros cortes nesse seu corpo reluzente e tapo-os com pimento fino e alguns dentes de alho.

Como estamos à beira-mar nada melhor do que lhe dar um ar da sua graça, polvorizo com alho moído, pimenta cinco bagas e derramo lentamente o fino azeite dando-lhe uma cor deliciosa como estivesse na praia. Chamusco com um pouco de pimentão e recordo que está para chegar o Carnaval.

Para que não se sinta desconfortável, com fina cebola faço-lhe uma cama bem cheirosa e com requinte de malvadez coloco-o no forno em modo de matar lentamente e ali fica a transpirar no spa acompanhado de rodelas de batata para se sentir confortável.

Espero que gostem…

Arranjos de enchidos com queijo, entradas de camarão nu, pão de alho e Morganheira bruto como deve ser para acompanhar esta Dourada. Termina com um cafezinho e Brigadeiro que os Generais estão caros. Ao fundo um arranjo de rosas, mescladas entre o branco e vermelho com sobretudo de flores silvestres.

BARCAÇA_MAIO

  Para garantir a redução do expediente extenuante, os trabalhadores da cidade de Chicago organizaram uma greve para o  1º de maio  de 1886....