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sexta-feira, dezembro 31

Barcaça_10

Zarpa hoje a décima barcaça, no último dia de 2021, projeto apoiado e realizado com dedicação e carinho por muitos e com múltiplos interesses, culturais e científicos, associativistas e políticos. Desde o seu início, tem dado voz a diferentes visões do mundo e procurado construir um locus plural e independente de formação e informação. Deste modo, não posso deixar de agradecer a dedicação de todos os nossos Colaboradores, novos e antigos e, principalmente, aos que nos acompanham nesta nova viagem da Barcaça. E, desejar, a eles e aos nossos visitantes, um Novo Ano pleno de realizações pessoais e profissionais. O nosso público fiel já se habituou à diversidade das viagens da Barcaça que, à semelhança do estilo fluído de Heraclito, não se banha duas vezes nas mesmas águas do rio.

Com o términus de um ano é normal os textos aqui apresentados terem um jeito de balanço do ano transato e também a manifestação de novos desejos para o Ano Novo. As promessas que também é usual, cada um de nós, fazer ao bater das doze badaladas fica à escolha de cada um. Mas nós, prometemos, trazer novos assuntos e, como sempre, a atualidade, seja cultural, desportiva ou política. E, desejamos que, no Novo Ano, tenhamos forças e saúde para continuar com estas viagens.

Mais um ano a chegar ao fim, cheio de incertezas de dificuldades para todos e como não podia deixar de ser, as colectividades com grandes complexidades de levar o seu trabalho a bom porto.

Mas são momentos destes que também nos fazem tornar mais fortes e na entreajuda conseguir manter as portas abertas e seguir em frente.

Como sempre as ajudas tardam em chegar e mesmo em vésperas de eleições são sempre esquecidas pelo trabalho desenvolvido que caberia ao Estado suportar, mas que esbanja para outras prioridades como da Banca, TAP etc. A cultura o desporto e o associativismo serão sempre os parentes pobres destes orçamentos.

Por isso quero deixar uma palavra de conforto para o dirigismo amador que mantem viva a chama do Associativismo e mesmo com as dificuldades inerentes à pandemia conseguem desenvolver um trabalho meritório para os muitos jovens do Concelho de Montemor-o-Velho e Figueira da Foz e exemplos estão aí, como demonstra a Miragem nos seus programas de Palavras Com Sal que leva até aos seus seguidores o que de melhor se faz nesta área, percorrendo os longos caminhos dos dois concelhos.

Apontar rumos deve ser uma das valências das colectividades não se devem fecharem em si mesmo nos momentos difíceis, devem ser criativos como nos foi dado a conhecer por diversos clubes da forma como o fazem.

Algumas delas com a dificuldade de arranjar dirigentes, os próprios atletas assumem a dupla responsabilidade de serem praticantes e ao mesmo tempo dirigir o clube/associação a que pertencem.

Por isso devemos valorizar quem se predispõem a assumir cargos não só pelo tempo despendido que obriga, mas também direi mesmo o amor à camisola e são muitos porque são muitas as colectividades existentes nestes dois concelhos.

Por isso desejo que 2022 nos traga um pouco mais de paz e saúde e vitorias desportivas.

CRUZEIRO DE GATÕES

Inserido no adro murado da antiga Junta de Freguesia de Gatões, junto à Rua Principal, o Cruzeiro de Gatões é uma estrutura quinhentista em calcário, assente sobre uma plataforma em alvenaria, recente, revestida a mármore, de dois degraus, sobre a qual se eleva o dado, quadrado e liso. A coluna dórica exibe no fuste monocilíndrico a inscrição HVA AVE M(ARI)A / PECADOR TE PEDE Q/VEM ESTA / (cruz) AQVI FEZ / POR 1558, sendo rematada por uma cruz latina simples e posterior, sem qualquer decoração.

Implantados nas rotas viárias, nomeadamente em encruzilhadas, os cruzeiros medievais e modernos constituíam-se como marcos de caminho, não só indicando direções, mas também tendo uma função religiosa. Efetivamente, estes padrões carregavam uma cultura popular de proteção, sendo erguidos para proteger as almas de quem transitava ou marcando a memória de determinado acontecimento, pedindo, por vezes, orações a quem passasse pelo local.

O cruzeiro de Gatões parece inscrever-se neste último caso. Erguido em 1558, conforme indica a inscrição na coluna, este cruzeiro de beira de caminho estaria originalmente no lugar de Borda da Estrada, que se situa nos limites da antiga freguesia. A sua execução na centúria de Quinhentos testemunha a dinâmica artística da região de Montemor-o-Velho nesse período, sendo um dos poucos cruzeiros renascentistas que subsiste no concelho.

O Cruzeiro de Gatões foi classificado como de interesse municipal em 2005 (Edital n.º 159/2005 de 25.07.2005 da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, publicado em 02.09.2005).

A bofetada e os óculos no chão,

Guardo na memória a festa que era para mim fazer anos, quando era menina e depois na juventude. Era tudo tão pouco, tão modesto, e, no entanto, era enorme no meu conceito. Resumia-se ao jantar que nessa noite era na sala. E a comida era sempre igual ano após ano, canja, arroz escuro dos miúdos do frango, e o dito cujo com batatinhas à volta, assado no forno. Como sobremesa arroz-doce. 

Prendas? Não me recordo. Apenas uns postais ilustrados enviados por algumas amigas. Mais tarde algumas prendas então, mas já com vista ao enxoval, jamais de carácter supérfluo.

Gosto de recordar, faz-me sorrir.

Foi há muitos anos, neste dia em setembro. 

Fui a Coimbra, e viajei no autocarro da carreira. No regresso vinha "o meu autocarro" e mais outro igual que era o do desdobramento, este por acaso vinha à nossa frente. Numa curva travou bruscamente para evitar bater numa camioneta que lhe surgiu de frente, e como a estrada estava molhada, atravessou-se na via. O outro também parou e não ouve consequências, porém quando o motorista se dirigiu ao da camionete de carga este começou a barafustar, e pregou-lhe uma bofetada. Os óculos voaram e claro partiram-se. 

Quando segundos depois ali chegámos não havia espaço para passarmos. Com aquela atitude maluca, tornou-se necessário chamar a polícia, e sem telefone a demora era evidente. (estávamos nos anos sessenta) Ficámos ali retidos no meio dos campos. Então a alternativa era entrar numa azinhaga ir passar por uns pequenos povoados, para voltar à estrada um pouco mais adiante. 

E lá seguimos por caminhos tortuosos e estreitos de terra esbranquiçada, aos solavancos sobre o piso irregular. 

As pessoas surgiam às portas, admiradas porque ali não passavam carros. Íamos muito devagar, a camionete quase entalada entre barreiras de terra e silvas e a espaços curtos havia uma pedra enorme no chão. Então o colega do motorista descia e ia tirar a pedra. 

Daí a pouco, de novo -" ó Isaías lá está outra, vai tirar." Nós riamo-nos, e parodiávamos o facto, chamávamos-lhe excursão sem aumento no preço do bilhete. E mais pedras se sucederam e o Isaías sempre as foi retirar, até finalmente voltarmos à estrada normal, verificando que tínhamos andado tanto, mas na realidade estávamos a poucos metros das camionetes imobilizadas. Sucedeu-se um brado  de espanto, estávamos quase no mesmo sítio,  mas agora de estrada livre era seguir em frente.

À boa disposição inicial sucedeu a saturação, estávamos "fartas" de solavancos, e do pó que as rodas da camionete levantavam e  mesmo fechando as janelas não era possível evitá-lo, e agora tudo calado só queríamos era chegar a casa depressa, pois foram horas nesta aventura e já era quase noite.

Em Montemor a notícia tinha corrido mas da pior forma, dizia-se que a camionete da carreira tinha sofrido um acidente, falava-se num choque ; eu tinha por hábito e gosto, ocupar o lugar da frente (aquele que era reservado ao fiscal) por isso em minha casa foi o caos. Quando a camionete entrou no início da minha rua onde passava e não parava, eu vi logo um aglomerado considerável de pessoas à minha porta. Preocupadas esperavam, e acompanhavam a minha mãe que em lágrimas só pensava o pior.

Finalmente cheguei a casa, sã e salva! Pois, não nos tinha acontecido nada, mas neste dia de aniversário, o jantar que já tinha arrefecido, não soube como de costume. 

O pobre da Noite de Reis

 

O moleiro colocou a tapadoira no cubo, que leva a água ao rodízio,entrou, fechou a porta do moinho e disse:

 - Nosso Senhor nos dê muito boa noite, salvação p'rás almas, graças p'ra servir a Deus Nosso Senhor, amém. 

  Ao entrar na "casa do borralho", a cozinha, disse à mulher e aos filhos que era noite de Reis e por isso as pedras ( mós) entravam em descanso até ao sol- por do dia seguinte.

 Cearam e depois de "dar graças", chegaram- se mais ao lume e então alguém bateu à porta.

  -Quem é ?

 - Um pobrezinho a morrer de fome e de frio. Abra, por amor de Deus.

 O moleiro levantou- se, abriu a porta e logo o  convidou a entrar pois do lado de fora o frio até cortava alma. 

 - Vossemecê anda por esse mundo fora c'um tempo destes , valh'ó Deus.

 - Atão pois se não peço, morro à míngua... , quem não tem, tem que pedir.

 Olhe, se por amor de Deus me desse uma pouca de farinha de centeio, trigo ou mesmo de cevada e me deixasse fazer umas papitas... , ando tão mal da barriga, as minhas "tripas" dão cabo de mim.

 Farinha de trigo não temos e nem trigo p'ra moer, mas na moega da " pedra alveira" que é a da direita, temos grão de cevada. É noite de Reis, nos dias santos o meu moinho não trabalha , se quiser tire a tapadoira, solte a água e quando tiver a farinha tape de novo a água, pare o moinho e Deus lhe perdoe.

 - O bom Deus lhe pague. Lá vou... .

Fez a farinha e a moleira lá lhe fez as papas. Depois de as comer conversaram um bocado e depois o pobre pediu se podia dormir "à borda do lume", e como lhe disseram que sim embrulhou- se no farrapo que era o seu capote, deitou a cabeça no saco que trazia e adormeceu.

 O moleiro e a mulher mal se deitaram adormeceram  também.

 Raiou a manhã e quando se levantaram nem pobre, nem sinal de ninguém.

 No moinho, por todo o lado, cheirava a alecrim e junto das mós estava um monte de sacos de trigo, centeio e cevada.

 O moleiro, a todos os pobres que por ali passavam dava sempre avultada esmola dizendo: seja em memória de quem cá passou.

 Bendito e louvado, e o Menino é adorado. 

DESPERTAR PARA O DESPORTO

A opinião desportiva que mexe consigo!

Nesta oportunidade proponho evidenciar os maiores feitos desportivos do ano. 2021 foi o ano dos Jogos Olímpicos de Tóquio, do Futsal e do ressurgimento do Sporting Clube de Portugal, sempre acompanhado da pandemia que, mais ou menos ativa, continuou a abalar o planeta.

Pedro Pablo Pichardo,


atleta português do triplo salto, com origem cubana, ofereceu o ouro a Portugal de forma indiscutível, em Tóquio. Aliás, foi o triplo salto que acabou por consagrar Patrícia Mamona

como vice-campeã olímpica, regressando a casa com a medalha de prata. Na canoagem Fernando Pimenta

voltou a brilhar, orgulhando o país, Ponte de Lima (de onde é originário) e Montemor-o-Velho (local de eleição para a sua preparação durante a época). Jorge Fonseca, no judo, alcançou a medalha de bronze, completando o leque das quatro medalhas conquistadas pela nossa equipa olímpica no Japão.

Wembley foi o palco da entrega do título de campeão da europa à seleção italiana de futebol, sucedendo a Portugal, após o França 2016.

2021 foi também o ano do ressurgimento do Sporting Clube de Portugal enquanto melhor equipa de futebol no nosso país. Vários anos depois sagrou-se campeão nacional, sob o prometedor comando de Rúben Amorim. Ainda no futebol, os astros, Messi e Ronaldo, trocaram de ares – o argentino aterrou em Paris depois de uma longa carreira na Catalunha; o craque português voltou ao Manchester United onde outrora foi feliz.

No futsal, Portugal reforçou o título de campeão europeu, obtido em 2018, sagrando-se, agora e pela primeira vez na sua história, Campeão do Mundo, na Lituânia. Ricardinho


, o melhor jogador português de todos os tempos, voltou a ser considerado o melhor jogador do torneio e, nobre, consciente e humildemente, pôs fim ao seu percurso com as quinas ao peito. Que carreira! Montemor-o-Velho esteve presente na Lituânia – o professor Bruno Travassos, com origens na Carapinheira, integrou os quadros técnicos da seleção, enquanto Analista, dando asas ao conhecimento académico, científico e investigativo que pautam a sua intervenção profissional.

No mundo dos motores, Max Verstappen


ergueu o título da Fórmula 1 depois de uma das mais sensacionais provas dos últimos anos, parecendo fazer despertar, novamente, o interesse numa modalidade que se tornou previsível demais. No Moto GP sublinhe-se o fim da carreira de Valentino Rossi, um ícone incontornável da modalidade, num ano em que Miguel Oliveira, tendo sido mais irregular do que se esperava, continuou a cimentar a sua posição no circuito mundial.

Na maior competição de basquetebol do mundo, a NBA, estreou-se o primeiro português de sempre a participar naquela prova, Neemias Queta,


nascido em Lisboa em 1999.

No ténis, Djokovic


igualou Federer e Nadal no número títulos em Grand Slam´s, com 20 troféus, “abrindo o apetite” para a luta entre os três gigantes da modalidade em 2022.

2022 trará ainda os Jogos Olímpicos de Inverno,


em Pequim, e o Campeonato do Mundo de Seleções de Futebol,

no Catar, motivos mais do que interessantes para continuar a acompanhar esta rúbrica da MIRAGEM, após o seu ano de estreia.

Bom 2022 a todos, 

Repórter Mabor

Falar sobre desporto pelo concelho de Montemor-o-Velho é sempre uma descoberta de novas gentes de novos projetos e falar-vos da (A.F.A.) Amigos da Freguesia de Arazede, vai ao encontro do que melhor se faz no Associativismo.


A AFA neste momento como as diversas colectividades não ficou indiferente à pandemia, mas com a sua Direcção comandada pela veterana Dora Tinoco tem conseguido levar a água a seu porto e incutir nas atletas nos sócios e simpatizantes que é possível crescer seja como atletas como nos sonhos.

Fundada em 23 setembro de 1987, com sede radicada no seu Pavilhão localizado nas Faíscas-Arazede abraçou também faz quatro anos a modalidade de ténis de Mesa.

Hoje conta entre as duas modalidades com mais de sessenta atletas a maioria da sua terra.

No hóquei tem várias equipas:

-       Seniores Femininos no Campeonato Nacional da 1ª Divisão Feminina e Taça de Portugal, organizado pela Federação de Patinagem de Portugal (FPP).

-       Infantis(Sub11) 

-       Iniciados (Sub15), nos campeonatos regionais e torneios organizados em conjunto pelas Associações de Patinagem de Coimbra (APC) e Aveiro (APA)

  Na vertente de formação, com:

  -     Escolares (crianças dos 9 aos 10 anos inclusive), que participam nos convívios/encontros organizados em conjunto pelas associações de Coimbra (APC) e Aveiro (APA)

  -     Escola de Patinagem (crianças a partir dos 3 anos de idade) 

A “A.F.A.” também se dedica á prática da modalidade de Ténis de Mesa:

 -      Seniores em competição no Campeonato Distrital da ATM - Associação de Ténis de Mesa de Coimbra

 -      Iniciados e Infantis em formação participam em convívios/torneios organizados pela ATM - Associação de Ténis de Mesa de Coimbra e outras Associações. 

No seu historial a AFA, foi finalista vencida tanto na final da Taça de Portugal Feminina de Hóquei em patins de época 2003/2004 como na  Supertaça da mesma época, contra a Fundação Nortecoope. 

Mas vão fazendo história.

Estando de parabéns as atletas Ana Sofia Canoso e Virgínia Carapeto que representaram a Seleção Nacional OVF PT , no torneio Challenge Rafael Oliveira, de Sub-17 Femininos de Hóquei em Patins, que se realizou no Luso de 16 a 19 de dezembro.

Conseguindo o honroso  3.° lugar.

Dora Tinoco, presidente da A.F.F entrevistada na MIRAGEM , pelo Luiz Pessoa e Olímpio Fernandes durante perto de uma hora, potenciou a sua opinião nos mais diversos motivos participativos nas duas modalidades, o Hóquei e o Ténis, como garantia desportiva no presente, fazendo perceber nos espectadores que outras iniciativas vão ser projetadas no futuro, ainda no espaço do seu mandato.

Viajemos até Vila Nova de Anços, uma das freguesias de Soure, com a sua equipe de futebol de onze a disputar a Liga Inatel Série A, soma e segue no comando da classificação somando 18 pontos, nas 6 vitórias nos jogos disputados, rematando sem tibiezas nos 15 golos já marcados, sofrendo apenas 5!


  Bravos e vitoriosas os amadores de Anços, escrevem agora a história no desporto local, recordado despois  das "cinzas" do tempo que não pára no espaço das nossas reflexões… desportivas, ou não sejam o motivo forte dos nossos cometários e atitudes no presente.

A seguir os rapazes de Maiorca fortes e “raçudos” na sua competição, difíceis de serem vencidos, como no dia o seu treinador, numa entrevista na Miragem, conduzida pelo Luiz Pessoa, já que nesta altura com 17 pontos a um ponto do primeiro lugar, um destes dias podem ou não assumir a liderança da Séria A, quem sabe?

Soma 5 vitórias , empataram duas vezes , sendo por isso mesmo um sério candidato ao primeiro lugar, O Montemorense, recordando velhos tempos nos Distritais, mostrando o seu glorioso emblema, os nossos "meninos" vão fazendo pela vida e pela história do único clube desportivo no velho Montemor, somando 16 pontos na classificação e porque não sonhar também com o primeiro lugar? Alma até Almeida, meus "meninos" pois o Montemorense consolidou-se na sua longa historia com os seus guerreiros desportivos, já agora conheçam a sua história e a responsabilidade desportiva de a vestir nas vossas vidas de todos os domingos.

Cá por baixo na classificação, quantas vezes os últimos são os primeiros, se a Bíblia nos ensina alguma coisa, há que domingo a domingo lutar para vencer no fenómeno desportivo repleto de surpresas, por onde não há vencedores por encomenda.

O Corticeiro de Cima, deste modo com zero pontos nas 6 derrotas da jornada, tem como companhia o Figueiró do Campo, numa cauda respeitadora dos valores éticos desportivos, glorificando o sentido olímpico de todas as modalidades potenciadas no caracter dos seus praticantes...

Calendário - Classificação - Resultados Divisão de Honra da AFC






A nuvem e o sol

 

Veio uma nuvem e tapou o sol,

Pedi-lhe com jeito para se arredar...

que o dia ficou como um lençol,

a nuvem teimosa pôs-se a chorar...

 

Falei-lhe das crianças e das flores,

mostrei-lhe que o sol as aquecia,

pedi-lhe que fosse mais a diante...

mas a nuvem teimosa não me ouvia!

 

Foi mulher ou nuvem, não sei dizer,

como chuva corria pela tarde,

acossada, batida pelo vento...

 

a terra fez-se branda para a acolher,

e num gesto meigo, sem alarde,

tragou agradada o sofrimento.


O LONGO CAMINHO DA VIDA! 

O grande palco

Da vida

Ensina-nos o trilhar

Do caminho,

Com tristezas,

Com alegrias...

Viver o dia a dia

Sem pensar no futuro,

Pois o importante

É viver o presente.

O amanhã

É incerto...

É

Preciso saber viver

E quanto mais se vive

Mais se aprende!!

Aprende-se a dialogar

Aprende-se a perdoar

Aprende-se a escutar

Aprende-se a querer

Enfim,

Aprende-se...

E tu

Já aprendes-te tudo?

Pára um pouco

Para pensar e aprende...

Já editado em livro de poesia - SOBRE UM OLHAR -

 

Agora que o sol poente

é tão real,

só o frio da noite virá estender

seu manto sobre mim…

E o brilho das estrelas

e o luar sereno

serão sinal de esperança,

iluminando o caminho

que falta percorrer…

Quando nascer o sol

da madrugada,

será de novo dia em mim

renascerá a esperança,

findando a longa espera.

Agora que o ano de 2021 está a terminar, é hora de fazer um balanço e projetar em 2022 os maiores desejos.

Concedem-nos 12, não é verdade?!

1. Desejo que a saúde melhore no nosso concelho. Que haja acessibilidade semelhante aos cuidados de saúde para todos os Montemorenses. Que se possa fazer prevenção da doença, promoção da saúde, mas assim mesmo muito a sério. De forma tão séria que se reflita nos marcadores e indicadores de saúde. Desejo que o Conselho Municipal da Saúde não seja só um nome, mas sim um projeto sólido e que cause impacto.

2. Desejo que as crianças tenham orgulho em crescer Montemorenses. Que sintam que o Município olha para elas com respeito e igualdade. Que os parques infantis sejam atrativos e seguros, que sejam reflexo de um dos muitos esforços para termos crianças felizes. Que o mega Agrupamento de Escolas seja um espaço protetor, com as todas as oportunidades possíveis e ainda não sonhadas.

3. Desejo que os idosos tenham o seu espaço, sejam valorizados e nunca esquecidos. Que se aposte em projetos que visam proteger os idosos, desde vários pontos de vista: bio-psico-social. Que não sejam objeto de distração para problemas familiares graves. Que não passem fome. Que tenham acesso à medicação e apoios sociais céleres e que respondam às necessidades reais.

4. Desejo que os comerciantes deste Concelho sejam apoiados verdadeiramente, no dia a dia das suas dificuldades. Não apenas quando vem uma tempestade ou quando está cá a televisão. Que sintam que o seu negócio prospera porque está instalado em Montemor. Que é uma aposta ganha!

5. Desejo que a Piscina Municipal abra…. A funcionar na sua plenitude!

6. Desejo que as obras camarárias sejam pensadas e projetadas com pés e cabeça, por profissionais e não por opinadores. Que essas obras sejam bonitas e respeitem o erário público. Que sejam sempre uma mais-valia para os Montemorenses e para os que aqui passam, já seja em trabalho ou em lazer.

7. Desejo que a água seja acessível a todos, ao final do mês. Que se acabem as roturas. Que se acabem os dias em que a água sai castanha e cheia de areia. Que a água seja agradável para beber. Desejo que se encontre a melhor maneira para acabar de uma vez por todas com uma ideia que nunca devia ter ido para a frente: a privatização das águas pela empresa ABMG.

8. Desejo que o nosso Concelho seja seguro. Que não caia nas rotas da delinquência, de vícios e maus-tratos. Que seja um Concelho onde todos se respeitam, quer gostem mais quer gostem menos. Que seja um Concelho onde as crianças ainda possam jogar à bola no bairro, sem medos para além de joelhos esfolados.

9. Desejo que as acessibilidades dentro do nosso concelho e para aceder ao nosso concelho melhorem. Que não se fique por alcatroar mais umas estradas. Que haja a ambição necessária para aproximar margens, para facilitar o acesso dos lugares mais distantes aos centros, para facilitar a passagem de quem por cá passa.

10. Desejo que o Rio Mondego cresça, que seja valorizado. Usar sem abusar, mas aproveitar uma das maiores riquezas do nosso concelho. Que este ano seja, finalmente, o ano em que nos vemos livres dos jacintos!

11. Desejo que o turismo dentro do nosso concelho seja uma aposta de todos nós. Que se criem as condições necessárias para um turismo sustentável, sem depender do Citemor ou do Castelo Mágico. Que seja um turismo forte, que passe por todas as aldeias e lugares que têm património (cultural, arquitetónico, social, ambiental, gastronómico…) e não se centre apenas no Castelo.

12. Este desejo fica ao critério de cada leitor da Barcaça! O que é que cada um de vós deseja para o nosso Concelho, neste ano 2022?!

2022

Com o aproximar do final do ano, encerra-se mais um capítulo das nossas vidas e damos início a um novo ciclo.

2022 será um ano com algumas mudanças políticas e económicas.

Desde logo iremos começar o novo ano com as eleições legislativas. Eleições essas que irão ditar os novos rumos e diretrizes que Portugal irá seguir nos próximos tempos.

Estas eleições têm uma particular importância não só pelo momento que o país atravessa como também pelo extremar de posições que, nos últimos tempos, cada vez mais se fazem sentir. De certeza que iremos ter uma nova configuração do espetro político nacional e isso terá bastante influência no futuro do país e no nosso dia-a-dia.

Outra questão não menos importante e que também terá um grande impacto em toda a economia portuguesa será a forma como a nossa economia conseguirá recuperar destes dois anos de pandemia, mas também a forma como os fundos comunitários da famosa “bazuca” serão aplicados.

Por outro lado, iremos entrar num novo ciclo autárquico. Depois das últimas eleições decorridas em setembro deste ano, vamos começar a verificar as estratégias e investimentos que os novos executivos camarários decidiram para os próximos tempos. No caso do concelho de Montemor-o-Velho iremos acompanhar e analisar a forma como o presidente da câmara irá enfrentar os próximos quatros anos. Será o último mandato enquanto presidente de câmara por isso será interessante perceber quais são as prioridades que irá definir para conseguir deixar a sua marca no concelho.

Por último, e não menos importante que os outros pontos referidos será a questão do Covid. Será que finalmente iremos voltar à normalidade do nosso dia-a-dia sem restrições e constrangimentos, ou será que iremos continuar com sucessivos avanços e recuos que aumentam ainda mais a incerteza dos nossos dias?

Ou seja, por isto tudo e muitas outras questões que iremos assinalar relativamente ao nosso concelho podemos concluir que iremos ter um ano repleto de muitas noticias e informações que iremos acompanhar atentamente.

Até lá espero que aproveitem estes últimos dias de 2021 seja em família ou com amigos.

Boas entradas e bom ano para todos!

Boas Festas!




·        Com realização de Sérgio Tréfaut, “Raiva” é um filme a preto e branco que adapta ao grande ecrã a obra “Seara de Vento” (1958), de Manuel da Fonseca, um clássico do neorrealismo português sobre a pobreza, a opressão e as injustiças sociais que se inspirou num evento verídico acontecido em Beja, em 1930.

·         "Seara de Vento" de Manuel da Fonseca -, publicado em 1958 e banido pelo regime salazarista até 1974) 


Entrevista com Ezequiel Sousa - Figurante no filme a RAIVA





Artigo 10.º

Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua causa seja equitativa e publicamente julgada por um tribunal independente e imparcial que decida dos seus direitos e obrigações ou das razões de qualquer acusação em matéria penal que contra ela seja deduzida.

Francisco " Paco " Ibáñez (nascido em 20 de novembro de 1934 em Valência ) é um cantor e músico espanhol

Letra da música

Las tierras, las tierras, las tierras de España
las grandes, la sola desierta llanura
galopa caballo cuatralbo, jinete del pueblo
que la tierra es tuya

Um galopar, um galopar, hasta enterrarlos en el mar (bis)

A corazón, suenan, suenan, resuenan
las tierras de España en las herraduras
galopa caballo cuatralbo, jinete del pueblo
que la tierra es tuya

Um galopar, um galopar, hasta enterrarlos en el mar (bis)

Nadie, nadie, nadie, que enfrente no hay nadie
que es nadie la muerte si va en tu montura
galopa caballo cuatralbo, jinete del pueblo
que la tierra es tuya

Um galopar, um galopar, hasta enterrarlos en el mar (bis)


William Kamkwamba nasceu no Malawi, onde vivia na mais absoluta pobreza e, aos 13 anos, teve de abandonar a escola por falta de meios. Mas isso não refreou o seu otimismo nem a sua vontade de aprender e, graças a uma biblioteca escolar, continuou a acompanhar as matérias escolares. Um dia descobriu um livro que mudaria por completo a sua vida e que explicava o funcionamento dos moinhos de vento. Utilizando materiais improvisados, muitas vezes recolhidos em sucatas, William conseguiu montar dois moinhos de vento e, assim, fornecer energia elétrica e água à sua pequena comunidade. O seu feito tornou-se notícia em todo o mundo e é contado neste livro cativante, que retrata os problemas que afligem o continente africano e sugere que as melhores soluções não partem necessariamente da ajuda dos países ricos.

sexta-feira, dezembro 17

Barcaça_09

 


Caro (a) Leitor (a)

Encontro-o (a) , no cais onde irá embarcar neste novo número da Barcaça e dou-lhe as boas-vindas.

Este nono número leva-nos por rios uns espraiados e de fácil navegabilidade outros nem tanto, devido aos momentos às fortes conjunturas nacionais e de algumas internacionais.

Todos os nossos colaboradores tentam da sua forma tão própria, estabelecer um contacto com os nossos leitores  e transmitir as suas vivências os seus pontos de vista e tratar a nossa língua harmoniosamente de forma que você se sinta bem a bordo da Barcaça.

Fazemos um chamamento à intervenção de todos duma forma que os nossos filhos consigam saltar do sofá e entrar no associativismo da sua terra.

Percorremos vielas da nossa vila para visitar uma das mais antigas Ermidas ou capela edificada no século XI na barbacã sul do castelo. 

E neste enovelado de notícias embarcamos para algo que está a acontecer no nosso desporto a violência gratuita que está a afastar a família dos grandes palcos.

Viajamos no tempo do namoro pela janela, da guerra, dos bailes sempre com olhar atento dos mais velhos, a ida à missa ao domingo onde se aproveitava para trocar uns bilhetes. 

Viajamos mais uma vez nos contos que o nosso José nos traz sempre tão atual.

Informamos os resultados da Região das equipas que militam na AFC como na Inatel. Entramos no pavilhão da AFA seja sobre rodas ou com uma raquete na mão.

E temos momentos lindos de poesia, onde sentimos os cheiros das trepadeiras ou uma forma muito própria de ver o Natal através da escrita, cheia de aromas, sentimentos e de receios.

No porto mais abaixo, os medos dos dias de hoje “a pandemia” a forma como a vê e como sente o receio dos mais velhos. 

E seguindo este curso o diploma de personalidade do ano, os profissionais de saúde. 

E sem parar entramos nos acontecimentos do nosso sistema de justiça/político das suas fragilidades.

Terminamos já prestes ancorar em bom porto, com uma música de Georges Moustaki (Ma solitude de 1970), passando pelo livro de Bruno Maia (O Negócio da Saúde) e finalmente já em terra firme com o Filme (O Poder do Cão) a não perder.

Boas leituras e a Barcaça deseja a todos Um Santo Natal.


O Papel das Colectividades no desenvolvimento dos Jovens.


Crescer sem nada…

Dentro do dormitar de uma criança, tudo é bom, fantástico e vai muito além do que os demais possam alcançar porque na realidade o sonho de pequenino é um sonho grande mesmo que o seu de grandeza seja semear uma arvore no seu quintal.

Há medida que vai crescendo o sonho aumenta e aumenta também o quanto ele vai ser irrealizável porque a dimensão do que pensa e do que pode alcançar vai estar naquilo que você acredita  e vai conseguindo ao longo da vida e transpor, pela sua inquietude, pela sua magia de contagiar o próximo e isso vai conseguir a partir do momento que entra numa associação.

Naquele dia que vais tomar uma decisão que vai influenciar quem te rodeia e que na sua essência acreditas e a vais tomar colegialmente, sentes-te bem contigo mesmo por fazer parte dos dessa associação.

O movimento associativo consegue transformar pessoas, torná-las mais humanas, mais racionais e melhor do que isso consegue aproximar indivíduos da mesma rua, que estavam a metros de distância, mas que parecia que estavam a quilómetros. É nesse momento que nos sentimos bem, surgem novos sonhos mais fáceis de concretizar do que os que tivemos na nossa infância.

Quando começas a compreender que ao assumires estar numa direção e com esse facto consegues ser um influenciador, verificas o quanto estavas longe da comunidade.

A capacidade duma Associação só tem valor se nos conseguir fazer sentir bem, porque esse tem de ser legado dela e o teu ao assumires fazeres parte dela.

Nos dias que correm, devido não só à pandemia, os meios que hoje dispomos  deixa-nos muitas vezes a anos-luz da realidade porque através deles viajamos para todo o lado e para lado nenhum.

E nessa altura que sentimos a falta que nos fazem os amigos, os vizinhos, a colectividade num seu todo. Interagir com as decisões, ou na participação dos eventos fazem que os dias se tornem pequenos e o bem estar maior.

Um dia há o regresso e esse vai ser doloroso quando se sentir envelhecendo e ao seu reflexo no espelho que outrora o tenha visto de cabelos castanhos esses dias se foram, hoje um homem grisalho deitado na sua cama com três almofadas cerra os olhos e volta ao sonho de criança.

Boas Festas!!!

Desejo a todos Bom Natal. 

CAPELA OU ERMIDA DE SANTO ANTÓNIO

Localizada na barbacã sul do castelo, sob a torre do relógio, a capela ou ermida de Santo António terá sido edificada, segundo uns, no século XI e, segundo outros, como Nogueira Gonçalves, na passagem do século XV para o século XVI.

Foto de Jorge Camarneiro

Em 1881 é alvo de importantes obras de reedificação, conforme data inscrita em lápide sobre a porta principal, perdendo o seu carácter primitivo (estilo ogival).

Numa memória escrita do século XVIII, existente nos Arquivos Nacionais da Torre do Tombo, um cronista de Montemor afirma ter funcionado como igreja paroquial, transferida anos depois para a do Salvador, ser de uma nave e ter três altares. No principal estariam as imagens de Santo António, S. Francisco e S. Jerónimo e nos colaterais as de Nossa Senhora do Bom Sucesso e a de S. Mateus. Desta informação, infere-se a construção ser anterior a 1500 e isto porque a igreja do Salvador aparece tombada no catálogo das igrejas, comendas e mosteiros dos anos de 1320 e 1321.

Foto de Mário Silva

Até há poucos anos, estava em avançado estado de degradação, reduzida às paredes e destelhada, desde as obras de reconstrução do castelo de 1930, época em que esteve para ser demolida. Do que resta podemos observar a fachada, simples com pináculos, constituída pela porta principal, encimada por uma janela e uma inscrição. No interior, permanece um arco de volta inteira, despido de ornamento.

Foto de Nuno Rodrigues

Mais recentemente, entre 2017 e 2021, no âmbito das obras de reabilitação do envolvente sul do castelo, é alvo de importantes trabalhos de requalificação, passando a estar enquadrada por parte da rede pedonal projetada pelo arquiteto Sisa Vieira para aqueles espaços.

Boas Festas!  

DESPERTAR PARA O DESPORTO

A opinião desportiva que mexe consigo!

Em época natalícia muito se fala de paz. Paz é tudo o que não tem havido no futebol português. A última semana desportiva foi pródiga em episódios de violência.

A recente visita de adeptos ucranianos e sérvios no âmbito dos “jogos europeus” de Benfica e Braga foi “agitada” – noticias de injurias, agressões, intervenções policiais, detenções, assistências médicas e insegurança generalizada, acabaram por ocupar as capas dos jornais. Também no Estádio do Dragão, no Porto, ouviram-se e leram-se notícias de agressões a jornalistas espanhóis que faziam a cobertura do jogo do FC Porto ante o Atlético de Madrid. Dias depois, Otamendi, atleta argentino do SL Benfica, foi agredido e assaltado na sua própria casa, perante o olhar incrédulo da família.


O avolumar deste tipo de incidentes, mais ou menos gravosos, concorre diretamente para a desvalorização da imagem do futebol português. O futebol é a nossa maior bandeira desportiva, muitas vezes é o nosso mais influente símbolo nacional. Desvalorizar um “produto” tão impressivo no quotidiano nacional é desperdiçar oportunidades de afirmação estratégica no espaço europeu – o futebol é, claramente, uma rara área de negócios onde conseguimos concorrer com as maiores potências internacionais.

Desta forma, importa estancar estes episódios de violência definindo e aplicando modelos de monitorização permanente, que confluam com a perceção pública de segurança, promovendo o futebol das famílias, o futebol dos aficionados e o futebol do convívio, do fair-play e da festa. Desde os primórdios do desporto, já na Grécia Antiga, eram vastos os relatos de violência associada ao desporto. Mas as sociedades evoluíram. A universalização da educação, a afirmação consensual dos valores desportivos e a aplicação de métodos inovadores e tecnológicos de segurança deveriam convergir para a rarefação destes episódios. A penalização dos infratores deveria ser fator dissuasivo, mas prevalece a perceção pública de que esses não são devidamente punidos; os valores do desporto ficam aquém do clubismo; os grupos organizados de adeptos sobrepõem-se à participação familiar; e os interesses, às paixões. 

Portugal tem de encontrar os mecanismos policiais e judiciais necessários à defesa da “indústria do futebol”, como proteção de um produto de qualidade que nos afirma na Europa e no Mundo, quer à custa do controlo dos adeptos estrangeiros em espaço português, quer dos adeptos locais. É tempo de desenvolver políticas corajosas, que se plasmem em resultados funcionais. O assinalar do mérito aquando dos grandes feitos não compete aos políticos, compete aos vaidosos.

Votos de Boas Festas!  

Naquele Setembro no fim dos anos cinquenta, as festas da Feira Anual só terminaram no dia vinte cinco, dia do aniversário da Filarmónica. Havia um espaço no Largo da Feira delimitado para as festas, por uma estrutura de madeira pintada e decorada com  balões e pares a dançar de braços no ar. Tinha duas bilheteiras, porque era necessário pagar um bilhete para entrar. 


Findas as festas era tudo desmontado e guardado para o ano seguinte, para os bailes de São João e São Pedro em Junho e em Setembro para as Festas da Vila a tradicional Feira do Ano. 

Foi novidade o prolongamento até este dia, e também o facto do baile acontecer da parte da tarde. 

E assim pelas dezasseis horas já se ouvia o Tivoli-Jaz a iniciar a dança com o habitual passo-doble. O recinto também estava composto de gente, um baile era uma festa e ninguém queria faltar. E lá estavam sentadas as mães, que acompanhavam sempre as filhas, alguns pais também apareciam e juntavam-se em grupo aqui e ali, para conversarem e irem beber um copo de tinto ou um de igual capacidade, mas de café.

A  Milena que era de Lisboa e estava de férias em casa das primas em Montemor, juntou-se à Lita. Quando nenhum rapaz as vinha buscar para dançar, dançavam as duas, mas era comum aproximarem-se dois rapazes que perguntavam "se queriam partir." Se queriam, aceitavam-nos para dançar, se não queriam, diziam não e era não.

Pelo fim da tarde entraram dois rapazes no recinto, a Lita viu-os e até reparou num deles, mas não disse nada. Daí a pouco quando as duas dançavam, a Milena disse-lhe "olhe estão a dizer se queremos partir..." A Lita disse que sim, até  era aquele em que ela tinha reparado, que estava agora colocado para dançar com ela... Ele era mais alto, e assim não foi possível a ela observar-lhe a fisionomia; tinha um bom fato de tom pastel, camisa branca e gravata. Reparou na mão de pele clara, unhas cortadas limpas, um anel modesto de pedra azul num dos dedos. Dançaram duas vezes ele nada disse, só o habitual obrigado após dançar, e, entretanto, acabou o baile.

A Lita com a mãe encaminharam-se para a saída e  ela voltou a reparar naqueles dois, ali em frente no lado oposto da rua. Ele sentado numa Vespa grande, último modelo, de cor cinza metalizada, acionava o motor...   

Passados mais de dois meses numa segunda-feira perto das nove da manhã, quando a Lita se dirigia para o emprego a amiga Lurdes que já a esperava à janela do andar superior, desceu a escada à pressa e da porta chamou-a para a entrada da  casa, e disparou: - não sabe, mas você tem um apaixonado!!! Veio cá ontem, esteve com o meu namorado, lembrou-se do tempo em que ambos estudavam na Figueira, e veio ter com ele para lhe contar, e saber de si. A Lita ficou surpreendida, riu-se e perguntou, "então e quem é ele? " Obtida a informação, ainda fez que não se recordava, mas na verdade ela lembrou-se logo do rapaz com quem tinha dançado apenas duas vezes. A amiga fez-lhe o relato da conversa havida com o namorado dela e assim ficou a saber que ele já tinha 25 anos, era filho único, estava empregado, etc.… bem, ficou logo com parte do historial  do tal apaixonado. Ele passou a ir a Montemor nas tardes todas de Domingo até ao Natal, mas nunca a via. Naquela altura os rapazes não se acercavam facilmente das raparigas, e ela aos Domingos só saia para ir à missa das onze, e de tarde passava o tempo a ler, ou a fazer renda. Depois na segunda-feira a amiga contava-lhe.

E foi por ela que soube que iria receber uma carta no dia seguinte. Era um cartão grande de Boas-Festas perfumado e bonito, e numa caligrafia perfeita e bom português um pedido de namoro. (namoro daquele tempo… não a situação a que hoje chamam de namoro) 

Era hábito na tarde de Natal e na de Ano Novo as pessoas saírem de casa para visitar o Presépio na Capela do Hospital, e passearem estrada acima até à Sra. do Desterro. Chegou assim a oportunidade de se encontrarem no dia de Ano Novo. Ela foi passear com a Lurdes, e eles apareceram como estava combinado, o Tó fez as apresentações, e com a namorada ao lado caminhou a diante, e eles seguiram-nos em passo lento. Passadas as banalidades de início de conversa, ele assumiu o assunto que ali o levara, disse-lhe que não era rico, era ferroviário, tinha deixado de estudar e também tinha sido leviano, até mesmo estróina, e também tinha tido uma namorada com quem estivera para casar, mas que tudo isso era passado e sem retorno. Ela ouvia-o com atenção  e agradou-lhe aquela franqueza, gostou de passear ao seu lado, mas não lhe quis dizer que o aceitava para namorar, no entanto prometeu que lhe responderia. Despediram-se; eles ficaram para trás, ela e a Lurdes continuaram o passeio agora de regresso a casa. Nessa altura ela voltou-se para a amiga e disse-lhe, "ele é elegante e simpático, mas é danado feio… parece o Anthony Quinn." A amiga disse que não, mas era. 

Daí a dias começou "a guerra." Naquela altura os pais mandavam, e o pai da Lita que quando soube tinha ficado na expectativa, agora manifestou-se pela negativa, tinha sabido umas informações e disse-lhe que não aceitasse. Daí a uns dias a Lita recebeu uma carta dando-lhe conta do que se passava em casa dele, nem o pai nem a mãe queriam tal namoro, e havia ralhos constantes, mas ele estava disposto a enfrentar a situação, só queria saber o que ela tinha decidido...     

E os dois sem se verem mais, escreveram cartas assiduamente durante meses, até ao dia em que o pai da Lita soube da correspondência; ai, ai, ai, a Lita viu cair o Carmo e a Trindade... 

Bem, mas uma vez que o pai já sabia, ele decidiu escrever-lhe a pedir que o recebesse porque queria falar com ele. Era costume o rapaz pedir ao pai da rapariga ordem para namorar. (à janela ou à porta, namorar em casa era só mais adiante...)

Com muito pouca vontade o pai acedeu, ouviu-o e até simpatizou com ele. Finalmente havia ordem para namorar, mas também alguns  deveres a observar. Era só aos Domingos de tarde e à noite, e às quintas-feiras à noite, mas  em qualquer dos dias só até às nove horas, que era boa hora de recolher. 

Era moda os namorados trocarem alianças. Chamavam-se alianças de comprometidos, o que mostrava a quem via a dita cuja a brilhar no dedo, que aquela ou aquele jovem tinha namorado. Eram bonitas, grossinhas, de prata, adornadas a espaços, com umas flores de Liz em ouro, ou douradas apenas. No interior gravadas, as iniciais dos respetivos nomes. Eles também trocaram as alianças. Mas foi a partir da "autorização" que o namoro caminhou para o fim, e não demorou muito.     

Começaram a namorar à janela do rés do chão, ela de pé no lado de dentro e ele do lado de fora sentado na tal vespa último modelo. Na esperança de vida melhor ele voltou aos estudos, à noite, e manteve o emprego. Era no princípio e parecia que tudo estava cor-de-rosa, mas nem tudo quanto luz é oiro... Às vezes ele fazia alusão ao casamento, e a Lita dizia não ter pressa, mas a verdade é que ela começou a ter medo do futuro ao lado dele. De vez em quando chegavam-lhe noticias nada agradáveis quanto ao comportamento dele, e ela não queria acreditar, mas ficava preocupada, e até uma Sra. idónea e pessoa de bem lhe disse com todas as letras "que ela ia ser uma desgraçada se casasse com ele..." 

Já era inverno, mas a tarde estava ensolarada e a Lita esperava pelo namorado, esperou, esperou, mas ele só veio à noite, deu uma vaga desculpa, mas o pior é que nos Domingos seguintes continuou a fazer igual.  

Naquela altura as inundações na Vila eram frequentes nos fins do Outono e Inverno, e a zona onde a Lita morava era das primeiras a ser alagada. A água cobria a rua e entrava no rés do chão das habitações, ficava um dia ou dois, depois baixava, mas permanecia na rua, só deixando seco um espaço diminuto duns setenta centímetros no meio da via. Toda a gente tinha uma tábua comprida que colocava à porta, na horizontal, de cima do degrau até ao chão seco, era uma ponte para poder sair de casa sem passar à água, e depois correr pelo meio da rua e pedir a Deus que não viesse nenhum carro, se não houvesse "outra ponte" por perto.

Naquele Domingo seriam sete horas, mas era noite fechada e a Lita recolheu a tábua. Ele chegou daí a pouco e como de costume a Lita chegou à janela; ele do meio da rua disse-lhe, "hoje é que isto está bonito, vou precisar dum telefone..." 

Estava especado a olhar e continuou, "então eu não posso ir para ali prá porta?" E ela com muita calma respondeu-lhe:- Não! Tivesses vindo mais cedo! A tarde foi bem comprida! Sucederam mais umas trocas de palavras e ele dizendo-se ofendido, afirmou "então vou-me embora! Também não preciso disto!" Ao que ela corroborou; vai, vai ! Vai para onde estiveste durante a tarde! Olha, Vai e não voltes! Ele caminhou rua fora e ela fechou a janela e subiu as escadas a correr, entrou no quarto sentou-se na borda cama e desatou a chorar. Daí a pouco perguntou a si própria se estava a chorar com pena, ou com raiva? E o choro acabou. 

E a água secou, e a rua também, e numa tarde de sol ele voltou! Mas não encontrou a Lita.... Encontrou uma carta a ele endereçada com meia dúzia de palavras dela. "Faz a vontade aos teus pais, e que sejas muito feliz"  Adeus. 

Há muito, muito tempo, era uma vez um  homem que era mau "como as cobras", tão mau que não dava descanso à família nem aos vizinhos, tudo por causa  das "extremas" das propriedades.

Inventava que os vizinhos lhe mudavam  os  marcos e logo andava tudo às turras uns com os outros. 

 Numa noite de dezembro, logo  ao início do mês, foi ter uma  discussão com um vizinho dizendo que ou lhe dava a terra que lhe tinha roubado ou ele lhe daria um tiro. 

 O  vizinho respondeu que  não dava terra nenhuma pois nada tinha tirado. 

 Gritou e barafustou dizendo que os  malvados vizinhos  iriam ter um belíssimo Natal, pois em casa dele  o Natal era um dia como os outros. 

Se bem o disse melhor o fez.

Na noite  da  Consoada, antes da hora da Missa do Galo, já estava ele de espingarda ao ombro pronto a dar fogo nos vizinhos, mal eles se aproximassem.

 Era noite de lua cheia  e à hora de ir para a Missa lá ia o vizinho com a mulher e os filhos, quando o malvado os vê faz pontaria com a arma e nesse momento dá um grito dizendo:

 - Não pode ser, não pode ser..., e dando um tiro para o ar cai por terra  gritando sempre não pode ser....

 Assustados os vizinhos  perguntaram o que se passava. 

 EEu  queria matar toda a família, mas quando puxei o gatilho não foi a vocês qque eu vi, eu vi N.a S.ra  e o Menino Jesus.  Ora isso não  pode ser. 

 Outros fiéis que entreentretanto chegaram e que também iam à Missa, ficaram admirados com tal  prodígio e diziam que um grande milagre titinha salvo aquela família. 

 Foram totodos à missa levando com eles o malvado que estava completamente baralhado . 

 No fim da Missa todos beijaram a imagem do Menino Jesus e novamente o homem gritou .

 Então que foi agora?

 Eu não queria beijar o Meninomas Ele sorriu- me e eu  senti uma força que me empurrava  e eu beijei e senti que o Menino estava quentinho e continuava a sorrir. 

 Grandealegria entre todos e logo se combinou ali que iriam fazer um grande serão e no dia  seguinte passariam o dia  todos juntos. 

 No serão participou toda a aldeia  e no dia de Natal não se falava doutra coisa e desde aquele dia ​​​naquela  aldeia  reinou uma verdadeira ​​​​amizade entre todos.  

 Em louvar do Menino Jesus, onde houver escuridão que brilhe a luz.

Ainda não percebi o motivo pelo qual os últimos são os primeiros, se  assim é vamos neste comentário fazer caso desse trocadilho, iniciando na Liga Inatel, Grupo A, o que vem acontecendo ao Corticeiro de Cima, com zero pontos em 5 jogos disputados, o que lhe garante nas 6 jornadas, alguma esperança na sua recuperação  classificativa, agora o último classificado.

Depois em penúltima formação de Figueiró do Campo, apenas um ponto em cinco jogos disputados, aparece o AD Souselas com 3 pontos, continuando a subir o CCDR São Caetano com 7 pontos já o Seixo de Mira tem 8 pontos aproximando-se do CP Alqueidão com 9 pontos aparece no quarto lugar o GD CHÃ com 10 pontos a 3 do A.C. Montemorense que tem 13 pontos, em segundo lugar o GD Maiorca com 14 e o líder da Série A encontra-se o CDCP Vila Nova de Anços com 15 pontos. Ainda há nesta série 4 equipas com um jogo em atraso o que pode vir alterar a classificação.


Já o que diz respeito à Série B temos o ASC S.Pedro de Alva como líder com 16 pontos mas no seu encalce tem o CDR Vasco da Gama com 14 pontos mas com um jogo em atraso e os últimos desta Série B com 2 pontos temos o Paradela, Alvôco das Várzeas e por último o GDC S. Martinho da Cortiça.

Desportivamente escrevendo notas soltas, vamos dar um saltinho a uma das freguesias do Concelho de Montemor-o-Velho, ativa não só no desporto, com as mais diferentes atividades culturais numa localidade de pergaminhos elevados no passado e no presente.

Na Barcaça, divulgamos hoje uma modalidade que para além dos recursos técnicos na sua apurada patinagem, reverte-a para custos consideráveis na sua estrutura de apoio de jogo para jogo.

Campeonato Nacional de Seniores Femininos
CENAP 8 - 5 AFA

A .F.A, os Amigos da Freguesia de Arazede, continua a brilhar com a sua menina de olhos apaixonados, ou não fosse o Hóquei em patins em Arazede, talvez a única freguesia a disputar esta modalidade?

Competindo no Campeonato Regional sub.15, a valorização dos jovens Arazedenses vincula-se num espaço de intenso desenvolvimento, trazendo nesse efeito a melhor proximidade desportiva e pedagógica nos melhores relacionamentos humanos a  A.F.A. também no Ténis de Mesa, com a sua equipe Sénior, disputa o Campeonato Distrital na popular modalidade tendo com entusiastas, o Fernando Torres, treinador/jogador, os praticantes Tiago Santos, João Paulo e João Rocha.


De freguesia em freguesia pelas terras de Montemor, na BARCAÇA de todos os sonhos desportivos conquistados na virtude competitiva, numa curta divulgação o Grupo Desportivo da Ereira, como Associação, desde 16 de setembro de 1976, proporciona no presente aos jovens e na comunidade a melhor prática desportiva no espaço interventivo do feminino e do masculino numa envolvência ativa e que valoriza a comunidade sóbria e antiga da Ereira.

Praticando valores desportivos exemplares, a escola de futebol, cuidando é certo a sua vocação competitiva, é muito mais do que essa missão, motiva a proximidade numa vivência familiar nos melhores resultados do entendimento e da paz nos diferentes grupos ativos na noção elevada de solidariedade.

Se nos clubes todos são importantes, por aí na Ereira, os resultados potenciam belas vitorias desportivas sem dúvida, completadas no crescimento pedagógico do melhor relacionamento humano vinculado e assumido todos os dias na família Ereirense.

A MIRAGEM, por sua vez, congratula-se e abre o seu espaço nas vossas motivações , divulgando-as num amplo e próximo abraço de reconhecimento pelo vosso trabalho de todos os dias na vossa comunidade .

 Refúgio

Pedi para ficar
Onde o vento não ousa,
Onde o verde repousa,
Onde o ar acaricia…
Pedi para ficar
Longe do clamor do mar
Num céu de azul sem par
Onde o sol alicia…
E nesta paragem ficarei
Até que seque a semente do medo
Lastro inútil que carrego há anos,
Noite eterna do meu degredo
E nesta paragem ficarei
Até que o verde, faça verde o meu olhar
Até que o silêncio entorne a minha alma
E nela me possa deitar…

Outrora,

o olhar atento descobria, ainda ao longe,

aqui uma palmeira, um sino mais além,

um muro que tão bem conhecíamos,

pelas flores aí dependuradas,

um largo eternamente feliz

onde demoradamente brincávamos,

as heras viçosas que cobriam muros e muralhas,

trepadeiras cheirosas que tombavam

das fachadas e oscilavam com a brisa…

E depois, ficava o verde, só o verde a perder de vista,

o verde dos campos férteis,

esse verde que viria a ser dourado…

exibindo a cor da fartura,

da riqueza das gentes humildes,

mas trabalhadoras e orgulhosas do seu labor…

 

Hoje a idade é outra…

Mas o olhar mantém-se inalterável,

atento a tudo…

É igual o fascínio desde sempre sentido,

desde o tempo da criança feliz

que sempre reencontra o paraíso…

nesse regresso à casa

nunca esquecida,

à casa cuja magia nunca se perdeu …

E todo o passado regressa intacto e inalterado.

SONHO DE NATAL 

É noite!

As estrelas cintilam

Na noite escura

Pintando o céu

De uma cor prateada...

 

Ao longe,

Um rosto triste!!

Sinal de um coração

Infeliz...

 

Aproximei-me,

Estendi-lhe a mão.

Correu para mim...

-      Estás triste?

Afasta a tristeza e connosco

.constrói caminhos de alegria e de amor

.constrói a alegria de todos os dias

e sê alegre na esperança

e sorri,

para que assim mudes o mundo!?!

 

-      Vem para junto de nós

-      Vem, temos muito para te dar...

-      AMOR -

 

-      AMOR -

Que é feito de pequenos gestos,

Como oferecer-te uma flor,

Uma boneca que não quero,

um carro que já está velho!...

É dar sem esperar nada em troca!

 

O AMOR não morrerá

Enquanto houver crianças

Que sorriem

E

Corações que se amam...

 

Acordei!

Era um

SONHO  DE NATAL!!

Já editado em livro de poesia - SOBRE UM OLHAR 

"Pandemia", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, Surto de uma doença com distribuição geográfica internacional muito alargada e simultânea.

Levamos praticamente 2 anos de Pandemia e 1 de vacinas.

Aprendemos muito, mas às vezes parece que não serviu de grande coisa.

Sinto que a Pandemia é gerida com leveza, como um jogo. E sempre a olhar para o nosso próprio problema, como se não fosse uma questão global e mundial.

Todos têm uma opinião científica e sempre mais válida que a dos outros. Médicos que, por serem intensivistas, dão as suas certezas de Saúde Pública em horário nobre. Médicos que são negacionistas. Médicos sem noção que, pelo simples facto de serem médicos, as palavras ganham uma responsabilidade acrescida. Treinadores de bancada, parecem-me!

Já nem digo nada de todas as dezenas de comentários que saem de gente que se acha o suprassumo (de qualquer coisa) e convencem as pessoas de um assunto para o qual não há profundo e total conhecimento.

Não vou dançar o mesmo baile.

Vou apenas falar dos idosos nos lares e no Natal.

É das épocas mais queridas e quentes do ano. Quando a família se reúne e oferece peúgas e pijamas, ri e come muito, dá seguimento às tradições familiares... Cada um celebrando à sua maneira, mas é uma época especial para muitos!

Quem vive em Lar ou Residência sénior, este ano, mais uma vez vê-se impedido de gozar em pleno o Natal. E poderá ser (será, para vários) o último Natal das suas vidas...


As famílias estão mais afastadas e isoladas. Algumas estarão mesmo em isolamento decretado.

Outras não querem saber.

Outras, irão passar no Lar e celebrar um Natal fingido, com cortinas de plástico a separar os de dentro e os de fora. A oferecer prendas embebidas em álcool desinfetante.

Mais uma vez, os idosos residentes em Lar vão ter um Natal diferente, e eles sem culpa - têm as 3 doses de vacinas, vivem há 2 anos com regras estritas, com regulamentos a serem atualizados e a apresentarem novas restrições, sem verem e abraçarem a família como mereciam, nesta reta final das suas vidas.

Por por um lado tenta-se proteger a sua saúde física, já debilitada pela idade ou pela condição que os levou a irem para um lar; por outro atenta-se a sua saúde emocional, privando uma vida como a conhecíamos.

Não vou dizer se concordo ou discordo. Apenas apelo a que pensemos em todos os idosos dos Lares e a todos os que ficam privados de um Natal "normal" - pode cada um de nós fazer algo?!

Reza a história que uma Pandemia dura cerca de 4-6anos. Há esperança.

Aproveito para desejar a todos os leitores da Barcaça um Natal muito feliz!

Personalidade do Ano

Normalmente no final de cada ano costumamos fazer uma reflexão sobre os acontecimentos que decorreram ao longo do ano. E claro, para nós fica na memória aqueles que foram mais marcantes e que nos sensibilizaram mais.

Para além disso recordamos também a(s) pessoa(s) ou mesmo instituição(ões) que mais contribuíram para esses momentos marcantes.

Assim decidi que irei aproveitar a minha coluna de opinião para, no mês de dezembro de cada ano, fazer uma referência à(s) pessoa(s) ou instituição(ões) que acho que mais se destacou(aram) ao longo do ano em Montemor-o-Velho. Mesmo sabendo eu, diante mão, que por falta de conhecimento me possa esquecer de alguém.

No entanto decidi arriscar na mesma e avançar com esta ideia.

Este 2021 é um ano cheio de acontecimentos. Uns mais felizes do que outros claro.

Por diversas razões podia destacar uma ou várias pessoas que se diferenciaram, pela positiva, nas últimas eleições autárquicas.

Mas este foi um ano muito mais marcante por outras razões que as eleições autárquicas.

Foi um ano em que aprendemos acima de tudo que de um dia para outro tudo pode mudar.

Infelizmente, ou quase sempre, pelas piores razões, mas a questão da pandemia marcará para sempre 2021.

Ano em que nos despedimos de forma trágica de muitos dos nossos entes queridos. Mas também o ano em que os portugueses demonstraram uma capacidade de mobilização e participação inacreditáveis. Foi o ano em que demonstrámos, uma vez mais, que somos capazes de ser um exemplo para o mundo.

E o concelho de Montemor-o-Velho também foi exemplo disso.

Mas para que isto tivesse este sucesso, foram precisas muitas mulheres e homens do nosso concelho a trabalharem horas a fio. Meses, Semanas e dias seguidos sem parar.

Enquanto muitos de nós estávamos confinados em casa ou em teletrabalho, a maioria destas mulheres e homens estavam longe de casa e trabalhar sem descanso.

Sim estou-me a referir a todos os profissionais de saúde do concelho de Montemor-o-Velho que contribuíram não só para o sucesso da vacinação, mas também que tiveram de diariamente lidar com a ansiedade, a angústia e o desespero de tentar salvar a vida de muitos daqueles que nos são mais próximos.

Talvez saibamos o nome de uns quantos. Mas há outros tantos desconhecidos espalhados pelo concelho fora que também deram o seu contributo.

Por isso a todos os profissionais de saúde montemorenses faço aqui a minha humilde e singela homenagem e deixo aqui o meu MUITO OBRIGADO a todos vocês.

Obrigado pela vosso esforço, dedicação, persistência e resiliência que tiveram durante este ano.

Para mim vocês são a personalidade do ano 2021.

Na esperança de que este fim do ano possa ser mais calmo e sereno, desejo a todos um Santo e Feliz Natal.   

João Rui Mendes

Bloco de Esquerda

 

MUSEU DA INCONFIDÊNCIA

 

São palavras no chão

E memórias nos autos.

As casas inda restam,

Os amores, mais não

 

E restam poucas roupas,

Sobrepeliz de pároco

E vara de um juiz,

Anjos, púrpuras, ecos

 

Macia flor de olvido,

Sem aroma governas

O tempo ingovernável.

Muitos pranteiam. Só.

 

Toda a história é remorso.

 

Carlos Drummond de Andrade 1902-1987

 

INTÉ NO MAIS IDÍLICO DOS MUNDOS, A SOBERBA DO ISOLAMENTO E DO SUCESSO EGOÍSTA É UM CAPRICHO INACESSÍVEL, OU NÃO?

Contumaz facto para nós este de sabermos que não sabemos tudo.

Mesmo à vista do Natal, com toda a vontade de reencontrar família e amigos, não é possível seguir caminho sem olhar para o que se passa em volta.

Mesmo sem saber tudo, é impossível não ver que o mundo se encrespa em nosso torno, mimetizando oceanos irrequietos, criando uma neblina densa onde a razão da nossa vista solitária se perde no pardacento.

O apelo para o hiperconsumo, para o cartão de crédito, para a valorização da compra ocupa o espaço maior no frenesim da nossa bondade. De outro lado a tecnológica da comunicação Alphabet-Facebook que agigantada no seu domínio financeiro propõe uma nova adaptação capitalista em que toda a nossa vida passa a ser do domínio virtual, toda a comunicação, o trabalho, a existência social, passam para esse domínio - o metaverso.

No mesmo Facebook o discurso mais vezeiro é o do ódio, do escárnio e da apoplexia. Sem qualquer discussão racional ou salubre. Aí se têm alimentado movimentos extremistas, no caso partidário português, em particular o partido Chega. No seu arqui-igual Instagram a ideia de parecer e soar é tão adulterada quanto mais longe podemos ficar do que é biologicamente razoável. A beleza? É a virtude neoliberal!?

Noutro vértice surge a localização pela PJ e a detenção de um banqueiro-ladrão foragido, João Rendeiro, escondido num hotel 5 estrelas na África do Sul. Tanto quanto se sabe de pijama e sem quadros falsos nas cuecas, embora umas quantas contas em offshore que dariam para darmos todos umas outras tantas voltas ao mundo e voltar.


Poupo à leitura a recordação de quantas figuras políticas se fizeram, com ele, fazer fotografar em preceitos de elite, também, embora vos peça encarecidamente que recordem, quantas o elevaram de mão dada.

Sempre em nome do liberalismo. Certo?

É impressão minha ou desde que comecei a escrever se começa aqui a desenhar e replicar um padrão? Impressão? Matriz? Algoritmo?

A democracia, a sensatez, o diálogo correto e concreto são essências desta nossa humanidade. É isso que quero oferecer aos meus filhos este Natal!

Boas festas para todos e todas!




Artigo 9.º

Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Georges Moustaki - Ma solitude (1970)


SINOPSE

Este é um livro sobre a medicina privada em Portugal, mas falar sobre saúde privada é falar também, e incontornavelmente, sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Portugal já tinha medicina privada antes de ter SNS - uma medicina privada muito diferente da dos dias que correm. A que temos hoje é moldada por e está dependente do SNS. Os grandes grupos económicos que dominam o sector da saúde são alimentados pelas falhas do sistema público e pelas rendas do Estado.

Este livro analisa o SNS, o sector privado e a complexa relação entre ambos a partir de dados de acesso público, produzidos por instituições oficiais. Percorre a história e os resultados dos grupos José de Mello Saúde e Luz Saúde, com desvios ilustrativos acerca dos grupos Lusíadas e Champalimaud e a Associação Nacional de Farmácias.

«O aparecimento deste livro de Bruno Maia, num período em que mais uma vez se pretende discutir o papel do sector privado no sistema de saúde, é uma grande contribuição para o conhecimento e a desmistificação do papel dos privados na saúde.»

Ana Jorge, médica e ministra da Saúde (2008-2011), na Nota introdutória

«Em O Negócio da Saúde somos convidados a viajar com enorme entusiasmo pela tensão das escolhas e pela descrição dos atores. Fazemos o percurso de conflitos e alternativas, nem sempre evidentes (...). E isso é feito a partir de informação cuidada e da apresentação de opções bem argumentadas e quantificadas. Há neste trabalho de Bruno Maia o desenrolar das ideias e dos rostos da escolha privada em saúde proposta ao país. Das teias de relações e potenciais conflitos com que as políticas se vão desenhando, e o que com isso se estará a perder por oposição ao que é apresentado pelos proponentes da opção privada como vantajosa e eficaz (...). O livro deixa uma escolha explícita e alguns avisos inequívocos.»

Henrique Barros, epidemiologista, especialista em saúde pública e presidente do Conselho Nacional de Saúde, no Prefácio






O Poder do Cão

Com argumento e realização da cineasta oscarizada Jane Campion, "O Poder do Cão" é "hipnotizante", "fantástico" e "uma obra-prima". Com Benedict Cumberbatch, Kirsten Dunst, Jesse Plemons e Kodi Smit-McPhee. 



BARCAÇA_MAIO

  Para garantir a redução do expediente extenuante, os trabalhadores da cidade de Chicago organizaram uma greve para o  1º de maio  de 1886....