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domingo, julho 31

BARCAÇA Nº22

 


  • Portugal mais uma vez, como tem sido nos últimos anos, fustigado por ondas de calor e aliados a este fenómeno os crimes ou desleixes de cidadãos, colocam-nos num braseiro a céu aberto.
  • Muito se fala, opinadores dão-nos constantemente soluções, mas não estamos a ir ao fundo da questão em saber ao certo se há ou não uma indústria do “fogo”?
  • Agosto está aí, a maioria dos portugueses tiram as suas merecidas férias, alguns serviços entram em descontrolo e falo nomeadamente da obstetrícia que gravidas são obrigadas a fazer centenas de quilómetros para terem uma consulta ou efetuarem o parto.
  • O Governo deseja aumentar a entrada de novas vagas para Medicina, mas o Sindicato/Ordem dos médicos não está para aí virada o que poderia solucionar a falta de médicos e pelo menos todos os portugueses terem um médico de família objetivo que já vem das anteriores eleições.
  • A guerra que a todos está a afetar, os portugueses sabem-no, para aumentar o preço dos produtos é rapidíssimo, mas para descer a proporção é bem diferente e tarda em chegar.
  • O nosso Presidente com frases bonitas que na prática abrem a porta para criação de mais um imposto, ao dizer “…empresas com lucros extraordinários medidas de maior responsabilidade social…”
  • Mas Portugal no campo desportivo continua a dar cartas no Festival Olímpico da Juventude Europeia, somou três medalhas, Tatiana Pereira, Fábia Conceição e Nuno Cordeiro.
  • Já no futebol ontem pelas 20h45 em Aveiro a final da Supertaça Taça Cândido de Oliveira jogo entre o FC Porto e o CD Tondela. Dragões vencem 44.ª edição da Supertaça Cândido de Oliveira Vodafone, ao baterem CD Tondela por 3-0.

  • Em comunicado e na modalidade de Ciclismo o Porto informa que suspendeu o Contrato de Naming e Licenciamento de Marca celebrado com (Associação Calvário Várzea Clube de Ciclismo).
  • Somos um País democrático, mas alguns esquecidos pela sua inépcia de terem voz, aproveitam momentos de clara demência intelectual acusando um dos nossos ícones músicais e do Norte, de não ter voz… a pergunta fica quem é a senhora?
  • No texto partilhado pelos artistas que mostram a sua solidariedade para com Pedro Abrunhosa, pode ler-se: "Não foi só [este] artista a ser intimidado, foi toda a classe artística nacional. Muitos foram aqueles que, no passado, lutaram para que vivêssemos em liberdade. Jamais a nossa integridade física pode ser ameaçada por, como diz o Pedro, combatermos bombas com palavras. Nem a Europa, nem Portugal se podem tornar a barbárie. A intimidação não nos calará, pois no dia em que o medo nos cale a voz viveremos na escuridão".

Nesta nossa vigésima segunda Edição da Barcaça continuamos a ter por parte dos nossos colaboradores vários momentos, falo da monumentalidade concelhia, de histórias de outros tempos, contos, poesia, política e algumas sugestões seja na leitura como na música, por isso desejo aos nossos colaboradores que se encontram de férias a continuação de boas férias.

Boas Leituras

Top Secret


Segredos de Mãe e filhos

Ser Mãe nunca foi fácil. Ser Mãe atualmente, de adolescentes, tem tendência a se tornar um pesadelo com direito a tirar a paz e o sono de qualquer uma. Vou tentar escrever um pouco sobre esse assunto, sem pretender ser exaustiva, nem sequer enumerar as razões por ordem de dificuldade, de gravidade ou até de grandiosidade. No entanto, todas estas razões pesam atualmente, em diferentes famílias e de diferentes formas e, talvez ao escrever, o texto adquira um efeito catártico e libertador, diminuindo a ansiedade.

Determinar os problemas, ao pensar sobre eles, não diminui o seu efeito nefasto, mas possibilita, até certo ponto, substituir a angústia, por medo e os medos podem ser enfrentados, uma vez determinados, enquanto o viver da ansiedade ou angústia, é apenas uma forma “congelada” de enfrentar a vida.

Começo com o facto que uma Mãe de adolescentes hoje enfrenta o facto inegável de uma situação pós– pandémica, ou seja, os miúdos ganharam hábitos, que foram fomentados pelo confinamento, que hoje é necessário combater, o principal dos quais é a dependência dos écrans. Os adultos também, mas nos jovens foi muito mais significativo e digam o que disserem todas as horas que eles passam nas redes sociais, a verem vídeos nas diferentes plataformas e a ver jogar ou a jogar, são horas perdidas de um tempo de verdadeiro convívio, de atividade física e mental. Faz deles “espectadores” da vida. E, a vida que eles próprios, deviam estar a viver, é consumida a consumir a criatividade alheia. Engorda-os em vez dos muscular, com capacidades de interpretação, resiliência e inteligência.

Em segundo lugar, uma boa parte das Mães de adolescentes, enfrenta os seus próprios problemas: carreiras exigentes e / ou falta de dinheiro, crises de meia-idade, maus casamentos e / ou vidas solitárias, pois cada vez mais Mães, são Mães em regime de solipsismo, seja qual for o motivo. Por vezes, a vida permite que contem com os seus Pais / Avós dos seus filhos, no entanto, são raras as Mães de adolescentes que não cruzaram já a linha de “cuidadas” para “cuidadoras” dos seus próprios progenitores.

Voltando aos filhos, estes continuam, como em crianças, tão dependentes do cuidar materno como antigamente, no entanto, muitas vezes, correspondem a esse cuidado, com arrogância e mau feitio. Se por um lado, as hormonas e mudanças internas não lhes facilitam a vida, também o futuro incerto e a própria noção, real ou imaginária de não serem capazes de lidar com os desafios da vida, não lhes permite a bonomia infantil. A relação entre Mães e filhos muitas vezes tende a coexistir entre dois extremos: gritos e silêncios, ambas as formas de comunicação são tão intimidantes e incriminatórias, uma como a outra.

O silêncio e a indiferença dos adolescentes perante problemas graves como o insucesso escolar e ou a incapacidade de fazer amigos, pode ser uma manifestação de depressão juvenil. A depressão pode ser causa ou consequência simultânea de tantos fatores e situações, mas é quase certo que se não for levada a sério e tratada, não leva a finais felizes.

O adolescente dos dias de hoje, tal como o adolescente do século XX, enfrenta um enorme conjunto de barreiras e obstáculos, cada um deles decisivo para o seu sucesso e futuro, no entanto, o “espartilho” atual é bem mais forte e a noção de falhanço é bem mais profunda. Se antigamente, havia várias formas de ter e obter sucesso, quem não tinha jeito ou apetência para uma coisa, podia destacar-se em outra. A construção de uma carreira de sucesso e / ou de uma vida com sentido, dependia, essencialmente, das opções conscientes realizadas pelo próprio. Hoje, há muitas e variadas formas de falhar, mesmo para aqueles que se podem considerar bons alunos e bons filhos, pelas suas próprias opções e esforços. O adolescente, de hoje, é catalogado, nivelado e formatado segundo muitos fatores, muitos deles alheios ao seu esforço e valor como pessoa. Fatores que dependem também, da influência da família, dos amigos, da escola que frequenta, das atividades extracurriculares, da sorte e de tantos outros aspetos, alguns deles aparentemente tão aleatórios, que o nível de segurança é mínimo e as perdas enormes.

A consciência deste aspeto, por parte da Mãe é plena e, se não for do ponto de vista intelectual, do ponto de vista emocional a Mãe é compelida a proteger e a cuidar. O que faz com que muitas Mães vivam os problemas dos filhos de uma forma tão intensa e íntima que chamar a essas Mães “helicóptero” fica aquém do que as mesmas estão dispostas a fazer para perlongar as capacidades, competências e até esforço dos seus jovens filhos. Infelizmente essa forma de agir leva a que o adolescente não se teste. Não tenha, portanto, a ideia do que é ser por ele mesmo, conseguir por si próprio e, até, ser o autor dos seus próprios fracassos e erros, a única forma de aprender realmente. A Mãe torna-se, inconscientemente, parasita infeliz do seu filho “castrado” e essa é uma relação doente.

Mas, felizmente, esse é também um caminho que muitas Mães de adolescentes se negam a percorrer, mas em alternativa, estas Mães condenam-se muitas vezes aos remorsos, cuja sensação, mesmo que errada, não deixa de ser intensa, por que não se faz pelo seu filho ou filha, tudo o que está ao seu alcance, que não se dedica todo o tempo, todo o espaço, recurso ou, se sacrifica sentido ético, pela felicidade do seu rebento.

Se olharmos à nossa volta vemos que, apesar dos problemas intensos que as famílias com adolescentes, com os mais variados formatos, enfrentam nos dias de hoje, algumas conseguem tornar-se locais de reorganização e reconstrução para os seus elementos, em clima de confiança e respeito.

Como? Provavelmente o segredo está nas pequenas coisas, em pormenores, nomeadamente, na procura de vivências significativas entre as Mães e os filhos que não passem pelo desgaste do espaço mental ou físico da Mãe, nem pela troca da importância entre o ter e o ser ou não se abdique da responsabilidade ética e moral que se pretende transmitir. Há Mães, Mulheres, que conseguem, no seu dia-a-dia, não abdicar de si, da sua integridade e valor, para e pelo bem dos seus filhos e essa é uma arte que se aperfeiçoa quotidianamente. Fiquemos com essa pequena, grande vitória. 


C.M.M.V

Programas de apoio ao associativismo

Programa de Apoio ao Desenvolvimento Associativo

 Edital nº 43/2022

 Formulário do Programa do Apoio ao Desenvolvimento Associativo 2022 

 

Programa de Apoio a Equipamentos e Modernização Administrativa

 Edital nº 45/2022

 Formulário do Programa do Apoio a Equipamentos e Modernização Associativa 2022 

 

Programa de Apoio a Infraestruturas

 Edital nº 44/2022

 Formulário do Programa do Apoio a Infraestruturas 2022 

As candidaturas ao programa de Apoio ao Movimento Cultural e Social de Montemor-o-Velho devem ser entregues no Balcão Único da Câmara Municipal, enviadas por correio (para Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, Praça da República, 3140-258 Montemor-o-Velho) ou para o email geral@cm-montemorvelho.pt 

 Apoio ao Movimento Cultural e Social de Montemor-o-Velho

 Regulamento do Apoio ao Movimento Cultural e Social de Montemor-o-Velho

  

Programa de Apoio ao Desenvolvimento Associativo (atividade regular)

 Edital 10/2020

 Formulário do Programa do Apoio ao Desenvolvimento Associativo (atividade regular)

  

Programa de Apoio à aquisição de veículos de transporte

 -Edital N.º 18/2019

 -RAMAD

 -Anexo 4 viaturas

 

Programa de Apoio à construção/beneficiação e apetrechamento das instalações desportiva

 -Edital N.º 17/2019

 -RAMAD

 -Anexo 3 instalações

 

Apoio Municipal a Associações Culturais, Recreativas e Instituições Particulares de Solidariedade Social

  -Edital N.º 10/2018

 -Regulamento de Apoio Municipal a Associações Culturais, Recreativas e Instituições Particulares de Solidariedade Social

 -Formulário de candidatura

 

Apoio Municipal a Associações Desportivas/ Prémio de Mérito Desportivo

 -RAMAD

 -Edital N.º 15/2019 - Mérito Desportivo

 -Anexo 7 Mérito

 

Apoio Municipal a Associações Desportivas/ Programa de Apoio ao Funcionamento e Desenvolvimento da Atividade Regular

 -RAMAD

 -Edital N.º 16-2019 - atividade regular

 -Anexo 1 Regulares

 

Programa de Apoio à Atividade Regular 2017

 -Edital N.º 19/2017

 -Formulário de candidatura

 -Regulamento

 

Programa de Apoio à Atividade Regular

 -Regulamento de Apoio Municipal a Associações Desportivas

Formulário de candidatura

 -Edital N.º2-2017- Abertura de candidatura para o programa de apoio a atividade regular 

 

Apoio ao Associativismo Desportivo

Prémio de Mérito Desportivo

 -Edital n.º 55/2017 - Início do procedimento para candidatura à atribuição do Prémio de Mérito Desportivo

 -Regulamento de Apoio Municipal a Associações Desportivas

 -Anexo 7 - Prémios de Mérito Desportivo - Ficha de identificação

Convento de Nossa Senhora do Carmo [Tentúgal]

Este convento foi fundado no século XVI, com rendimentos da Confraria de S. Pedro e S. Domingos, legados do Conde de Tentúgal e outros beneméritos, tendo-se as obras prolongado por muito tempo. O seu património foi delapidado com as invasões francesas. Foi extinto em 1834, mas as freiras permaneceram aqui até à morte da última em 1898.

Esta casa monástica tem a sua origem na Confraria de S. Pedro e S. Domingos de Tentúgal. Esta confraria possuía avultada extensão de terras cujos rendimentos eram aplicados na satisfação de obrigações da comunidade (entre elas a celebração de três missas diárias na Ermida com o mesmo nome). O sobejo desses rendimentos era aplicado em esmolas de géneros e espécies aos mais pobres da vila. Contudo, muitas vezes estas verbas eram aplicadas de forma menos escrupulosa, beneficiando quem não tinha necessidade. Assim, em certa ocasião reuniram-se todos os regedores da Confraria e determinaram, por comum acordo, aplicarem as rendas da Confraria na fundação de um convento de freiras da Ordem de S. Domingos, por ser padroeiro da mesma confraria, com a condição de que se retirasse parte para os pobres, missas e reparação do hospital. Depois deste acordo, pediram ao Papa e a D. Sebastião que deferissem a petição e mandassem passar as suas bulas e provisões, tendo ambos assinado estes documentos.

A data da fundação deste convento é controversa, sendo a mais provável recair no ano de 1565, uma vez que apesar da boa vontade dos irmãos da confraria em fundarem um convento da ordem de S. Domingos, o seu desejo nunca foi realizado. Só mais tarde, algumas pessoas de maior influência de Tentúgal determinaram a fundação de um convento de religiosas do Carmo e por isso solicitaram as bulas papais necessárias. E foi este que foi construído. Os beneméritos lançaram a primeira pedra a 8 de setembro de 1565, data comemorativa do nascimento de Nossa Senhora, que ficou sua padroeira.

O convento foi edificado na Ermida de S. Pedro e S. Domingos, sendo provável que o primitivo edifício da igreja do convento fosse mesmo esta ermida. A Confraria cedeu a ermida mediante o pagamento de 150 cruzados para edificar a Misericórdia. O Conde de Tentúgal, D. Francisco de Melo, assumiu os direitos de padroado, apresentando as primeiras 15 freiras que iriam ocupar o convento. Estas proveriam outras 15 para perfazer o número de ocupação total do convento. As primeiras religiosas entraram no convento a 8 de setembro de 1572 (algumas delas vieram do Convento da Esperança de Beja).

A construção e a manutenção desta casa conventual fez-se a expensas das rendas da Confraria, a legados do instituidor, o Conde de Tentúgal, e aos dotes das religiosas que a iam integrando. Apesar disso, as despesas eram muitas e as religiosas viveram com graves dificuldades. Queixaram-se, então, ao Provincial que solicitou a D. Filipe auxílio para elas, o qual, por alvará de 10 de outubro de 1596, concedeu grandes benefícios em matéria de mantimentos.

Devido à falta de verbas a construção foi irregular e prolongada. O edifício atual é uma reforma do século XVII, significando a data da porta da igreja (1633) e a de 1632 num friso interior o início daquela reforma e principalmente em relação à igreja. A data de 1693, que se via na cruz do remate da ala lateral, deveria corresponder ao fim das obras da parte conventual.

As religiosas viveram sempre com grandes dificuldades, como é exemplo a situação em que se encontravam em 1816: caíram os muros da cerca, tinham entregue todas as preciosidades de ouro e prata que ornavam a igreja para contribuição de guerra, foram despojadas com os roubos das invasões francesas. Consequentemente, pediram ajuda à Duquesa do Cadaval que as isentou do pagamento de alguns impostos e as beneficiou com algumas rendas.

Em 1834, este convento foi extinto conforme decreto governamental, permitindo-se, no entanto, às religiosas a permanência no convento até à morte da última freira, que ocorreu a 18 de fevereiro de 1898. 

Netgrafia: https://www.cm-montemorvelho.pt/index.php/component/k2/item/191-convento-de-nossa-senhora-do-carmo

 


Viver o Desporto por terras de Montemor

"Se fosse um velho do Restelo" desconfiado e maldizente dos projetos dos que vivem a coragem de os assumir, talvez encontrasse por estas divagações, as dúvidas e aquele bichinho critico e mordaz sobre o Poder local em Montemor-o-Velho, mas como não tenho entrelinhas no meu espaço de informação na Barcaça, ou noutro órgão de comunicação, resta-me levantar a lebre e saber como vai o Concelho Municipal do Desporto?



Publicado no Diário da República, no dia 28 de julho de 2016, cujo órgão trazia no ventre as melhores ideias e os projetos, esperança minha numa terra despejada de pessoas ao fim da tarde, sejamos nesta altura a realidade e o pulsar competitivo por Terras de Montemor, nas modalidades projetadas nas melhores intenções.

Lá diz o ditado, por vezes muita parra e pouca uva, trazem-nos o sabor amargo das desilusões por Montemor e pelas suas Freguesias, mas um órgão desta daquela com a bênção do Poder Local, incluindo todas as Freguesias "valha-me o diabo" criaram-se responsabilidades num Concelho Municipal do Desporto, ou então o aparato engenhoso da política, serve meios sem atingir os seus fins?

Decerto e porque a minha informação se completa na imprensa escrita, ou neste repentismo das redes sociais, face á minha ausência no terreno das melhores noticias, vou admitir que a  estrutura programada naquele Concelho Municipal sobre o desporto, propunha urgentes projetos no desporto concelhio, desde a ampliação de espaços, como demais animadoras infraestruturas, por onde não iriam faltar eventos e competições desportivas, Velho, mas nunca do Restelo, embora distante e pertinho dos meus sonhos e curiosidade, apetece-me perguntar aos homens e mulheres que assumiram aquela responsabilidade no Concelho Municipal do Desporto, se o Rei vai nu, ou se a esmola é choruda, para que os pobres desconfiem de tanta fartura e promessas feitas no alvoroço de todas as politicas numa manhã de nevoeiro?  

 

O medo das Lapas

 Os caminhos de carros de bois que atravessavam, e atravessam, as Lapas, zona entre Tentúgal, Ribeira dos Moinhos e Morraçã, tinham má fama para viagens noturnas. Também havia quem afirmasse que de noite se viam animais estranhos por lá a fazer barulho e até alguns disparates.

 O meu tio-avô Zé Faria, cesteiro de profissão, foi um dia fazer " poceiros " p'rós lados das Meãs e no regresso a casa já vinha animado, com um copito a mais e ao chegar ao barrocão das "Lapas " parecia que estava a ver um vulto pendurado no ar e que a certa altura lhe diz:

 - Caio?

 - Cai p'rós infernos. diz-lhe ele.

 Nisto ouviu como que uma coisa que cai e um grito medonho dizendo:

-Tiveste sorte. Se dissesses que caísse p'rai, era o que eu faria e levava-te comigo.

 Acelerou o ti Zé o passo e jurou que tão depressa por ali não iria passar.

 Diziam que lá está uma gruta que vai dar ao inferno.

 Ele há coisas do diabo...

 

Está o dia passado de. O conto. contado


CAI A NOITE

Agora que o sol poente

é inevitavelmente tão real,

só o frio da noite virá estender

seu manto sobre mim…

 

E o brilho das estrelas

e o luar sereno

serão sinal de esperança,

iluminando o caminho

que falta percorrer…

 

Quando nascer o sol

da madrugada,

será de novo dia em mim

renascerá a esperança,

findando a longa espera.

QUADRAS SOLTAS! 

Caminhos já percorri

Caminhos hei-de percorrer

As coisas que já vi

As coisas que hei-de ver

Sem saber o que fazer

Peguei na caneta e escrevi

Tanta coisa sem saber....

Pus no papel o que senti!

RECORDAÇÕES

 

Sou humana és humana

e a vida aqui é finita

o tempo que vai passando

as histórias vai enterrando

de uma vida tão bonita…

 

Tão cheia de colorido

toda cheia de cuidados

como é que se faz da história

dos carinhos, das memórias,

fardos que são tão pesados?

 

As crianças inocentes

são tudo que há bom no mundo

quando perdem a inocência

as memórias da infância

então já perderam tudo...

 

Às vezes também se encontram

entre as conchinhas da praia

molhando os pés na bordinha

da areia que é tão fininha

os sorrisos de catraia!…

 

AUTORIA: ISABEL TAVARES 30-07-2021

CÓDIGO DE AUTOR:  (© Todos os Direitos de Autor Reservados)

Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos - Decreto-Lei n.º 63/85, de 14 de março - Diário da República n.º 61, Série I, de 14.03.1985 –

O Baixo Mondego como capital do Teatro

 


Montemor-o-Velho tinha tudo para ser a capital portuguesa do teatro.

No entanto a fraca aposta na cultura, por parte da câmara municipal dos últimos nove anos, fez com que o teatro e a cultura ficassem muito aquém das expetativas.

É triste verificarmos que Montemor tem uma das escolas e dos festivais teatrais mais antigos do país e tudo isso é desperdiçado.

Todos os anos sempre que chegamos a esta altura e é anunciado uma nova edição do Citemor sinto um misto de emoções um pouco agridoce.


Por um lado, fico feliz e contente por perceber que, com todos os esforços e voluntariado existente, lá se vai conseguindo manter mais uma edição do Citemor. Apesar de já de alguns anos para cá terem expandido o festival para os concelhos vizinhos (Coimbra e Figueira da Foz) uma vez que o executivo camarário não apoiava o suficiente para manter a realização do festival no concelho.

Por outro lado, deixa-me um sentimento de tristeza e revolta. Isto porque Montemor, através do Citemor e da escola teatral Esther de Carvalho, podia ser uma referência a nível nacional e internacional.

Mas infelizmente isto não acontece.

A cultura devia ser sempre uma das principais apostas dos municípios. Não só pela dinâmica que criam na sociedade como também pela transmissão de conhecimento, de tradições e valores.

Para além disso uma boa aposta na cultura atrair e aumentar os visitantes e turistas.


Montemor-o-Velho com a riqueza patrimonial e cultural que tem devia fazer uma verdadeira aposta nesta área. Isto iria criar uma dinâmica e uma envolvência de toda a comunidade em que todos iriam ficar a ganhar.

De uma vez por todas espero que se comece a fazer uma verdadeira reforma e aposta na cultura do concelho de Montemor-o-Velho. E essa aposta deverá começar por um dos ex-libris da nossa cultura montemorense que é o Citemor e a escola teatral Esther de Carvalho.


Artigo 22.º

 Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social; e pode legitimamente exigir a satisfação dos direitos económicos, sociais e culturais indispensáveis, graças ao esforço nacional e à cooperação internacional, de harmonia com a organização e os recursos de cada país.



Sinopse

Seguindo a tradição dos antepassados pescadores da Nazaré, Guilherme Piló Sales foi a primeira vez ao bacalhau com 17 anos, em 1960. Seguiram-se sete campanhas como pescador à linha nos pequenos barcos dóri, nas águas tempestuosas dos Grandes Bancos da Terra Nova e da Gronelândia, na designada Faina Maior, a Epopeia do Bacalhau, um dos episódios mais esquecidos e notáveis da história marítima portuguesa.

Este livro é o relato autobiográfico de memórias marcantes desses tempos, dessas viagens e dessas fainas de extrema dureza, cheias de perigos e de privações, na pesca de bacalhau à linha. Um homem sem coração arrisca tudo na vida e ali era preciso ir ao limite ou mesmo ultrapassá-lo, diz o autor deste retrato. Uma história comovente de bravura, dedicação e amor pelo mar.




Não importa Sol ou sombra
Camarotes ou barreiras
Toureamos ombro a ombro
As feras

Ninguém nos leva ao engano
Toureamos mano a mano
Só nos podem causar dano
Espera

Entram guizos chocas e capotes
E mantilhas pretas
Entram espadas chifres e derrotes
E alguns poetas
Entram bravos cravos e dichotes
Porque tudo o mais
São tretas

Entram vacas depois dos forcados
Que não pegam nada
Soam brados e olés dos nabos
Que não pagam nada
E só ficam os peões de brega
Cuja profissão
Não pega

Com bandarilhas de esperança
Afugentamos a fera
Estamos na praça
Da Primavera

Nós vamos pegar o mundo
Pelos cornos da desgraça
E fazermos da tristeza
Graça

Entram velhas doidas e turistas
Entram excursões
Entram benefícios e cronistas
Entram aldrabões
Entram marialvas e coristas
Entram galifões
De crista

Entram cavaleiros à garupa
Do seu heroísmo
Entra aquela música maluca
Do passodoblismo
Entra a aficionada e a caduca
Mais o snobismo
E cismo

Entram empresários moralistas
Entram frustrações
Entram antiquários e fadistas
E contradições
E entra muito dólar muita gente
Que dá lucro aos milhões
E diz o inteligente
Que acabaram as canções

BARCAÇA_MAIO

  Para garantir a redução do expediente extenuante, os trabalhadores da cidade de Chicago organizaram uma greve para o  1º de maio  de 1886....