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sábado, julho 16

BARCAÇA 21

 



Não podemos ficar alheios ao Mundo que nos rodeia, abertura de telejornais seja nacionais ou internacionais, em todos as alterações climatéricas estão na ordem do dia e para flagelo das populações o FOGO está aí como se fosse novidade, mas todos os anos por esta altura estamos a falar das mesmas coisas.

Mas como estamos no defeso do futebol, os comentadores (grandes) técnicos na arte do “comentarismo”, reformulam-se e viram com rapidez para (doutorados) nas técnicas do Fogo. Mas ali e acolá, saem do baú políticos que na sua governação fizeram o mesmo dos que estão lá agora, mas hoje com seu olhar amadurecido da travessia do deserto arregaçam as mangas e blá…blá…blá.

Com alguns rasgos antes de irem de férias, na sua redoma como intocáveis do sistema e dos que sofreram na pele o maior aumento dado pelo Costa, abrem as gavetas 2020 e encontram (golas) que quase levavam à demissão do ministro da altura não estivesse agarrado como lapa.

Mas a sorte vira, Costa mais uma vez, que estava a ser bombardeado com Golas, ANEPC, aviões surge um acidente que a todos nós entristece e com a morte não se brinca.



Já os C-130 anda novamente na ordem do dia.

Mas lá fora, os fogos não dão tréguas, de norte a sul não escolhem estrato social e levam tudo adiante deixando no ar nuvens escuras e no horizonte a terra queimada. Dou o louvor aos Bombeiros/Populações os únicos heróis uns pelo seu sacrificio pelo bem comum e o outro em atos de desespero que à baldada tentam salvar uma vida de trabalho.

Fazem-se estudos e mais estudos, há neste momento universidades portuguesas a desenvolverem trabalhos muito meritórios, mas que o Governo prefere abrir comissões, estudos… andamos nisto há demasiado tempo.

Não dando conta do recado, ainda nesta mistura explosiva, temos o caso do NOVOBANCO que para receber dinheiros do estado (contribuinte) está de mãos abertas, mas para dar explicações, diz não ser empresa do estado. Já a TAP vai cair de madura, esta técnica de desvalorizar uma empresa do estado para ser vendida ao desbarato já vimos este filme demasiadas vezes. O caso dos Banqueiros encontraram agora depois de morto 9,2 milhões em contas na Suiça do Rendeiro, mas do Salgado nada. Já a Operação Marquês vai e vem e os mais de dez anos ainda andamos a falar de sorteios.

Comboios, lançaram novas carruagens que estavam a aguardar a licença de circulação, mas como o seu ministro meteu os pés e não se demitiu nem se fala.

Nas nossas leituras na Barcaça, os nossos colaboradores vão descrever a seu modo os casos do mês, misturamos poesia, literatura e música.

Boas leituras.

(TOPSECRET)


O MUNDO DOS PAPEIS - FIGUEIRA DA FOZ
Hoje depois do programa "VIAGENS PELAS FREGUESIAS" senti que algumas colectividades sentem grande dificuldade em aceder aos apoios dados pela Autarquia, fiz eu essa mesma viagem e tentar saber o que oferece, como se faz e a quem se destina. Escolhi 14 item's da Câmara Municipal da Figueira da Foz e na próxima edição da Barcaça irei para Câmara de Montemor-o-Velho.
Mas vamos então CMFF


Dos 14 item escolhidos dentro da (CMFF) Câmara Municipal da Figueira da Foz vamos então abrir cada um deles e tentar explicar.

1º Neste ponto, vamos percorrer (3) documentos que todas as colectividades devem preencher. Falamos da “Candidatura a Apoio para Actividade Regular.



2º Já neste ponto estamos aa falar Apoio para Actividades Pontuais.



 

Para o seguinte item só é necessário abrir o ficheiro preencher os dados pedidos e o seu objetivo e remeter para os serviços competentes da CMFF.

 

Devem sempre consultar o Regulamento Municipal do Apoio ao Associativismo que deixo aqui para consulta:

Para ver o documento clik aqui: 

https://www.cm-figfoz.pt/cmfigueiradafoz/uploads/document/file/1380/regulamento_de_apoio_ao_associativismo.pdf

Não menos importante o documento

Regulamento Municipal de Apoios ao Desporto


Que pode ser consultado aqui:

https://www.cm-figfoz.pt/cmfigueiradafoz/uploads/document/file/1381/regulamento_municipal_de_apoios_ao_desporto.pdf

Ainda podem ser consultados os documentos abaixo citados para obter mais informação:

Se dissesse que a procura o preenchimento é algo natural e fácil, direi que para muitos sim, mas atendendo a muitas colectividades que desenvolvem um trabalho em prol da comunidade e que não têm apetência para novas tecnologias e dominar o Office direi então que é aqui que entra a Junta de Freguesia, Associação das Colectividades na ajuda aos seus Fregueses e sócios. E pela informação que obtive está ser feita, desde que solicitada.


LEGISLAÇÃO–ATLETAS DE ALTA COMPETIÇÃO

Decreto-Lei n.o 123/96 de 10 de agosto

A Lei n.o 1/90, de 13 de janeiro, Lei de Bases do Sistema Desportivo, reconhece, no seu artigo 15.o, a importância do desporto de alta competição como paradigma da actividade desportiva.

Em abril de 2019, a Constituição passou a abranger um maior leque de beneficiários do sistema de apoios a Estudantes-Atletas. Até essa data, somente os atletas de alto rendimento ou aqueles que integravam com frequência seleções nacionais usufruíam dos privilégios. Desde então, o decreto-lei beneficia também aqueles que se identificam com a definição de Estudante-Atleta. Mas em que consiste exatamente essa definição? 

O estatuto de Estudante-Atleta

O estatuto de Estudante-Atleta abrange:

§  atletas de alto rendimento;

§  atletas que integrem com regularidade seleções nacionais;

§  desportistas que pratiquem em regime de sistema federado;

§  atletas do desporto escolar e que pretendam dar continuidade à prática do mesmo no Ensino Superior;

§  representantes da instituição de Ensino Superior nas competições de desporto universitário.

Assim, a condição de Estudante-Atleta enunciada pelo decreto-lei vem estabelecer um apoio legalizado e regulamentado aos discentes desportistas. Ainda que não pretenda interferir no quadro de autonomia pelo qual as instituições de ensino superior e associações de estudantes se regem, o decreto-lei uniformiza os direitos mínimos dos quais os Estudantes-Atletas deverão usufruir. 

Os direitos do Estudante-Atleta

Objetivando promover uma maior facilidade aos atletas para conciliarem estudos, treinos e competições (universitárias e federadas), foi estabelecida uma série de direitos mínimos concedidos àqueles que preencherem os requisitos de Estudante-Atleta. Alguns destes direitos incluem a relevação de faltas, prioridade na escolha de horários, alteração de datas de avaliações e, ainda, realização de exames em época especial.

Os deveres do Estudante-Atleta

No Regulamento do Estatuto de Estudante-Atleta da Universidade do Porto, vêm enumerados alguns deveres que os desportistas deverão honrar, tais como a promoção de prática desportiva de forma exemplar, a defesa do bom-nome e valores da instituição e, ainda, o cumprimento do plano de treinos estipulado. 

O Estatuto de Estudante-Atleta pretende estimular o envolvimento dos estudantes em atividades desportistas e fomentar a prática de desporto universitário. Mais ainda, compromete-se a enaltecer a importância da atividade física para uma boa formação dos estudantes, visando o estabelecimento de hábitos saudáveis.

UNIDADES DE APOIO AO ALTO RENDIMENTO NA ESCOLA: O QUE SÃO?

Decreto-Lei n.º 272/2009, de 1 de outubro, assim como o Decreto-Lei n.º 45/2013, de 5 de abril, reúnem um conjunto de medidas de apoio aos alunos em regime de alto rendimento ou integrados em seleções nacionais. Para garantir que a lei é cumprida com rigor e efetividade e que os alunos e atletas de alta competição possam ter um equilíbrio nas suas vidas, surgiu, em 2016, o Projeto-piloto UAARE – Unidades de Apoio ao Alto Rendimento na Escola (UAARE).

Afinal ser atleta de alta competição implica, muitas vezes:

  • Dias de trabalho de 10 horas, entre a escola e o desporto;
  • Treino intensivo, que pode ocorrer duas a três vezes por dia;
  • Transições no percurso de carreira e de vida;
  • Competições e estágios, a nível nacional e internacional;
  • Ausências à escola;
  • Exigências da vida familiar e social.

A UAARE vem dar uma grande ajuda. Trata-se de “uma estrutura técnico-pedagógica, criada no âmbito da Direção Geral de Educação, facilitadora entre o rendimento desportivo e o sucesso escolar, em Escolas onde existam alunos (nível secundário) que sejam simultaneamente atletas provenientes dos Centros de Alto Rendimento Desportivo e ou de Federações, Associações ou Clubes.” Em suma, o seu objetivo e os dos elementos envolvidos é a conciliação da atividade escolar com a prática desportiva, com sucesso.

modelo das UAARE foi inspirado no Gabinete de Apoio ao Alto Rendimento (GAAR) de Montemor-o-Velho, que existe desde 2009 e que tem nota positiva. Por lá passaram vários campeões nacionais, que conquistaram medalhas internacionais e com uma taxa de sucesso escolar acima dos 90%.

No ano letivo 2016/17, o Projeto-piloto UAARE foi implementado na E.S.Amélia Rey Colaço – Lisboa; E.S. de Rio Maior – Rio Maior; E. S. de Fontes Pereira de Melo – Porto e E.S. de Montemor-o-Velho, até alcançar as 16 escolas e os 400 alunos no ano letivo transato.

Como é organizada uma UAARE?

As UAARE são compostas por equipas pedagógicas UAARE que têm como objetivo “desenhar, implementar e acompanhar o processo pedagógico e de apoio psicológico para cada um dos alunos envolvidos, tendo em consideração as suas particulares necessidades (ensino diferenciado).”

Professor acompanhante

Cada aluno/atleta de alta competição terá um professor acompanhante que se irá encarregar de:

  • Gerir os percursos individuais de aprendizagem, com o feedback de outros professores e tendo em conta a avaliação contínua;
  • Articular com todos os intervenientes (encarregados de educação, treinadores, federações, professores curriculares e professores de apoio UAARE) e o coordenador nacional;
  • Organizar e propor aulas de apoio para compensar as ausências ou as necessidades de estudo dos alunos.

Sala de Estudo Aprender +

Em cada UAARE existe um local que apoia os alunos numa aprendizagem personalizada e diferenciada, através da prática colaborativa e reflexiva entre professores e cujas ações são guiadas por percursos individuais de aprendizagem, recorrendo a apoio personalizado, apoio a distância e ensino a distância.

Psicólogo Escolar

Para potenciar o equilíbrio este a escola e o desporto, a existência de um psicólogo é fundamental para permitir:

  • Gestão emocional, desenvolvimento de estratégias de coping, motivação, auto-conhecimento, auto-confiança, auto-eficácia, e gestão de tempo;
  • Desenvolvimento vocacional e de carreira, orientada para o futuro;
  • Desenvolvimento de ambientes de aprendizagem positivos, bem-estar pessoal e relações entre professores, família e treinadores.

Até ao momento, o projeto que levou à criação das UAARE tem sido um sucesso, com um desempenho académico de 92,1%, na maioria dos anos acima da média nacional e uma taxa de abandono de 3,51%.

Para quem?

Podem integrar as UAARE os alunos que integrem a prática desportiva inserida no desporto de rendimento, “que corresponde à evidência de talentos e de vocações de mérito desportivo excecional, aferindo-se os resultados desportivos por padrões internacionais, sendo a respetiva carreira orientada para o êxito na ordem desportiva internacional”.

OUTROS APOIOS EXISTENTES PARA OS ALUNOS E ATLETAS DE ALTA COMPETIÇÃO

A lei que sustenta a prática desportiva de alta competição refere ainda outros apoios além da criação das UAARE, nomeadamente:

  • Bolsas de alta competição;
  • A possibilidade de frequentar de forma prioritária infraestruturas desportivas, como centros de estágio, e a isenção no pagamento de quaisquer taxas de utilização de instalações desportivas de propriedade pública;
  • Centros especiais de apoio, que disponibilizem condições adequadas de preparação e apoio especializado aos praticantes em regime de alta competição;
  • Prémios aos praticantes que alcancem resultados desportivos de excelência, tendo em conta a especificidade de cada modalidade.

IMPORTÂNCIA DO DESPORTO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL E JOVEM

O exercício físico quando praticado de forma metódica, seja individualmente ou em grupo, com fins de competição, recreação ou terapia, revela-se como altamente positivo para o desenvolvimento das crianças e jovens.

É certo que nem todos precisam de ser atletas de alta competição, seja por perfil, seja por opção. Todavia, os benefícios são inegáveis.

1. Desenvolve a autoestima

O espírito de equipa, a alegria das conquistas, o apoio nas derrota, entre outros. Sentimentos e situação que ajudam a desenvolver a autoconfiança e a aprendizagem sobre si próprio e sobre as características e qualidades de cada indivíduo.

2. Estimula a capacidade de liderança

Embora os desportos coletivos exijam um esforço em equipa, todas as crianças aprendem sobre liderança, sobre a responsabilidade de reconhecerem os diferentes papéis que ajudam a compor uma equipa.

3. Potencia o trabalho em equipa

Trabalhar em equipa é uma capacidade que as crianças e jovens guardarão para sempre e que os irá beneficiar em diferentes etapas e momentos da vida.

4. Permite criar relacionamentos mais fortes

Por causa do aspeto social dos desportos em grupo, as crianças aprendem a comportar-se melhor em situações sociais, já que desenvolvem um sentido de camaradagem e comunidade, permitindo-lhes manter e alimentar relacionamentos mais fortes.

5. Facilita as capacidades de comunicação

Trabalhar em equipa significa saber expressar-se e fazer-se compreender e compreender os demais.

6. Ensina a gerir o tempo

Para muitos, o desporto é um prazer ao contrário de outras atividades da vida. Pelo que é também através da prática desportiva que as crianças e jovens aprendem sobre a gestão de tempo e disciplina.


Túmulo de Diogo de Azambuja

O túmulo de Diogo de Azambuja, ex-libris da igreja conventual de Nossa Senhora dos Anjos, é um hino ao herói de São Jorge da Mina e ao gosto estético do século XVI.

A arcada tumular situa-se na parede do Evangelho da capela-mor no local primitivo e não é mais que o aproveitamento dos elementos renascentistas e vandalizados em tempo indeterminado nas reformas do altar-mor. A arca foi mudada para o ângulo esquerdo do topo da capela, entaipado por um retábulo de madeira obsoleto ali colocado no século XVIII e revestimento das paredes por azulejos de fabrico coimbrão.

Em 1935, procede-se ao desmantelamento do retábulo de madeira e à mudança da arca tumular para o sítio onde se encontra atualmente.

O arcossólio constitui-se de arcos policêntricos a cruzarem-se entre dois contrafortes e abriga a estátua jacente e a arca tumular, uma estrutura gótica decorada ao gosto manuelino.

Sob o arco cogulhado está a sepultura jacente de Diogo de Azambuja, vestido com armadura e saio de malha. As mãos orantes e cabeça inclinada, os cabelos longos e ondulantes cobertos com gorro de abas levantadas repousam em duas almofadas de gosto amouriscado. O rosto denota expressão vincada, os olhos cerram-se, as rugas são profundas conforme tradição comum do imaginário manuelino. Aos pés uma terna e serena figura de jovem, provavelmente pajem obediente e implorante.

A face da arca é preenchida com uma cena do trabalho do ouro na região da Mina, uma cena ladeada por dois escudos esquartelados com as bandas e castelos (armas de Diogo de Azambuja). A cena de trabalho do ouro apresenta figuras de negros em relevo entre folhagens de cardos, ocupando-se na manipulação dos lingotes e pesagem do vil metal.

É frequente atribuir-se a feitura da arca tumular de Diogo de Azambuja ao imaginário conimbricense, Diogo Pires o Moço, um artista/imaginário com vasta obra na região do Mondego e mosteiro de Leça do Bailio.

Fonte: GÓIS, Correia, Convento de Nossa Senhora dos Anjos (1494-1834), Montemor-o-Velho, 2007.

Estiquem a corda, desportivamente...

Se outra profissão gostaria de ter feito carreira, para além da única verdadeira dos cabelos e das  barbas, mais adiante o aliciante trabalho ao tratar da beleza das jovens e menos jovens, mas sempre mulheres com as suas inquietações no seu envelhecimento, teria  sido a minha envolvência no jornalismo profissionalizado, denunciador de todas as hipocrisias e injustiças, correndo o risco de perseguições e desemprego, mas um jornalista capaz de suportar pela verdade dos factos, a graxa dos lambe-botas, coagidos a jantares e vinhos de marca registada.

Perdi aquele sonho e esse estatuto, quando percebi por volta de 1959/60, do século passado no velhinho Campo das Lages, (já na Figueira da Foz), colaborando no Figueira Spor, jornal desportivo, as jovens raparigas nas suas gritarias nos jogos disputados naquele velhinho pelado, não viram em mim outra figura que não fosse o Repórter Mabor, da Barca, sem futuro e rodeado de todas as inocências.

Como sempre defendi o Ser em vez do parecer, assumi-me sem complexos, a partir da minha experiência que devia cuidar do meu amadorismo, percorrendo depois o meu voluntariado sem presas em alcançar a glória do verdadeiro jornalista dos tais intocáveis, sabe o diabo se tem coragem para pegar um rato morto pelo rabo?

E é por isto, que vos peço que não estiquem a corda, porque aqueles que dão o que têm a mais não são obrigados…

De modo consciente e para finalizar este meu sentido de vivências pelas palavras escritas, se não fui um jornalista profissionalizado, apesar do saudoso Santiago Pinto, esse sim jornalista e poeta, credenciando-se como encartado no Correio da Figueira, acabei por assumir sempre, desde o batismo das jovens moças no Campo das Lages, o Repórter Mabor, dos caminhos por Terras de Montemor, metendo o nariz pelas ruas das cidades, atento e solidário no meu orgulho construído na humidade do meu amadorismo. Já o falecido Emidio dos Santos, em Montemor me avisou com a sua experiência.

Nunca vás á missa com o fato emprestado, facilmente percebem que não está á medida do teu corpo, assim me governei com a pouca roupa das minhas origens tão nobres como modestas.

 

O bezerro das Lapas

Os caminhos de carros de bois que atravessavam, e atravessam, as Lapas, zona entre Tentúgal, Ribeira dos Moinhos e Morraçã, tinham má fama para viagens noturnas.

Também havia quem afirmasse que de noite se viam animais estranhos por lá a fazer barulho e até alguns disparates.

 O meu tio- avô Zé Faria, cesteiro de profissão, foi um dia fazer " poceiros " p'rós lados das Meãs e no regresso a casa já vinha animado, com um copito a mais e ao chegar ao barrocão das “Lapas " parecia que estava a ver um vulto pendurado no ar e que a certa altura lhe diz :

 - Caio?

 - Cai p'rós infernos.  diz-lhe ele.

 Nisto ouviu como que uma coisa que cai e um grito medonho dizendo:

-Tiveste sorte. Se dissesses que caísse p'rai, era o que eu faria e levava-te comigo.

 Acelerou o ti Zé o passo e jurou que tão depressa por ali não iria passar.

 Diziam que lá está uma gruta que vai dar ao inferno.

 Ele há coisas do diabo...

"Candeia que vai à frente, alumia duas vezes." 

O Livro Grande


Seriam umas dez horas da manhã. O sol algarvio brilhava forte sobre o mar azul na praia de Armação de Pêra. Sobranceiro à arriba um varandim metálico em toda a extensão do jardim actua como miradouro daquele mar grande e lindo. Eu também fui até lá. Antes, porém, pousei os meus pertences num banco ali ao lado onde uns casais de jovens ingleses conversavam animados. Em baixo um barco aproximou-se da praia, ouviu-se a campainha a avisar do passeio às grutas, e alguns banhistas na água funda subiram aos baldões para aquela casca de noz que baloiçava a valer elevada pela rebentação. Ouviam-se pequenos gritos terminados em rizadas e após todos estarem acomodados, o responsável ligou o motor e o barco estabilizou, e de seguida em boa velocidade e direitinho seguiu seu rumo. Desviei o olhar para terra e reparei que uma senhora já idosa se encaminhava para o banco. Aproximei-me de imediato para libertar o espaço ocupado pelas minhas coisas para que ela se pudesse sentar.

A senhora ainda me perguntou se eu queria o lugar no banco, respondi que não que ficasse á vontade, e sobraçando o que era meu voltei para o varandim. Mas daí a pouco o casal inglês levantou-se e foram embora.

Então caminhei em direção à senhora que sentada me olhava, e sorrindo como é meu hábito disse-lhe em ar de brincadeira: - agora já quero o banco! - E sentei-me ao seu lado.

Ela retribuiu-me o sorriso ao mesmo tempo que me dizia:

- Mas que grande livro!!!

- Animada respondi: - é verdade, é gordinho! Tem 550 páginas.

Sabe, foi a prenda da minha filha pelo meu aniversário na passada semana. Ela até me disse que era mesmo bom para os dias de férias, porque tinha muito para eu ler.

E continuei:

- Eu gosto muito de ler, e gosto deste escritor, tenho vários livros dele.
É o Ken Follett.

Também conhece?

Um misto de asco e repulsa transpareceu na sua voz ao responder-me:

- Eu não! Não conheço!

- Não gosto de livros nem de escritores!

- Só gosto de jornais e revistas porque dizem coisas verdades.

Agora os escritores?! É tudo a fingir. Só dizem mentiras!

Fez uma breve pausa para logo continuar:

- Mentirosos, inventam, e ganham a vida assim. Ah, mas comigo não!

Eu aturdida não respondi nada, ela julgava-se tão certa, infelizmente para ela.

Depois, ainda pensei argumentar, tentar despertá-la, mas preferi mudar de assunto e falar do clima agradável característico daquela província algarvia, e aí sim, as minhas palavras encontraram eco, da parte daquela senhora que não gostava de escritores.

Pouco depois ela olhou o relógio e levantou-se, despediu-se de mim com simpatia e caminhando devagar atravessou o jardim em direção à avenida. Eu continuei ali e por momentos não pude deixar de sentir uma certa pena, por aquela senhora não conseguir ver a beleza que os livros encerram e a leitura transmite.

Mas a cada qual seus gostos e opções.

E a minha foi abrir o livro, e alheia a tudo ao meu redor embrenhar-me na leitura que tinha iniciado na véspera e me havia deliciado.
Quando me levantei para regressar lembrei-me de novo da senhora, mas para formular este meu voto sincero:

- Que aos escritores não lhes falte nunca a imaginação, para que, com a sua arte continuem "a mentir-nos" se possível eternamente!

HOJE

 

Hoje, na minha estante predileta,

olhei de novo

aquela tua moldura nossa,

onde sempre sinto o calor do teu rosto,

naquela foto (sabes qual é?

ainda a recordas?)

e soou em mim

a voz que ainda dela emana,

o cheiro a ternura

do teu doce olhar…

Vi-te sorrir como outrora,

apesar desse ar sério

que o tempo compôs…

Vi o brilho húmido e sedutor

(sempre sedutor!)

do teu olhar…

Olhei de novo

sem nostalgia,

vencida a barreira da distância…

Olhei atenta e repetidamente:

a magia do teu rosto

mantém-se intacta …

A ARTE DE COMUNICAR

Com palavras ou sem palavras…

A arte de comunicar

Me leva a pensar que

a palavra faz falta,

como uma pauta para dar beleza ao som!

 

Pode a forma da linguagem ser um olhar de passagem

que se traduz num tanto querer dizer….

Ah…o sussurrar da fala

enquanto minha voz cala

neste silêncio que acalma

me diz “aquieta a tua voz”

e recolhida, a sós, escuta o som da tua alma!

SOLDADO DA PAZ (Poema de 2017)


Labaredas assassinas e impiedosas,

Lágrimas, dor, morte e negra aflição,

O verde a desaparecer e a ser carvão.

Escuridão, fumegante, triste e lúgubre,

Como está o nosso coração…

 

Lágrimas de dor imensa e comoção!

A floresta verde que alberga tanta vida,

Está a morrer em assassina combustão.

Dói muito ver a beleza verdejante ferida,

Que ao morrer nos trespassa o coração…

 

Labaredas impiedosas, virulentas!

Matam gente e o bucólico pulmão da vida,

O verde, o nosso verde a desaparecer,

Abre-se dentro de nós enorme ferida…

 

É tanta a dor que sinto dentro de mim…

Por ver desaparecer o verde da floresta.

Sobe-me á garganta um grito lancinante

Tão cortante… De alma ferida… E a gente

que pereceu? E a gente que pereceu?

 

Esta vida tem às vezes labaredas e é sofrida!...

Oh! Soldado da paz com pombas brancas na mão.

Oh! Soldado da paz que para salvar morres no fogo.

Oh! Homem de coragem… tão cheio de coração.

Oh! Soldado que de paz e de amor és feito.

 

Oh bombeiro assim… deste jeito, conforme sou capaz,

Sente como te respeito! Sente como sei que és feito

… De Luz E Amor… Soldado Da Paz!...

A floresta que não ganha eleições 

 

Mais uma vez voltamos a falar desta maioria socialista que cada vez mais nos encaminha para um novo pântano.

Com mais de seis anos enquanto primeiro-ministro de Portugal, e mais uns quantos enquanto membro de governos anteriores, que António Costa não quer saber da reforma florestal que o país anseia.

No entanto, é irónico que, ano após ano, quando chegamos a esta altura todos fiquem surpresos e espantados com os grandes incêndios que consomem hectares e hectares de floresta. Que vejamos bombeiros cansados, desgastados e impotentes perante tantos fogos. Que milhares e milhares de portugueses fiquem sem as suas terras, as suas casas e os seus bens sem terem culpa nenhuma sobre o sucedido.

O Futuro

Ou seja ano após ano, António Costa, continua a assobiar para o lado e a encolher os ombros. Como se fosse não tivesse nas suas mãos a mudança necessária para evitar estas situações.

De uma vez por todas é necessário que os portugueses digam: Basta! 

Este não é o caminho que o país precisa.

Precisamos sim que se comece a fazer uma preparação adequada de prevenção da floresta portuguesa.

Precisamos sim de começar a equipar e premiar os bombeiros portugueses com as devidas condições.

Precisamos sim que se faça um levantamento e uma responsabilização de todos os proprietários dos terrenos florestais do país.

Precisamos sim que as autoridades responsáveis façam o trabalho que lhe compete.

Ou seja, precisamos que o nosso primeiro-ministro se deixe de desculpas e faça aquilo que lhe compete. Aquilo para que foi mandatado pelos portugueses.

Se não António Costa será recordado como o primeiro-ministro que nada fez pela floresta portuguesa e pela proteção dos portugueses. 

Será recordado como o primeiro-ministro que teve mais área ardida no país.

Será recordado como o primeiro-ministro que mais mortes teve relacionadas com os incêndios.

Será recordado como o primeiro-ministro que não se preocupou com a adequada aplicação dos fundos que deveriam ter sido aplicados no realojamento das vítimas.

Será recordado como o primeiro-ministro que mais se esteve a borrifar para a vida dos portugueses.

A seu tempo veremos se António Costa continuará a ser aquilo que foi até agora ou se, pelo menos uma vez na vida, fará aquilo que é necessário em vez de fazer aquilo que é popular. 

Portugal continua a arder…! 

Só há três razões para que Portugal continue a arder: a primeira porque o negócio compensa e o lobing do fogo é fortíssimo; a segunda porque não passamos de um país de voluntários disfarçados; e a terceira porque Portugal é o país com a menor área de território público em toda a Europa!


Ou seja, quando só para alugueres de aeronaves de combate a incêndios são pagos mais de 50 milhões de euros por ano; outros tantos ou mais milhões em reagentes, consumíveis, fardamentos policromáticos e refletores (para autarcas e outros políticos que por instantes se imaginam generais); viaturas ligeiras e pesadas de toda a gama; sistema de comunicações financiado pelo erário público (SIRESP) mas leiloado anualmente entre as empresas operadores de telecomunicações; especialistas, comandantes, presidentes, etc. etc. etc.,

Ninguém duvide que nada sucede por acaso, inclusive na maioria das ignições vindas do nada que põem o território a ferro e fogo e acabam por ser atribuídas a incendiários quase sempre portadores de patologias e distúrbios mentais, inimputáveis, o que também não deixa de ser conveniente e apaziguador.

Não passamos de um país de voluntários disfarçados, estatuto conveniente para a maioria das partes em apreço que, fazendo gala disso mesmo, sentem que o mesmo lhes confere um crédito honorífico e desculpa de qualquer coisinha…, pese embora a maior parte dos ditos voluntários já o não serem efetivamente, pois todos sabemos que uma boa parte é remunerada nas suas corporações e desempenha funções diversas, incluindo no serviço de ambulâncias, entre outros.

Esta é a sonsice portuguesa! Em vez de profissionais assumidos, competentes, devidamente treinados e comandados por quadros credíveis, as associações humanitárias, salvo exceções honrosas, estão muito longe de obedecer a critérios de excelência e isenção. Que eu me recorde, no meu concelho todos os comandantes que conheci foram designados por estatuto social ou influência política, tendo inclusive, um deles, sido nomeado sem alguma vez ter sido bombeiro. Respeito a abnegação e o sentido de cumprimento do dever, mas defendo que os bombeiros deveriam ser profissionais e nas suas atribuições, para além do combate aos incêndios e da área do socorro na saúde, poderiam intervir ainda na prevenção dos próprios incêndios em diversíssimas vertentes, por exemplo enquanto sapadores florestais, vigilantes e fiscais, passando a deterem um estatuto realmente eficaz e útil durante todo o ano.

Por último, mas não menos importante, falta de uma vez por todas perceber o que quer fazer o Estado Português, a Assembleia da República e o Governo, para acabar com a pouca-vergonha em que se tornou o país florestal e a legitimidade do direito à propriedade. Não pode aceitar-se que quem não cuida da propriedade florestal possa continuar a exercer direitos sobre a mesma! Sejam os proprietários pessoas singulares ou coletivas, terão de estar sujeitos a práticas de rentabilização e salvaguarda da floresta, devendo o Estado Português de uma vez por todas chamar a si todos os terrenos que não têm donos conhecidos ou aqueles que, tendo donos, não são cuidados nem mantidos de acordo com as práticas exigidas. Passando a ser legítimo a sua entrega a entidades associativas florestais ou a entidades do Estado que, através de ações de emparcelamento, deles tomem conta de acordo com contrapartidas a definir.

E às autarquias sejam impostas obrigações, sob pena de perda de mandato, àquelas que não cumprirem com as suas obrigações.


Artigo 21.º

  •          Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direcção dos negócios públicos do seu país, quer directamente, quer por intermédio de representantes livremente escolhidos.
  •     Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de igualdade, às funções públicas do seu país.
  • .    A vontade do povo é o fundamento da autoridade dos poderes públicos; e deve exprimir-se através de eleições honestas a realizar periodicamente por sufrágio universal e igual, com voto secreto ou segundo processo equivalente que salvaguarde a liberdade de voto.

 


Autor:

Henry Morse Stephens

Sobre o Autor:

Docente de História em Berkeley, na Universidade da Califórnia, teve no seu trajeto passagens pelas universidades de Oxford e de Cambridge. Com artigos regularmente publicados na imprensa, conquistou uma sólida reputação junto dos leitores. Membro ativo da Associação Americana de História, debruçou-se intensamente sobre a História de Portugal, da qual "Portugal - A História de uma Nação" é a principal referência. Entre as suas obras contam-se, por exemplo, "Uma História da Revolução Francesa", "Albuquerque" (uma biografia de Afonso de Albuquerque) e "O Estudo de História nas Escolas".

Sinopse:

"A nação portuguesa é um produto da sua História: isto dá à História de Portugal um valor eminente". É assim que Henry Morse Stephens começa esta obra notável, que em muito contribui para trazer ao conhecimento comum diversos acontecimentos até agora desconhecidos da História de Portugal. Abrange a instauração da nacionalidade, a consolidação do território e da independência, atravessa o período heroico dos Descobrimentos e a criação de um império global, as navegações em África, na Índia, no Próximo Oriente e no Brasil, e culmina no período de declínio, que começa na fatídica batalha de Alcácer Quibir e se prolonga mais ou menos até aos nossos dias, iluminado aqui e ali com alguns lampejos de uma glória fugaz. Na primeira fase, aliou-se uma força combatente a uma sabedoria administrativa e um tato de governo que granjearam o respeito de toda a Europa. Na segunda, a dos Descobrimentos, a visão estratégica dos principais dirigentes do reino e o insuperável heroísmo dos navegadores trouxeram glória e poder à alma lusa. Finalmente, com a perda da independência e as respetivas consequências, Portugal entra na fase mais negra da sua História. Este é um livro essencial para entender o contexto e os acontecimentos que conferiram ao reino uma individualidade e uma existência nacionais de que justamente se orgulha e para vislumbrar como conseguiu um país tão pequeno erguer o primeiro império global da História.



Acordai acordai homens que dormis a embalar a dor dos silêncios vis vinde no clamor das almas viris arrancar a flor que dorme na raíz Acordai acordai raios e tufões que dormis no ar e nas multidões vinde incendiar de astros e canções as pedras do mar o mundo e os corações Acordai acendei de almas e de sóis este mar sem cais nem luz de faróis e acordai depois das lutas finais os nossos heróis que dormem nos covais Acordai! Música: Fernando Lopes Graça Poema: José Gomes Ferreira Interpretação: Coro de Câmara Lisboa Cantat.

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