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sexta-feira, julho 1

BARCAÇA - Nº20

 


Portugal atravessa uma das suas maiores crises, se antes era devido à pandemia, agora temos uma guerra que a todos afeta, principalmente a nível económico.  

Socialmente sempre estivemos mal, filas para tudo... a justiça lenta, afogada em megaprocessos, no SNS nem médico de família para mais de um milhão de portugueses, nem diminuição significativa do tempo de espera para algumas cirugias. Mais recentemente a crise na obstetrícia, com grávidas a deslocarem-se quilómetros para serem atendidas.

Mas para além das tristezas que, como o povo diz sábiamente, "não pagam dívidas"

O Associativismo está a renascer das cinzas e os nossos colaboradores fazem uma passagem pelas coletividades. Mas também nos focamos no património que durante anos esteve ao abandono, mas que agora está em fase de recuperação é o caso do Portal do Solar dos Pinas, pela pena de Mário Silva.

Já o Repórter Mabor recorda-nos as diferenças entre ontem e hoje no campo do desporto juvenil.

Com a mestria de José Cavaleiro, mais um belo conto “Nosso Senhor e os seus discípulos”.

Dília Fernandes fala-nos como era o Jardim da Figueira e nas suas modificações.

Já na Poesia quatro lindíssimos poemas “Trazes contigo o sabor de Outono” – “Num voo ousado” – “A Arte de Comunicar” – e terminamos com “Imagino”.

Na seção política alguns pontos de vista seja por parte do Francisco Leal (PSD) ou Victor Camarneiro (PS)

Desta vez na literatura um livro de T.S.Learner o ASTRARIUM e na música, tempos da modernidade, o tema "running up that hill" de Kate Bush dos anos oitenta, entra nos top internacionais, trazida pelo fenómeno "stranger things"

Boas Leituras (Top Secret)


As mudanças no Associativismo.

Falar de associativismo estamos a falar de pessoas de sonhos e de dificuldades, é este misto que tanta adrenalina e será porventura esta simbiose que dá força para continuarem de portas abertas.

Percorrendo o Concelho da Figueira da Foz e de Montemor-o-Velho, constato a alegria que é emanada nos seus sorrisos independentemente das grandes dificuldades.

Por isso o meu louvor a todos eles por manterem vivo o seu clube, associação, teatro, filarmónica e diversas associações com carisma humanitário.

Como exemplo do trabalho que estão a desenvolver ficam aqui alguns retalhos:

Academia de Música de Pereira | Inscrições Abertas 2022/2023

Liga de Amigos de Santo Varão | Almoço do Sócio

10 de julho/domingo | 13h | Mata da Tapada
XXIII Torneio de Futebol Juvenil do concelho de Montemor-o-Velho

Conferência Internacional “Cultura, Território e Desenvolvimento” | Montemor-o-Velho
Os dois cavaleiros vão representar Portugal nas provas de Paradressage.

Centro Equestre Montemor o Velho

O Estado que deveria ser o garante de toda esta actividade, afasta-se e em alguns momentos cria tanta burocracia para que estas associações possam candidatarem-se aos irrisórios subsídios mantendo no seu cardápio festas e festarolas de pura propaganda.

Aqui e ali aparecem nos corpos diretivos em situações de maior visibilidade seja pelo cinquentenário / centenários das coletividades ou pela agenda política em ano de eleições para depois desaparecer nos intervalos dos pingos da chuva.

Hoje as contas de mercearia terminaram, quando o fisco como sempre forte com os fracos e fraco com os fortes entrou em pequenas coletividades como estivesses a entrar em clubes de “mafiosos” deixando que outros abafem as contas, dissimulam assembleias e de transparência tem muito pouco  basta para isso verificar o que se passa por aí fora nos ditos Maiores seja clubes associações há um pouco de tudo e prescrevem desde que tenham nos seus quadros os mesmos do costume.

Contas bem feitas, há para todos os gostos, vivemos num mundo digital, mas a dificuldade de aceder seja às atas, aos relatórios e demais informação é como procurar uma agulha num palheiro, muito rápidos nas publicações no Facebook, Instagram, Youtube… desde que seja para promoção, falo seja das Camaras Municipais, Juntas de Freguesia, Clubes, Associações…, mas no que toca à informação pertinente muito difícil e nalguns casos os sites completamente desatualizados.

Pede-se por isso que sejam rigorosos porque será com essa informação que podemos todos nós avaliar o desempenho.

Dirigente nos dias de hoje tem muitas responsabilidades porque foram alteradas as suas competências, mas também as suas atribuições e estar informado deve ser um dever e não uma obrigação.

Numa direção e na sua estrutura muita coisa mudou, devemos olhar tanto para parte financeira, planeamento das actividades, apoio às infraestruturas, gabinetes de saúde, por isso as pessoas ao quererem fazer parte de uma lista devem desde logo ficar a saber que funções vão ter e o que a elas estão associados.

O dirigismo de antigamente que só os três ou quatro da lista eram os obreiros hoje não é possível por isso a vida dos dirigentes não foi facilitada, mas sim um assumir de todos os elementos e só assim conseguimos que muitos deles sigam durante alguns anos à frente dos destinos do seu Clube/Associação.

Ao viajar pelo associativismo há muita boa vontade, mas o Estado através seja da Junta de Freguesia, Camaras Municipais e outros organismos devem estar ao lado destes grupos que no seu voluntariado dignificam a sua Terra.

É através da gastronomia, artesanato, rancho folclórico, filarmónicas, grupos de teatro, clubes desportivos, grupos recreativos e tantos e tantos outros movimentos que nos identificamos por isso um bem-haja a todos eles que deixam muitas horas do ambiente familiar para dar o seu contributo à sua comunidade.


Pórtico do Solar dos Pinas

O Pórtico do Solar dos Pinas pertence ao Solar da família Pina, de onde se destacam as figuras de Fernão de Pina e Rui de Pina. Entre os descendentes encontra-se Lopo Fernandes de Pina que veio a casar em Montemor-o-Velho com Leonor Gonçalves, filha de Pedro Gonçalves, cavaleiro-vassalo do rei D. João I e mulher Maria de Góis. Este fixou residência em Montemor, “construiu uns grandes passos cercados e coroados de ameias”. Segundo alguns autores, tratou-se de uma cópia do solar dos Pinas, em Espanha (Aragão), demolido em finais do séc. XVIII.

O atual Solar, localizado na Rua Tenente Valadim, foi restaurado por Francisco de Pina e Sá, descendente da família dos Pinas. Hoje, este edifício encontra-se profundamente alterado, fruto de diversas reformas e acrescentos, mantendo-se, para além do Pórtico, o muro ameiado.

Em termos artísticos, o Pórtico é constituído por porta de verga curva e cimalha sobrepujada por concha, enquadrada por duas colunas dóricas em frente de pilastras colocadas em diagonal. Sobre as colunas, dois vasos espiralados com fogaréus e no espaldar as armas dos Pinas. Apresenta características barrocas não só no tipo de elementos decorativos utilizados (brasão e terminação das colunas) como na própria organização dos suportes.

Classificado como Imóvel de Interesse Municipal e propriedade do Município, o Pórtico do Solar dos Pinas foi alvo de candidatura ao Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, estando atualmente a ser restaurado.

As Escolinhas do nosso tempo...

A formação desportiva, como noutras atividades profissionais, são a causa e o efeito do repentismo como hoje vivemos na procura do melhor conhecimento, quando por artes mágicas as novas tecnologias nos transformam perseguidores, se quisermos acompanhar a evolução destes foguetes que se projetam na comunicação de todos os dias numa dinamização constante.

O privilégio dos antigos, vindos de antanho por Terras de Montemor, é perceber agora a revolucionária e confortável metodologia nas Escolinhas do nosso tempo, proporcionando às meninas e aos meninos as condições de formação desportiva, preparando-os não só nas modalidades da sua vocação, sobretudo outras valias de proximidade e compromisso nas suas comunidades.

Falar ou escrever do pouco saber, como é o meu caso, potencia-me pelo menos numa análise risonha e feliz sobre o movimento desportivo pelas Freguesias de Montemor-o-Velho. Sem esquecer a Carapinheira, Ereira, Pereira, que sei eu apenas pelas leituras que faço todos os dias, vejamos como exemplo as outras Freguesias, mas cuidando agora do que me faz sonhar no A.C.M. no "viveiro" cuja formação atinge um quadro revelador a caminho do futuro, a cadência progressiva nos benjamins, infantis, iniciados, juvenis. 

 Indo um dia Nosso Senhor e os seus discípulos pelos caminhos da Palestina, S. Pedro disse:

 - Mestre, estou em idade de casar e ninguém melhor do que Vós para me indicar uma noiva. 

 - Muito bem, respondeu o Mestre. Vai aí mesmo a rapariga que te convém.

 - Senhor, diz Pedro, deve ter setenta anos e eu queria ter filhos. Está não, outra mais nova seria melhor.

 - Muito bem. Vamos adiante e logo se verá.

 Logo na primeira povoação uma mulher de sessenta e tais aparece e diz Divino Mestre:

 - Pedro, aí tens o que te convém.

 - Ó meu querido Mestre, se está ainda tiver um filho, hei- de cria- ló sozinho. Outra melhor por favor.

 Logo mais adiante uma velha encostada a um pau, andando com dificuldade, saída o grupo e logo diz Jesus:

 - Pedro, está é que te convém.

 O pobre Pedro, triste diz:

 - Ficarei com esta, não vá aparecer alguma mais velha ainda….

 Sorrindo, diz o bom Mestre:

  - Vamos adiante, mora ali um ferreiro e tenho que lhe pedir a forja emprestada.

 Ao chegar a casa do ferreiro, o Mestre o saudou o logo lhe pediu a forja por uns minutos.

 Com muito gosto. Até aproveito para descansar um bocado. 

 O bom Jesus, compadecido de Pedro diz que ponha a pobre mulher na forja, coisa que Pedro fez de repente imaginando o que ia suceder.

 - Pedro dá ao fole, põe essas brasas bem vivas " que a coisa agora vai...

 O nosso amigo Pedro já suava e pensava para si: - Aí vais, vais, que o lume não tem fastio!

 - Pedro, atira a velha p'ró lume e já vais ver!

  Vai a pobrezinha p’ró lume e Pedro não parava até que a velha em vez de "esturricar" cada vez mais parecia uma brasa então com voz solene diz o bom Mestre:

 -Pedrp, a velha p'rá bigorna !

 Foi o que ele quis ouvir. Malhava na velha sem dó.

 - Bate Pedro, quanto mais melhor!

 E o que é certo é que quanto mais lhe batiam mais linda ficava.

 Quando arrefeceu, o ferreiro nem queria acreditar. Um viajante transformar uma velha numa nova, sim senhor. E o ferreiro que tinha casado com uma velha pela fortuna que tinha.

 À despedida diz Jesus:

 - Obrigado, mestre, pela gentileza de nos emprestar a forja.

 Mestre eu? Não. Mestre, senhor mestre e rei de todos os mestres! É isso que eu sou.

 Cada um seguiu o seu caminho e vai logo o ferreiro tirar da cama a sua mulher, velha e entregada, joga com ela para o lume da forja e qual não é o seu espanto que vê a velha a arder. Aflito, vai à porta e grita:

- Acuda aqui, Senhor Mestre e Rei de todos os mestres, Acuda.

 Diz S. Pedro, compadecido: 

 - Ó Mestre, não ouve?

 - Oiço, coitado, deixa- o, está a chamar por si próprio! 

   S. Pedro bailou, o ferreiro chorou.

Que te fizeram? Jardim da Figueira...

(como era)


Ontem passei pelo jardim da Figueira duas vezes.

Caminhava devagar aguardando a abertura das lojas após o almoço, porque não sabia se por estarmos perto do Natal o horário teria sofrido alteração.

Assim pude observar em pormenor, o aspecto do atual jardim, que de jardim apenas tem o nome. Desde que me recordo, sempre os jardins foram locais arborizados onde cresciam flores, cuidadas por pessoas que para isso tinham jeito e sensibilidade, eram os jardineiros.

Por vezes até surgia a tentação de colher uma flor, mas, o respeito que o jardineiro impunha, logo desanimava tal pensamento; e assim os jardins eram locais aprazíveis, as flores de várias cores, escolhidas com gosto davam um aspecto alegre, e também a arte se manifestava quando com as plantas se via desenhado o brasão da localidade, ou uma saudação...

Pois, mas neste não crescem flores, é um parque árido, e ontem como fazia vento também senti como atualmente é desabrigado.

Completamente descaracterizado, sem flores, sem coreto, aquele que tinha água à volta, e até peixinhos vermelhos, sem o lago dos cisnes interessante no seu desenho assimétrico, com a estátua à sua beira, o pombal... "e tudo o vento levou".

Sentei-me a olhar para aquela aberração a que chamam pala, aquilo tem todo o aspecto de estar ali provisoriamente, talvez para proteger alguns utensílios da intempérie ou do sol escaldante... Aquela engrenagem é comum nas feiras, para cobrir as tendas, e até é perigoso porque às vezes tropeça-se nos espetos, ou nas cordas a eles presas.

Não pude deixar de comentar para mim própria com algum sentimento de pena (e não sou da Figueira ) como foi possível fazer tanta maldade...

5 de dezembro de 2009

(2022)

Trazes contigo o sabor de Outono

 

Trazes contigo o sabor de Outono
O vento contido nas mãos fugidias
As palavras com tempo que alegram os dias
Os sonhos brisa que embalam o sono

Trazes contigo a luz do entardecer
Pintando a doçura o dia
Numa triste e suave alegria
Contradição precisa de um viver

E sabes a vento e a sal
tal como o cais na hora da partida
És tudo o que és, p’ra teu bem e teu mal
linha de razão em emoção sentida!

Num voo ousado,

soltaram-se-me das mãos

as palavras há tanto

aí guardadas …

Voaram para longe,

rumo ao sul,

em busca da lonjura

dos ideais distantes…

Escaparam-se-me entre os dedos,

rasgando o seu caminho …

 

Agora, sem elas,

Que farei? Onde encontrar de novo

A sua essência?

A sua riqueza?

Sem elas, como poderei viver,

Como direi o que sinto?

Com encontrar

o caminho?

 

Irei eu em busca de outras,

cristalinas de luz,

debruadas de azul,

leves, discretas,

raras como pérolas,

capazes de traduzir

a riqueza que em mim guardo …

 

Palavras, só palavras, afinal…

A ARTE DE COMUNICAR

Com palavras ou sem palavras…

A arte de comunicar

Me leva a pensar que

a palavra faz falta,

como uma pauta para dar beleza ao som!

Pode a forma da linguagem ser um olhar de passagem

que se traduz num tanto querer dizer….

Ah…o sussurrar da fala

enquanto minha voz cala

neste silêncio que acalma

me diz “aquieta a tua voz”

e recolhida, a sós, escuta o som da tua alma!

IMAGINO…

 

Imagino a luz noturna

Acordada nos meus sonhos

Onde o brilho das estrelas

Me lembra mundos risonhos

 

Imagino que a vida

Me cheire a lavanda e rosas

Que saiam da minha alma

Só palavras amorosas

 

Que tudo seja gentil

Perfumado, encantador

Que transmute o que é hostil

E me fale só de amor

 

Imagino em cada dia

Quando estou a despertar

Que uma qualquer magia

Me ilumine o acordar

 

Que algo de bom me toque

Com varinha de condão

Incendeie o meu olhar

Nem que seja de ilusão


A expetativa dos portugueses

 

Após três meses desta nova maioria absoluta do Partido Socialista em Portugal, verificamos que estamos a entrar num pântano autêntico.

Temos um primeiro-ministro que está mais preocupado em salvaguardar o seu futuro e o seu lugar na Europa do que governar o seu país.

Um primeiro-ministro que passa mais tempo fora do seu país a falar sobre Europa do que fazer aquilo que lhe compete e para o qual foi eleito.

E isto dá espaço para que cada ministro faça aquilo que quer e que apetece sem dar contas a ninguém.

E com isto verificamos o caos que tem sido na gestão do SNS. O caos que tem sido nos aeroportos. A elevadíssima carga de impostos a que os portugueses estão sujeitos. A perda do poder de compra dos portugueses. O aumento da pobreza em Portugal.

Um aumento de contestação que a cada dia que passa se faz sentir e a agravar-se constantemente. Tudo isto quando ainda vamos no início de uma maioria absoluta do partido socialista.

É por isto tudo que os portugueses cada vez mais anseiam por uma alternativa clara ao partido socialista.

É por isto que se torna extremamente importante todas as posições, a postura e a forma como o próximo líder do PPD/PSD, Luís Montenegro, se irá apresentar aos portugueses e como irá fazer oposição ao governo.

É imperativo que o PPD/PSD comece a fazer uma oposição séria, clara e robusta ao governo.

Os portugueses têm de perceber de forma muito clara qual é a alternativa que o PPD/PSD pode dar ao país e aos portugueses.

Este fim-de-semana irá decorrer o congresso do PPD/PSD e será o início de um novo ciclo com um novo líder. Por isso todas as atenções vão estar centradas neste congresso e na maneira como irá ficar constituído este novo PPD/PSD.

Para bem do país e do futuro dos portugueses é essencial que o PPD/PSD ganhe uma nova vida e uma nova força.

É preciso criar alternativas para que de uma vez por todas possamos fazer as reformas necessárias ao país e deixarmos de ser um país cada vez mais empobrecido e na cauda da europa.

Temos de uma vez por todas ser competitivos e de criar condições para que os portugueses tenham qualidade de vida e deixem de continuar a ser expressos com elevadíssimas cargas fiscais.


Haja quem nos governe!

 

As maiorias absolutas são sempre imensamente satisfatórias e motivo de júbilo para quem vence as eleições, contudo, tremendamente irritantes para quem as perde, sendo no dia seguinte habitual ninguém ter votado em quem ganhou nem em quem perdeu, e se passar a apregoar de imediato a ausência de legitimidade de um lado e outro… (?), quase como se fosse motivo de vergonha para uma nação democrática e seu povo que o governo governe sob a perspetiva de estabilidade e a oportunidade de vir a executar o programa em que votaram os eleitores.

Não será certamente indiferente, o facto de estar a exercer o cargo de Presidente da República um personagem que passou toda a vida a beneficiar das mordomias do Estado Novo e mais tarde também da democracia, agora professor de direito, mais logo jornalista e comentador em jornais, depois político e líder do PSD, de novo comentador domingueiro de televisões e pau para toda a colher por esse país fora, finalmente beijoqueiro, especialista em selfies e comezainas, e tido há muito como manipulador, ardiloso e ávido, epítetos que servem para enquadrar a razão pela qual não tardou a desintrincar a sua estratégia, designadamente quando dissolveu a Assembleia da República em vão, contra a vontade dos portugueses que nas eleições lhe esfregaram na cara uma maioria absoluta sem espinhas nem segundas leituras, obrigando-o a engolir o sapo e digerir o seu fracasso.

Aliás, tudo recomeçou precisamente na noite em que, vencidas as eleições com maioria absoluta, o partido vencedor se tornou alvo, sem exceção, de todos os derrotados, à qual se juntaram os que nem sequer votaram, mas que a partir desse momento também passaram a engrossar a fileira do protesto, convencidos que o seu oportunismo acabará por lhes render algum proveito. O costume…, digo eu, com maus modos, pouco ou nada surpreendido e muito menos incrédulo com a gula desses exércitos de pivôs, convidados e comentadores que em horário nobre nos fazem mudar de canal, desligar a televisão e procurar refúgio noutras plataformas que não nos pretendam doutrinar e recrutar, onde os moderadores discursam, tomam partido e condicionam os visados.

No caso em apreço não foi necessário esperar muito, bem pelo contrário, para perceber quais seriam os primeiros consórcios a tomar a dianteira e a mobilizar a opinião pública, quase sempre através de uma enorme demagogia, vitimização, lágrimas de crocodilo e apoio unânime da oposição combalida, naturalmente liderados pelas respetivas ordens, sindicatos e empresários privados da saúde que já estão a esfregar as mãos de contentes e já reclamam estatuto idêntico ao dos magistrados, outra das corporações altamente privilegiada a quem a política nada recusa.

Precisamente por tudo o que já foi dito, e dada a sua natureza, vaidade pessoal e autoconsideração, tenho a certeza que, sub-repticiamente, vamos assistir a discretas convergências entre conselho de estado (mais de anciãos do que de estado), partidos de oposição, media, militares, magistrados, universidades, celebridades, ordens, entre outras corporações formais e informais, no sentido de, a bem da nação, se unirem numa frente-comum censora do governo, da República, dos bons costumes e dos companheiros, de certa forma justificada pelas incongruências do Governo e do Primeiro Ministro que o nomeou, reféns de si mesmos e a pecarem por falta de comparência.

Dito e feito! Aí está o primeiro grande sinal do que escrevi e estou agora a concluir para enviar: o Presidente ficou muito ofendido e fez queixinhas ao Primeiro-ministro do mau comportamento do jovem ministro que se atreveu a publicar um despacho onde se determinava o avanço do novo aeroporto de Lisboa, supostamente, sem primeiro ir ao beija-mão de sua alteza real, o Marcelo, qual Rainha de Inglaterra que terá do promulgar!

E a casa quase veio abaixo quando António Costa, entretido e ocupado com os assuntos da EU e NATO/Ucrânia foi alertado pelo madrugador presidente e percebeu que, para o bem e para o mal, ainda era o primeiro responsável do governo do seu país, chatice que dispensaria de bom-grado, não fosse aquele discurso de tomada de posse do pica-miolos do Sousa.

E lá veio dar um valente raspanete ao ministro, obrigando-o a retratar-se publicamente para consolo e gáudio da corja, embora sabendo que teria de o perdoar, porque, afinal, alguém tem de governar e ir olhando pelo país… 

 

Artigo 20.º

1.  Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas.

2.  Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Alexandria, 1977.

Um tesouro antigo. Um sacrifício mortal.

Mas nenhum segredo pode ficar oculto para sempre...

 

Alexandria, Egipto, 1977. Durante um mergulho, a arqueóloga Isabella Warnock descobre finalmente o artefacto lendário que procura há anos: o astrário, um misterioso dispositivo que, segundo a lenda, moldou os destinos de reis e faraós desde o início dos tempos e que teria sido usado por Moisés e Cleópatra. Mas a sua descoberta tem um custo terrível e a responsabilidade de manter o inestimável objecto em segurança, e evitar que o Egipto mergulhe no caos, recai sobre o seu marido Oliver. Deparando-se com um inimigo obscuro e um culto poderoso capaz de tudo para se apoderar do tesouro, Oliver é catapultado para uma corrida vertiginosa a fim de proteger um segredo antigo num perigoso mundo de conspiração e egiptologia, onde a magia e as lendas colidem violentamente com as crenças modernas.

 

«T.S. Learner é uma escultora da palavra, que sabe como ninguém contar uma história. »The Sunday Times «Um thriller viciante, com um ritmo bem acelerado.»Sun «Astrarium dá ao leitor um raro prazer com o seu suspense apocalíptico, as suas personagens verosímeis e uma prosa bem estruturada.»The Times


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  Para garantir a redução do expediente extenuante, os trabalhadores da cidade de Chicago organizaram uma greve para o  1º de maio  de 1886....