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domingo, janeiro 29

BARCAÇA 28

 



BARCAÇA NA SUA 28 EDIÇÃO NUM DIA MUITO ESPECIAL PORQUE HOJE COMEMORA-SE O DIA DO SARGENTO, POR ISSO FELICITO TODOS OS SARGENTOS PORTUGUESES.


Dito isto, a 28ª Edição ficou mais rica com a entrada de mais dois colaboradores que expresso aqui o meu obrigado.

Aldo Aveiro vem da Carapinheira do Campo no concelho de Montemor-o-Velho, já António Matos da vila de Montemor-o-velho as suas escritas são um complemento para que não nos esqueçamos de onde vimos, da nossa história. Espero que seja do vosso agrado.

O dia de amanhã na ótica do nosso primeiro colaborador que percorre um pouco o que se passa no nosso país com um olhar muito próprio. Aborda a situação que está na linha da frente dos protestos (professores), não esquecendo de casos e casinhos que todos os dias entram pela investigação jornalística e ao descer para os Municípios muitos mais casos vão aparecer.

Aborda uma sondagem que coloca o PS pela primeira vez atrás do PSD e uma subida do CHEGA e do BE.

Termina com uma declaração de Ferreira Leite sobre os Palanques para receber o Santo Papa.

Na monumentalidade Mário Silva traz-nos Cruzeiro do Santo Cristo [Arazede]. Já Fernando Curado descreve-nos o aparecimento da CGD na Figueira da Foz, um edifício com muita história a não perder, com algumas fotos à data da sua construção.

José Craveiro enviou um vídeo aquando da sua participação na intervenção IX Encontro Internacional de contadores organizado pela Universidade de Braga.

Luis Miguel Carvalho - na sua praia a luta que está em marcha sobre a dignidade de uma classe que em muito contribui para liberdade de um País, neste momento muito ostracizada em muitos níveis, carreiras estagnadas, mobilidade atroz, dezenas de anos em contratos precários e como ele diz só pedem DIGNIDADE. "Qual a parte do verdadeiro inferno a que os professores estão sujeitos que não é ainda claro para todos?"

Carla M. Henriques fala-nos da PAZ mas principalmente da sua paz, de reflexão ou compreensão passeia-se por palavras como paz, serenidade, acreditar, nos momentos felizes, as suas mudanças… a não perder.

Já o Reporte Mabor vaguei-a na sua praia o (poço da cal) Barca onde menino saiu mas que jamais esqueceu esse seu passado cheio de histórias e historietas.

Aldo Aveiro apresenta um documentário histórico de 1527-1532 Vilas e termos de Tentúgal, Póvoa de Santa Cristina e Montemor-o-Velho neste seu (Capítulo I)

Já António Matos neste seu primeiro artigo vai até a sua querida Vila da Carapinheira para abordar um tema religioso e fala-nos Nossa Senhora das Dores de um povo que ainda tem muita fé.

Na temática da poesia as nossas colaboradoras muito diferentes fazem-nos chegar os seus olhares sobre o poder da palavra como quadro do nosso dia a dia.

Garça Real entra pelo seu mar, pelo azul, pela cor da felicidade da areia que fica para lá do horizonte.

Isabel Capinha reforça aqui no seu poema (Não Percas Nunca!!!!!) uma mensagem para que sejamos positivos e nunca percamos o otimismo mesmo com tantas adversidades atuais. Terminando com o seu pedido para que não percamos o nosso amor próprio.

Já Isabel Tavares, descreve-nos o seu interior numa bela composição onde se toca o amor, a saudade e todos os ais que estão bem interiorizados e no perdoar evocando a determinada altura a sua religiosidade para o perdão.

Mara Kopke no seu poema desta 28 edição procura-se a si própria e ao mesmo tempo um poema que nos toca a todos de uma forma geral, afinal ter amor, ter sossego ter uma vida.

No plano político, Jorge Camarneiro dá-nos o seu olhar que são de muitos (para onde vamos com estas políticas) e aborda os casos do dia na vida política que atravessa toda a administração pública que está vergada ao compadrio. Muito critico “PSEUDO-COMISSÁRIOS POLITICOS…” Apontando o dedo às duas comarcas Figueira da Foz e Montemor-o-Velho.

A Barcaça traz para esta edição a sua escolha de leitura, neste caso Histórias em 5 minutos. Vale a pena perder mais do que cinco minutos com os nossos filhos.

Na música escolhi um tema que cai como uma luva nestes momentos, Liberdade de Sérgio Godinho.

E terminamos como sempre com Artigo 28 dos Direitos Humanos.

Desejo-vos boas leituras e até breve.


Como será o dia de amanhã?

Percorro telejornais, jornais e redes sociais e não identifico que o meu dia amanhã será melhor do que o de hoje, pela simples razão que o povo está em movimento, a contestação torna-se viral e atinge todos os sectores de trabalhadores excluindo a minoria que nos governa que nas suas teias conseguem salvar os seus e por mais voltas que possamos dar não tem vergonha e os pobres são mais pobres e a classe média perto do ordenado mínimo.

Entre este frio que me dá cabo dos ossos, aqui ou ali ainda há resistentes que conseguem com a sua dedicação colocar em marcha uma juventude que me parece que está a passar ao lado de tudo isto. Talvez pela ocupação dos tempos livres e bem hajam todos aqueles que colocam em marcha seja no teatro, nas filarmónicas nos grupos desportivos um espírito ganhador, estão a perder a vontade de sair à rua e gritar.

A dependência do trabalho, hoje mais do que ontem, obriga a calar a consentir a engolir em seco os chefes “czarianos” mandatados pelos senhores do poder central nunca foram tão submissos e o medo generaliza-se.

A fome entra pela porta da frente que outrora estava escondida, hoje que o diga o banco Alimentar que sente na pele todos os dias o aumento da procura dos bens essenciais, enquanto as grandes superfícies enchem os seus cofres numa especulação desenfreada, ou era pelo Covid agora pela Guerra.

Mas se tínhamos medo da maioria absoluta (aguentem) a greve dos professores veio trazer a nu como vai o País.

Fontes/Entidades: DGEEC/ME-MCTES, PORDATA

Última atualização: 2022-07-28 

Navegação à vista, as sondagem obrigam o primeiro a sair à rua e enfrentar as assobiadelas nas terras do Norte, foge às perguntas que à muito já devia ter respondido, MNE/ex:  MDN, MA,MS, M(e ex: Infraextruturas), M.Habitação e por fim a cereja em cima do bolo o Ministro das Finanças… segurem-se bem porque como puderam ver as sondagens do 1M vai em queda livre e o Presidente até quando vai aguentar?

É a primeira vez desde 2017 que o PSD está à frente do PS nas sondagens: são mais de três pontos percentuais diferença entre sociais-democratas (30,6%) e socialistas (26,9%) e resulta de uma queda vertiginosa do PS desde o último estudo de opinião da mesma empresa — 9 pontos percentuais. No caso, o PSD cresce muito pouco face à última sondagem, cerca de 0,2 pontos percentuais.

Mais: de acordo com a sondagem da Pitagórica para a CNN/TVI, apenas 12% dos inquiridos consideram que a gestão do Governo tem sido boa ou muito boa; em contrapartida, 53% fazem avaliação negativa (ou muito negativa) do Executivo socialista e 34% descrevem o desempenho dos socialistas apenas como “razoável”.

No duelo particular entre Costa e Montenegro, o líder social-democrata leva nova vantagem: os socialistas têm uma média de avaliação de 2,2 e o social-democrata consegue 2,4 — numa escala de 1 a 4. A grande diferença entre os dois, de resto, está nos inquiridos que dão uma avaliação “muito má” ao primeiro-ministro (20%), o que desequilibra a balança.

Outra nota de destaque: Chega consegue 14,30% nas intenções de voto, uma subida de mais de cinco pontos percentuais em relação à última sondagem da Pitagórica. A Iniciativa Liberal também regista um aumento de quase três pontos percentuais e regista um score de 8%. O CDS, mais uma vez, não surge contabilizado nas intenções de voto.

À esquerda, as dinâmicas são diferentes: o Bloco de Esquerda cresce mais de dois pontos percentuais (fica com 5,6%); o PCP escorrega outros dois pontos percentuais (fica com 2,2% e arrisca o lugar no Parlamento); Livre e PAN, apesar das quedas residuais, mantém-se estáveis nos 1,9% e nos 0,9%, respetivamente — nenhum dos dois resultados, a concretizarem-se, seria sinónimo de eleição de deputados. 

E poderia ir por aí fora, pelos secretários de estado, por figuras de topo do PS e do PSD todos com grandes truques para atacar o pote, os milhões do PRR andam a conta gotas para mundo empresarial, e os que por obra do santo Engrácio recebem estão toldados e conotados com os senhores do dinheiro.

Já não interessa saber se recebeu ou não ½ milhão de euros de indemnização, porque os milhões dos palcos abafaram essa ninharia.

Não se esqueçam que esta segunda-feira com o barulho das luzes volta a subir o combustível, os bens essenciais vão por aí acima, e as tabelas de IRS já na segunda ou terceira versão ainda não acertaram as contas.

A 5ª Convenção Nacional do CHEGA, no meio de tanta publicidade, lá disse ao que vinha, lutem por aí, ataquem o cofre que nós cá estaremos não para fazer uma “geringonça de direita”, mas para fazer parte do Governo.

Comida mais cara, casas a subir em flecha, gasolina a preço proibitivos e salários baixos, está feito o cocktail que vai arrebentar em breve e nem a tropa os vai salvar, porque ficamos a saber que só temos dois tanques operacionais.

(Sobre os palanques)

“Ferreira Leite diz que fiquei mais triste e envergonhada do que propriamente escandalizada. Estou triste porque quando se pretende fazer qualquer coisa neste país fica-se sempre ofuscado logo de seguida por uma controvérsia de manhã à noite por todo lado por toda gente que desqualifica imediatamente toda essa iniciativa e por isso a probabilidade do responsável político não tomar nenhuma decisão e não fazer absolutamente nada começa a ser cada vez maior e isso só pode significar uma coisa, um país bloqueado. Não me pode pedir que eu queira um país bloqueado”

Sejam felizes.

CRUZEIRO DO SANTO CRISTO [ARAZEDE]


Localizado no Largo Silva Ferrão, no centro da vila de Arazede, o Cruzeiro do Santo Cristo tem as suas origens no século XVI.

De tipo templete, em plano quadrado, este cruzeiro é constituído por um pódio de degraus, quatro colunas dóricas estriadas sobre pedestais relevados a sustentar o entablamento e a cúpula de tijolo, cobertura regional frequente na região gandaresa e bairradina. A rematar cada um dos ângulos do entablamento, sobre cornija saliente, temos quatro pináculos piramidais, e a encimar a cúpula domina uma pequena esfera.

No centro do templete, protegido por gradeamento de ferro forjado em toda a volta, emerge um belíssimo Cristo Crucificado, assente sobre plinto e pedestal estriado paralelepipédicos, tudo em calcário da região.

Implantados nas rotas viárias, nomeadamente em encruzilhadas, os cruzeiros medievais e modernos constituíam-se como marcos de caminho, não só indicando direções, mas também tendo uma função religiosa. Efetivamente, estes padrões carregavam uma cultura popular de proteção, sendo erguidos para proteger as almas de quem transitava ou marcando a memória de determinado acontecimento, pedindo, por vezes, orações a quem passasse pelo local.

O cruzeiro do Santo Cristo de Arazede parece inscrever-se neste último caso. A sua execução na centúria de Quinhentos testemunha a dinâmica artística da região de Montemor-o-Velho nesse período, sendo um dos poucos cruzeiros renascentistas que subsiste no concelho.



O NOTÁVEL EDIFÍCIO DA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS DA FIGUEIRA DA FOZ – UM “PORTUGUÊS SUAVE” DE JOÃO SIMÕES E DE LEOPOLDO DE ALMEIDA.

O edifício da CGD da Figueira da Foz foi construído pelo Ministério das Obras Públicas, de 1942 a 1948, no Largo Luís de Camões (Praça Velha), após demolição do edifício onde funcionou a loja de modas Diniz & Irmão, Lda.

Nos seus alçados, de sóbria e rara beleza, a arquitetura e a escultura abraçam-se em perfeita harmonia.

Os baixos-relevos da fachada, datados de 1945, são da autoria do grande escultor Leopoldo de Almeida (1898 – 1975). São alusivos ao “trabalho”, tema muito enfatizado pelo Estado Novo, representando um “a pesca e o sal” e o outro a “construção naval”.

A arquitetura é do estilo Português Suave, sendo o projeto da autoria do ilustre arquiteto João Simões (1908-1994).

O estilo Português Suave, também conhecido por Estilo Nacionalista, Tradicionalista ou Estado Novo, foi muito utilizado na arquitetura de edifícios públicos e privados portugueses, essencialmente durante as décadas de 1940 e 1950.


Este estilo arquitetónico pretendeu suavizar o modernismo que surgia a toda a força nos anos 40, introduzindo-lhe elementos tradicionais portugueses.

O estilo Português Suave junta os elementos modernistas da altura (pilares, vigas e lajes em betão armado) com os elementos clássicos retirados da arquitetura portuguesa dos séculos XVII e XVIII e das casas tradicionais das várias regiões de Portugal, procurando criar uma arquitetura "genuinamente portuguesa".

Dos elementos clássicos da arquitetura Português Suave faziam parte os baixos-relevos, as colunatas (pórticos e peristilos) e as arcadas e torreões medievais com coruchéus (piramidais ou cónicos) rematados com esferas armilares (simbolizando o império) ou com cata-ventos (nas aldeias).

O estilo Português Suave foi duramente atacado por um grande número de arquitetos que o acusaram de provinciano e pouco imaginoso.

O edifício da Caixa Geral de Depósitos representa bem o estilo Português Suave, quando nos transmite o sentimento de beleza, sobriedade, solidez e resistência e a sensação de que o nosso dinheiro está bem guardado.

Leopoldo de Almeida, o autor dos baixos-relevos, foi um dos principais escultores portugueses, sendo de sua autoria muitas obras notáveis, nomeadamente: os Baixos-relevos do Cineteatro Éden (Lisboa), o Padrão dos Descobrimentos (Lisboa), a escultura A Família (Lisboa), as estátuas de D. Afonso Henriques (Lisboa), de D. João I (Lisboa) e de Eça de Queiroz (Póvoa de Varzim) e as estátuas com cavalo de Nuno Álvares Pereira (Batalha) e de D. João I (Lisboa).


Leopoldo de Almeida recebeu muitos prémios e condecorações, foi Comendador e Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago de Espada e Oficial da Ordem da Instrução Pública.

Por sua vez, o arquiteto João Simões nasceu em Lisboa em 1908 e faleceu em Beja em 1995. Era pai da arquiteta Maria João George, prematuramente falecida em acidente trágico, e sogro de Francisco George, ex-Diretor Geral da Saúde e ex-Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa.


João Simões, republicano convicto, participou ativamente nos movimentos da Oposição Democrática a Salazar. Colaborou, contudo, com o ministro Duarte Pacheco, em grandes obras públicas, tendo projetado o Hospital de Santa Maria, a Escola de Enfermagem do IPO, os Armazéns Frigoríficos de Alcântara, a Casa da Imprensa, o antigo estádio da Luz (1954) e a 1ª fase do 3º anel (1960), o estádio Universitário de Lisboa, o antigo estádio do Braga e a Caixa Geral de Depósitos da Figueira da Foz. Foi galardoado 2 vezes com o Prémio Valmor e a 20 de maio de 1953 foi feito Oficial da Ordem Militar de Cristo.

A construção do edifício da CGD iniciou-se em 1942 por administração direta. A partir de outubro de 1943 a obra passou a decorrer por conta do Ministério das Obras Públicas (decreto n.º 32 337, de 23 de outubro de 1942), tendo ficado concluída em 1948.


O projeto inicial da CGD foi profundamente alterado em consequência dos custos apresentados pelo escultor Leopoldo de Almeida para a execução dos baixos-relevos. A solução passou pela redução do número dos baixos-relevos, o que originou um novo projeto de arquitetura.

Em carta datada de 6 de outubro de 1942, o arquiteto João Simões lamenta a redução do número de baixos-relevos:

“Não temos, porém, dúvida em afirmar que o valor de composição arquitetónica do edifício será grandemente inferiorizado e empobrecido. Não só perderá o corpo de entrada, como o edifício em conjunto, o qual deve ser afinal o superior objectivo do Arquiteto. O arranjo escultural faz parte integrante da concepção arquitetónica, razão porque a englobámos no orçamento da obra, mas que foi ordenado retirar das condições da empreitada. Não queremos condenar tal critério, pode haver razões superiores que eu não pressinto, no entanto, dentro do aspecto puramente arquitetónico, não está indicado considerar a escultura neste caso, à parte da concepção geral da obra.”

Após troca de impressões entre João Simões e Leopoldo de Almeida, e como este não pôde baixar o preço do seu trabalho, decidiu-se que os baixos-relevos seriam só quatro. O arquiteto João Simões não gosta da solução encontrada e, poucos dias depois, em carta de 19 de outubro de 1942, resigna-se: “Embora não sendo uma solução de apreço, é aceitável.”

Passados 3 meses, em 11 de janeiro de 1943, Leopoldo de Almeida tinha terminado os estudos dos baixos-relevos, em barro, prontos para serem apreciados no seu atelier. Mas, mais de 3 anos depois, em junho de 1946, Leopoldo de Almeida continuava a reclamar o pagamento da obra….

O edifício da CGD foi classificado de Monumento de Interesse Municipal no ano de 2017 (Edital n.º 453/2017, de 14 de março, e DR n.º 123/2017, 2.ª série, de 29 junho 2017).


Na mesma Praça da CGD existe um pelourinho, construído em 1782, classificado como monumento nacional em 1910. Existe ainda, desde 1928, um monumento de homenagem aos Mortos da 1ª Grande Guerra, e, desde 2009, um monumento em homenagem aos 35 figueirenses que morreram na guerra colonial.

Resta-me referir que se justificaria também classificar os 2 edifícios contíguos à CGD, porque se situam junto de um monumento nacional e porque são de uma arquitetura notável Art Déco, de rara beleza e ainda mais antigos do que a CGD.

 

Contador de histórias português, profundo conhecedor da tradição oral do centro do país, aqui no IX encontro internacional de contadores organizado pela Universidade de Braga.



Professores, uma luta de todos…

Do congelamento das progressões ao desmembramento da carreira. Do que antes era uma profissão de referência, respeitada e ambicionada até ao ponto em que estamos hoje, com a escola pública seriamente ameaçada.

Começo por repetir algo que me parece coerente para um país que quer pertencer ao Primeiro Mundo: médicos e professores são os pilares de qualquer sociedade civilizada. Os primeiros, porque nos deixam o coração a bater; os segundos, porque formam os formam e formam as restantes profissões.

Sempre que se anuncia nova greve da Função Pública, dos professores especialmente, junta-se um coro de críticas de Norte a Sul do país, como se um bando de privilegiados tomasse as ruas em protesto. Emprego para a vida, 25 horas de trabalho, salários garantidos ou progressões automáticas – estes são alguns dos critérios utilizados por quem desdenha esta classe profissional e não lhes reconhece o direito à luta por melhores condições laborais.

Tenho uma opinião absolutamente oposta, e nos dias de hoje pergunto-me: quem é que quer ser professor em Portugal?

Com todo o respeito pelos outros profissionais, mas acho mesmo que ser professor no nosso país é hoje um caso de paixão e gosto pelo ensino.

Racionalmente não pode ser outra coisa qualquer. É mau. É muito mau ser hoje professor em Portugal.

Bem sei que a destruição da carreira e, consequentemente, da Escola Pública é responsabilidade dos sucessivos Governos, mas custa-me ver a forma como a comunicação social pouco ou nada faz para relatar o que realmente se passa nas escolas do nosso Portugal!

Dizia ontem uma professora em protesto que o principal investimento de um país – de Primeiro Mundo, acrescento eu – tem de ser na Educação, porque isso é que garante o seu desenvolvimento futuro. Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) relativos a 2021 revelam que Portugal está abaixo do meio da tabela com um pouco menos de 4% do PIB em investimento público na Educação. Sem grande surpresa percebemos que os países nórdicos estão no topo da lista.

Mas há ainda casos como os da África do Sul, Costa Rica ou Índia, cujo investimento público na Educação é bastante superior ao português, sendo qualquer um deles referências de desenvolvimento nas suas regiões.

A acrescentar a tudo o que vemos, lemos e ouvimos, se percebermos quais são as reais condições laborais de uma grande percentagem dos professores em Portugal, ficamos incrédulos o que se passa, é verdade que essas condições no nosso concelho não são assim tão más e a verdade é que os nossos alunos, salvo algumas exceções, não nos causam grandes problemas, mas a bitola no resto do país é muito diferente.

A situação é, afinal, muito pior do que eu imaginava ou daquilo que ia lendo, de forma aleatória, nas notícias dos diferentes órgãos de comunicação social. Entre congelamento da carreira ou pessoas presas nos escalões, passam-se décadas com salários absolutamente vergonhosos. A isso juntam-se os milhares de precários, com anos e anos de recibos verdes e outros tantos que mal conseguem ter uma vida familiar equilibrada, tal é a mudança de zona a que estão sujeitos. Há ainda quem pense que é uma profissão de regalias e bons salários, e eu pergunto-me, cada vez mais, de onde se construiu essa ideia? Qual a parte do verdadeiro inferno a que os professores estão sujeitos que não é ainda claro para todos?

Dir-me-ão que não é apenas o salário que faz a carreira, ou o bom professor, algo que eu tenderia a concordar se esse não fosse o primeiro preconceito da discussão.

O professor, como qualquer profissional, vende a sua força de trabalho em troca de uma recompensa, que se espera justa. Quem só tem o seu trabalho como meio de sustento, espera vendê-lo por um valor que lhe permita ter uma vida de qualidade.

Reparem: qualidade, escrevi eu. Não escrevi digna, mínima ou satisfatória. Escrevi de qualidade, porque deve ser esse o nosso objetivo enquanto trabalhadores. Vender o nosso conhecimento a troco de uma vida descansada, boa e de qualidade. Não uma vida de aflição e contas.

Se em cima disto colocarem a importância da profissão – espero que, pelo menos nisso, tenhamos um consenso alargado –, então é fácil perceber que os salários são, de facto, muito baixos.

A luta dos professores é, no fundo, a luta de todos. De cada pai, de cada estudante, de cada pessoa que quer viver num país mais justo, desenvolvido e, porque não dizê-lo, mais rico e próspero.

Se todos percebermos que os professores, mais do que lutarem por eles, estão a lutar por um país melhor e, de certa forma, a beneficiar toda a sociedade, talvez pudéssemos dar uma ajuda onde de facto podemos fazer a diferença.






Cada vez mais dou importância aos pequenos e simples, momentos da vida. Momentos que me transmitem a paz e a serenidade que tantas vezes julgo perdida. Que tantas vezes procuro e preciso. 

 

Ver as mudanças do céu, em minutos, por vezes segundos, faz-me continuar a acreditar que tudo na vida é passageiro e que os maus momentos, por muito difíceis que sejam, não duram para sempre.

 

“Está tudo bem, em não estar bem”, ouvi isto tantas vezes que interiorizei e passei a acreditar. De facto, está tudo bem em não estar bem, porque não temos de estar bem o tempo todo. É impossível estar bem o tempo todo. Tal como será impossível estarmos mal sempre. Vivemos numa sociedade que, atualmente, nos obriga a estarmos sempre felizes. A não demonstrar que a triste existe e que somos todos felizes. Não podia ser mais errado.

“Está tudo bem em não estar bem” - e é tão importante termos consciência disto. Permitirmo-nos momentos de tristeza. De reflexão. De compreensão e de amor por nós mesmos. 

 

Ao fim de quase um ano, após várias mudanças profissionais, pessoais, várias montanhas-russas de emoções e sentimentos, senti que a exaustão, o cansaço, a tristeza se apoderavam de mim.

Tentar lutar contra isto é o principal objetivo, mas sem dúvida que é um erro acharmos que o podemos fazer sozinhos. A inteligência está em saber quando não estamos bem e quando precisamos de ajuda. E está tudo certo nisso! 

 

Há momentos na vida que temos que reconhecer as nossas fraquezas, reconhecer que as emoções são mais fortes que nós, que chorar alivia e que não há vergonha alguma em reconhecer que precisamos de descanso porque não estamos bem. 

 

Rodearmo-nos de pessoas abraço, pessoas-luz, pessoas que verdadeiramente querem ouvir a resposta quando perguntam “estás bem?” É fundamental nestas alturas.

 

Numa altura em que nos exigem que sejamos máquinas, que estejamos felizes o tempo todo, temos que perceber que a exaustão, o cansaço, as tristezas são reais. Não há mal nenhum nisso. 

O mal está em não querermos aceitar. 

Em termos vergonha de reconhecer. 

 

Acima de tudo o importante é não desistir. É acreditar. É permitir ter estes momentos, mas não ficarmos neles para sempre.

 

“Está tudo bem em não estar bem”, afinal tal como o céu muda, em segundos, também os momentos menos bons passarão.    


Naveguei nas bateiras no Poço da Cal, no Casal Novo do Rio, ainda rapaz calçado de tamancos ou botas de cano, sobre as águas límpidas do atraente lago, mais tarde um relevante centro piscatório.

Por ali fui feliz e inocente com as minhas gentes de alma sã em corpo são, como escreveu o saudoso poeta e jornalista, Santiago Pinto, fundador do Jornal de Montemor e Correio da Figueira, onde por amizade melhor que a competência fui nomeado às cavalitas como Subdiretor…

Por tudo isto ficou uma mão cheia de boas recordações, fiel ás origens, também lúcidas e nostálgicas, mas de todo valorizadas no meu conceito, como agora acontece na Barcaça, navegando no presente e noutro tempo com temas que nos prendem e motivam na sustentabilidade de onde viemos e o dever de caminharmos agora com as transformações sociais e culturais desta nova época por onde acreditamos que se justificam a partilha de todos os eventos como  órgãos de comunicação por Terras de Montemor.

Talvez sonhador nas noites longas da velhice, vivo ainda com a certeza no presente de que precisamos da Barcaça e da MIRAGEM, assim como outras páginas digitais pelo velho Montemor... De tamancos antigamente, de sapatos agora e sempre pelas causas maiores nos portos de abrigo de todos os bairrismos tão necessários em alguns montemorenses, é urgente viver o coletivo e os momentos que depressa nos escapam ... 


Terras de Montemor na Comarca da Estremadura

 

Vilas e termos de Tentúgal, Póvoa de Santa Cristina e Montemor-o-Velho (Capítulo I) 

Numeramento de 1527-1532

 

        Aos 17 de Julho de 1527, em Coimbra, D. João III assinou e enviou uma carta, redigida por Bartolomeu Fernandes, aos corregedores das seis comarcas (a) do país, ordenando que o informassem sobre o número e nome de cidades, vilas e lugares existentes na respetiva correição, e dos moradores que aí habitavam. Este numeramento da população portuguesa realizou-se num contexto de progressiva centralização do poder político que, manifestada no decurso da expansão ultramarina, aconselhava a quantificação dos efetivos populacionais para implementação de uma necessária reforma administrativa e, simultaneamente, para efeitos tributários e de mobilização militar.

Tratou-se do “primeiro grande numeramento” (b) da população portuguesa, tendo início nesse ano e sendo realizado, sistematicamente, comarca a comarca, terminando em Abril de 1532, indicando que a população portuguesa ascenderia a aproximadamente 1 216 000 habitantes, dispersos pelo território nacional, numa média de 13,6 habitantes por quilómetro quadrado.

À época, os termos (concelhos) de Tentúgal, Póvoa de Santa Cristina e Montemor-o-Velho, em análise, pertenciam à Comarca da Estremadura (a), onde começou em agosto de 1527 (foto 1- Tentúgal; foto 2 – Póvoa de Santa Cristina; fotos 3 a 8 - Montemor-o-Velho).

O historiador António Borges Coelho, na «Esfera do Mundo - História de Portugal IV, página 113, Editorial Caminho, 2013» sintetiza, deste modo, a elaboração deste recenseamento: “Um escrivão percorria pessoalmente as cidades, vilas e concelhos e ouvia, sob juramento, dois homens-bons de cada lugar principal, que numeravam os chefes de família. Deveriam socorrer-se também dos livros das sisas. Lavravam por fim um auto. O Numeramento é o treslado geral dos diferentes autos”.

O Numeramento na comarca da Estremadura começa com o enunciado do escrivão Jorge Fernandes: “Registro das cidades vilas e logares que há em esta comarqua da Estremadura e dos moradores que ha em cada hum delles. O qual se fez por mandado del Rey noso senhor. Feito por Jorge Fernandez escrivão da chancelaria da dita comarqua. Foy começado aos 15 dagosto em a çidade de Coinbra do anno de noso Senhor Jhesu Christo de 1527 annos”.

Este Numeramento da comarca da Estremadura foi transcrito e publicado por Anselmo Braamcamp Freire (in “Archivo Histórico Portuguez, vol.VI, nº. 7, julho de 1908, pp. 248-251, Lisboa”), cuja transcrição foi feita de forma quase integral, com raras alterações, como sejam as palavras escrivão e escrevy no lugar de esprivão e esprevy (fotos 10 e 11).

Foto 1 - Tentúgal
Foto 2 - Póvoa de Santa Cristina
Fotos 3 a 8 - Montemor-o-Velho
Fotos 9 e 10 - Tentúgal - Póvoa de Santa Cristina e Montemor

Todavia, a partir do estudo de Virgínia Rau (“Para a história da população portuguesa dos séculos XV e XVI - resultados e problemas de métodos”, in “Estudos de História Medieval, pp. 96-127, Editorial Presença, Lisboa, 1985”), a leitura dos dados do Numeramento deve ter em conta que estamos perante a contagem, não de indivíduos, mas das famílias existentes em cada terra, famílias que podem ser designadas, diversamente, por vizinhos, fogos ou moradores. Daí se mencionar o número de privilegiados e clérigos regulares, que eram transcendentes à finalidade do Numeramento, ou esclarecer quando a família tinha à cabeça uma viúva, ou o número de vezes em que isso acontecia numa dada localidade, porque essa família deixava de contar para as necessidades militares do reino ou ser invocada para os encargos do concelho.

Copiamos, com escrita atual, um excerto da transcrição de Anselmo Braamcamp Freire (páginas 280 e 281) relativamente aos dados deste recenseamento de 1527 realizado nas terras integradas, à época, nas vilas e termos de Tentúgal, Póvoa de Santa Cristina e Montemor-o-Velho, como segue:
 

ARCHIVO HISTORICO PORTUGUEZ

“(…)

A vila de Tentúgal

 

Aos 17 de outubro de 1527 anos fui à vila de Tentúgal, que é do conde de Tentúgal, e aí escrevi o seguinte:

Nesta vila de Tentúgal há 315 vizinhos no corpo da vila, dos quais são 4 cavaleiros e 19 escudeiros e 63 viúvas e 12 clérigos, e o mais é povo.

Tem o termo o seguinte: - O casal de Andorinha 1 vizinho, - Vale de Figueira, 2.

Tem de termo para a parte de Montemor um tiro de besta, e para a parte de Coimbra outro tanto, e para a parte de Pereira tem meia légua de termo por o rio Mondego.

Parte com Montemor e Coimbra e Cantanhede e Póvoa - Jorge Fernandes o escrevi.

Soma, 318 vizinhos. 

 

A vila da Póvoa de Santa Cristina

 


 Esta vila da Póvoa é do Conde de Tentúgal, tem 48 vizinhos com 6 moinhos junto da vila.

E no termo desta vila está situado o mosteiro de Santa Cristina, de frades de São Francisco.

Tem de termo para contra Cadima e Lavrada pela Gândara meia légua de termo.

Parte com a vila de Tentúgal e com o termo de Montemor-o-Velho. - Segundo tenho por assinado de Pero Gomes, tabelião, no livro que em meu poder fica. - Jorge Fernandes o escrevi.

Soma, 48 vizinhos.

 

A vila de Montemor-o-Velho

 

No dito dia atrás fui eu Jorge Fernandes, escrivão, à vila de Montemor-o-Velho, que é do Mestre de Santiago, onde com Vasco de Oliveira, cavaleiro e almoxarife, e com um tabelião tomei informação dos moradores e termo da dita vila, e achei o seguinte:

A vila de Montemor-o-Velho tem 496 vizinhos no corpo da vila, dos quais são 11 cavaleiros e 28 escudeiros e 64 viúvas, e o mais é povo; e mais há na dita vila 7 vizinhos mercadores.

Título do seu termo: - As Alhadas de Baixo que tem 117 vizinhos; a jurisdição cível e o crime é de Montemor (de Santa Cruz;) - O lugar de Tavarede tem 112 vizinhos e tem a jurisdição cível somente, o crime é de Montemor (Cabido de Coimbra) - O lugar de Quiaios que é da jurisdição crime da dita vila, 63 vizinhos (Santa Cruz) - O lugar do Louriçal que é jurisdição crime de Montemor, 220 (Santa Cruz) - O lugar de Ulmar que é da jurisdição crime desta vila, 26 (Santa Cruz) - O lugar de Alfarelos com Gabrielos, 81. - O lugar do Azambujal que é da jurisdição crime desta vila, 25 (Santa Cruz) - Aldeia de Vila Franca, 27 - O couto de Barra, que é do mosteiro de Seiça, 81. - O Reguengo das Abitureiras, 33 - Formoselha, 43 (é de dom Pedro de Meneses) - O couto de Lavos, que é da jurisdição crime desta vila e o cível é do Bispo de Coimbra, tem 64 vizinhos (Bispo de Coimbra) - O couto de Cadima, que é da jurisdição crime de Montemor e o cível é de Santa Cruz de Coimbra (Santa Cruz) - O lugar de Santo Varão, que é do crime de Montemor e o cível do Bispo de Coimbra, 24 vizinhos (Bispo de Coimbra) - Aldeia de Vila Nova da Barca, 59 - O Carvalhal, 64 - A Ribeira de Moinhos, 69 - Aldeia da Granja, 19 - O lugar de Figueiró do Campo com Belide, 71. - O lugar de Brenha (Brenha é da jurisdição das Alhadas) e Maiorca (é jurisdição do cível sobre si) tem 166 vizinhos; Maiorca é o principal (Santa Cruz) - Arazede tem 27 vizinhos (é do Bispo e de Santa Cruz e cada uma tem seu juiz em sua parte, na jurisdição cível) - Aldeia de Brunhós tem 24 vizinhos - O Reguengo das Meãs, 52 - O lugar de Verride é do crime de Montemor e eles tem o cível, tem 174 vizinhos (Santa Cruz o cível e o crime dos daninhos) - O Reguengo de Coles e Figueira e Azoia, 57 vizinhos (este tem Simão de Faria e não é do Bispo) - Serroventoso, que é da jurisdição crime de Montemor e do cível do Bispo de Coimbra, 67 vizinhos (Bispo o cível) - Aldeia de Vila Verde, 4 (é do Bispo, tem o cível) - A quintã de Treixede que é de Santa Cruz de Coimbra, 1 vizinho, frade (Santa Cruz o cível).

Esta vila de Montemor-o-Velho tem pera a parte de Coimbra uma légua e meia de termo, e para a parte da vila de Cantanhede tem três léguas de termo, e para a banda do mar da lagoa de Mira até ao mar, que são seis léguas grandes da banda do Norte, e para a parte das Abitureiras da parte do sul tem outras seis léguas de termo, e do vendaval tem três léguas de termo até Quiaios.

Parte com Coimbra e com a vila de Tentúgal e com Buarcos e com Vila Nova de Anços, e com o termo da vila de Leiria. - Segundo fica por os sobreditos assinado - Jorge Fernandes o escrevi.

Soma ao todo, 2339 vizinhos.

E neste termo atrás desta vila de Montemor-o-Velho disseram os sobreditos almoxarifes e tabelião, que haveria outros tantos clérigos como na vila, e mais. (…)”

 

(…/...)

 

        (a) Divisão em Comarcas - A partir do século XV, o país é dividido em seis grandes unidades administrativas, chamadas comarcas (Trás-os-Montes, Entre-Douro-e-Minho, Beira, Estremadura, Entre-Tejo-e-Odiana e Reino do Algarve).

        Cada comarca era chefiada por um magistrado administrativo e judicial, que representava o poder real na sua jurisdição. Esses magistrados, são, inicialmente, chamados tenentes, depois meirinhos-mores e, finalmente, corregedores. Estas seis comarcas, com diversas denominações e atribuições, irão manter-se como as unidades principais da divisão administrativa do país, até ao século XIX.

 

Comarcas e seus limites

Comarca

Limites

Comarca de

Trás-os-Montes

Limitada a oeste pelo Rio Tâmega e a Sul pelo Douro

Comarca de

Entre-Douro-e-Minho

Limitada a sul pelo rio Douro e a Leste pelo Tâmega

Comarca da Beira

Inicialmente, a faixa interior de território, entre o Douro e o Tejo. No século XVI expandiu-se para a faixa litoral, englobando anteriores territórios da Estremadura.

Comarca da Estremadura

Inicialmente, a faixa litoral de território, entre o Douro e o Tejo. No século XVI o seu limite norte recuou até ao sul do Mondego. Por sua vez, o seu limite sul expandiu-se para sul do Tejo, englobando a península de Setúbal.

Comarca de

Entre-Tejo-e-Odiana

Limitada a norte pelo Tejo e a Sul pela serra do Caldeirão.

Reino do Algarve

Limitada a norte pela Serra do Caldeirão

 

        (b) Antes do Numeramento de 1527-1532, foram realizadas “contagens” ou “numeramentos” tendo preocupação e intuito, sobretudo, de ordem militar, nomeadamente o “Rol de Besteiros do Conto”, de D. Afonso III (1260-1279) e o “Rol de Besteiros do Conto”, de D. João I (1421-1422).

        Mas são as atas das Inquirições Gerais dos séculos XIII e XIV que constituem as fontes mais completas e exaustivas para o inventário das comunidades, bens e poderes existentes no Portugal, assim como as diferentes cartas de foral, relativamente a povoações e termos.

(...)



Esta bonita Vila, situada bem no coração do Baixo Mondego é de origem muito antiga. Tem como orago Santa Susana. Mas o povo tem a sua devoção a Nossa Senhora das Dores. 

As primeiras festas em honra desta santa, remontam ao sec. XVIII, mais concretamente a 4 de janeiro de 1789. Nos festejos em honra desta Santa, gastaram-se dúzia e meia de foguetes, que custaram 1800 réis. Acrescente-se que nesta era moderna, esta Vila, tem uma crença nos dias 26 do mês. Porque a data de 26 é um talismã para todo o Carapinheirense, visto ser a este dia que, muitos acontecimentos se têm realizado.

 

Acreditando nas ‘Memórias’ de Francisco Correia Lopes, descritas numa pagela editada em 1899, a primeira festa realizada em louvor de Nossa Senhora das Dores ocorreu a 4 de janeiro de 1789, domingo, aquando da entronização da Imagem da Virgem Maria no seu altar, na Igreja Paroquial de Santa Suzana de Carapinheira.

Embora seja Santa Susana a padroeira da paróquia, também festejada com fervor, a festividade religiosa em honra de Nossa Senhora das Dores é, sem dúvida, a mais marcante para esta comunidade. A devoção à Virgem Maria, em terras mondeguinas, emerge de tempos imemoriais. Na Carapinheira, o culto a Nossa Senhora intensificou-se nos finais do século XVIII. Francisco Correia Lopes, em 1889, descreveu, deste modo, a devoção e a primeira festa realizada em honra de Nossa Senhora das Dores: “No ano de 1788 desejando este povo ter na sua igreja uma imagem que lhe representasse a Mãe de Deus nas angustiosas dores da morte de seu muito amado Filho, deliberaram ir um dos devotos com o pároco, então cura, o padre José da Costa e Silva, e foram a Coimbra ao convento da Santo António da Estrella, por que aí havia um frade que além da missa e ser pregador, se dedicava ás belas artes, de pintura e escultura, sendo especialista em quadros e imagens religiosas e lhe encomendaram a imagem, que é de tamanho natural duma mulher regular e é de vestir; as suas feições são com tanta naturalidade e beleza, que nem a aflição de chorar e com as lagrimas a resvalar pelo rosto abaixo, lhe fazem perder o belo das suas feições, tão naturais e com tanta sabedoria elas foram traçadas; tem a cara um pouco levantada e os olhos inclinados ao céu como suplicando; é de uma devoção a quem a vê, inexplicável, e parece inspirar no coração dos fieis a crença de que ela está viva para os ouvir e atender (...) Todas as despesas do seu feitio, sete setas (ou espadas) diadema, roupas compradas e mandadas fazer, foram pagas a titulo de esmolas por aqueles serviços, e também veio benta pelo superior do mesmo convento; (...) Teve colocação no seu altar n'esta igreja, com a sua primeira festa no dia 4 de Janeiro de 1789, fez portanto, a 4 de Janeiro de 1889, 110 anos n'esta igreja a sua primeira festa foi com alegria como era muito natural, mas foi modesta atentas as muitas outras despesas que haviam feito, havendo só missa cantada e sermão que se pagou por 1$600 reis apesar do orador vir de Coimbra, e com uma dúzia de foguetes que custaram 1$200 reis. (...) a devoção com a Senhora das Dores n'esta freguesia tem aumentado e feito elevar a sua festa a tal ponto de luxo que difícil será imita-la em terra alguma d'este distrito de Coimbra; e, mesmo em Coimbra-----, só a excede a festa da Rainha Santa, o que não admira, por que lá dispõem de todos os elementos de que precisam para o luxo e grandeza, tendo a coadjuva-la todas as corporações civis e religiosas de todas as freguesias da cidade na sua procissão; e nós aqui servimo-nos só com o nosso pessoal e objetos; por isso é mais para admirar aqui a grandeza d'esta festa do que em Coimbra a da Rainha Santa. (...) ”

Naquela data, Francisco Correia Lopes refere que a festa nunca teve interrupção, realizando-se no último domingo de agosto ou por motivo inesperado no princípio de Setembro. Por volta do início da segunda metade do séc. XX, a festa começou a ter realização bienal, no penúltimo domingo de agosto, apesar do dia litúrgico dedicado a Nossa Senhora das Dores ser o dia 15 de Setembro.


Porém, a realização das festas no penúltimo domingo de agosto teve e tem o propósito de receber o maior número possível de Carapinheirenses ausentes da sua terra, mas que nesta época demandam a sua terra natal para conviver com familiares e amigos e agradecer à Virgem Maria as graças alcançadas.

A festa em honra de Nossa Senhora das Dores capricha pelos atos religiosos (a essência da festividade) - novenas, missas, prédicas, reconciliação e procissões - de preparação para o grande dia festivo e, na semana seguinte, as tradicionais manifestações populares com touradas à vara larga, folclore, bailes, variedades e atuação de artistas, sem faltar a quermesse e as típicas "tasquinhas".

O mar azul estende-se para longe…

Ondas suaves beijam a areia dourada,

desenham sulcos caprichosos

que se espraiam preguiçosos e lentos….

O azul desse mar deslumbrante

de água límpida, cristalina

é um azul inconfundível,

é a cor da promessa do sossego desejado.

Tem a cor de uma felicidade

feita de luz e brilho na areia leve.

A brisa ligeira move levemente as águas,

dá mais vida ao azul que busca a distância,

essa distância em que o azul permanece

agora com outra tonalidade,

com esse azul profundo

que esconde a grandeza da conquista imparável,

muito para lá do horizonte.

 

                        Garça Real

NÃO PERCAS NUNCA!!!!!

Não percas  o romantismo,
mesmo sabendo que as dificuldades existem…
Não percas o otimismo,
mesmo sabendo das barreiras que irás encontrar…
Não percas a vontade de viver,
mesmo sabendo das dores e perdas que podes sofrer nesta vida…
Não percas os teus(tuas) amigos(as),
mesmo sabendo que esta vida  é apenas um momento que passa…
Não percas a serenidade,
mesmo nos momentos em que tudo parece estar
contra o teu sucesso e vitórias…
Não percas a força e vontade de ir à luta de corpo e alma,
independente de ser ou não reconhecido…
Não percas nunca teus  objectivos, mesmo com todas as vicissitudes da vida - tens de acreditar em ti próprio(a)…
Não percas o teu amor próprio, para que assim possas amar

do à tua volta!!!!....


EU SEREI SEMPRE EU!

Vê como o tempo passa e tu não te importas!

Eu sei que o mundo agora é teu e já nada te prende

Os valores que escolheste estão dentro de ti

Bailam na tua mente…

Mas tu foges de mim agora, como se de uma estranha

Se tratasse… e eu sinto-me impotente!


Não te lembras de quanto eras dependente,

Frágil, pequenina, um fio de gente,

Que eu amei perdidamente…

Cuidei da mais bela flor do meu jardim de amor.

Fiquei acordada muitas noites,

Sobressaltada, impotente perante acontecimentos.


A vida é feita de bons e maus momentos

Mas o amor, a gratidão, o reconhecimento,

As memórias, os momentos fantásticos,

As risadas sem fim, os abraços,

A cumplicidade… estão, agora, no esquecimento…

Na verdade: tudo foi apagado pelo tempo!


Não faz mal… eu sei que um dia vais olhar para trás

E chorar, lamentar… infelizmente sofrer…

Por não teres sido capaz de ver… o mal que me fizeste,

Ao longo de tantos anos de silêncio…

Eu? Eu rezo a DEUS, diariamente, uma prece:

Que te ampare, que te ajude, que permita

Que sejas feliz…

Afinal… eu, serei sempre EU!

AUTORIA: ISABEL TAVARES 27/01/2023

CÓDIGO DE AURTOR: (© Todos os Direitos de Autor Reservados)

Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos – Decreto-Lei n.º 63/85, de 14 de março –

Diário da República n.º 61, Série I, de 14.03.1985 –

 

Assim te sinto sem palavras,

Onde iremos, não sei.

Onde te espero e amanheço,

Onde permaneço… seguirei

 

Não há lugar, não há tempo,

Não há infinito, mas indeterminado…

A matéria que não é átomo

Acontece, é momento…

 

Um dia, é um tempo, sempre presente,

Uma noite, nos teus braços, é eterna

Um sorriso tua marca o lugar

Onde fica o nosso paraíso.

 

Não temos onde, não temos quando,

Não temos caminho, só essência

E eu fixo apenas a permanência

Da cadência das ondas do mar.

 

Somos o que somos sem par

Sem explicação, sem passado

O futuro é indeterminado

O presente é o teu olhar.


Pelos vistos, a vida vai mal para quem anda a querer trocar carreiras tecnocratas principescamente remuneradas, digo, cargos de topo na administração pública e do sector empresarial do estado, por outros, preferencialmente no contexto da política, da sedutora maioria absoluta e das prebendas que, mais que não seja em tese, parece estarem quase sempre ao alcance dos que porfiam.

 

Aliás, nada de novo em Portugal, onde há muito se convive facilmente com esse género de expedientes em todos os patamares da administração, a começar nas assembleias de freguesia, prosseguindo pelas juntas, câmaras municipais, comissões de coordenação e outros organismos intermédios, assembleia da república, forças armadas, tribunais, forças de segurança, saúde, educação, obras púbicas, entidades privadas de interesse público, etc., etc.!

 

Tem sido um fartote de casos e casinhos como agora se passaram a chamar, não poupando praticamente ninguém, embora mais insistentemente no seio do governo e das autarquias, em que a cascata de acusações e suspeitas se tornaram quase um dilúvio sem fim à vista e cujos contornos estão longe de identificar, de tal maneira que até Montenegro corre o risco de ir na enxurrada dos ajustes diretos e outras manigâncias com autarquias laranja, que começam a denegri-lo sem mais.  

 

Tal como na TAP, a estrela maior da discórdia dos últimos meses, que atirou fora o ministro e vetou uma futura-ex-secretária de estado “lambona” e imprudente que, após ter ido ao pote sem pudor, ainda desejou chegar mais longe, sendo certo que o seu caso era como aqueles segredos públicos em que quase toda a gente sabe que é segredo e sem saber porquê não desvenda, até que…!!!

 

Em síntese, estamos enredados numa turba de farsantes, mariolas e pilantras, inclusive na nossa proximidade e não só nas notícias, que vivem de oportunismo, expedientes e comissionamento fraudulento enquanto exercem cargos sem mérito, suportados em premissas de amiguismo e militâncias que não lhe conferem quaisquer qualidades ou preparação para o efeito.

 

Vemo-los um pouco por todo o lado e interrogamo-nos sobre a sua obra e os efeitos na comunidade que deveriam servir, não sendo raro verificar que, salvo raras e honrosas exceções, que as há, não passam de pseudo-comissários políticos travestidos de presidentes, vereadores, chefes de gabinete e adjuntos de autarquias que hoje estão muito piores do que há 40, 30 e 20 anos, muitas vezes localizadas no litoral, boas acessibilidades, condições favoráveis, mas em declínio acentuado e veloz por inércia e equivoco no estabelecimento de prioridades e desconsideração pelos habitantes e demais atores locais.

Infelizmente, vejo-me forçado a dizer que é essa a circunstância ela qual Figueira da Foz e Montemor-o-Velho têm vindo a passar no mínimo nas duas últimas décadas, não se vendo melhorias à vista!


SINOPSE

Dez histórias curtas para ler em cinco minutos antes de adormecer. Um momento de partilha entre pais e filhos com ternas ilustrações e doces aventuras para noites descansadas.





Liberdade · Sérgio Godinho



Artigo 28.º

Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano social e no plano internacional, uma ordem capaz de tornar plenamente efetivos os direitos e as liberdades enunciadas na presente Declaração.

BARCAÇA_MAIO

  Para garantir a redução do expediente extenuante, os trabalhadores da cidade de Chicago organizaram uma greve para o  1º de maio  de 1886....