Número total de visualizações de páginas

terça-feira, fevereiro 28

BARCAÇA_29

 



29º Edição da Barcaça.

Recordar as embrulhadas efetuadas seja pela Igreja, Câmara Municipal de Lisboa e pelo representante ou não do Governo neste assunto.

1.     Temos de estar sempre a lembrar tudo e todos que não somos o que parecemos, que não temos aquele dinheiro todo, que faz tudo parte de um plano para o qual não fomos Portugal, espera-se que no total tenha uma despesa de 160 milhões de euros, repartindo a despesa entre Estado e a Igreja. O «maior evento das nossas vidas» era descobrir que a cidade tinha 35 milhões de euros para gastar em tudo menos num evento. O desespero de alguém a fazer contas ao mês espreitar as notícias e não perceber porque é que há dinheiro para tudo quando não há dinheiro para nada.

2.     No dia 11FEV tivemos uma das maiores manifestações de sempre dos professores, 150.000 mil saíram à rua.

A manifestação teve uma forte adesão, voltou a mobilizar muita gente que nunca terá andado nas lides sindicais e de protesto, reafirmou a importância política desta luta. Saíram dali dois recados muito poderosos aos atores clássicos deste velho conflito laboral. O Governo recebe mais um cartão vermelho e vê agravada a urgência de chegar a um acordo. A cada dia que passa torna-se praticamente impossível alegar que não há dinheiro para satisfazer as reivindicações dos professores.                                   

3.     Alguns dias, ficamos a saber o resultado da Comissão aos casos de pedofilia em Portugal, que a Igreja tinha pedido a uma comissão independente que o fizesse, passado um ano tivemos acesso aos resultados, VERGONHA será o que todos os Portugueses sentem ao verificar que durante décadas foi possível tais atos horrendos.

Pena bem diferente foi o que se passou no Caso “Casa Pia”, onde a interferência política conseguiu abafar em virtude de alguns dos seus discípulos estarem envolvidos e conseguiram condenar um motorista e um profissional de televisão. Caso para dizer que os motoristas em Portugal são um alvo de “alta corrupção e de pedofilia” 

4.     A guerra na Ucrânia completou um ano — com ao menos 210 mil mortos — 30 mil deles, civis. Mas apesar da perda humana e material, o conflito parece não ter data para acabar, com o presidente russo Vladimir Putin, responsável pela invasão, afirmando que pretende seguir com os ataques ao país vizinho para se proteger de uma "derrota estratégica" apoiada por países estrangeiros. Às vésperas do aniversário, Putin colocou a culpa da guerra no "Ocidente", enquanto os Estados Unidos anunciaram um apoio de US$ 500 milhões às tropas ucranianas, durante uma visita secreta do presidente Joe Biden à capital do país, Kiev.                                                     

5.     Qual Marquês ou Sir. ou Lady, ainda a procissão vai no adro eis que se descobriu mais uns dinheirinhos aos rodos em contas fora do País.                                                       

6.     Já os nossos colaborados trazem-nos textos com abordagem bem diferentes seja na monumentalidade do Concelho de Montemor, como da história do nascimento das nossas freguesias. Já do Concelho da Figueira da Foz, vai homenagear o Pintor das Alhadas Mário Augusto.

Nos contos uma linda descrição “A relíquia da Cruz”, e mais uma historieta sobre uma laranja de meio quilo, nos “Diálogos Internos” é um monologo olhando um espelho cristalino onde por vezes se perde entre o que é racional e irracional, mas continua o seu caminho na descoberta das suas lutas, muito interessante.

Na poesia vagueamos “Debaixo de um céu azul”, e pelo “Gosto de gente assim…” como pela homenagem ao povo UCRÂNIA, terminamos a poesia com “Eu canto...” “para não ter de ir embora”.

Na política é feita uma abordagem às concelhias em breve no PS e nos dois candidatos já conhecidos. E porque águas navegam.

Livraria, escolhi os “Corruptíveis” de Brian Klaas porque o momento que Portugal atravessa cai como a cereja em cima do bolo e fica a pergunta; “O poder corrompe ou são as pessoas corruptas que são atraídas para o poder?”

Discografia “O que faz falta!!!” de Zéca Afonso fica o repto.

E terminamos como sempre com um artigo dos direitos humanos o 29º

A defesa pela nossa associação, o carinho que se agarra aos ossos, a vontade de ir sempre mais além fez com que tenha arranjado muitos amigos dentro e fora da Vila. Quem não vive e respira estes ares poderá dizer que a Vila parou no tempo. Serão estas as motivações e as boas recordações de uma Vila que parou no tempo dizem alguns, mas que outros a adoram por isso mesmo, ladeando um castelo imponente que ao longo dos séculos tem levado o bom nome pelo mundo fora. Verdade seja feita não é a Câmara Municipal ou a Junta de Freguesia com os seus parcos orçamentos que resolvem todos os problemas destas associações, são os seus quadros com os seus sócios e simpatizantes que fazem dia após dia renascer a chama do Associativismo. 

Hoje bem diferente de tempos idos, a capacidade, responsabilidade e o conhecimento dos seus diretores aliados a quadros com formação superior em áreas de desenvolvimento seja desportivo, cultural ou em formação especifica para Colectividade/Associação que representam é uma mais valia que a Vila dentro do contexto comunitário oferece e é muita.

Por isso replico está a morrer? Não e para a compreender é preciso vivê-la, senti-la e ama-la.

Se me disserem que se fecha dentro de si mesmo, concordo, foi sempre assim, um dia quem sabe breve mudará essa visão.

Alguém que hoje já não se encontra entre nós disse-me:
- Montemor-o-Velho tem inveja das suas gentes, os de fora são sempre melhores.

CAPELA DE SÃO JOÃO BATISTA [SEIXO]


Localizada na antiga freguesia de São João Baptista de Seixo de Gatões, também conhecida apenas por Seixo, esta capela tem como titular o orago São João Baptista.

O edifício atual é o resultado de uma reforma feita pelo bispo-conde D. Miguel da Anunciação, em 1742, tendo a torre sineira, de forma bolbosa, sido alteada no século XIX. O retábulo principal e os altares colaterais são maneiristas, albergando esculturas (São João, Santa Luzia e Santo António) que datam do século XVI ao XVIII.


Na capela-mor existe um alisar de azulejos de meados do século XVIII, com função decorativa, desenhando rótulos dominados de coroa condal, de fabrico coimbrão. O teto, dividido em painéis e decorado, está datado de 1778 e tem a indicação do juiz da igreja e dos paroquianos que contribuíram para a obra. Junto ao nártex, o “batistério” apresenta pia batismal em pedra calcária.

A torre sineira tem dois sinos: um datado de 1879, do fundidor Joaquim Dias de Campos; e o outro fundido por Sorrilha, também em 1879.


MÁRIO AUGUSTO – PINTOR DAS ALHADAS, PINTOR DE PORTUGAL

Mário Augusto dos Santos nasceu a 23 de julho de 1895, em Alhadas, concelho de Figueira da Foz.

Aqui passou a infância e parte da juventude, tendo mostrado, desde muito novo, uma forte vocação pela pintura.

Parte para Lisboa em 1911, apenas com 16 anos, trabalha de dia na oficina de carpintaria de um tio e estuda de noite na Escola Industrial Machado de Castro.

Os seus dotes de artista chamaram a atenção do artista António Conceição Silva (1869-1958) que, dando-lhe lições de desenho e pintura, capacitam-no a ingressar na Escola de Belas Artes de Lisboa.

O benemérito Nicolau Santos Pinto concedeu-lhe uma pensão que lhe proporcionou uma viagem a Madrid no ano de 1914, onde permaneceu 4 meses, permitindo-lhe visitar museus e analisar obras de grandes mestres, dos quais elegeu Velasquez como seu maior ídolo.

Regressou a Portugal, onde ingressou no ano letivo 1916/17 na Escola de Belas Artes do Porto, e aqui concluiu o Curso Geral de Belas Artes.

Retornou a Lisboa, foi nomeado Mestre Provisório de Trabalhos Manuais da Escola Industrial Rodrigues Sampaio, transferindo-se depois para a Escola Fonseca Benevides, como Mestre de Pintura Decorativa, terminando a carreira na Escola António Arroio, onde lhe foi atribuída a categoria de Mestre Efectivo da Oficina de Pintura de Lisos e Fundos.

A sua primeira exposição ocorreu em maio de 1920, aquando da 17ª Exposição da Sociedade Nacional de Belas-Artes (SNBA), em Lisboa, onde foi premiado com a “Menção Honrosa”, graças ao “Retrato de Augusto Lopes dos Santos”, considerado o seu primeiro retrato a óleo, assinando ainda como Mário Santos.

Em maio de 1921 teve lugar no Salão Bobone a “Exposição Fernando David – Varela Aldemira – Mário Santos. Pintura e Desenho”, onde apresentou 14 trabalhos. Dos que se destinavam a venda, oito foram cotados entre 40.000$ e 80.000$ e o “Lobo de mar” valeu 250.000$.


Em novembro de 1922 ocorreu a “Exposição de Pintura, Desenho, Pastel e Água-forte. Mário Reis – Varela Aldemira – Mário Santos”, de novo no Salão Bobone, onde trouxe a público 12 óleos e 6 pastéis.

Nesta exposição as paisagens documentam o mágico retorno às Alhadas, com um “Recanto da minha terra”, “A casa do sr. Prior”, “Um Páteo” e “Uma rua do Ramalhal”, além de outros trechos rurais, enquanto depois se detém na contemplação da água com os “Barcos na doca ou Marinha” e “Depois da chuva”. As obras o “Serrador”, a “Saloia” e o “Campónio” são a pastel, assim como o “Retrato de Melle. M. C. S.”, o primeiro que executa nessa técnica. Apresenta ainda um “Auto-retrato” seu, quando jovem.

Em 1923 Mário Augusto expõe no Salão Bobone um excelente “Retrato de Conceição Silva”, datado deste mesmo ano.

Em 1924 concorreu à 21ª Exposição da SNBA e participou na 1ª Exposição de Pintura, Desenho a Aguarela, organizada também pela SNBA, sob a égide da Delegação da Sociedade de Geografia, em Lourenço Marques, oficialmente integrada nas festas da “Semana da Metrópole”, e ainda na 1ª Exposição de Retratos, onde expõe o “Retrato de Júlio Teixeira Bastos” e o “Retrato de Eugénio Correia”, sendo-lhe atribuída a “Medalha de 3.ª classe”.

Em 1925, na 22ª Exposição da SNBA, em Lisboa, recebeu a Medalha de 2ª classe. Nesta exposição exibiu 9 óleos, dos quais 5 quadros de temáticas diferentes, 3 retratos (de D.M.F. Santos, de Carlos Moura e de D.M.J. Conceição Silva) e 1 autorretrato.

Ainda em 1925, na 5ª Exposição de Arte, no Porto, Mário Augusto apresentou 25 óleos e um desenho intitulado “Camilo”, onde mostra o seu trabalho de ar livre, captando locais como: Caparica – Lisboa – o Tejo; Quiaios e Maiorca; Porto; Ramalhal e ainda Tânger.

As viagens do artista manifestam-se nas suas pinturas, nomeadamente em: “Paisagem da minha terra”; um “Fumador de Kif”, memória de viagem feita a Marrocos; e o “Mercado da Ribeira”, presente no Museu de Grão Vasco em Viseu.

Em 1926, na 23ª Exposição de Arte da SNBA, Mário Augusto aparece novamente com aspetos das Alhadas, mas com um preçário mais elevado. A natureza-morta “Abóboras” surge com um valor de 3.500$00, mas o “Retrato de Mme. S. N.” também impressionou.

Em janeiro de 1927, na Exposição de Arte no Museu João de Deus, em Lisboa, ganhou o Diploma e a Medalha de Mérito pela sua participação.

Em agosto de 1927, sujeito a um júri presidido por José Malhoa (1855-1933), recebeu a Medalha de Ouro e o Diploma da 5ª Exposição das Caldas da Rainha, onde apresentou o “Retrato do Arquitecto Paulino Montez”.

Ainda em 1927, apresentou-se na 24ª Exposição da SNBA, com retrato e figura, natureza-morta e paisagem, com “A feira” e “O velho solar” de Maiorca.

Em agosto de 1928, na 25ª Exposição da SNBA, apresentou “Maiorca”, tábua datada do ano anterior e também conhecida por “Espelho de Água”, que foi adquirida por 1.500$00 réis, no próprio certame, pelo eminente político e colecionador Dr. José Relvas (1858-1929), ficando a pertencer ao espólio museológico da Casa dos Patudos, em Alpiarça.

Em 29 de junho de 1930, com quase 35 anos, Mário Augusto contrai casamento com a sua prima, D. Maria Augusta Franco Santos.

Em 1931 foi-lhe atribuída a 1ª medalha da 28ª Exposição da SNBA, graças ao “Retrato do Pintor Conceição Silva”, e o seu quadro “Raparigas da Minha Terra” foi adquirido pelo Estado, para o Museu de Arte Contemporânea, hoje Museu do Chiado.

O seu prestígio leva-o a poder integrar o elenco de futuros júris, como aconteceu em 1932, 1933, 1936, 1939 e 1940.

Em 1932 a Junta de Educação Nacional, por iniciativa do Dr. José de Figueiredo (1872-1937), concedeu-lhe uma bolsa de estágio para frequentar centros de estudos em Marrocos, Paris, Londres, Bruxelas e Espanha, onde visitou os principais museus e centros de formação académica. Partiu em 18 de abril e demorou-se cerca de 2 meses.

Ainda em 1932, participou na 29.ª Exposição da SNBA, onde apresentou 6 obras: “As cebolas”, “À Tarde”, “O casal da Várzea”, “O estábulo”, “As piteiras” e “Apontamento” (Maiorca).

Mário Augusto pintou 3 paisagens que o distinto médico da capital, Dr. António Anastácio Gonçalves (1889-1965), escolheu para a sua coleção de arte e que hoje pertencem à Casa-Museu com o seu nome: “À tarde”, “As piteiras” (na Tapada da Ajuda) e “Alhadas”. Ao acervo deste colecionador pertencia também uma das poucas pinturas da beira-mar que Mário Augusto criara: “Praia” (Figueira da Foz), datado de 1935.

Em 1933, resultante da viagem de estudo empreendida no ano anterior, apresentou na 30ª Exposição da SNBA obras como “Rue de la Voie Verte” (Paris) e “Charing Cross” (Londres), atualmente expostas na Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, em Lisboa.

Nesta 30ª Exposição da SNBA apresentou ainda a que foi considerada a sua mais importante obra, “O Latoeiro”, e vários trabalhos a óleo: “Impressões de viagem” (Londres, Gand, Bruxelas e Segóvia), “Praia da Figueira da Foz”, surgindo, no ano seguinte, “La Chambre des Députés” (Paris).

Participou em 1934 na 31ª Exposição da SNBA, com 5 novos trabalhos: “Retrato de D. Florinda Santos”, “Retrato de C. M.”, “Paisagem” (Alhadas), “O charco” (Alhadas) e “La Chambre des Députés” (Paris).

Em 1935 apresentou-se na 32.ª Exposição da SNBA com “Miragem na doca” (Figueira da Foz) e “Paisagem” (Alhadas).

Em 1936 participou na 33ª Exposição da SNBA, com 5 novas obras: “O rio de Vale de Lobos”, “Entrada da aldeia” (Alhadas), “Outono”, “Izaura” e “O tio Inácio”.

Em janeiro de 1937 a SNBA apresentou ao público a “1.ª Exposição de Arte Retrospectiva (1880 a 1933)”, a “33ª Exposição” da SNBA, e de Mário Augusto foi escolhido “O Latoeiro”.

Em 1938, no Salão de Arte do Estoril, obtém o 1º prémio com a obra “Izaura”, que é atualmente o logótipo da Biblioteca Escolar de Alhadas.

Em 1940, o próprio Mário Augusto depositou no Museu Municipal da Figueira da Foz o óleo sobre madeira denominado “Miragem na Doca”.

Em 1941, na 38ª Exposição da SNBA, ganhou o “Prémio Silva Porto”, então considerado a máxima consagração portuguesa, com o “Retrato da Excelentíssima Senhora Condessa de Pinhel”, fazendo parte do júri o Dr. Reinaldo dos Santos (1880-1979) e o pintor Armando de Lucena (1886-1975).

Na 38ª Exposição da SNBA apresentou ainda o retrato a óleo de Maria dos Prazeres Pais (viúva do Dr. Sidónio Pais), e aquele que seria o seu último trabalho, que intitulou “Retrato de minha mulher”, que alcançou a “Medalha de 1.ª classe” na secção de pastel.

Regressou às Alhadas ainda 1941, tuberculoso, onde acabou por falecer a 18 de agosto, com apenas 46 anos.

Em 1942, em sua homenagem, foi criado o Círculo Artístico Mário Augusto, que pretendia continuar o trabalho desenvolvido pelo artista, como afirmava em comunicado:

“Fomos buscar principalmente a Mário Augusto o exemplo, a sua fé inquebrantável, a alma de artista que alcandorou à eminência dum dos melhores pintores contemporâneos. Esta pretende ser a casa para o principiante, tanto como para o Mestre; para o que ensina e para o que se aperfeiçoa; tanto como para o que trabalha simplesmente porque ama a Arte.”

Desde 1945 existe no Museu Municipal Dr. Santos Rocha, na Figueira da Foz, a Sala Mário Augusto, onde se podem observar muitas obras do artista.

Em 1995 foi atribuído o seu nome a uma rua na cidade da Figueira da Foz e, no ano de 1996, decorreu a Exposição Retrospectiva de Mário Augusto, no Museu Municipal Dr. Santos Rocha, no âmbito das comemorações do centenário do nascimento do pintor.

Alguns dos seus quadros encontram-se expostos nos museus de Arte Contemporânea (Lisboa), Gão Vasco (Viseu), José Malhoa (Caldas da Rainha) e Municipal Dr. Santos Rocha (Figueira da Foz), entre outros.

O pintor Mário Augusto é o patrono da Escola Básica 2/3 das Alhadas desde 2 de setembro de 2002.

"Foi um pintor na verdadeira aceção do termo, um pintor por instinto, por vocação, por impulso da sua vontade, imperativos que a morte inesperada ceifou sem respeito pela evolução ascensional dum talento privilegiado. Autodidata, fez dessa condição um símbolo das mais nobres energias; serviu a Arte com o desinteresse, o sacrifício, a ânsia de vencer que leva a todos aos triunfos.” (Varela Aldemira, in “Mário Augusto: exposição de Pintura: homenagem póstuma. Lisboa: SNBA, 1942")

A relíquia da cruz 

  Das bandas de Coimbra vinha todos os anos um bom grupo de pessoas participar na Função dos Passos, no quinto Domingo da Quaresma. Desse grupo fazia parte duas primas muito amigas que nunca faltavam a este grande momento Quaresmal da Paróquia de Tentúgal.

 Em certa altura uma das tais primas adoeceu e durante uns meses esteve acamada de tal maneira que chegou o tempo da vinda a Tentúgal, " aos Passos", e a pobre Senhora não se aguentava de pé.

 A prima veio visitar a doentinha e ficou muito triste pois esta desfeita em lágrimas lhe diz:

 - Este ano, minha querida amiga tens de ir sem mim. Continuo muito mal. Se Nosso Senhor não me acode, é o fim da minha vida. Mas tu se és minha amiga vais fazer-me um grande favor.

 - Aí prima, sabes bem que tudo o que estiver ao meu alcance, podes crer que o farei.  O que queres que eu faça?

 - É muito simples. Tenho fé que se me trouxeres uma relíquia da cruz do Senhor e eu a abraçar ficarei curada.

 - Aí mulher, então eu era lá capaz de fazer uma coisa dessas. É quase um sacrilégio.  E se alguém visse? Que seria de mim?

 - Olha lá, quando a procissão chegar á Igreja do Mourão, o pregador ser for bom, deixa as pessoas  tão emocionadas a olhar para o Calvário, que nem dão conta de nada. Anda, faz-me essa esmola, está bem?

- Ó que vida a minha. O que uma pessoa tem de fazer por uma amiga. Pronto, vou ter de fazer isso. Uma que uma pessoa tem de fazer por uma amiga....

 Os sinos bamboavam e as pessoas cumpriam escrupulosamente a tradição. Depois do sermão do Pretório sai a procissão e é quase fim da tarde quando começa o sermão do Calvário em Santa Maria do Mourão. 

 Com alguma emoção alguns fiéis lembram aquele triste e doloroso momento da Paixão e as lágrimas caem do rosto dos ouvintes de tal maneira que o recado da doente apagou- se completamente da memória da amiga devota. 

 Como todo o Baixo Mondego debaixo de água com uma cheia colossal foi só quando ia a meio da travessia que veio á lembrança o pedido da doentinha.

Aí que vida a minha, diz a prima esquecida. Nunca mais me lembrei do que prometi. E agora? Com o desgosto é capaz de piorar. Aí que triste vida a minha.

 Com as lágrimas nos olhos olha para trás, mas já não há nada a fazer. Chora, chora e quando estão a chegar a terra firme aquela pobre alma teve uma ideia luminosa. A prima teria a sua " relíquia", pois o pau de que era feita a barca onde ia era mais ou menos da cor da cruz do andor. Se bem pensou melhor fez. Com um canivete cortou um bocado de madeira da barca do guardou no lenço branco que a prima lhe entregará e lá vai entregar à doentinha a tal preciosidade.

 Toma prima o que me pediste, diz ela com o coração apertado de ter que mentir à prima amiga e doente.

 De lágrimas nos olhos a doente aperta junto do coração o lenço com a bendita preciosidade e... , de lágrimas nos olhos como uma Madalena diz:

 - Obrigada, obrigada minha querida amiga! Eu bem te dizia só aquela sagrada relíquia me daria de novo a saúde. Vês? Já estou melhor, quase curada. E u sabia, eu sabia, estou quase restabelecida.

 - Aí prima, o povo é que tem razão, a fé é que salva! Perdoa-me. Mas eu com toda aquela emoção esqueci de cortar o bocado da cruz. Para não ficares mais triste tirei um bocado da barca e foi essa a relíquia que te dei. O povo tem razão, "a fé é que salva, não é o pau barca."

 

Voz do povo, voz do Céu.

Santa Quaresma para todos.



[ᴅɪᴀ́ʟᴏɢᴏs ɪɴᴛᴇʀɴᴏ]



Todos os dias, reservo alguns minutos, para conversar comigo mesma.

Chamo-lhes Diálogos internos.

Aqueles que só tenho comigo.

Onde tudo é permitido.

Diálogos que não tenho com ninguém!

Onde impera a sinceridade. Onde não existem tabus nem segredos.


Todos os dias, reservo alguns minutos, para pensar em tudo o que fiz e faço.

Chamo-lhes diálogos internos.

Diálogos repletos de histórias e memórias que não partilho.

Com sentimentos profundos que jamais quero que alguém conheça.

Com as minhas tristezas e medos, do hoje. E as incertezas, do amanhã.

 

Todos os dias, reservo alguns minutos, para conversar comigo mesma.

Chamo-lhes Diálogos internos.

Há dias em que, estes diálogos internos, são demasiado profundos.

Uns dias vence o meu lado mais racional, aquele que teima vir ao de cima na maioria das vezes, noutros é impossível que o lado emocional não saia vencedor.

Estes meus diálogos podem demorar minutos ou horas. Nunca sei.

São meras conversas.

Diálogos internos.

Surgem, assim, do nada.

Naqueles momentos de pausa para café, em que me sento por minutos,  no chão, e sou levemente tocada pelos raios de sol ou pela, suave, brisa do vento.
O meu pensamento voa, rapidamente, para longe.

Às vezes é tão rápido que nem o consigo travar!


Todos os dias, reservo alguns minutos, para conversar comigo mesma.

Chamo-lhes Diálogos internos.

Nestas minhas conversas, sem proferir uma única palavra, pergunto-me muitas vezes se sou realista ou uma eterna sonhadora.

Meio a medo, sem grandes certezas, penso: “sonhadora, eu?

Não tenho nada de sonhadora! Claro que Não!”

Como se, ser sonhadora, fosse um pecado. Um erro. Um crime.

Todos nós já sonhámos, um dia. Todos nós sonhamos. Mesmo se mm saber, acabamos por fazê-lo.


Mas a pergunta fica a pairar “sonhadora?”

Se há coisa que não sou é sonhadora.”

Mas, rapidamente, e sem que o possa impedir, a minha imaginação deambula:

Um dia vou ter uma casa em frente ao mar, abrir a janela e ouvir as ondas rebentar.

Um dia vou ser tocada, levemente, pelo vento, enquanto fico a contemplar a vida.

 

Vou ser beijada pelo sol.


Vou sorrir quando sentir o cheiro da terra molhada, vou dançar à chuva.

 

Vou caminhar descalça e sentir a terra nos pés.

Vou voltar a ler muito e escrever, tolices, ainda mais.

 

Vou voltar a fazer yoga, todos os dias e Caminhar no meio da natureza, enquanto ouço os pássaros, alegremente, a cantar.

 

Um dia vou abraçar de forma natural e inesperada.

 

Vou sorrir para todos com quem me cruzar.

 

Vou sentir-me viva, livre e feliz.

E depois…com a certeza que fiz as escolhas certas, que vivi com intensidade, aquela que a vida nos pede, vou dançar, dançar até morrer e morrer com os olhos a cintilar de Amor e ꜰᴇʟɪᴄɪᴅᴀᴅᴇ .


Pessoa amiga ofereceu ao meu marido uma quantidade de limões e laranjas, produto das suas árvores situadas no quintal à beira de casa. Que agradável será ter ali as laranjeiras e os limoeiros com as folhas fresquinhas sempre à mão, para um saboroso chá...  Até aqui tudo vulgar, aparentemente, não fosse o  volume de cada laranja - dei-me ao trabalho de pesar esta, que por acaso é a maior- pesa 500 gramas (meio kilo) assim bem pesadinho, e não têm a casca grossa.


Esta laranja no prato fez-me recuar ao tempo da minha meninice... nessa altura a Páscoa era vivida com alegria e alvoroço na minha terra. No Domingo a visita Pascal era aguardada com ansiedade - colocava-se rosmaninho na rua à entrada das residências, e abriam-se as portas de par em par- as pessoas nas janelas observavam, e  assim que se ouvia a campainha que um dos membros da comitiva agitava continuamente, avizavam para alguma vizinha mais descuidada  " olha que já está perto, já está perto..."

Um grupo de homens acompanhava o Padre - um trazia a caldeirinha da água benta, outro os foguetes, outros as sacas de brocado vermelho para as ofertas, e outro mais respeitável carregava o grande Crucifixo repleto de flores.

Já na sala depois de aspergida com água benta, os familiares ali reunidos e das saudações de Boas Festas e Aleluias, (as pessoas ajoelhavam) o Padre pegava o Crucifixo, e dava o Senhor a beijar - dizia-se e fazia-se "vou beijar o Senhor a tua casa, e depois vens tu à minha..."

Nalgumas casas (poucas) a mesa estava posta com bolos, queijo e bebidas - se apetecia eles petiscavam, antes de dizerem adeus...

Nestas estava também a oferta para o Padre, um pouco mais generosa, do que na maioria das residências da Vila, cuja população mantinha a tradição que já vinha de longe. E a tradição era, dar uma laranja com uma moeda em cima.

O valor da moeda variava consoante as possibilidades de cada família, e fazia-se o possível para dar uma laranja grande.

Assim, as laranjas grandes eram chamadas laranjas de Padre...

Esta laranja que hoje fotografei, faria um vistão, nesses anos longínquos...

Terras de Montemor na Comarca da Estremadura e nas Províncias da Beira, Douro e Beira Litoral 


Do Numeramento de 1527 aos Censos e divisão administrativa entre as reformas de 1836 e de 2013 (Capítulo II)    

        Ao “numeramento de 1527" seguiram-se outros "numeramentos", "contagens" ou "recenseamentos". Realizaram-se em 1639 (Resenha de Gente de Guerra, de D. Filipe III); 1732 (Lista dos Fogos e Almas que há nas Terras de Portugal, de D. João V, também conhecida por Censo do Marquês de Abrantes); 1798 (Numeramento de Pina Manique, de D. Maria I); 1801 (Recenseamento Geral do Reino, de D. João VI, também conhecido por Censo do Conde de Linhares); 1835 (Recenseamentos Gerais).

Em 1864, realizou-se o I Recenseamento Geral da população portuguesa, o primeiro a reger-se pelas orientações internacionais do Congresso Internacional de Estatística de Bruxelas de 1853, marcando o início dos recenseamentos da época moderna. Embora estas orientações já indicassem que os recenseamentos deveriam ser realizados de 10 em 10 anos o censo seguinte apenas se realizou em 1878, ao qual se seguiria o de 1890. A partir de então os recenseamentos da população têm vindo a realizar-se, com algumas exceções, em intervalos regulares de 10 anos. Em 1910 a turbulência vivida com a implantação da República motivou a não realização do censo, o qual teve lugar em 1911. Após a criação do INE em 1935, os recenseamentos passaram a ser realizados por este Instituto, o primeiro dos quais em 1940.



Outro marco importante na história dos censos ocorreu em 1970, quando em simultâneo com o Recenseamento da População se realizou o I Recenseamento da Habitação. Mais recentemente, com o objetivo de harmonizar o calendário censitário da União Europeia (UE), o recenseamento de 1980 foi transferido para 1981, seguindo-se censos em 1991, 2001, 2011 e 2021. (Parágrafo acrescentado ao texto original em 2023)


Em termos administrativos, desde o Numeramento 1527 até ao advento do liberalismo continuam os velhos privilégios de posse e administração das terras portuguesas, havendo algumas alterações, mas continuando com numerosos concelhos integrados em comarcas, como divisões administrativas e judiciais, e em almoxarifados e provedorias para fins financeiros. Os concelhos englobavam paróquias (freguesias) que eram apenas, durante períodos, circunscrições de natureza eclesiástica. Nos limites dos termos em análise - Póvoa de Santa Cristina, Tentúgal e Montemor-o-Velho - foram criados outros concelhos (depois suprimidos) e retiradas grande número de povoações e paróquias, nomeadamente ao termo de Montemor-o-Velho, como veremos a seguir.


No Constitucionalismo monárquico, período histórico situado entre “1820 e 1910”, houve várias reformas da legislação aplicável aos concelhos, que decorrem de alvarás e provisões régias e entre outros preceitos legislativos ou regulamentares, dos seguintes textos legais:

• A Lei de 20 de Julho de 1822 e a Constituição de 1822;

• O Decreto n.º 23, de 16 de Maio de 1832;

• A Lei de 25 de Abril de 1835, que se integrou depois no

• Código Administrativo de 1836 e o Decreto de 6 de Novembro de 1836;

• Lei de 20 de Outubro de 1840 e o Código Administrativo de 1842;

• O Código Administrativo de 1867

• O Código Administrativo de 1870

• O Código Administrativo de 1878;

• O Código Administrativo de 1886;

• O Código Administrativo de 1895 e de 1896;

A organização administrativa do Antigo Regime manteve-se até 1832, pois nem no chamado vintismo (1820-1823), nem na vigência da Carta Constitucional (1826-1828) foi decretada qualquer reforma administrativa profunda. Com a implantação definitiva do regime da Monarquia Constitucional, foi levada a cabo uma reforma administrativa, que envolveu a abolição das comarcas enquanto divisões administrativas e a criação de dois novos níveis de autarquias locais:

• os distritos, correspondentes a agrupamentos de concelhos;

• as paróquias (freguesias), divisões dos concelhos correspondentes às freguesias anteriormente existentes para fins eclesiásticos, sendo igualmente revista a divisão do território para fins judiciais, na sequência da distinção entre os domínios administrativo e judicial de atuação do Estado. A divisão judicial passou a fazer-se em julgados, comarcas e relações e não é tratada neste trabalho. Ao mesmo tempo, a divisão para fins financeiros foi feita coincidir com a divisão administrativa.

Esta reforma administrativa foi regulada principalmente pelos decretos:

• de 18 de julho de 1835, que criou os distritos no Continente;

• de 12 de setembro de 1835, que criou os distritos nas Ilhas Adjacentes;

• de 6 de novembro de 1836, que alterou profundamente o mapa dos concelhos do Continente;

• de 31 de dezembro de 1836, que aprovou o primeiro Código Administrativo português;

• de 18 de maio de 1842, que aprovou um novo Código Administrativo.

O Decreto n.º 65 de 28 de junho de 1833 tinha estabelecido uma primeira reforma das autarquias locais e uma primeira divisão administrativa de Portugal no contexto da Monarquia Constitucional, mas esse Decreto nunca foi efetivamente aplicado. Este mapa dos concelhos estabelecido em 1836 só acabou de estabilizar ao fim de duas décadas de sucessivos ajustamentos, concluídos pelo Decreto de 24 de outubro de 1855.

Os quadros seguintes procuram sintetizar a alteração, transferência, criação e ou extinção de concelhos, operações realizadas entre 1836 e 1855, e que, até então, eram autónomos. Todos os concelhos, abaixo mencionados, por decreto de 18 de julho de 1835 passaram a pertencer ao distrito de Coimbra então criado.

 

Abrunheira

Em meados da década de 1830, o concelho de Abrunheira, também denominado Serro Ventoso, englobava 2 freguesias, 1 - Reveles - com sede em Abrunheira e 1 - Vinha da Rainha - com sede no termo.

Por Decreto de 6 de novembro de 1836:

• foram transferidas 3 freguesias – Brunhós, Gesteira e Vila Nova da Barca - do concelho de Montemor-o-Velho para o concelho de Abrunheira;

• foi extinto o concelho de Samuel e Urmar, sendo a freguesia que o compunha - Samuel - integrada no concelho de Abrunheira;

• foi extinto o concelho de Verride, sendo a freguesia que o compunha - Verride - integrada no concelho de Abrunheira.

O concelho de Abrunheira, foi extinto por Decreto de 7 de outubro de 1844, por transferência da sua sede para Verride.

 

Arazede - Arazede do Bispo

Em meados da década de 1830, o concelho de Arazede, também denominado Arazede do Bispo, englobava 1 freguesia - Arazede.

O concelho de Arazede do Bispo foi extinto por Decreto de 6 de novembro de 1836, sendo a freguesia que o compunha - Arazede - integrada no concelho de Cadima.

 

Cadima

Em meados da década de 1830, o concelho de Cadima englobava 2 freguesias, 1 com sede em Cadima e 1 - Tocha - com sede no termo.

Por Decreto de 6 de novembro de 1836:

• o concelho de Cadima foi transferido do distrito de Aveiro para o distrito de Coimbra;

• foi extinto o concelho de Arazede do Bispo, sendo a freguesia que o compunha - Arazede - integrada no concelho de Cadima;

• foi transferida para o concelho de Cadima 1 freguesia - Liceia - do concelho de Montemor-o-Velho.

O concelho de Cadima foi extinto por Decreto de 31 de dezembro de 1853, sendo as 4 freguesias que o compunham integradas:

• 2 - Cadima e Tocha - no concelho de Cantanhede;

• 2 - Arazede e Liceia - no concelho de Montemor-o-Velho.

 

Formoselhe

Em meados da década de 1830, o concelho de Formoselhe englobava a localidade de Formoselhe, dependente em termos eclesiásticos da freguesia de Santo Varão.

O concelho de Formoselhe foi extinto por Decreto de 18 de julho de 1835, sendo a localidade que o compunha - Formoselhe - integrada no concelho de Santo Varão.

 

Meãs

Em meados da década de 1830, o concelho de Meãs englobava 1 freguesia - Meãs do Campo.

O concelho de Meãs foi extinto por Decreto de 6 de novembro de 1836, sendo a freguesia que o compunha - Meãs do Campo - integrada no concelho de Tentúgal.

 

Montemor-o-Velho


Em meados da década de 1830, o concelho de Montemor-o-Velho englobava 13 freguesias, 5 - Alcáçova, Madalena, Salvador, São Martinho e São Miguel - com sede em Montemor-o-Velho e

8 - Alfarelos, Brunhós, Carapinheira, Figueiró do Campo, Gesteira, Granja do Ulmeiro, Liceia e Vila Nova da Barca - com sede no termo.

Por Decreto de 6 de novembro de 1836:

• foi extinto o concelho de Seixo de Gatões, sendo as 2 freguesias que o compunham - Gatões e Seixo de Gatões - integradas no concelho de Montemor-o-Velho;

• foram transferidas 3 freguesias - Brunhós; Gesteira e Vila Nova da Barca - do concelho de Montemor-o-Velho para o concelho de Abrunheira;

• foi transferida 1 freguesia - Liceia - do concelho de Montemor-o-Velho para o concelho de Cadima;

• foram transferidas 3 freguesias - Alfarelos; Figueiró do Campo; e Granja do Ulmeiro - do concelho de Montemor-o-Velho para o concelho de Santo Varão.

Por Decreto de 15 de novembro de 1841, as freguesias de Madalena, de Salvador e de São Miguel de Montemor-o-Velho foram integradas na freguesia de São Martinho de Montemor-o-Velho.

Por Decreto de 27 de julho de 1853, foi extinto o concelho de Santo Varão, sendo 4 das freguesias que o compunham – Alfarelos, Granja do Ulmeiro, Pereira e Santo Varão - integradas no concelho de Montemor-o-Velho.

Por Decreto de 31 de dezembro de 1853:

• foi extinto o concelho de Cadima sendo 2 das freguesias que o compunham - Arazede; e Liceia - integradas no concelho de Montemor-o-Velho;

• foi extinto o concelho de Tentúgal, sendo 2 das freguesias que o compunham - Meãs e Tentúgal - integradas no concelho de Montemor-o-Velho;

• foi extinto o concelho de Verride, sendo 3 das freguesias que o compunham - Reveles, Verride e Vila Nova da Barca - integradas no concelho de Montemor-o-Velho;

• foram transferidas 2 freguesias - Alfarelos e Granja do Ulmeiro - do concelho de Montemor-o-Velho para o concelho de Soure.

Entre 1864 e 1878, a freguesia de Alcáçova foi integrada na freguesia de São Martinho, a qual passou a denominar-se Montemor-o-Velho.

Pelo Decreto n.º 15133 de 5 de março de 1928, a sede da freguesia de Reveles foi transferida para a Abrunheira.

Pelo Decreto-Lei n.º 27424 de 31 de dezembro de 1936, o concelho de Montemor-o-Velho passou a fazer parte da província da Beira Litoral, então criada.

O Decreto-Lei n.º 42536 de 28 de setembro de 1959 extinguiu as províncias do Continente.

Pelo Decreto-Lei n.º 48905 de 11 de março de 1969, o concelho de Montemor-o-Velho passou a fazer parte da região do Centro sub-região Litoral. (a)

Pelo Decreto-Lei n.º 494/79 de 21 de dezembro de 1979, o concelho de Montemor-o-Velho passou a fazer parte da região do Centro. (a)

Pela Lei n.º 67/84 de 31 de dezembro de 1984, foi criada a freguesia de Ereira, separada da freguesia de Verride. (a)

Pelo Decreto-Lei n.º 46/89 de 15 de fevereiro de 1989, o concelho de Montemor-o-Velho passou a fazer parte da sub-região do Baixo Mondego. (a)

No início de 2013, o concelho do Montemor-o-Velho englobava 14 freguesias: Abrunheira, Arazede, Carapinheira, Ereira, Gatões, Liceia, Meãs do Campo, Montemor-o-Velho, Pereira, Santo Varão, Seixo de Gatões, Tentúgal, Verride e Vila Nova da Barca. (a)

Pela Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro, o concelho do Montemor-o-Velho passou a englobar 11 freguesias: Arazede, Carapinheira, Ereira, Liceia, Meãs do Campo, Pereira, Santo Varão, Seixo de Gatões, Tentúgal, União das Freguesias de Abrunheira, Verride e Vila Nova da Barca; e União das Freguesias de Montemor-o-Velho e Gatões. (a)

Pela Lei n.º 75/2013 de 12 de setembro, o concelho de Montemor-o-Velho passou a fazer parte da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra. (a)

a)   Parágrafos acrescentados ao texto original em 2013.

 

Pereira

Em meados da década de 1830, o concelho de Pereira englobava 1 freguesia - Pereira.

O concelho de Pereira foi extinto por Decreto de 6 de novembro de 1836, sendo a freguesia que o compunha - Pereira - integrada no concelho de Santo Varão.

 

Póvoa Nova de Santa Cristina

Em meados da década de 1830, o concelho de Póvoa Nova de Santa Cristina englobava 1 freguesia - Póvoa Nova de Santa Cristina.

O concelho de Póvoa Nova de Santa Cristina foi extinto por Decreto de 6 de novembro de

1836, sendo a freguesia que o compunha - Póvoa Nova de Santa Cristina - integrada no concelho de Tentúgal.

 

Santo Varão

Em meados da década de 1830, o concelho de Santo Varão englobava 1 freguesia – Santo Varão.

Por Decreto de 18 de julho de 1835:

• foi extinto o concelho de Formoselhe, sendo a localidade que o compunha - Formoselhe - integrada no concelho de Santo Varão;

• o concelho de Santo Varão e Formoselhe passou a pertencer ao distrito de Coimbra, então criado.

Por Decreto de 6 de novembro de 1836:

• foram transferidas para o concelho de Santo Varão 3 freguesias – Alfarelos, Figueiró do

Campo e Granja do Ulmeiro - do concelho de Montemor-o-Velho;

• foi extinto o concelho de Pereira, sendo a freguesia que o compunha - Pereira – integrada no concelho de Santo Varão.

O concelho de Santo Varão foi extinto por Decreto de 27 de julho de 1853, sendo as 5 freguesias que o compunham integradas:

• 4 – Alfarelos, Granja do Ulmeiro, Pereira e Santo Varão - no concelho de Montemor-o-Velho;

• 1 - Figueiró do Campo - no concelho de Soure.

 

Samuel

Em meados da década de 1830, o concelho de Samuel englobava 1 freguesia - Samuel.

Por Decreto de 18 de julho de 1835:

• foi extinto o concelho de Urmar, sendo a localidade que o compunha - Urmar – integrada no concelho de Samuel;

• o concelho de Samuel e Urmar passou a pertencer ao distrito de Coimbra, então criado.

O concelho de Samuel foi extinto por Decreto de 6 de novembro de 1836, sendo a freguesia que o compunha - Samuel - integrada no concelho de Abrunheira.

 

Seixo de Gatões

Em meados da década de 1830, o concelho de Seixo de Gatões englobava 2 freguesias, 1 com sede em Seixo de Gatões e 1 - Gatões - com sede no termo.

O concelho de Seixo de Gatões foi extinto por Decreto de 6 de novembro de 1836, sendo as 2 freguesias que o compunham - Gatões e Seixo de Gatões - integrada no concelho de Montemor-o-Velho.

 

Tentúgal

Em meados da década de 1830, o concelho de Tentúgal englobava 1 freguesia — Tentúgal.

Por Decreto de 6 de novembro de 1836:

• foram transferidas para o concelho de Tentúgal 3 freguesias – Árvore, Lamarosa e São Silvestre - do concelho de Coimbra;

• foi extinto o concelho de Meãs, sendo a freguesia que o compunha - Meãs do Campo - integrada no concelho de Tentúgal;

• foi extinto o concelho de Póvoa Nova de Santa Cristina, sendo a freguesia que o compunha - Póvoa Nova de Santa Cristina — integrada no concelho de Tentúgal.

Por Decreto de 15 de novembro de 1841, a freguesia de Póvoa Nova de Santa Cristina foi integrada na freguesia de Tentúgal.

O concelho de Tentúgal foi extinto por Decreto de 31 de dezembro de 1853, sendo as 5 freguesias que o compunham integradas:

• 3 - Árvore, Lamarosa e São Silvestre - no concelho de Coimbra;

• 2 - Meãs do Campo e Tentúgal - no concelho de Montemor-o-Velho.

 

Verride

Em meados da década de 1830, o concelho de Verride englobava 1 freguesia - Verride.

O concelho de Verride foi extinto por Decreto de 6 de novembro de 1836, sendo a freguesia que o compunha - Verride - integrada no concelho de Abrunheira.

O concelho de Verride foi restaurado por Decreto de 7 de outubro de 1844, por transferência para Verride da sede do concelho de Abrunheira.

O concelho de Verride foi extinto por Decreto de 31 de dezembro de 1853, sendo as 7 freguesias que o compunham integradas:

• 3 - Reveles, Verride e Vila Nova da Barca - no concelho de Montemor-o-Velho;

• 4 - Brunhós, Gesteira, Samuel e Vinha da Rainha - no concelho de Soure.

 

*** Com a provisão régia de D. José de 12 de março de 1771 a Figueira da Foz foi elevada a vila e consequentemente a sede de concelho beneficiando da integração de várias freguesias que até então estavam no termo de Montemor-o-Velho, como se vê no Numeramento de 1527, assim acontecendo, de acordo com diferentes reformas administrativas, pelas quais outras freguesias passaram para Soure e Pombal. As diferentes reformas administrativas mostram que o concelho de Montemor-o-Velho esteve integrado na Comarca da Estremadura e nas Províncias da Beira, Douro e Beira Litoral.

 

Das Juntas de Paróquia às Juntas de Freguesia

 

A Juntas de Paróquia foram criadas por decreto de 26 de Novembro de 1830, pelo Governo Provisório, sendo compostas por três, cinco ou sete elementos, conforme o número de fogos, e eleitas pelos chefes de família ou cabeças de casal e os mandatos eram bienais. Cada Junta podia ter um secretário, eleito pelos vizinhos, que desempenhavam as funções de escrivão do regedor e um tesoureiro, nomeado pela Junta. Os sucessivos Códigos Administrativos (1836, 1840, 1842, 1878) conservaram-nas, embora com a introdução de algumas adaptações ao longo do decorrer dos anos. Em 1835 surgem, pela primeira vez, como órgãos administrativos, as freguesias, tendo como órgãos a Junta de Paróquia eleita, e o Comissário de Paróquia, escolhido pelo Administrador do Concelho de entre três nomes indicados pela respetiva Junta de Paróquia. Em 31 de Dezembro de 1836 é assinado o diploma que cria o Primeiro Código Administrativo Português, elaborado pelo Visconde de Seabra, mudando o nome de Comissário de Paróquia para Regedor de Paróquia.

Pouco depois, em 29 de Outubro de 1840, uma nova lei altera alguns aspectos desta divisão administrativa: o administrador de concelho e o regedor de Freguesia passam, de novo, a ser nomeados pelo governo, sem intervenção local. Em 1942 surge novo Código Administrativo que institui o pároco como presidente das Juntas de Paróquia. Em 6 de Maio de 1878, surge uma nova alteração ao Código Administrativo que volta a defender uma certa descentralização: nas freguesias são mantidos os Regedores de Paróquia, nomeados pelo Governo Civil, e as Juntas de Paróquia, eleitas directamente. Em 6 de Agosto de 1892 é publicado um novo decreto que retira competências às Juntas de Paróquia, transferindo-as para as Câmaras Municipais.

Com a publicação do Código Administrativo de 1895, o presidente das Juntas de Paróquia passa novamente a ser o pároco. Em 1910, com a Implantação da Republica e a Constituição de 1911 (art. ª6), são estabelecidos grandes princípios de descentralização. Em 1913, a Lei nº 88, de 7 de Agosto, prevê a nível de Freguesia, que esta se passe a designar Junta de Paróquia Civil.

Até 1859 as divisões administrativas no nosso país eram as Províncias, os Distritos, os Concelhos e as Freguesias. Estas ultimam eram dirigidas por Juntas de Freguesia eleitas directamente pelos chefes de família residentes na freguesia, mas supervisionadas por Regedores nomeados pelo Presidente da Câmara. O movimento militar do 25 de Abril de 1974 veio criar em Portugal condições para que se iniciasse um período de grande autonomia local. A Constituição de 1976 vem definir: "as autarquias locais são pessoas colectivas territoriais dotadas de órgãos representativos, que visam a prossecução de interesses próprios das populações respectivas". Quanto aos órgãos das várias autarquias, a Constituição determina: " na freguesia são a Assembleia de Freguesia, eleita directamente, e a Junta de Freguesia eleita por aquela, de entre os seus membros."

 

História evolutiva das Freguesias, de 1830 a 1978

1830 - Documento emitido pelo governo provisório - Criação das juntas de paróquia pelo governo provisório a 26 de Novembro de 1830. Constituídas por 3, 5 ou 7 elementos, segundo n.º de fogos. Mandatos bienais. Juntas eleitas pelos chefes de família ou cabeças de casal. Podia ter um secretário (função de escrivão do regedor), eleito pelos vizinhos, e um tesoureiro nomeado pela Junta.

1836 - Código Administrativo conservou as Juntas

1840 - Lei de 26 de Outubro de 1840 - Conservou as Juntas

1842 - Código Administrativo de 1842 – 3 elementos se menos de 500 fogos, 4 se mais.

Presidente: Pároco; Escrivão; Tesoureiro; Vogais / (2 ou4): eleitos directamente na paróquia: Mandatos bienais. As Juntas de Paróquia têm funções de mera administração das fábricas da igreja e dos bens paroquiais, sendo os regedores simples delegados dos administradores do concelho de legados e litígios

1870 - Código Administrativo - Acaba com a presidência por parte dos párocos.
Cinco meses depois, em Dezembro, é revogado o código de 1870, voltando os párocos a assumir a presidência.

1878- Código Administrativo – Cinco elementos, o pároco deixa de ocupar a presidência; Reintegração da freguesia na organização administrativa.

 

Órgãos da Administração ao longo dos anos

1830 - Regedor/Secretário/Tesoureiro – o secretário teria a função de escrivão do regedor.

1842 - Constituídas por três ou quatro elementos e 2 a 4 vogais. O presidente seria o pároco A função primordial é a de administração das fábricas da igreja e dos bens paroquiais. Os regedores seriam "simples delegados dos administradores do concelho".

1878 - Constituídas por 5 elementos, o pároco deixa de ocupar a presidência. 

1886 - Constituídas por 3 ou 5 elementos, consoante o número de habitantes.

1895 - Determina-se, pela primeira vez, que o tesoureiro e o secretário podiam ser escolhidos entre os vogais da mesa. 

1896 - Constituídas por 3 ou 5 elementos, consoante o número de habitantes. O pároco será o presidente e, nas suas faltas, é substituído pelo eclesiástico que fizer as vezes dele. As atribuições deliberativas e consultivas.

1913 - Lei 7 de Agosto. As Juntas de Freguesia devem ser compostas por 5 elementos e as suas funções são deliberativas e executivas.

1916- Lei nº 621 de 23 de Junho

As paróquias Civis passam a ter a denominação oficial de freguesias, denominando-se Juntas de Freguesia.

1936 - Código Administrativo de 1936/ Decreto-Lei n.º 27.424 de 31 de Dezembro.

A Junta de Freguesia é constituída por 3 vogais eleitos trienalmente pelos chefes de família. Na primeira reunião é eleito o presidente, o tesoureiro e o secretário.

1940 - Código Administrativo de 1940/ Decreto- lei n.º 31095 de 31 de Dezembro.

A Junta de Freguesia é constituída por 3 vogais eleitos quadrienalmente pelos chefes de família. Na primeira reunião é eleito o presidente, o tesoureiro e o secretário.

1976- Decreto-Lei 701-B/76 de 29 de Setembro:           
É alterado o regime eleitoral e a capacidade eleitoral activa. Vem permitir a eleição simultânea de três órgãos: Junta de Freguesia; Câmara Municipal; Assembleia de Freguesia

1977- Lei 79/77 de 25 de Outubro.

A Junta de Freguesia deve ser constituída por um presidente e por vogais. A Junta de Freguesia é o órgão executivo da freguesia.

2002 - Lei 5-A/2002 de 11 de Janeiro. A Junta de Freguesia é o órgão executivo colegial da freguesia. A Junta é constituída por um presidente e por vogais, sendo que dois exercerão as funções de secretário e tesoureiro. a)

2012-2013 - Lei n.º 56/2012, de 8 de novembro e Lei n. º11-A/2013, de 28 de janeiro) - Reorganização Administrativa do território das Freguesias (união de freguesias). a) 


a)   Parágrafos acrescentados ao texto original em 2013.

 

Aldo Aveiro


Debaixo de um céu azul,

límpido e brilhante

ao sol de inverno,

uma teia de aranha orvalhada

na fria manhã

compõe os dias na renda

caprichosamente tecida

que nos beija ao alvorecer

com promessas de felicidade…

Vai assim acalentando sonhos

nascidos no triste outono,

mas nunca realizados …

Agora é o tempo de ver com olhos de luz

o que o inverno anula e mata,

é o tempo de antever primaveras

de vida e alegria,

é quase o tempo de

outra vez viver.

GOSTO DE GENTE ASSIM… 

Gosto de gente

com a cabeça no lugar,
que ri,
que chora,

que se emociona com

uma simples carta,
um telefonema,

uma canção suave,

um bom filme,
um bom livro,

um gesto de carinho,

um abraço,

um afago.

Gosto de gente

que ama e sente saudades,

que gosta de amigos,
que cultiva flores,

que ama animais.
que admira paisagens,
que escuta o som do vento e da chuva.

Gosto de gente

que tem tempo para sorrir bondade,
que tem tempo para semear perdão e repartir ternuras,
que tem tempo para partilhar vivências

que tem tempo e espaço para as emoções dentro de si!

Gosto de gente

que gosta de fazer as coisas que gosta,
que procura a verdade e está sempre pronta a aprender
que colhe, orienta, se entende, aconselha.

Gosto de gente

de coração desarmado,

sem ódio e preconceitos.

Gosto de gente

que erra e reconhece,

que cai e se levanta,
que tira lições dos erros.

Goste de gente

com AMOR dentro de si…

Gosto muito de gente assim..... 

 

PELO POVO DA UCRÂNIA

 

Labaredas intensas. Gritos de terror

O ódio latente… A falta de amor

Os dentes cerrados…A cólera no olhar

Alertos ao comando…. Matar, matar, matar!

 

Crianças inocentes… Gente sem rumo

Que perderam tudo… Medo no olhar

Adultos pacíficos… Que andam perdidos

Terror em cada esquina… Fogem da chacina

De quem os quer matar!

 

Um louco genocida, um assassino nato,

Um homem sem escrúpulos, mais parece um rato…

Que me perdoem os ratos, que são criaturas

Que tem o seu papel… Nas divinas estruturas!

 

Que a misericórdia DIVINA…. Ponha ordem no caos

Prenda os assassinos…. Quais pestilentas feras

Bichos horrendos… Energúmenos natos

Que conspurcam o mundo… Que espalham ódio e terror

Que são almas perdidas…. Que não sentem amor!

EU CANTO...

Eu canto quem parte
Contra o vento, contra tudo
Que reage e não se fica
Neste marasmo absurdo
Eu canto a coragem
De quem vê mais além
E não renega o passado
Pois o passado o sustem
Eu canto quem acredita
Que tem mãos de seiva
Que alimenta os seus filhos
Com a futura colheita

Mas canto quem permanece
Com alma de partir
Carrega o fardo do tempo
Com tempo para sorrir
Eu canto quem rasga a terra
Com jeito de afagar
Se não chove, que importa
Com lágrimas a vai regar
Eu canto quem espera
Pois a espera fortalece
E trás no ventre a certeza
Que amanhã, amanhece

Eu canto o poeta que chora
Que se revolta e implora
Que virem esses caminhos
Para não ter de ir embora



A inesperada crise interna em que o PS mergulhou neste tristonho ano de 2023, bem como a oportunidade única de interpretar as preocupações de centenas, senão milhares de militantes do distrito de Coimbra, e ir ao encontro da vontade de milhões de portugueses que ainda acreditam em nós e desejam profundas mudanças, levou-me a aceitar ser mandatário do gestor Fernando Pereira, nas próximas eleições para Presidente da Federação Distrital de Coimbra.


Sendo imperioso e urgente introduzir vozes dissonantes na Direção do Partido Socialista, que possam limitar a influência de “dinastias e aristocracias” que se foram organizando, e que hoje minam os princípios fundadores da organização respeitável a que nos orgulhamos de pertencer, o “plebeu” Fernando Pereira sempre demonstrou, em muitas frentes de batalha, até na sua vida profissional autónoma, ser o militante mais capaz de promover o “abanão” que se impõe, quer em Coimbra, quer em Lisboa.

Fá-lo-á certamente com serenidade e lucidez, afastando interesses pessoais ou de grupos, evitando tricas que só nos corroem e debilitam, e, naturalmente, como já hoje acontece, rodeado de todos quantos demonstrarem mérito e vierem por bem, neste enorme passo pela transformação de um PS de que Coimbra se possa orgulhar, que não continue a repetir os mesmos erros do passado e a insistir nas mesmas aristocracias políticas que têm dominado a Federação nas últimas décadas.

É tempo de voltar a credibilizar o PS distrital e fazer política de outra forma, implicando os 17 concelhos e desafiando-os a manifestarem-se em prol de um distrito solidário, cúmplice e cooperativo, não só quanto aos modelos de desenvolvimento, mas também quanto aos desígnios e recursos a partilhar, sob pena de continuarmos a repetir os mesmos erros e aceitarmos a perda de importância deste que já foi um dos distritos mais notáveis de Portugal, com importantes assentos garantidos no Conselho de Ministros.

Brian Klaas

O poder corrompe ou são as pessoas corruptas que são atraídas para o poder? Empresários e políticos que roubam e policiais que matam são resultado de sistemas mal projetados ou são apenas pessoas más? Para responder a essas e outras perguntas, Brian Klaas entrevistou mais de 500 líderes mundiais – dos mais nobres aos mais sórdidos –, entre eles, presidentes e filantropos, bem como dissidentes políticos, líderes de seitas, terroristas e ditadores. Algumas das mais fascinantes conclusões nos explicam como a fisionomia determina quem escolhemos como líderes; por que os narcisistas ganham mais dinheiro; por que algumas pessoas não querem absolutamente poder algum e outras são atraídas para ele por um impulso psicopático e por que ser o "beta" (segundo no comando) pode realmente ser a posição ideal para sua saúde e bem-estar. Baseado em uma pesquisa profunda e sem precedentes, Corruptíveis desafia suas suposições sobre como se tornar um líder e o que pode acontecer com sua cabeça quando chegar lá. Fornece também um roteiro para evitar as tentações clássicas, sugerindo uma série de mudanças que levarão pessoas "melhores" a conquistar posições de poder.


Nos momentos que atravessamos (O que faz falta!!!)
Quando a corja topa da janelaO que faz faltaQuando o pão que comes sabe a merdaO que faz falta
O que faz falta é avisar a maltaO que faz faltaO que faz falta é avisar a maltaO que faz falta
Quando nunca a noite foi dormidaO que faz faltaQuando a raiva nunca foi vencidaO que faz falta
O que faz falta é animar a maltaO que faz faltaO que faz falta é acordar a maltaO que faz falta
Quando nunca a infância teve infânciaO que faz faltaQuando sabes que vai haver dançaO que faz falta
O que faz falta é animar a maltaO que faz faltaO que faz falta é empurrar a maltaO que faz falta
Quando um cão te morde a canelaO que faz faltaQuando a esquina há sempre uma cabeçaO que faz falta
O que faz falta é animar a maltaO que faz faltaO que faz falta é empurrar a maltaO que faz falta
Quando um homem dorme na valetaO que faz faltaQuando dizem que isto é tudo tretaO que faz falta
O que faz falta é agitar a maltaO que faz faltaO que faz falta é libertar a maltaO que faz falta
Se o patrão não vai com duas loasO que faz faltaSe o fascista conspira na sombraO que faz falta
O que faz falta é avisar a maltaO que faz faltaO que faz falta é dar poder a maltaO que faz falta

Artigo 29.º

1.  O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual não é possível o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade.

2.  No exercício destes direitos e no gozo destas liberdades ninguém está sujeito senão às limitações estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a promover o reconhecimento e o respeito dos direitos e liberdades dos outros e a fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar numa sociedade democrática.

3.  Em caso algum estes direitos e liberdades poderão ser exercidos contrariamente aos fins e aos princípios das Nações Unidas.

BARCAÇA_MAIO

  Para garantir a redução do expediente extenuante, os trabalhadores da cidade de Chicago organizaram uma greve para o  1º de maio  de 1886....