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quarta-feira, maio 31

BARCAÇA_32

 

MAIO

1.   Dia Internacional dos Trabalhadores é uma data comemorativa internacional, dedicada aos trabalhadores, celebrada anualmente no dia 1 de maio em quase todos os países do mundo, sendo feriado em muitos deles. A homenagem remonta ao dia 1 de maio de 1886, quando uma greve foi iniciada na cidade norte-americana de Chicago com o objetivo de conquistar melhores condições de trabalho, principalmente a redução da jornada de trabalho diária, que chegava a 17 horas, para oito horas.

Primeiro dia de maio de 1974, 1.º de Maio em liberdade

O povo acordou cedo nesse 1.º de Maio. A Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa, encheu-se de gente com flores, cravos vermelhos, rosas, papoilas. Havia bandeiras e colchas nas varandas. Gritou-se em uníssono: “O povo unido jamais será vencido”. No Porto, no largo da Câmara, cantou-se “Grândola, vila morena” a uma só voz. Deram-se abraços demorados. Caíram lágrimas de emoção.

2.     Este dia veio para ficar, em Portugal numa que foi das maiores manifestações no 01 de Maio de 1974 depois da revolução dos cravos e desde aí é feriado nacional. As perguntas que se fazem é se estamos a caminhar para igualdade de trabalho entre homens e mulheres e se os salários acompanham a inflação ou se pelo contrário continuamos a ser a cauda da Europa?

3.     Mas Maio tem sido fértil em (casos e casinhos) deixando-nos deveras amargurados pela ineficácia do Governo em conseguir governar? A TAP na CPI


até agora não conseguiu esclarecer, pelo contrário agonizou mais os partidos a pedir explicações às contradições dos chefes de gabinete/ex. assessores/ministros que a toda a hora o seu discurso modifica-se. Para incendiar mais as hostes, ex.: presidente vem a público com um discurso arrasador que colocou todo o PS ou quase todo a cerrar fileiras.

4.   Os nossos colaboradores no seu espaço falam-nos da nossa terra, com histórias de outros tempos e atuais como é o caso na opinião política, já na poesia uma mescla de sabores linguísticos que caraterizam os seus autores. Damos as boas-vindas ao nosso novo colaborar – António Girão – que através das suas viagens (pedaladas) vai mostrar-nos as suas causas – os seus meninos.

5.   Na música como não poderia falhar Zeca Afonso na sua música sobre Maio, na literatura um clássico.

Desejo a todos boas leituras. 

PONTOS SEM FIM

Cântico Negro

Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces

Estendendo-me os braços, e seguros

De que seria bom que eu os ouvisse

Quando me dizem: "vem por aqui!"

Eu olho-os com olhos lassos,

(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)

E cruzo os braços,

E nunca vou por ali...

[…]

José Régio

Aqui o indivíduo aparece em contraposição com "os outros", e a individualidade é afirmada de modo incisivo com a negação do caminho sugerido pelos outros. O olhar é essencial para a compreensão da atitude do "eu", olhos cansados e irônicos indicam a atitude em relação às outras pessoas.

ironia, para além de um estado do "eu", é também uma forma de linguagem presente no poema. A própria estrofe é recheada de ironia, a negação do indivíduo em acompanhar os outros é colocada de forma irônica, com os versos "e cruzo os braços, e nunca vou por ali...".

A figura do grotesco também está presente em todo o poema. São imagens que remetem a coisas baixas, o caminho escolhido pelo "eu" é cheio delas.

Olhamos o presente do nosso país com essa indiferença que não queremos ir por ali, mas ou mesmo tempo o fantasma da extrema-direita à espreita, ficamos com o medo de não saber escolher porque os partidos da governação ao alertar constantemente para essa maleita, vão-se mantendo e assim até conseguiram uma maioria que por incrível pareça em nada tem contribuído para estabilidade.

Cirurgicamente reaparece o ex.: presidente que vai sendo mais duro nas suas posições esquecendo por completo os seus governos que ainda ex.: ministros andam arrolados com a justiça, não fosse ela lenta estariam todos no xadrez.

Por sua vez António Costa segura os seus Ministros como lapas e todas as semanas re-aparecem ministros, alvo de investigações ou embrulhados em contradições que tardam em ser esclarecidas para o bem comum.

Dois secretários de Estado e um ministro já caíram na sequência da indemnização de 500 mil euros paga pela TAP à ex-administradora Alexandra Reis. A polémica originou um efeito dominó de demissões que pode ainda não ter acabado. Afinal, quem sabia, esteve envolvido ou tinha suspeitas do que acabou por se confirmar?

A atuação do SIS fazendo trabalho da Polícia Segurança Publica ou da Polícia Judiciária atrapalham não só A. Costa como o Ministro das Infraestruturas conseguiu chamar a palco mais de metade dos ministros.

O Ministro da Saúde O ministro da Saúde é ainda o sócio-gerente de uma consultora na área da saúde com o seu nome, aquando da sua entrada para Governo, tem as maternidades em alvoroço com a morte de mais um bebé. Já o Ministro das Finanças não se consegue livrar da Câmara Municipal de Lisboa e do que por lá se passou.

A nível Nacional as Câmaras Municipais estão no radar da Polícia Judiciária e a saga segue sem sabermos onde vai parar.

A juntar a tudo isto, não fosse o palco dos milhões veio agora a questão do selo comemorativo da Jornadas Mundiais da Juventude que a Santa Sé não gostou.

Tivemos nos dias 27/28 mudança na coordenadora do BE, Mariana Mortágua substitui Catarina Martins por larga margem contra a Moção E.

O primeiro discurso de Mortágua

No seu primeiro discurso como coordenadora do BE, Mariana Mortágua garantiu que o partido vai "lutar" para

"responder aos problemas da vida dos portugueses, entre os quais o acesso à saúde e educação e melhores salários.

"Assistimos à degradação da vida pública e é precisamente quando a vida pública se degrada que é mais preciso mostrar que, no Bloco de Esquerda, a política é e sempre será o lugar das causas e das convicções. Não deixamos a política entregue ao calculismo nem a esse pântano em que verdade e mentira se confundem. A nossa política é uma paixão maior do que qualquer circunstância, é uma forma de impaciência, é uma vontade indomável. E por isso vos garanto: os nossos 24 anos, estas treze Convenções e esta sala cheia são só o começo do Bloco de Esquerda", afirma.

O Benfica foi campeão nacional e potenciou a economia.


Em três anos tivemos os três grandes a ganharem um título por isso fazem-se apostas para saber quem será o próximo.

Depois com Conselho de Estado marcado para finais da CPI, veremos o que o Presidente irá decidir fazer ou não fazer nada.

Portugal a navegar à vista.

A PRIMEIRA TRAVESSIA AÉREA DO ATLÂNTICO PASSOU PELA FIGUEIRA DA FOZ A 30 DE MAIO DE 1919 – FOI HÁ 104 ANOS

Na manhã do dia 30 de maio de 1919 “a população da Figueira da Foz acorreu à praia prestes e ávida de curiosidade. Flutuava no Mondego, perto da sua foz, o histórico hidroavião americano N. C. 4, que, pilotado sob a direção do valoroso comandante Read, conseguiu levar a bom termo o arrojado empreendimento da travessia aérea do Atlântico”.

“O N. C. 4 desceu na Figueira da Foz, às 8 e 20, devido a uma ligeira avaria n'um dos seus motores, que foi em breve reparada, levantando vôo às 14 e 25, com destino ao Cabo Finisterra”.


“Desceu no porto de Ferrol, d'onde seguiu para Plymouth, terminus do raid transatlântico. Este notável e inesperado acontecimento impressionou agradavelmente toda a Figueira da Foz, que assim teve ensejo de admirar e homenagear, quanto o limitadíssimo espaço de tempo permitiu, a interessante aeronave e os seus intrépidos tripulantes”.

“Fora da barra da Figueira, na baía de Buarcos, fundeou um destroyer americano, que ali acudira em auxílio do N. C. 4, e cujos serviços não foram utilizados”.

Assim relatou a notícia a revista “Ilustração Portugueza”, de 16 de junho de 1919, na página 475 do seu número 695.

O NC4 fazia parte de uma esquadrilha de 3 hidroaviões composta pelo NC1 e o NC3, e pertenciam à U.S.Navy que se propunha fazer a travessia do Atlântico Norte, voando de New York para o Canadá, partindo de Trepassey Bay (Terra Nova) diretamente para a Europa, escalando os Açores.

Havia um prémio de 10.000 libras instituído pelo jornal “Daily Mail” para quem conseguisse terminar a viagem.

John Towers, piloto do NC3, um dos principais cérebros do empreendimento, tinha elaborado um plano de voo que incluía 22 navios da Marinha colocados ao longo do percurso da primeira etapa, distanciados 50 milhas entre si, e equipados com holofotes que auxiliariam a navegação dos hidroaviões. Os hidroaviões dispunham de equipamento de rádio para comunicarem com os barcos e entre si.

A rota dos três hidroaviões teve início na base naval de Rockaway Beach (Nova Iorque), de onde descolaram a 8 de maio de 1919 com destino a Halifax (Nova Escócia, Canadá).

Por avaria de 2 motores, o NC4 prosseguiu a viagem à superfície até à Naval Station de Chatham (Massachusetts), onde reparou os motores.

O NC1 e o NC3 chegaram a Halifax no dia 8 de maio. No dia 10 de Maio, os NC1 e NC3 voaram para Trepassey Bay (Canadá).


Entretanto foram colocados 21 navios destroyers entre Cape Race e a ilha do Corvo (Açores), a intervalos de 50 milhas para segurança do voo.

O NC4 só chegou a Halifax a 14 de maio e a Trepassey Bay a 15 de maio.

Após longos preparativos, os 3 hidroaviões partiram de Trepassey Bay pelas 18 horas do dia 16 de Maio de 1919 com destino aos Açores (Horta).

A primeira parte do percurso dos 3 hidroaviões correu normalmente, até a aproximação da Ilha das Flores, já de madrugada, onde o “nevoeiro” ameaçava a sua segurança.

Sem visibilidade e o combustível a chegar ao fim, os pilotos do NC1 e do NC3 optaram por uma amaragem de emergência, em pleno oceano, na esperança de serem localizados pelos” destroyers”.

O NC1 ao fazer a amaragem foi destruído por vagas alterosas e a sua tripulação recolhida pelo navio grego “IONIA” que os transportou para a cidade da Horta.

O NC3 chegou a Ponta Delgada em circunstâncias dramáticas.

Amarou a cerca de 200 milhas de Ponta Delgada e devido a avaria do emissor de Rádio, a tripulação não conseguiu contactar os “destroyers” de apoio sendo arrastado pela corrente ao sabor da mareta.

Auxiliado por dois motores que ainda funcionavam, ao fim de 53 horas de navegação marítima, o NC3 entra na baía de Ponta Delgada a 19 de maio, com o comandante Jonh Towers e a tripulação exaustos e o hidro danificado incapaz de voar.

O NC4, com o nome de” Liberty”, comandado por ALbert C. Read, cumprindo o plano de voo, alcançou a baía da Horta, onde amarou às 13H23M do dia 17 de maio.

Jonh Towers, piloto do NC3, é o primeiro piloto mundial a entrar com um hidroavião no porto de Ponta Delgada, uma vez que Albert C. Read e o seu NC4 se encontravam na cidade da Horta.

Concluída esta primeira etapa em 15 horas e 13 minutos, a uma velocidade cruzeira de 148 Km/hora, o NC4 saiu da Horta 3 dias depois, a 20 de maio, com destino a Ponta Delgada.

Chegou no mesmo dia, 20 de maio, a Ponta Delgada, onde ficou imobilizado durante 7 dias, devido às más condições atmosféricas.

No dia 27 de Maio o NC4 saiu de Ponta Delgada, às 8h18, com destino a Lisboa, onde amarou no rio Tejo às 20h01 do dia 27 de maio de 1919.

Quando o hidroavião amarou no Rio Tejo, os sinos das Igrejas de Lisboa repicaram em comemoração do feito.

O NC4 saiu de Lisboa a 29 de maio, com destino a Plymouth, mas teve de amarar na Figueira da Foz, no dia 30 de maio, às 8H20M, devido a uma ligeira avaria num dos seus motores, que foi em breve reparada, levantando voo às 14H25M com destino ao Cabo Finisterra.

Depois amarou em Ferrol (noroeste da Galiza), concluindo a travessia aérea em Plymouth (Sudoeste de Inglaterra), a 31 de maio de 1919.

A tripulação do NC4 era constituída pelo comandante tenente Albert Cushing Read, pelos pilotos tenentes Elmer Stone e Walter Hinton, pelos engenheiros James Breese e Eugene S. Rhodes e o rádio operador Herbert C. Rodd.

A primeira travessia aérea do Atlântico, de Nova Iorque (Rockaway) a Plymouth (Inglaterra), foi concluída em 23 dias, com 6 amaragens.

Este feito, grandioso para a época, e ao qual Portugal ficou indelevelmente ligado, acicatou a coragem dos pilotos portugueses.

Três anos depois, em 1922, Gago Coutinho e Sacadura Cabral atravessaram também o Atlântico, de Lisboa ao Rio de Janeiro, utilizando 3 hidroaviões, em 62 horas e 26 minutos de voo, durante 79 dias, e com o apoio de 3 navios.

Após o histórico voo de 1919, o piloto Read afirmou: “Em breve será possível voar num avião à volta do Mundo a uma altitude de 60 000 pés a 1 000 milhas por hora”.

No dia seguinte, o The New York Times publicou um editorial em que afirmava:

“Uma coisa é ser um aviador qualificado, outra bem diferente é ser profeta. Nada do que é hoje conhecido suporta a previsão do Comandante. Um avião a 60 000 pés de altitude estaria a girar as suas hélices num vácuo e nenhum aviador poderia viver por muito tempo no frio enregelante do espaço interestelar”.

Mas “o sonho comanda a vida, e sempre que um homem sonha, o mundo pula e avança” (António Gedeão, Pedra filosofal).

A 3 de Junho de 1919, o piloto Read foi feito Comendador da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito de Portugal.

Capela de Nossa Senhora do Desterro


Situada numa das entradas da vila de Montemor-o-Velho, desconhece-se a data da sua fundação, embora saibamos que inicialmente tinha a invocação de Santo André. No entanto, sabemos que foi restaurada em junho de 1144, pelo Presbítero Pedro Rodrigues. Pertenceu à freguesia de S. Miguel. Sofreu novas reformas em 1626 e em 1892, acabando por perder alguma da sua feição original.

Tem altar-mor e dois colaterais. O altar-mor, de talha dourada, tinha as imagens de pedra de Santo André crucificado (séc. XV), Santa Luzia (séc. XVI) e Santa Eufémia. Nos altares colaterais: Senhora do Desterro, Menino Jesus, S. José, S. Bom Homem, S. Pedro e Santa Maria Madalena.

No terreno que ladeia a capela têm sido encontrados importantes vestígios da presença romana em Montemor-o-Velho.

Tinha romagem de grande concurso e devoção, quer pelas gentes do termo, quer pelas populações dos concelhos vizinhos, ficando célebre a quadra evocada pelas raparigas solteiras: “Ó senhora do Desterro | Vinde-me esperar ao rio | Que eu sou rapariga nova | Posso ter algum desvio.”

 

Mário Silva

José Craveiro, dono de um restaurante em Tentúgal, agricultor, mas principalmente um contador de histórias de outras pessoas e dele próprio.

2010-01-28

[a dança das nossas vidas … 

O salão estava iluminado por luzes suaves, mas coloridas, e a música preenchia todo o ambiente ao nosso redor. No meio da pista de dança, nós dançávamos abraçados, envoltos num clima de amor e cumplicidade.

Movendo-nos em perfeita harmonia, como se fôssemos um só. De olhos fechados, entregues ao ritmo, sentíamos a música pulsar, lentamente, nos nossos corações. Cada passo, cada volta que dávamos, cada rodopiar, era uma expressão de amor, devoção e sedução. Tudo parecia perfeito. 


Um passo para cá. Outro para lá.

O nosso abraço era forte e seguro, como se nada pudesse abalar a nossa união. A nossa, forte, união. Os nossos corpos tocavam-se com delicadeza, como se nos estivéssemos a descobrir pela primeira vez. O contacto. O toque. Suave. O meu corpo no teu. Olhámo-nos nos olhos profundamente, como se quiséssemos comunicar sem proferir qualquer palavra. E somos capazes disso. O silêncio entre nós nunca foi problema.

Um passo para cá. Um passo para lá.

Continuávamos a dançar, ao ritmo da música, como se fosse a única forma de nos mantermos conectados, de nos sentirmos cada vez mais próximos um do outro. A música continuava. Tocava lentamente. Acho que não ouvíamos sequer uma palavra da letra. Tudo tinha desaparecido à nossa volta. Ali, só existíamos nós. A música era, apenas e só, o pretexto para continuarmos abraçados. Juntos. No nosso mundo. 

Um passo para cá. Um passo para lá.

O mundo à nossa volta não existia. Tudo estava parado. Agora, tínhamos um mundo só nosso. Onde a música era a nossa aliada. E ali nos deixámos levar, pelo momento, sem nos preocuparmos com o mundo lá fora. Continuávamos bem juntinhos. Abraçados. A música era a nossa trilha sonora, a trilha sonora do nosso amor, aquele amor que se fortalecia a cada passo que dávamos. Numa dança sem fim. A nossa.


Que seja eterna, esta dança, nas nossas vidas.

Para lá. Para cá. Para cá. Para lá.

Carla Henriques


Crónicas de Viagem

ALGUMA VEZ SERÁ A ÚLTIMA

Pretendo iniciar uma luta muito acesa!

Muitos amigos interrogar-se-ão da inquietude que vivo ultimamente. Não será ultimamente, tenho é manifestado mais a situação desde há algum tempo. Há cerca de dezena e meia de anos, fui alvo de uma tramóias de todo o tamanho. Perdi tudo (materialmente), pela pulhice de quatro pessoas. Não tenho medo de o afirmar, pois agora tenho documentação que o prova. Inequivocamente! E, também o decorrer do tempo se encarregou de o fazer.

Igualmente, nada receio, nem nada obsta a que refira estes factos aqui. É uma questão de reorganização. O caos é uma forma de reorganização.

“Passei as passas do Algarve”, quer materialmente, quer emocional, quer socialmente. Quem conviveu comigo desde essa altura e antes, sabe bem do que falo. Um dia, daqui a pouco tempo, “colocarei tudo em pratos limpos”.

A exposição a que me sujeito, por boas causas, em que a solidariedade é um espelho, aliada ao percurso desportivo e académico, demonstram uma parte da minha luta, sendo a ponta do icebergue. Tenho lutado muito mais do que se possa imaginar e, o que coloco aqui não é um acto de autocomiseração, mas uma forma de coragem que nunca me faltou. Também nunca me faltou quem se tenha aproveitado desta fragilidade com a qual não tenho sabido conviver e me “tenha feito a vida negra”. A minha sorte é a família que tenho e que, perto ou muito longe, está sempre cá. E, os amigos. Tenho tido amigos de uma grandeza enorme. Há um que conheço desde a sua infância, estive muito tempo sem o ver e, agora, tem sido inexcedível. É um rapaz muito inteligente, com muitos amigos, porque é uma excelente pessoa. Professor na Universidade de Coimbra, tem-me ajudado de uma forma que ele nem imagina! Nunca esquecerei quando me disse, no meio de uma conversa de cariz académico: “António, o grave são as ruminações! Andar sempre a pensar nos problemas é um problema!”

Ele percebeu que eu tinha caído no poço, do qual ainda não me levantei. Mas, levantar-me-ei!

Mas, a situação académica ocupa-me a mente e vou lutando. Cada aprendizagem é um tónico, embora também seja mais uma forma de ver a arrogância da ignorância de parte da sociedade.

Este limbo mata!

Há que saber lidar com ele, há que ocupar a mente com pensamentos úteis, pois a agressão emocional é perigosa e a sociedade está cheia de pessoas especialistas na matéria. E, pior, não se enxergam!

A coação psicológica é o despoletar de todas as doenças e, quando acontece, tudo nos passa pela cabeça. Tudo!...

Lutar contra isso é um acto de inteligência e de bom senso que essas pessoas não têm! E, repito, a sociedade está cheia disso! Também repito que não se enxergam.

Olhamos para trás e para o lado e para a frente e perguntamos: “O que já fizeram comparado com a minha luta?!”

A resposta é, invariavelmente: “NADA!”

Por tudo isto e por muito que nem sequer se imagina, tenho a coragem (e a terapia) de tornar estas situações públicas.

Estou a fazer 65 anos (daqui a dias), a passar para a terceira idade e, agora, mais do que nunca, um velho ditado faz sentido. Faz sentido e dá-nos força. Muita força!

“Quem não deve, não teme!”

Dois ditados: “Quem não se sente, não é filho de boa gente!”

E, eu, nasci e fui criado por excelente gente!...

 Montemor-o-Velho: Heráldica Autárquica

A heráldica do Município e das Freguesias pretende ser um símbolo distintivo da respetiva história e identidade, representando-a. O respetivo brasão de armas, em conformidade com o artigo 7.º da Lei n.º 53/91, pode ser usado, designadamente, “nos edifícios, construções e veículos; nos impressos; e como marca editorial”.

Consta que os primeiros sinais heráldicos apareceram na Idade Média e que os primeiros brasões datam do século XII. Com o desenvolvimento da vida urbana, as cidades e vilas iniciaram a apresentação das suas armas ou brasões que, na maior parte das vezes, ostentavam emblemas com motivos hagiográficos ou evocativos de acontecimentos locais, criando-se, assim, a Heráldica Territorial ou de Domínio.

A heráldica portuguesa tem, por isso, tradições bastante antigas. No entanto, a sua regulamentação legal ocorreu apenas na década de 1930, constituindo o conjunto de tradições e regras específicas às quais devem obedecer os símbolos heráldicos (brasões, bandeiras e selos) das autarquias locais (freguesias, municípios e regiões administrativas).

Entre essas medidas de regularização está a circular de 4 de Abril de 1930 da Direcção-Geral da Administração Política e Civil do Ministério do Interior que obrigava as comissões administrativas das câmaras municipais a legalizar os brasões segundo o parecer compulsório da Secção de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses. Porém, é a Lei n.º 53/91, de 07 de Agosto de 1991, que veio atualizar a regulamentação da heráldica autárquica e também da heráldica das pessoas coletivas de utilidade pública administrativa. O brasão do município e da freguesia pretende ser um símbolo distintivo da respetiva história e identidade, representando-a.

A Lei n,º 53/91 manteve, no essencial, as regras estabelecidas pela circular de 1930, mas permitiu expressamente o direito ao uso de símbolos heráldicos pelas freguesias e estabeleceu a heráldica a usar pelas regiões administrativas (não implementada por estas nunca terem sido criadas), definindo a vexilologia e heráldica portuguesas. O brasão de armas, em conformidade com o artigo 7.º desta lei, pode ser usado, designadamente, nos edifícios, construções e veículos; nos impressos; e como marca editorial.

Cada freguesia, município ou região ostenta, se os tiver, os seus símbolos, assim como a sua bandeira, onde figura o brasão, motivo de orgulho para muitos dos habitantes de cada freguesia.

Neste apontamento, registamos antigos (e conhecidos) “desenhos heráldicos” do Município de Montemor-o-Velho inclusos no livro Terras de Montemor-o-Velho, A. Santos Conceição, 1944, e a atual heráldica (1936).

Por ordem cronológica, também damos conta dos símbolos autárquicos - brasão, bandeira e selo - criados pelas freguesias do concelho de Montemor-o-Velho, nos termos da Lei n.º 53/91, até à reorganização administrativa autárquica no âmbito da Lei 11-A de 2013 de 28 de Janeiro - agregação das freguesias. De notar que a freguesia que seja sede de município, nos termos da Lei n,º 53/91, também pode usufruir de símbolos heráldicos, assim como as freguesias com estatuto de vila, podendo, respaldadas nas legislações inerentes, desfraldar a sua bandeira com o respetivo brasão.

Referente ao Município, nesta nota, acrescenta-se um brasão do séc. XVII e a

atual ordenação heráldica. Relativamente às freguesias existentes até à vigência da Lei 11-A de 2013, de 28 de Janeiro e outras conexas, e sua legalidade nos termos da Lei n.º 53/91, de 07 de Agosto de 1991, e outra legislação aplicável, regista-se a ordenação heráldica dos Brasões, Bandeiras e Selos das Freguesias do Município de Montemor-o-Velho, por ordem alfabética: Abrunheira, Arazede, Ereira, Gatões, Liceia, Meãs do Campo, Pereira, Santo Varão, Seixo de Gatões, Tentúgal, Verride e Vila Nova da Barca.

Porém, a inerente publicação em Diário da República tem a seguinte cronologia: Meãs do Campo (1995); Seixo de Gatões (1996); Gatões (1997); Tentúgal (2001): Santo Varão (2001); Pereira (2003); Arazede (2004); Liceia (2005); Vila Nova da Barca (2005); Verride (2005); Abrunheira (2007); Ereira (2011).

                                                             ALDO AVEIRO

MONTEMOR-O-VELHO – Município (1936)


Ordenação Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo

ABRUNHEIRA (2007)


Ordenação Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo

ARAZEDE (2004)


Ordenação Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo

EREIRA (2011)


Ordenação Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo

GATÕES (1997)


Ordenação Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo

LICEIA (2005)


Ordenação Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo

MEÃS DO CAMPO (1995)


Ordenação Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo

PEREIRA (2003)


Ordenação Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo

SANTO VARÃO (2001)


Ordenação Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo

SEIXO DE GATÕES (1996)


Ordenação Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo

TENTÚGAL (2001)


Ordenação Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo

VERRIDE (2005)


Ordenação Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo

VILA NOVA DA BARCA (2005)


Ordenação Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo

VIAJAR É CRIAR NOVAS EMOÇÔES

Viajar não é dizer aos outros numa boca de fantasia que fomos ali e mais adiante, convencidos numa parva ventania, sobre os que por cá ficaram, quem sabe com excelentes histórias de viagens para nos contar a mesa do café.

 Por isso viajar no meu conceito, as viagens são uma terna partilha, ao recebermos alegres dicas, como aquela do nosso diretor Luiz Pessoa.

Em Lurdes, não chegaram meia dúzia de padres e bispos, para confessares os teus pecados.

Viajar, pois, é uma intensa descoberta de novas emoções, partindo do princípio de cada uma de nós, do estímulo e do valor que nos transmitem o conhecimento de tais alargados horizontes.


Sempre tive esta surpreendente mania, desde os meus 14 anos de idade, abandonei o meu cantinho no Casal Novo Rio, rumo á Figueira da Foz, encontrando aí outras gentes e outras culturas.

Fiquei abismado com as ruas iluminadas, a mesa posta a horas, as casas de banho.

Aos 20 anos, estávamos em 1960, fiquei contente por ter sido convocado para a Polícia Militar (PM), enquanto no Casal Novo do Rio, deixava a minha saudosa Mãe a chorar, com receio que fosse para a guerra em Africa. 

Mesmo assim estava no meu espírito aventureiro, partir agora para o desconhecido, animava-me a aventura.

Quando casei em 1966, juntou-se a fome com a vontade de comer, não foi que a minha mulher também gostava do laró? É verdade ... Do Minho ao Algarve, percorremos o nosso belo país. As suas tradições, de região em região, a sua gastronomia, como tudo o vento levou depois a cagança da estranja, por ai em grupos, de uma vez sozinho, pela segunda vez a Cuba, já que a minha mulher nunca se mostrou disponível, alarguei de tal modo as minhas viagens, como agora por Espanha e França, num fartote de sonhos e realidade, realizado e cair de velho, reafirmo a minha simpatia pelos autocarros, em vez do avião, já que posso pedir ao condutor para parar para verter águas.

Apenas vos deixo o meu aventureirismo, porque seria ridículo citar-vos por onde viajei com novas emoções, sempre com a humidade do repórter Mabor, do casal Novo do Rio ao novo mundo por mim conhecido.    

olho por olho...


     Eu não entendo o porquê, mas actualmente muitas pessoas com problemas, não encontram forma de os superar, sem que seja com o auxílio duma arma de fogo. Claro que se utilizar um pau também pode causar a morte, mas pode não ir além dumas valentes cacetadas, que fazem doer e até adoecer, mas não muito mais do que isso, ao passo que com uma arma de fogo o resultado é diferente.

Hoje mais um caso, e digo mais um, porque ultimamente estas desgraças estão a tornar-se habituais, como se duma normalidade se tratasse... este a que me refiro prendeu-me mais a atenção porque aconteceu aqui perto na minha terra em Montemor-o-Velho.

Um "louco" persegue a esposa que numa ambulância era conduzida ao hospital e mata-a, e faz igual a um G.N.R. e fere ainda outro, tudo em frente a uma criança de 5 anos que acompanhava a mãe.

Mas o que é isto?

Que onda se apoderou destas pessoas para agirem de modo tão inconsciente e bárbaro, ao ponto de decidirem terminar a vida de alguém ... nada, mas nada, justifica tal acto: no entanto estes tristes factos acontecem, e nalguns, o autor logo a seguir, vai a correr entregar-se à autoridade, como se com esse acto fosse valorizado, assim a modos do dever cumprido, e pronto.

E sabem porquê?

Porque eles apenas são sujeitos a algumas coações, ou cadeia, e depois cumprem metade da pena e saem. E a vítima foi para debaixo da terra, e as famílias ficam desoladas, tristes pela perda irreparável.

Portugal, nós portugueses, orgulhamo-nos de termos sido dos primeiros países a abolir a pena de morte, incluo-me nesse número; mas para estes casos devia funcionar a pena capital.

Aqui não há dúvidas, ele não é inocente, matou, e por isso devia esperá-lo igual sorte: ele e outros como ele. Se assim fosse, talvez eles pensassem duas vezes antes de pegar numa arma para acionar o gatilho.

Serenamente,

num rumo outro,

a vida levou-me consigo…

Não sei mais quem fui,

mas não fui quem queria ter sido … 

Com o passar do tempo,

com o rolar sobressaltado

das horas apressadas,

dos dias, meses e anos,

descobri …

Descobri que a vida

se entranha em nós …

E em cada casa nossa

que foi

está à deriva, tantas vezes,

um pouco de nós,

um apontamento

do que somos (fomos?) … 

E aí exatamente que

perenes permanecemos …

                                                                 Garça Real

 


PLENITUDE

Na plenitude dos meus dias

Na plenitude das minhas horas

Há dias que são fugazes

E horas que são um mundo

Onde não rebusco as frases...


Que arrebatam o meu

pensamento... mais sonhador e profundo...

Mas se não fossem os meus sonhos

Que fazia eu neste mundo?


Deixo-me ir nessa corrente

Que me aprisiona os

sentidos...

Tenho o coração na boca

E os meus olhos... estão

tão perdidos!


Assim como o meu pensamento

Que é levado pelas marés

Já lá vai em alto-mar

Já não o avisto daqui

Este louco pensamento...

Já vai tão longe de mim!

ISABEL TAVARES

Solidão

Seria apenas um dia,
dos muitos que tenho tido...
Não fora ter-me cruzado,
de manhã, logo contigo.

Entraste no meu pensamento
Como em casa vazia,
ecoando os teus passos
na minha alma tão fria.

Sabia que a tristeza
a minha porta fechara
e que a negra mentira
há muito tempo a trancara...

Mas como posso negar
que iluminaste o meu dia
Que desta enorme solidão

Nem eu própria sabia...



As estradas são para ir

Por muito que nos façam querer que a política é coisa só de alguns, “política” não é mais do que aquilo que nos passa pelas mãos. E tem uma função de génese: tornar a vida de todos melhor. As suas dimensões são as que imaginarmos e cabe-nos a nós a exigência da sua qualidade, e do seu caracter democrático, publico e sério.


Durante décadas as populações do nosso concelho e vários eleitos da CDU nos diversos órgãos de poder local vieram alertar para a degradação dos serviços de transportes dentro do mesmo. Seja pelo encerramento da linha férrea na zona norte, seja o corte de horários nos diversos transportes ou mesmo a sua inexistência. Tal tem vindo a provocar uma diminuição constante da possibilidade de ir de um ponto ao outro do concelho, fazendo a nossa vida mais pobre, com menos oportunidades, com menos conhecimento, menos relações e possibilidades e no final, com menos ser.

Ao longo dos últimos anos, a realidade espelha um aumento gradual dos custos dos transportes, mas pior que o seu preço é a sua redução que impossibilita definitivamente a sua utilização.

No que diz respeito a autocarros que operam apenas durante o período letivo, a Câmara Municipal iniciou uma negociata que implicava cerca de 500 a 600 mil euros por ano com uma transportadora privada. A Câmara tinha como obrigação assegurar o transporte de crianças de acordo com a lei e as regras de segurança, no entanto, preferiu atribuir essa responsabilidade a uma empresa privada que conseguia contornar a lei e, através das carreiras normais, transportar crianças deixando as recomendações e obrigações de segurança afastadas da sua responsabilidade e verificação do seu cumprimento.

O país discutiu em 2009 o passe social para operadores e a gratuitidade do mesmo para menores de 18 anos e maiores de 65 e o abaixamento do preço dos mesmos para o resto dos utentes. Esta política foi concretizada em Lisboa e no Porto, acabando por deixar de parte o restante território, com exceção de algumas autarquias que decidiram seguir esse exemplo.

Centenas de milhares de portugueses tiveram assim acesso não só a um passe mais barato, mas a um alargamento da sua possibilidade de mobilidade, seja nos seus passeios de recreio, nas suas idas ao médico, farmácias, prática desportiva, necessidades básicas ou tudo o que os limites do alcatrão e da sua vontade de ir conseguem alcançar.

Com a criação da Comunidade Intermunicipal o negócio dos transportes passou para as mãos e responsabilidade da mesma, da parte da Câmara Municipal de Montemor apenas verificamos uma rubrica no valor de 800 mil euros. Rubrica essa que, para além de não discriminar o valor em causa, só se intitula “transportes” não conseguindo os demais cidadãos entender a que se refere.

Portanto, primeiro a CMMV e agora CIM pagam a rede de autocarros e carreiras, ou seja, a quase totalidade de um serviço que a empresa privada volta a vender arrecadando assim mais uns milhares de euros provenientes de alguns utilizadores.

Tendo em conta que o custo dos transportes já se encontra saldado na integra pelo município e pela CIM, podia surgir um novo incentivo para o tão publicitado programa de apoio a idosos e integrá-los também na gratuitidade do serviço e até mesmo para jovens em tempos de férias, sendo que este é o único serviço de mobilidade existente em grande parte do concelho.

A implementação desta medida significaria uma redução da poluição, da utilização de veículos particulares, uma redução significativa de custos e aumentaria a independência e possibilidades de milhares de pessoas.

E se estamos a pensar que agora cabe à Camara Municipal ou à CIM ter de suportar este custo, a verdade é que este custo já é praticamente suportado na sua totalidade por estas entidades.

Quando chega o tempo em que ser radical é ter bom senso: é tempo de ser radical!” 

Enfim chegou Maio, lamentavelmente com pouca chuva caída, sempre vistoso com o seu acordar de Primavera – é quase Verão.

Para mim, Maio, terá sempre a carga deslumbrante e simples do meu pai a pedir um pires de caracóis, e eu de meia branca, sem conseguir da cadeira pôr os pés no chão, a ouvir:

Nove vezes três são Vinte e sete!

Logo sabido de festa em casa aos 9 e aos 27. Encher de alegria e dar nós em sapatos trocados sob a mesa dos comensais.

Noves fora... inda tenho a minha Vinte e sete!

E ela têm-me a mim. Sabe-me todo. Isso é bom. Maravilhoso.

Aos 27 de Maio, a minha mãe foi ao Porto ver Chico Buarque – parabéns Mãe Ana - e eu contra todas as análises televisivas, fui à Convenção do Bloco de Esquerda no pavilhão de Casal Vistoso.

Se eu tivesse alguma dúvida de onde devia estar, desfez-se logo essa bruma no meu olhar.

Estava onde estou e onde devia estar.

Nem volto atrás à singular empatia da Catarina Martins, nem vou para a frente no fôlego de vida da Mariana Mortágua. Fico assim, tranquilo, como quem sabe que chegou a casa e pode tirar meias e calçar chinelos. É tanto o que une tanta gente! Incrível!

Já os senhores da comédia televisiva opinativa não podem ter tanto sossego.

Já os senhores da indústria da informação não podem ter este sossego.

Eu posso.

Os dos interesses, que se escondem atrás da direita, também não. Azar.

Morre o venenoso no seu veneno, não é?

O povo, de que orgulhosamente faço parte, já viu o mau do seu governo PS, e também já adivinhou na direita o seu carrasco. “Aurea Mediocritas”!

Como no século XVI, contamos connosco, contamos com o que realmente somos. Tanto.

Muito!

É tempo de arejar cabeça e escolher por nós. É tempo de ir à luta defender o que é NOSSO.

Fica o apelo do tamanho do meu coração, ou mais que isso, do tamanho da vida:

QUE SE LIXE O CIRCO, EU QUERO A MINHA VIDA.

Vamos todos e todas à manifestação em Lisboa no próximo sábado dia 3 de Junho.

https://mais-sns.org

Obrigado, pai. Nove vezes três são vinte e sete.


Jornadas e outras patacoadas anunciadas 

Declarado como convém, o meu ateísmo inabalável, e reproclamado o conflito de interesses que o estado português e os municípios da grande Lisboa estão a protagonizar, financiando, direta e indiretamente um evento religioso de âmbito mundial, direi uma vez mais que a laicidade nacional, bem como os portugueses, estão a ser relegados para segundo plano, vergonhosamente condenados a abrirem os cordões à bolsa para benefício descarado e objetivo da Igreja Católica, supostamente em nome de umas Jornadas Mundiais da Juventude a realizar brevemente na nossa capital para gáudio de Marcelo Rebelo de Sousa, Moedas, Cavaco, Montenegro, Ventura, todos eles praticantes do beija-mão clerical e dotados de uma incompreensível complacência perante os protagonistas dos afagos, mimos e sevícias que ainda hoje e durante séculos se entregaram e continuam a entregar ao prazer da carne e a rituais e práticas inenarráveis, infelizmente ignoradas e camufladas pela hierarquia da igreja católica e pela justiça portuguesa, ambas votadas ao silêncio, à inoperância e ao desmazelo, ao ponto de ainda não terem conseguido nem querido implicar, deter, acusar ou julgar os agressores que foram identificados pela Comissão Independente, nem mesmo os que se autodenunciaram e voluntariamente quiseram entregar.

Em Portugal, no tal estado laico e não confessional, existem 21 dioceses, 4380 paróquias, 3797 padres, 5965 religiosas, 52 bispos, 81 santos, 69 mártires, 212 diáconos permanentes, 312 religiosos, 594 membros de institutos seculares, sem contar com “as ratas e os ratos da sacristia”! Ou seja, um verdadeiro império sustentado pelos portugueses crentes e não crentes e pelo erário público, a maior parte das vezes de forma disfarçada, mas que só não vê quem não quer, tantos são os exemplos que poderia listar, designadamente, Misericórdias, Institutos, Colégios, Hospitais, Universidades, Obras, Movimentos, Associações, Media, Seminários, Fundações, etc. etc. etc.

E como se não bastasse, o Benfica foi campeão, a Ucrânia, a TAP, o Montenegro e o Cavaco, o Galamba, o Cordeiro, o Medina e o Moedas…, os adiantados mentais da IL, os Tutti Frutti, o Ventura e as trombas do Sérgio Conceição, ainda teremos de levar com uma peregrinação mundial da concórdia, amor e paz, um Papa debilitado ou ausente, incapaz de desempenhar no espetáculo o papel de artista principal.

Amanhã, dia 1 de Junho, Dia Mundial da Criança, as juntas e as câmaras lá gastarão o mais que puderem em insufláveis e atividades destinadas às crianças, farão as aparições da ordem, premiarão uns quantos protagonistas, babar-se-ão para cima uns dos outros e continuarão a ignorar as verdadeiras questões que continuam a dividir os ricos dos pobres e a impedir que os mais frágeis cheguem a fantasiar um futuro promissor.

Vivam as Crianças e o seu Dia!

 

Victor Camarneiro

Angola - Nito Alves e o 'golpe' de 27 de Maio de 1977 - A participação russa e cubana


'OS SÍMBOLOS DE UM FRACASSO'
De Rola da Silva

O autor, jornalista angolano com vasta participação na imprensa de Angola e após a independência em 11.11.1975 na imprensa portuguesa, dá a sua interpretação do que foi de facto o 'golpe' de Nito Alves e Zé Vandunen em 27 de Maio de 1977, quando o MPLA se dividiu em duas fações, os 'nitistas' - apoiantes de NITO ALVES e os 'netistas' - apoiantes de AGOSTINHO NETO.

Rola da Silva informa também sobre o papel dos soviéticos, que terão apoiado e instigado Nito Alves, daí a ilustração de Nito e Brejnev na capa do livro.


Da contra-capa:
"HENRIQUE CARLOS ROLA DA SILVA
Nasceu em Luanda a 18 de Outubro de 1928. Originário da pequena burguesia colonial foi educado praticamente à margem da realidade angolana, tendo até estudado em Lisboa do quarto ao sétimo ano liceais.
De regresso a Angola ingressou na função pública ainda antes de cumprir o serviço militar.
Com perto de trinta anos iniciou-se na actividade jornalística como colaborador do semanário 'NOTÍCIA'. E nessa condição fez também parte dos quadros das seguintes publicações: 'A PROVÍNCIA DE ANGOLA', 'A PALAVRA', 'DIÁRIO DE LUANDA', 'SUL' e 'JORNAL DE ANGOLA'. Acidentalmente colaborou ainda na Rádio e noutros jornais.
Embora nunca sendo jornalista de profissão tornou-se numa das figuras mais populares do jornalismo angolano.
Rola da Silva foi nos jornais aquilo que ao tempo se chamava um homem do 'contra' e hoje se designa por 'antifascista'. Mas em permanente evolução - profundamente marcada pela volta a Lisboa (aos 33 anos) e pela matrícula no antigo Instituto superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina. Durante sete anos foi aluno de antimarxismo. E obteve um diploma (Curso de Aperfeiçoamento Profissional) e uma licenciatura (Serviço social). Paralelamente aconteceu o contacto com gente de esquerda e o acesso ao que sempre lhe fora negado: os livros do progressismo, Marx, Engls. Lénine, Mao, etc.
Daí que poucos anos antes de 1974 sofresse as consequências de ser rotulado de comunista. Afastado de Luanda, andou pelo Lubango, por Benguela e encontrava-se de novo em Lisboa, procurando abandonar o funcionalismo, quando chegou o '25 de Abril'.
Voltou a Luanda, serviu o MPLA e nove meses depois da independência de Angola concluiu que ou estava errado ou o que se passava na ex-colónia tinha deixado de ser revolução.
Este é o seu segundo livro. O primeiro 'A CENSURA: consequências marginais', foi apreendido pela PIDE/DGS a mando do Governo-Geral de Angola."

Do ÍNDICE: 

- Para conhecer o autor - Humberto Lopes (Lisboa 1977) 

- Abertura 

O autor

- Pontos básicos 
- Precaução abandonada 
- MPLA / FNLA / UNITA 
- Outra única hipótese 
- A falsa soberania 
- Estados Unidos e decadência 
- O dedo russo 
- A informação 
- A polícia 
- Pausa necessária 
- O racismo 
- O racista-mor 
- O factor ambiente 
- O povo português 
- Também o povo angolano 
- A falta de confiança 
- Os colonialistas portugueses 
- Os carnavais 
- Governantes e outros responsáveis 
- A ajuda cubana 
- Vedetismo e mercenarismo 
- Da legitimidade do governo de Angola 
- As 'gloriosas' FAPLA, as outras 'gloriosas' a guerra do quata-quata e a maior tragédia 
- Exército popular e militarismo 
- O aparelho de Estado 
- Ao povo não se mente 
- Paz e anti-imperialismo 
- A tentação do fácil 
- Depois de feito 


Eu fui ver a minha amada Lá p'rós baixos dum jardim Dei-lhe uma rosa encarnada Para se lembrar de mim Eu fui ver o meu benzinho Lá p'rós lados dum passal Dei-lhe o meu lenço de linho Que é do mais fino bragal Eu fui ver uma donzela Numa barquinha a dormir Dei-lhe uma colcha de seda Para nela se cobrir Eu fui ver uma solteira Numa salinha a fiar Dei-lhe uma rosa vermelha Para de mim se encantar Eu fui ver a minha amada Lá nos campos eu fui ver Dei-lhe uma rosa encarnada Para de mim se prender Verdes prados, verdes campos Onde está minha paixão As andorinhas não param Umas voltam outras não Refrão: Minha mãe quando eu morrer Ai chore por quem muito amargou Para então dizer ao mundo Ai Deus mo deu Ai Deus mo levou
CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA

ARTIGO 32.º

1 - Os Estados Partes reconhecem à criança o direito de ser protegida contra a exploração económica ou a sujeição a trabalhos perigosos ou capazes de comprometer a sua educação, prejudicar a sua saúde ou o seu desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral ou social.

2 - Os Estados Partes tomam medidas legislativas, administrativas, sociais e educativas para assegurar a aplicação deste artigo. Para esse efeito, e tendo em conta as disposições relevantes de outros instrumentos jurídicos internacionais, os Estados Partes devem, nomeadamente: a) Fixar uma idade mínima ou idades mínimas para a admissão a um emprego; b) Adoptar regulamentos próprios relativos à duração e às condições de trabalho; e c) Prever penas ou outras sanções adequadas para assegurar uma efectiva aplicação deste artigo.


BARCAÇA_MAIO

  Para garantir a redução do expediente extenuante, os trabalhadores da cidade de Chicago organizaram uma greve para o  1º de maio  de 1886....