MAIO
1. Dia Internacional dos Trabalhadores é uma data comemorativa internacional, dedicada aos trabalhadores, celebrada anualmente no dia 1 de maio em quase todos os países do mundo, sendo feriado em muitos deles. A homenagem remonta ao dia 1 de maio de 1886, quando uma greve foi iniciada na cidade norte-americana de Chicago com o objetivo de conquistar melhores condições de trabalho, principalmente a redução da jornada de trabalho diária, que chegava a 17 horas, para oito horas.
2. Este dia veio para ficar, em Portugal numa que foi das maiores
manifestações no 01 de Maio de 1974 depois da revolução dos cravos e desde aí é
feriado nacional. As perguntas que se fazem é se estamos a caminhar para igualdade
de trabalho entre homens e mulheres e se os salários
acompanham a inflação ou se pelo contrário continuamos a ser a
cauda da Europa?
3. Mas Maio tem sido fértil em (casos e casinhos) deixando-nos deveras amargurados pela ineficácia do Governo em conseguir governar? A TAP na CPI
até agora não conseguiu esclarecer, pelo contrário agonizou mais os partidos a pedir explicações às contradições dos chefes de gabinete/ex. assessores/ministros que a toda a hora o seu discurso modifica-se. Para incendiar mais as hostes, ex.: presidente vem a público com um discurso arrasador que colocou todo o PS ou quase todo a cerrar fileiras.
4.
Os nossos colaboradores no seu espaço falam-nos da
nossa terra, com histórias de outros tempos e atuais como é o caso na opinião
política, já na poesia uma mescla de sabores linguísticos que caraterizam os
seus autores. Damos as boas-vindas ao nosso novo colaborar – António Girão –
que através das suas viagens (pedaladas) vai mostrar-nos as suas causas – os seus
meninos.
5.
Na música como não poderia falhar Zeca Afonso na sua música
sobre Maio, na literatura um clássico.
Desejo a todos boas leituras.
PONTOS
SEM FIM
Cântico
Negro
Vem por aqui" —
dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os
braços, e seguros
De que seria bom que eu
os ouvisse
Quando me dizem:
"vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos
lassos,
(Há, nos olhos meus,
ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
[…]
José Régio
Aqui
o indivíduo aparece em contraposição com "os outros", e a
individualidade é afirmada de modo incisivo com a negação do caminho
sugerido pelos outros. O olhar é essencial para a compreensão da
atitude do "eu", olhos cansados e irônicos indicam a atitude em
relação às outras pessoas.
A ironia, para além de um estado do
"eu", é também uma forma de linguagem presente no poema. A própria
estrofe é recheada de ironia, a negação do indivíduo em acompanhar os outros é
colocada de forma irônica, com os versos "e cruzo os braços, e nunca vou
por ali...".
A figura do grotesco também está presente em todo o
poema. São imagens que remetem a coisas baixas, o caminho escolhido pelo
"eu" é cheio delas.
Olhamos
o presente do nosso país com essa indiferença que não queremos ir por ali, mas
ou mesmo tempo o fantasma da extrema-direita à espreita, ficamos com o
medo de não saber escolher porque os partidos da governação ao alertar
constantemente para essa maleita, vão-se mantendo e assim até conseguiram uma
maioria que por incrível pareça em nada tem contribuído para estabilidade.
Cirurgicamente
reaparece o ex.: presidente que vai sendo mais duro nas suas posições
esquecendo por completo os seus governos que ainda ex.: ministros andam
arrolados com a justiça, não fosse ela lenta estariam todos no xadrez.
Por sua vez António Costa segura os seus Ministros como lapas e todas as semanas re-aparecem
ministros, alvo de investigações ou embrulhados em contradições que
tardam em ser esclarecidas para o bem comum.
Dois secretários de Estado e um ministro já caíram na
sequência da indemnização de 500 mil euros paga pela TAP à
ex-administradora Alexandra Reis. A polémica originou um efeito dominó de
demissões que pode ainda não ter acabado. Afinal, quem sabia, esteve envolvido
ou tinha suspeitas do que acabou por se confirmar?
A
atuação do SIS fazendo trabalho da Polícia Segurança Publica ou da Polícia
Judiciária atrapalham não só A. Costa como o Ministro das Infraestruturas
conseguiu chamar a palco mais de metade dos ministros.
O
Ministro da Saúde O ministro da Saúde é ainda o sócio-gerente de uma consultora na área da saúde com o seu nome, aquando da sua entrada para Governo, tem as
maternidades em alvoroço com a morte de mais um bebé. Já o Ministro das Finanças
não se consegue livrar da Câmara Municipal de Lisboa e do que por lá se passou.
A
nível Nacional as Câmaras Municipais estão no radar da Polícia Judiciária e a
saga segue sem sabermos onde vai parar.
A
juntar a tudo isto, não fosse o palco dos milhões veio agora a questão do selo
comemorativo da Jornadas Mundiais da Juventude que a Santa Sé não gostou.
Tivemos nos dias 27/28 mudança na coordenadora do BE, Mariana Mortágua substitui Catarina Martins por larga margem contra a Moção E.
O primeiro discurso de
Mortágua
No seu primeiro discurso como coordenadora do BE, Mariana Mortágua garantiu que o partido vai "lutar" para
"responder aos problemas da vida dos portugueses, entre os quais o acesso à saúde e educação e melhores salários.
"Assistimos à
degradação da vida pública e é precisamente quando a vida pública se degrada
que é mais preciso mostrar que, no Bloco de Esquerda, a política é e sempre será
o lugar das causas e das convicções. Não deixamos a política entregue ao
calculismo nem a esse pântano em que verdade e mentira se confundem. A nossa
política é uma paixão maior do que qualquer circunstância, é uma forma de
impaciência, é uma vontade indomável. E por isso vos garanto: os nossos 24
anos, estas treze Convenções e esta sala cheia são só o começo do Bloco de
Esquerda", afirma.
O Benfica foi campeão nacional e potenciou a economia.
Em três anos tivemos os três grandes a ganharem um título por isso fazem-se apostas para saber quem será o próximo.
Depois
com Conselho de Estado marcado para finais da CPI, veremos o que o Presidente
irá decidir fazer ou não fazer nada.
Portugal
a navegar à vista.
A PRIMEIRA TRAVESSIA AÉREA DO ATLÂNTICO PASSOU PELA
FIGUEIRA DA FOZ A 30 DE MAIO DE 1919 – FOI HÁ 104 ANOS
Na manhã do dia 30 de maio de 1919 “a população da
Figueira da Foz acorreu à praia prestes e ávida de curiosidade. Flutuava no
Mondego, perto da sua foz, o histórico hidroavião americano N. C. 4, que,
pilotado sob a direção do valoroso comandante Read, conseguiu levar a bom termo
o arrojado empreendimento da travessia aérea do Atlântico”.
“O N. C. 4 desceu na Figueira da Foz, às 8 e 20, devido a uma ligeira avaria n'um dos seus motores, que foi em breve reparada, levantando vôo às 14 e 25, com destino ao Cabo Finisterra”.
“Desceu no porto de Ferrol, d'onde seguiu para
Plymouth, terminus do raid transatlântico. Este notável e inesperado
acontecimento impressionou agradavelmente toda a Figueira da Foz, que assim
teve ensejo de admirar e homenagear, quanto o limitadíssimo espaço de tempo
permitiu, a interessante aeronave e os seus intrépidos tripulantes”.
“Fora da barra da Figueira, na baía de Buarcos, fundeou
um destroyer americano, que ali acudira em auxílio do N. C. 4, e cujos serviços
não foram utilizados”.
Assim relatou a notícia a revista “Ilustração
Portugueza”, de 16 de junho de 1919, na página 475 do seu número 695.
O NC4 fazia parte de uma esquadrilha de 3 hidroaviões
composta pelo NC1 e o NC3, e pertenciam à U.S.Navy que se propunha fazer a
travessia do Atlântico Norte, voando de New York para o Canadá, partindo de
Trepassey Bay (Terra Nova) diretamente para a Europa, escalando os Açores.
Havia um prémio de 10.000 libras instituído pelo
jornal “Daily Mail” para quem conseguisse terminar a viagem.
John Towers, piloto do NC3, um dos principais cérebros
do empreendimento, tinha elaborado um plano de voo que incluía 22 navios da
Marinha colocados ao longo do percurso da primeira etapa, distanciados 50
milhas entre si, e equipados com holofotes que auxiliariam a navegação dos
hidroaviões. Os hidroaviões dispunham de equipamento de rádio para comunicarem
com os barcos e entre si.
A rota dos três hidroaviões teve início na base naval
de Rockaway Beach (Nova Iorque), de onde descolaram a 8 de maio de 1919 com
destino a Halifax (Nova Escócia, Canadá).
Por avaria de 2 motores, o NC4 prosseguiu a viagem à
superfície até à Naval Station de Chatham (Massachusetts), onde reparou os
motores.
O NC1 e o NC3 chegaram a Halifax no dia 8 de maio. No dia 10 de Maio, os NC1 e NC3 voaram para Trepassey Bay (Canadá).
Entretanto foram colocados 21 navios destroyers entre
Cape Race e a ilha do Corvo (Açores), a intervalos de 50 milhas para segurança
do voo.
O NC4 só chegou a Halifax a 14 de maio e a Trepassey
Bay a 15 de maio.
Após longos preparativos, os 3 hidroaviões partiram de
Trepassey Bay pelas 18 horas do dia 16 de Maio de 1919 com destino aos Açores
(Horta).
A primeira parte do percurso dos 3 hidroaviões correu
normalmente, até a aproximação da Ilha das Flores, já de madrugada, onde o
“nevoeiro” ameaçava a sua segurança.
Sem visibilidade e o combustível a chegar ao fim, os
pilotos do NC1 e do NC3 optaram por uma amaragem de emergência, em pleno
oceano, na esperança de serem localizados pelos” destroyers”.
O NC1 ao fazer a amaragem foi destruído por vagas
alterosas e a sua tripulação recolhida pelo navio grego “IONIA” que os
transportou para a cidade da Horta.
O NC3 chegou a Ponta Delgada em circunstâncias
dramáticas.
Amarou a cerca de 200 milhas de Ponta Delgada e devido
a avaria do emissor de Rádio, a tripulação não conseguiu contactar os
“destroyers” de apoio sendo arrastado pela corrente ao sabor da mareta.
Auxiliado por dois motores que ainda funcionavam, ao
fim de 53 horas de navegação marítima, o NC3 entra na baía de Ponta Delgada a
19 de maio, com o comandante Jonh Towers e a tripulação exaustos e o hidro
danificado incapaz de voar.
O NC4, com o nome de” Liberty”, comandado por ALbert
C. Read, cumprindo o plano de voo, alcançou a baía da Horta, onde amarou às 13H23M
do dia 17 de maio.
Jonh Towers, piloto do NC3, é o primeiro piloto
mundial a entrar com um hidroavião no porto de Ponta Delgada, uma vez que
Albert C. Read e o seu NC4 se encontravam na cidade da Horta.
Concluída esta primeira etapa em 15 horas e 13
minutos, a uma velocidade cruzeira de 148 Km/hora, o NC4 saiu da Horta 3 dias
depois, a 20 de maio, com destino a Ponta Delgada.
Chegou no mesmo dia, 20 de maio, a Ponta Delgada, onde
ficou imobilizado durante 7 dias, devido às más condições atmosféricas.
No dia 27 de Maio o NC4 saiu de Ponta Delgada, às
8h18, com destino a Lisboa, onde amarou no rio Tejo às 20h01 do dia 27 de maio
de 1919.
Quando o hidroavião amarou no Rio Tejo, os sinos das
Igrejas de Lisboa repicaram em comemoração do feito.
O NC4 saiu de Lisboa a 29 de maio, com destino a
Plymouth, mas teve de amarar na Figueira da Foz, no dia 30 de maio, às 8H20M,
devido a uma ligeira avaria num dos seus motores, que foi em breve reparada,
levantando voo às 14H25M com destino ao Cabo Finisterra.
Depois amarou em Ferrol (noroeste da Galiza),
concluindo a travessia aérea em Plymouth (Sudoeste de Inglaterra), a 31 de maio
de 1919.
A tripulação do NC4 era constituída pelo comandante
tenente Albert Cushing Read, pelos pilotos tenentes Elmer Stone e Walter Hinton,
pelos engenheiros James Breese e Eugene S. Rhodes e o rádio operador Herbert C.
Rodd.
A primeira travessia aérea do Atlântico, de Nova
Iorque (Rockaway) a Plymouth (Inglaterra), foi concluída em 23 dias, com 6
amaragens.
Este feito, grandioso para a época, e ao qual Portugal
ficou indelevelmente ligado, acicatou a coragem dos pilotos portugueses.
Três anos depois, em 1922, Gago Coutinho e Sacadura
Cabral atravessaram também o Atlântico, de Lisboa ao Rio de Janeiro, utilizando
3 hidroaviões, em 62 horas e 26 minutos de voo, durante 79 dias, e com o apoio
de 3 navios.
Após o histórico voo de 1919, o piloto Read afirmou:
“Em breve será possível voar num avião à volta do Mundo a uma altitude de 60
000 pés a 1 000 milhas por hora”.
No dia seguinte, o The New York Times publicou um
editorial em que afirmava:
“Uma coisa é ser um aviador qualificado, outra bem
diferente é ser profeta. Nada do que é hoje conhecido suporta a previsão do
Comandante. Um avião a 60 000 pés de altitude estaria a girar as suas hélices
num vácuo e nenhum aviador poderia viver por muito tempo no frio enregelante do
espaço interestelar”.
Mas “o sonho comanda a vida, e sempre que um homem
sonha, o mundo pula e avança” (António Gedeão, Pedra filosofal).
A 3 de Junho de 1919, o piloto Read foi feito
Comendador da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito de
Portugal.
Capela de Nossa Senhora do Desterro
Situada numa das entradas da vila de
Montemor-o-Velho, desconhece-se a data da sua fundação, embora saibamos que inicialmente
tinha a invocação de Santo André. No entanto, sabemos que foi restaurada em
junho de 1144, pelo Presbítero Pedro Rodrigues. Pertenceu à freguesia de S.
Miguel. Sofreu novas reformas em 1626 e em 1892, acabando por perder alguma da
sua feição original.
Tem altar-mor e dois colaterais. O
altar-mor, de talha dourada, tinha as imagens de pedra de Santo André
crucificado (séc. XV), Santa Luzia (séc. XVI) e Santa Eufémia. Nos altares
colaterais: Senhora do Desterro, Menino Jesus, S. José, S. Bom Homem, S. Pedro
e Santa Maria Madalena.
No terreno que ladeia a capela têm sido
encontrados importantes vestígios da presença romana em Montemor-o-Velho.
Tinha romagem de grande concurso e
devoção, quer pelas gentes do termo, quer pelas populações dos concelhos
vizinhos, ficando célebre a quadra evocada pelas raparigas solteiras: “Ó
senhora do Desterro | Vinde-me esperar ao rio | Que eu sou rapariga nova | Posso
ter algum desvio.”
Mário Silva
José Craveiro, dono de um restaurante em Tentúgal, agricultor, mas principalmente um contador de histórias de outras pessoas e dele próprio.
O salão estava iluminado por luzes suaves, mas coloridas, e a música
preenchia todo o ambiente ao nosso redor. No meio da pista de dança, nós
dançávamos abraçados, envoltos num clima de amor e cumplicidade.
Movendo-nos em perfeita harmonia, como se fôssemos um só. De olhos fechados, entregues ao ritmo, sentíamos a música pulsar, lentamente, nos nossos corações. Cada passo, cada volta que dávamos, cada rodopiar, era uma expressão de amor, devoção e sedução. Tudo parecia perfeito.
Um passo para cá. Outro para lá.
O nosso abraço era forte e seguro, como se nada pudesse abalar a nossa
união. A nossa, forte, união. Os nossos corpos tocavam-se com delicadeza, como
se nos estivéssemos a descobrir pela primeira vez. O contacto. O toque. Suave.
O meu corpo no teu. Olhámo-nos nos olhos profundamente, como se quiséssemos
comunicar sem proferir qualquer palavra. E somos capazes disso. O silêncio
entre nós nunca foi problema.
Um passo para cá. Um passo para lá.
Continuávamos a dançar, ao ritmo da música, como se fosse a única forma de
nos mantermos conectados, de nos sentirmos cada vez mais próximos um do outro.
A música continuava. Tocava lentamente. Acho que não ouvíamos sequer uma
palavra da letra. Tudo tinha desaparecido à nossa volta. Ali, só existíamos
nós. A música era, apenas e só, o pretexto para continuarmos abraçados. Juntos.
No nosso mundo.
Um passo para cá. Um passo para lá.
O mundo à nossa volta não existia. Tudo estava parado. Agora, tínhamos um mundo só nosso. Onde a música era a nossa aliada. E ali nos deixámos levar, pelo momento, sem nos preocuparmos com o mundo lá fora. Continuávamos bem juntinhos. Abraçados. A música era a nossa trilha sonora, a trilha sonora do nosso amor, aquele amor que se fortalecia a cada passo que dávamos. Numa dança sem fim. A nossa.
Que seja eterna, esta dança, nas nossas vidas.
Para lá. Para cá. Para cá. Para lá.
Carla Henriques
Crónicas de Viagem
ALGUMA VEZ SERÁ A ÚLTIMA
Pretendo iniciar uma luta muito acesa!
Muitos amigos interrogar-se-ão da inquietude que vivo
ultimamente. Não será ultimamente, tenho é manifestado mais a situação desde há
algum tempo. Há cerca de dezena e meia de anos, fui alvo de uma tramóias de
todo o tamanho. Perdi tudo (materialmente), pela pulhice de quatro pessoas. Não
tenho medo de o afirmar, pois agora tenho documentação que o prova.
Inequivocamente! E, também o decorrer do tempo se encarregou de o fazer.
Igualmente, nada receio, nem nada obsta a que refira
estes factos aqui. É uma questão de reorganização. O caos é uma forma de
reorganização.
“Passei as passas do Algarve”, quer materialmente,
quer emocional, quer socialmente. Quem conviveu comigo desde essa altura e
antes, sabe bem do que falo. Um dia, daqui a pouco tempo, “colocarei tudo em
pratos limpos”.
A exposição a que me sujeito, por boas causas, em que
a solidariedade é um espelho, aliada ao percurso desportivo e académico,
demonstram uma parte da minha luta, sendo a ponta do icebergue. Tenho lutado
muito mais do que se possa imaginar e, o que coloco aqui não é um acto de autocomiseração,
mas uma forma de coragem que nunca me faltou. Também nunca me faltou quem se
tenha aproveitado desta fragilidade com a qual não tenho sabido conviver e me
“tenha feito a vida negra”. A minha sorte é a família que tenho e que, perto ou
muito longe, está sempre cá. E, os amigos. Tenho tido amigos de uma grandeza
enorme. Há um que conheço desde a sua infância, estive muito tempo sem o ver e,
agora, tem sido inexcedível. É um rapaz muito inteligente, com muitos amigos, porque
é uma excelente pessoa. Professor na Universidade de Coimbra, tem-me ajudado de
uma forma que ele nem imagina! Nunca esquecerei quando me disse, no meio de uma
conversa de cariz académico: “António, o grave são as ruminações! Andar sempre
a pensar nos problemas é um problema!”
Ele percebeu que eu tinha caído no poço, do qual ainda
não me levantei. Mas, levantar-me-ei!
Mas, a situação académica ocupa-me a mente e vou
lutando. Cada aprendizagem é um tónico, embora também seja mais uma forma de
ver a arrogância da ignorância de parte da sociedade.
Este limbo mata!
Há que saber lidar com ele, há que ocupar a mente com
pensamentos úteis, pois a agressão emocional é perigosa e a sociedade está
cheia de pessoas especialistas na matéria. E, pior, não se enxergam!
A coação psicológica é o despoletar de todas as
doenças e, quando acontece, tudo nos passa pela cabeça. Tudo!...
Lutar contra isso é um acto de inteligência e de bom
senso que essas pessoas não têm! E, repito, a sociedade está cheia disso!
Também repito que não se enxergam.
Olhamos para trás e para o lado e para a frente e
perguntamos: “O que já fizeram comparado com a minha luta?!”
A resposta é, invariavelmente: “NADA!”
Por tudo isto e por muito que nem sequer se imagina,
tenho a coragem (e a terapia) de tornar estas situações públicas.
Estou a fazer 65 anos (daqui a dias), a passar para a
terceira idade e, agora, mais do que nunca, um velho ditado faz sentido. Faz
sentido e dá-nos força. Muita força!
“Quem não deve, não teme!”
Dois ditados: “Quem não se sente, não é filho de boa
gente!”
E, eu, nasci e fui criado por excelente gente!...
Montemor-o-Velho: Heráldica Autárquica
A
heráldica do Município e das Freguesias pretende ser um símbolo distintivo da respetiva
história e identidade, representando-a. O respetivo brasão de armas, em conformidade
com o artigo 7.º da Lei n.º 53/91, pode ser usado, designadamente, “nos edifícios,
construções e veículos; nos impressos; e como marca editorial”.
Consta
que os primeiros sinais heráldicos apareceram na Idade Média e que os primeiros
brasões datam do século XII. Com o desenvolvimento da vida urbana, as cidades e
vilas iniciaram a apresentação das suas armas ou brasões que, na maior parte das
vezes, ostentavam emblemas com motivos hagiográficos ou evocativos de acontecimentos
locais, criando-se, assim, a Heráldica Territorial ou de Domínio.
A
heráldica portuguesa tem, por isso, tradições bastante antigas. No entanto, a sua
regulamentação legal ocorreu apenas na década de 1930, constituindo o conjunto
de tradições e regras específicas às quais devem obedecer os símbolos
heráldicos (brasões, bandeiras e selos) das autarquias locais (freguesias,
municípios e regiões administrativas).
Entre
essas medidas de regularização está a circular de 4 de Abril de 1930 da Direcção-Geral
da Administração Política e Civil do Ministério do Interior que obrigava as
comissões administrativas das câmaras municipais a legalizar os brasões segundo
o parecer compulsório da Secção de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses.
Porém, é a Lei n.º 53/91, de 07 de Agosto de 1991, que veio atualizar a regulamentação
da heráldica autárquica e também da heráldica das pessoas coletivas de utilidade
pública administrativa. O brasão do município e da freguesia pretende ser um símbolo
distintivo da respetiva história e identidade, representando-a.
A
Lei n,º 53/91 manteve, no essencial, as regras estabelecidas pela circular de 1930,
mas permitiu expressamente o direito ao uso de símbolos heráldicos pelas freguesias
e estabeleceu a heráldica a usar pelas regiões administrativas (não implementada
por estas nunca terem sido criadas), definindo a vexilologia e heráldica portuguesas.
O brasão de armas, em conformidade com o artigo 7.º desta lei, pode ser usado,
designadamente, nos edifícios, construções e veículos; nos impressos; e como marca
editorial.
Cada
freguesia, município ou região ostenta, se os tiver, os seus símbolos, assim como
a sua bandeira, onde figura o brasão, motivo de orgulho para muitos dos habitantes
de cada freguesia.
Neste
apontamento, registamos antigos (e conhecidos) “desenhos heráldicos” do Município
de Montemor-o-Velho inclusos no livro Terras de Montemor-o-Velho, A. Santos
Conceição, 1944, e a atual heráldica (1936).
Por
ordem cronológica, também damos conta dos símbolos autárquicos - brasão, bandeira
e selo - criados pelas freguesias do concelho de Montemor-o-Velho, nos termos
da Lei n.º 53/91, até à reorganização administrativa autárquica no âmbito da
Lei 11-A de 2013 de 28 de Janeiro - agregação das freguesias. De notar que a
freguesia que seja sede de município, nos termos da Lei n,º 53/91, também pode
usufruir de símbolos heráldicos, assim como as freguesias com estatuto de vila,
podendo, respaldadas nas legislações inerentes, desfraldar a sua bandeira com o
respetivo brasão.
Referente
ao Município, nesta nota, acrescenta-se um brasão do séc. XVII e a
atual
ordenação heráldica. Relativamente às freguesias existentes até à vigência da
Lei 11-A de 2013, de 28 de Janeiro e outras conexas, e sua legalidade nos
termos da Lei n.º 53/91, de 07 de Agosto de 1991, e outra legislação aplicável,
regista-se a ordenação heráldica dos Brasões, Bandeiras e Selos das Freguesias
do Município de Montemor-o-Velho, por ordem alfabética: Abrunheira, Arazede,
Ereira, Gatões, Liceia, Meãs do Campo, Pereira, Santo Varão, Seixo de Gatões,
Tentúgal, Verride e Vila Nova da Barca.
Porém,
a inerente publicação em Diário da República tem a seguinte cronologia: Meãs do
Campo (1995); Seixo de Gatões (1996); Gatões (1997); Tentúgal (2001): Santo
Varão (2001); Pereira (2003); Arazede (2004); Liceia (2005); Vila Nova da Barca
(2005); Verride (2005); Abrunheira (2007); Ereira (2011).
ALDO AVEIRO
MONTEMOR-O-VELHO – Município (1936)
Ordenação
Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo
ABRUNHEIRA (2007)
Ordenação
Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo
ARAZEDE (2004)
Ordenação
Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo
EREIRA (2011)
Ordenação
Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo
GATÕES (1997)
Ordenação
Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo
LICEIA (2005)
Ordenação
Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo
MEÃS DO CAMPO (1995)
Ordenação
Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo
PEREIRA (2003)
Ordenação
Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo
SANTO VARÃO (2001)
Ordenação
Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo
SEIXO DE GATÕES (1996)
Ordenação
Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo
TENTÚGAL (2001)
Ordenação
Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo
VERRIDE (2005)
Ordenação
Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo
VILA NOVA DA BARCA (2005)
Ordenação
Heráldica do Brasão, Bandeira e Selo
VIAJAR É CRIAR NOVAS EMOÇÔES
Viajar não é dizer
aos outros numa boca de fantasia que fomos ali e mais adiante, convencidos numa
parva ventania, sobre os que por cá ficaram, quem sabe com excelentes histórias de
viagens para nos contar a mesa do café.
Por isso viajar no meu conceito, as viagens
são uma terna partilha, ao recebermos alegres dicas, como aquela do nosso
diretor Luiz Pessoa.
Em Lurdes, não chegaram meia dúzia de padres e bispos, para confessares os teus pecados.
Viajar, pois, é uma intensa descoberta de novas emoções, partindo do princípio de cada uma de nós, do estímulo e do valor que nos transmitem o conhecimento de tais alargados horizontes.
Sempre tive esta surpreendente mania, desde os meus 14 anos de idade, abandonei o meu cantinho no Casal Novo Rio, rumo á Figueira da Foz, encontrando aí outras gentes e outras culturas.
Fiquei abismado com
as ruas iluminadas, a mesa posta a horas, as casas de banho.
Aos 20 anos, estávamos em 1960, fiquei contente por ter sido convocado para a Polícia Militar (PM), enquanto no Casal Novo do Rio, deixava a minha saudosa Mãe a chorar, com receio que fosse para a guerra em Africa.
Mesmo assim estava
no meu espírito aventureiro, partir agora para o desconhecido, animava-me
a aventura.
Quando casei em 1966,
juntou-se a fome com a vontade de comer, não foi que a minha mulher também gostava
do laró? É verdade ... Do Minho ao Algarve, percorremos o nosso belo país. As
suas tradições, de região em região, a sua gastronomia, como tudo o vento levou
depois a cagança da estranja, por ai em grupos, de uma vez sozinho,
pela segunda vez a Cuba, já que a minha mulher nunca se mostrou disponível,
alarguei de tal modo as minhas viagens, como agora por Espanha e França, num
fartote de sonhos e realidade, realizado e cair de velho, reafirmo a minha
simpatia pelos autocarros, em vez do avião, já que posso pedir ao
condutor para parar para verter águas.
Apenas vos deixo o
meu aventureirismo, porque seria ridículo citar-vos por onde viajei com
novas emoções, sempre com a humidade do repórter Mabor, do casal Novo do Rio ao
novo mundo por mim conhecido.
olho por olho...
Eu não entendo o porquê, mas
actualmente muitas pessoas com problemas, não encontram forma de os superar, sem
que seja com o auxílio duma arma de fogo. Claro que se utilizar um pau também
pode causar a morte, mas pode não ir além dumas valentes cacetadas, que fazem
doer e até adoecer, mas não muito mais do que isso, ao passo que com uma arma
de fogo o resultado é diferente.
Hoje mais um caso, e digo mais um, porque ultimamente estas desgraças estão
a tornar-se habituais, como se duma normalidade se tratasse... este a que me
refiro prendeu-me mais a atenção porque aconteceu aqui perto na minha terra em
Montemor-o-Velho.
Um "louco" persegue a esposa que numa ambulância era conduzida ao
hospital e mata-a, e faz igual a um G.N.R. e fere ainda outro, tudo em frente a
uma criança de 5 anos que acompanhava a mãe.
Mas o que é isto?
Que onda se apoderou destas pessoas para agirem de modo tão inconsciente e
bárbaro, ao ponto de decidirem terminar a vida de alguém ... nada, mas nada,
justifica tal acto: no entanto estes tristes factos acontecem, e nalguns, o
autor logo a seguir, vai a correr entregar-se à autoridade, como se com esse
acto fosse valorizado, assim a modos do dever cumprido, e pronto.
E sabem porquê?
Porque eles apenas são sujeitos a algumas coações, ou cadeia, e depois
cumprem metade da pena e saem. E a vítima foi para debaixo da terra, e as famílias
ficam desoladas, tristes pela perda irreparável.
Portugal, nós portugueses, orgulhamo-nos de termos sido dos primeiros
países a abolir a pena de morte, incluo-me nesse número; mas para estes casos
devia funcionar a pena capital.
Aqui não há dúvidas, ele não é inocente, matou, e por isso devia esperá-lo igual sorte: ele e outros como ele. Se assim fosse, talvez eles pensassem duas vezes antes de pegar numa arma para acionar o gatilho.
Serenamente,
num rumo outro,
a vida levou-me
consigo…
Não sei mais quem fui,
mas não fui quem queria ter sido …
Com o passar do tempo,
com o rolar
sobressaltado
das horas apressadas,
dos dias, meses e anos,
descobri …
Descobri que a vida
se entranha em nós …
E em cada casa nossa
que foi
está à deriva, tantas
vezes,
um pouco de nós,
um apontamento
do que somos (fomos?) …
E aí exatamente que
perenes permanecemos …
Garça Real
PLENITUDE
Na plenitude dos meus dias
Na plenitude das minhas
horas
Há dias que são fugazes
E horas que são um mundo
Onde não rebusco as
frases...
Que arrebatam o meu
pensamento... mais sonhador
e profundo...
Mas se não fossem os meus
sonhos
Que fazia eu neste mundo?
Deixo-me ir nessa corrente
Que me aprisiona os
sentidos...
Tenho o coração na boca
E os meus olhos... estão
tão perdidos!
Assim como o meu pensamento
Que é levado pelas marés
Já lá vai em alto-mar
Já não o avisto daqui
Este louco pensamento...
Já vai tão longe de mim!
ISABEL TAVARES
Seria apenas um dia,
dos muitos que tenho tido...
Não fora ter-me cruzado,
de manhã, logo contigo.
Entraste no meu pensamento
Como em casa vazia,
ecoando os teus passos
na minha alma tão fria.
Sabia que a tristeza
a minha porta fechara
e que a negra mentira
há muito tempo a trancara...
Mas como posso negar
que iluminaste o meu dia
Que desta enorme solidão
Nem eu própria sabia...
As estradas são para ir
Por muito que nos façam querer que a política é coisa só de alguns, “política” não é mais do que aquilo que nos passa pelas mãos. E tem uma função de génese: tornar a vida de todos melhor. As suas dimensões são as que imaginarmos e cabe-nos a nós a exigência da sua qualidade, e do seu caracter democrático, publico e sério.
Durante
décadas as populações do nosso concelho e vários eleitos da CDU nos diversos
órgãos de poder local vieram alertar para a degradação dos serviços de
transportes dentro do mesmo. Seja pelo encerramento da linha férrea na zona
norte, seja o corte de horários nos diversos transportes ou mesmo a sua inexistência.
Tal tem vindo a provocar uma diminuição constante da possibilidade de ir de um
ponto ao outro do concelho, fazendo a nossa vida mais pobre, com menos
oportunidades, com menos conhecimento, menos relações e possibilidades e no
final, com menos ser.
Ao
longo dos últimos anos, a realidade espelha um aumento gradual dos custos dos
transportes, mas pior que o seu preço é a sua redução que impossibilita definitivamente
a sua utilização.
No
que diz respeito a autocarros que operam apenas durante o período letivo, a
Câmara Municipal iniciou uma negociata que implicava cerca de 500 a 600 mil
euros por ano com uma transportadora privada. A Câmara tinha como obrigação
assegurar o transporte de crianças de acordo com a lei e as regras de
segurança, no entanto, preferiu atribuir essa responsabilidade a uma empresa
privada que conseguia contornar a lei e, através das carreiras normais,
transportar crianças deixando as recomendações e obrigações de segurança
afastadas da sua responsabilidade e verificação do seu cumprimento.
O
país discutiu em 2009 o passe social para operadores e a gratuitidade do mesmo
para menores de 18 anos e maiores de 65 e o abaixamento do preço dos mesmos
para o resto dos utentes. Esta política foi concretizada em Lisboa e no Porto,
acabando por deixar de parte o restante território, com exceção de algumas
autarquias que decidiram seguir esse exemplo.
Centenas
de milhares de portugueses tiveram assim acesso não só a um passe mais barato,
mas a um alargamento da sua possibilidade de mobilidade, seja nos seus passeios
de recreio, nas suas idas ao médico, farmácias, prática desportiva,
necessidades básicas ou tudo o que os limites do alcatrão e da sua vontade de
ir conseguem alcançar.
Com
a criação da Comunidade Intermunicipal o negócio dos transportes passou para as
mãos e responsabilidade da mesma, da parte da Câmara Municipal de Montemor
apenas verificamos uma rubrica no valor de 800 mil euros. Rubrica essa
que, para além de não discriminar o valor em causa, só se intitula
“transportes” não conseguindo os demais cidadãos entender a que se refere.
Portanto,
primeiro a CMMV e agora CIM pagam a rede de autocarros e carreiras, ou seja, a
quase totalidade de um serviço que a empresa privada volta a vender arrecadando
assim mais uns milhares de euros provenientes de alguns utilizadores.
Tendo
em conta que o custo dos transportes já se encontra saldado na integra pelo
município e pela CIM, podia surgir um novo incentivo para o tão publicitado
programa de apoio a idosos e integrá-los também na gratuitidade do serviço e
até mesmo para jovens em tempos de férias, sendo que este é o único serviço de
mobilidade existente em grande parte do concelho.
A
implementação desta medida significaria uma redução da poluição, da utilização
de veículos particulares, uma redução significativa de custos e aumentaria a
independência e possibilidades de milhares de pessoas.
E
se estamos a pensar que agora cabe à Camara Municipal ou à CIM ter de suportar
este custo, a verdade é que este custo já é praticamente suportado na sua
totalidade por estas entidades.
“Quando chega o tempo em que ser radical é ter bom senso: é tempo de ser radical!”
Enfim chegou Maio, lamentavelmente com pouca chuva
caída, sempre vistoso com o seu acordar de Primavera – é quase Verão.
Para mim, Maio, terá sempre a carga deslumbrante e
simples do meu pai a pedir um pires de caracóis, e eu de meia branca, sem
conseguir da cadeira pôr os pés no chão, a ouvir:
Nove vezes três são Vinte e sete!
Logo sabido de festa em casa aos 9 e aos 27. Encher de
alegria e dar nós em sapatos trocados sob a mesa dos comensais.
Noves fora... inda tenho a minha Vinte e sete!
E ela têm-me a mim. Sabe-me todo. Isso é bom.
Maravilhoso.
Aos 27 de Maio, a minha mãe foi ao Porto ver Chico
Buarque – parabéns Mãe Ana - e eu contra todas as análises televisivas, fui à
Convenção do Bloco de Esquerda no pavilhão de Casal Vistoso.
Se eu tivesse alguma dúvida de onde devia estar,
desfez-se logo essa bruma no meu olhar.
Estava onde estou e onde devia estar.
Nem volto atrás à singular empatia da Catarina Martins,
nem vou para a frente no fôlego de vida da Mariana Mortágua. Fico assim,
tranquilo, como quem sabe que chegou a casa e pode tirar meias e calçar
chinelos. É tanto o que une tanta gente! Incrível!
Já os senhores da comédia televisiva opinativa não
podem ter tanto sossego.
Já os senhores da indústria da informação não podem
ter este sossego.
Eu posso.
Os dos interesses, que se escondem atrás da direita,
também não. Azar.
Morre o venenoso no seu veneno, não é?
O povo, de que orgulhosamente faço parte, já viu o mau
do seu governo PS, e também já adivinhou na direita o seu carrasco. “Aurea
Mediocritas”!
Como no século XVI, contamos connosco, contamos com o
que realmente somos. Tanto.
Muito!
É tempo de arejar cabeça e escolher por nós. É tempo
de ir à luta defender o que é NOSSO.
Fica o apelo do tamanho do meu coração, ou mais que
isso, do tamanho da vida:
QUE SE LIXE O CIRCO, EU QUERO A MINHA VIDA.
Vamos todos e todas à manifestação em Lisboa no
próximo sábado dia 3 de Junho.
Obrigado, pai. Nove vezes três são vinte e sete.
Jornadas e outras patacoadas anunciadas
Declarado como convém, o meu ateísmo inabalável, e
reproclamado o conflito de interesses que o estado português e os municípios da
grande Lisboa estão a protagonizar, financiando, direta e indiretamente um
evento religioso de âmbito mundial, direi uma vez mais que a laicidade
nacional, bem como os portugueses, estão a ser relegados para segundo plano,
vergonhosamente condenados a abrirem os cordões à bolsa para benefício
descarado e objetivo da Igreja Católica, supostamente em nome de umas Jornadas
Mundiais da Juventude a realizar brevemente na nossa capital para gáudio de
Marcelo Rebelo de Sousa, Moedas, Cavaco, Montenegro, Ventura, todos eles
praticantes do beija-mão clerical e dotados de uma incompreensível complacência
perante os protagonistas dos afagos, mimos e sevícias que ainda hoje e durante
séculos se entregaram e continuam a entregar ao prazer da carne e a rituais e
práticas inenarráveis, infelizmente ignoradas e camufladas pela hierarquia da
igreja católica e pela justiça portuguesa, ambas votadas ao silêncio, à
inoperância e ao desmazelo, ao ponto de ainda não terem conseguido nem querido
implicar, deter, acusar ou julgar os agressores que foram identificados pela
Comissão Independente, nem mesmo os que se autodenunciaram e voluntariamente
quiseram entregar.
Em Portugal, no tal estado laico e não confessional,
existem 21 dioceses, 4380 paróquias, 3797 padres, 5965 religiosas, 52 bispos,
81 santos, 69 mártires, 212 diáconos permanentes, 312 religiosos, 594
membros de institutos seculares, sem contar com “as ratas e os ratos da
sacristia”! Ou seja, um verdadeiro império sustentado pelos portugueses crentes
e não crentes e pelo erário público, a maior parte das vezes de forma
disfarçada, mas que só não vê quem não quer, tantos são os exemplos que poderia
listar, designadamente, Misericórdias, Institutos, Colégios, Hospitais,
Universidades, Obras, Movimentos, Associações, Media, Seminários, Fundações,
etc. etc. etc.
E como se não bastasse, o Benfica foi campeão, a
Ucrânia, a TAP, o Montenegro e o Cavaco, o Galamba, o Cordeiro, o Medina e o
Moedas…, os adiantados mentais da IL, os Tutti Frutti, o Ventura e as trombas
do Sérgio Conceição, ainda teremos de levar com uma peregrinação mundial da
concórdia, amor e paz, um Papa debilitado ou ausente, incapaz de desempenhar no
espetáculo o papel de artista principal.
Amanhã, dia 1 de Junho, Dia Mundial da Criança, as
juntas e as câmaras lá gastarão o mais que puderem em insufláveis e atividades
destinadas às crianças, farão as aparições da ordem, premiarão uns quantos
protagonistas, babar-se-ão para cima uns dos outros e continuarão a ignorar as
verdadeiras questões que continuam a dividir os ricos dos pobres e a impedir
que os mais frágeis cheguem a fantasiar um futuro promissor.
Vivam as Crianças e o seu Dia!
Victor Camarneiro
Angola - Nito Alves e o 'golpe' de 27 de Maio de 1977 - A participação
russa e cubana
'OS SÍMBOLOS DE UM FRACASSO'
De Rola da Silva
Do ÍNDICE:
- Para conhecer o autor - Humberto Lopes (Lisboa 1977)
- Abertura
O autor
- Pontos básicos
- Precaução abandonada
- MPLA / FNLA / UNITA
- Outra única hipótese
- A falsa soberania
- Estados Unidos e decadência
- O dedo russo
- A informação
- A polícia
- Pausa necessária
- O racismo
- O racista-mor
- O factor ambiente
- O povo português
- Também o povo angolano
- A falta de confiança
- Os colonialistas portugueses
- Os carnavais
- Governantes e outros responsáveis
- A ajuda cubana
- Vedetismo e mercenarismo
- Da legitimidade do governo de Angola
- As 'gloriosas' FAPLA, as outras 'gloriosas' a guerra do quata-quata e a maior
tragédia
- Exército popular e militarismo
- O aparelho de Estado
- Ao povo não se mente
- Paz e anti-imperialismo
- A tentação do fácil
- Depois de feito
ARTIGO
32.º
1
-
Os Estados Partes reconhecem à criança o direito de ser protegida contra a
exploração económica ou a sujeição a trabalhos perigosos ou capazes de
comprometer a sua educação, prejudicar a sua saúde ou o seu desenvolvimento
físico, mental, espiritual, moral ou social.
2
-
Os Estados Partes tomam medidas legislativas, administrativas, sociais e
educativas para assegurar a aplicação deste artigo. Para esse efeito, e tendo
em conta as disposições relevantes de outros instrumentos jurídicos
internacionais, os Estados Partes devem, nomeadamente: a) Fixar uma idade
mínima ou idades mínimas para a admissão a um emprego; b) Adoptar regulamentos
próprios relativos à duração e às condições de trabalho; e c) Prever penas ou
outras sanções adequadas para assegurar uma efectiva aplicação deste artigo.
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