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sexta-feira, maio 31

BARCAÇA_44


Mais uma viagem com alguns sobressaltos, mas que fazendo uma mescla de pensamentos também de história dedicamos a todos que entrem nesta viagem.

[Pontos Sem FIM] demostra a sua preocupação com o rumo que Portugal está a ter seja nas políticas, revindicações, problemas culturais, a pobreza nos discursos políticos, aumento de sem abrigo...Já Mário Silva aborda-nos mais um momento de monumentalidade e conta-nos (II parte) da Capela de Nossa Senhora dos Olivais em Tentúgal, monumento do séc. XVI.  

Carla M. Henriques um olhar para dentro da sua fortaleza não fosse ela [Forte] sempre muito assertiva nos seus pensamentos. Fernando Curado já nos acostumou nas suas belas descrições sobre a sua terra Figueira da Foz, hoje vivendo na cidade [Pax Julia] não se esquece e que em muito enaltece os viajantes desta Barcaça. Fala-nos nesta viagem da Igreja de Nossa Senhora da Conceição – (Igreja de Santa Luzia – Lavos. Aldo Aveiro foca-se no jornalismo Republicano do sec. XIX/XX evocando especialmente o Jornal UNIÂO da Vila de Pereira de 1912 e o jornal VERDADE de 1913, e numa segunda parte na Família Paiva de Carvalho data de 1928. Repórter Mabor com o tema “OS QUE TEMEM OS SEUS EXEMPLOS DE CRISTÃO JÁ LHE CHAMAM “MARXISTA” abordando o livro das conversas de Papa Francisco. A MINHA REFORMA uma abordagem muito própria de A. Girão. Na secção da poesia as nossas colaboradoras desde o fascinou do verde e das gaivotas como A IDADE DE SER FELIZ passando pelo poder de decidir termina comum trocadilho “Do Liz ao Vez e do Vez ao Liz. Já na política Daniel Reis do PCP/CDU fala-nos da paz que tarda em chegar todos restantes com muito trabalho de campanha possivelmente na próxima edição ao mesmo ao longo dos próximos dias devem chegar os seus textos. A escolha da literatura recai “O GRANDE REBANHO de Jean GIONO” e na secção dos grandes quadros um de Paula Rego de 1988 “The Cadet and his Sister”

Desejo a todos que tentem entrar nesta Barcaça que foi feita para todos vós.

Portugal no emaranhado de interesses e bem perto do colapso ou mudamos de atitudes e os partidos deixem de olhar para seu umbigo ou iremos pagar bem caro os atrasos constantes na nossa sociedade.

Relembro os cinquenta anos de atraso do novo aeroporto, as constantes mudanças conforme os governos nas PPP, a saúde e o seu lobby a dificultar dia após dia o atendimento ao público. Como não bastasse estamos no confronto direto entre a extrema-direita e os restantes partidos numa linguagem racista e xenófoba, nas ruas o confronto aumenta e o “circo” na Assembleia da República é de bradar aos céus.

Nunca houve tanta incompetência nos nossos representantes, deve-se ao afastamento dos votantes e por consequência as falinhas mansas avançam ruidosas nas ruas como pudessem por si só salvar a Pátria.

Nas capitais um aumento substancial de sem abrigo, de ocupação do espaço publico por tendas, e onde em tempos poderíamos passear hoje vedada ao comum dos mortais por grupos organizados de mão de obra clandestina e pobreza dos imigrantes que na procura de melhores condições se veem embrulhados na burocracia de um país de corruptos que por tuta e meia passam passaportes, vistos de residência e toda uma panóplia de documentos que se pagam com euros.

Ninguém se interessa por política a não ser aos próprios e aos seus boys que proliferam como formigas nos corredores das sedes dos partidos e nos gabinetes da administração pública. Nunca foi tão pouco qualificada quem nos governa, saem directamente das universidades partidárias e crescem a bom ritmo.

E se tivessemos mar? Nas grandes superfícies comerciais podemos comprar robalo da mauritânia, camarão da china, pescada espanhola, marisco do Taiti idêntica situação com a verdura e fruta, seja de Espanha, França, Argélia, Marrocos...enfim Portugal aproxima-se para dependência total e vivem (alguns) dos subsídios que entram aos “camiões” desta vez com o PRR, e já no tempo do Cavaco, vimos este filme.

Nos oito anos de governo do PS tudo estagnou, a saúde retrocedeu anos, os professores e todas as classes da administração pública perderam tempo de serviço e os ordenados congelados, agora com ajuda do CHEGA que se sente afastado do poder, aprovam medidas que sempre votaram contra é a hipocrisia dos nossos políticos e a sede de poder é tal que na Madeira já há conversações para despejar o partido que ganhou...

Portugal perdeu os seus melhores oradores e Homens experientes na condução dos nossos destinos e a mediocridade assaltou o parlamento, os interesses seja nos gabinetes de advogados que fazem as leis à medida, seja na Justiça que foi politizada os processos perduram no tempo até à sua prescrição desde que haja político ou empresário influente como banqueiros metidos no processo...

Para onde caminhamos?

 

Capela de Nossa Senhora dos Olivais [Tentúgal – Parte II]

Inicialmente, pensava-se que a Confraria de Nossa Senhora da Anunciação tinha sido instituída em 1583, nesta Capela, na última oitava da Páscoa e confirmada pelo Sumo Pontífice Gregória XIII, pela Inicialmente, pensava-se que a Confraria de Nossa Senhora da Anunciação tinha sido instituída em 1583, nesta Capela, na última oitava da Páscoa e confirmada pelo Sumo Pontífice Gregória XIII, pela Bula Gratiae, que foi publicada na igreja matriz no último domingo de setembro de 1584. Os Estatutos foram confirmados pelo Dr. António Velho, a 20 de dezembro do mesmo ano, e decretavam que a Confraria não podia ser administrada por homem casado. Referiam ainda um costume antigo: na última oitava da Páscoa o povo ia em procissão à ermida onde se realizava uma missa. No entanto, como esta festa não se podia realizar com solenidade por ser altura da Quaresma, a festa passava para o domingo a seguir à Páscoa. A 22 de abril de 1585, os mordomos constituíram e decretaram novos Estatutos.

No entanto, um documento, entretanto encontrado prova que esta Confraria foi fundada em 1555 e a de São João Baptista é que foi instituída em 1584. As obrigações na forma do Compromisso eram: Festa de Nossa Senhora da Anunciação no último domingo de abril de cada ano, com missa cantada, sermão e procissão solene da matriz para a capela, realizada no sábado antecedente. O mesmo deveria acontecer na véspera de São João, com o compromisso de não se gastar dinheiro da confraria em comida. No Dia de São José, missa solene, com sermão na ermida; o mesmo em Dia de Santo Amaro; uma missa rezada todos os sábados de cada ano por intenção dos confrades vivos e defuntos e um aniversário depois da festa principal de abril, logo na segunda-feira seguinte, pelos irmãos defuntos.

O Príncipe Regente D. João (futuro D. João VI), a 20 de setembro de 1804, mandou anexar estas duas confrarias à do Santíssimo Sacramento da igreja matriz, para que se pudesse conservar o culto, uma vez que os bens destas confrarias tinham sido há muitos anos, por lei, aforados a diversos, o que ocasionava uma diminuição de rendimento, impossibilitando a vida autónoma de cada uma delas.

Fontes: https://www.cm-montemorvelho.pt/index.php/component/k2/item/186-capela-de-nossa-senhora-dos-olivais


[“eu sou mais forte do que eu”]

Há verdades que desconhecemos até sermos obrigadas a conhecer. Sou forte. Serei sempre. Pelo menos de nome. Mas, na verdade, sou forte. Sou mesmo. Fui obrigada a sê-lo.

Acho que me tornei “dura” na queda, depois de tantas e tantas quedas que a vida me obrigou a dar. Talvez, ainda, esteja na verdade a tentar manter-me em pé depois de me levantar da última.

Cada tombo, cada obstáculo, cada desafio na verdade foi esculpindo a minha essência, moldando a minha força interior, tornando-me diferente. A dor, a tristeza, a incerteza foram os mestres que me ensinaram a resistir, a persistir, a superar. E, mesmo nos momentos mais difíceis, encontrei em mim mesma a coragem e a determinação para seguir em frente…

Não foi fácil. Nunca é. Mas a cada queda, a cada golpe, descobri uma resiliência que desconhecia. Aprendi que a verdadeira força não está na ausência de fraquezas, mas sim na capacidade de nos reerguermos mesmo quando tudo parece perdido. E tantas vezes parece!

Mas é nesses momentos de superação que encontramos a nossa verdadeira essência, a nossa verdadeira força, levantamos e seguimos!

Hoje olho para trás e vejo todas as batalhas que enfrentei, todas as lágrimas que derramei, todas as cicatrizes que carrego. E percebo que cada uma delas faz parte da minha história, da minha jornada de vida. Sou mais forte do que pensava, mais resiliente do que imaginava.

“Eu sou mais forte que eu”!

Por isso, mesmo que a vida me obrigue a dar mais quedas, sei que conseguirei para enfrentá-las, superá-las, me reinventar. “Porque a verdadeira força não está em nunca cair, mas sim em sempre nos levantarmos”, com a determinação de quem sabe que, no final, a luz brilhará…

… e é com essa convicção que sigo em frente, rumo ao desconhecido, confiante na minha capacidade de superar qualquer desafio que a vida, ainda, me reserve.

CANOAGEM

MUNDO DE EMOÇÕES

Quase todos vivemos de sonhos e com sonhos. Por vezes esses sonhos realizam-se sem que nada tenhamos feito para isso.

Há 35 anos eu era atleta da Fernão Mendes Pinto. Comecei tarde, mas sempre gostei de ganhar, para mim uma vitória era sempre o resultado do meu treino.

Fui ganhando umas medalhas em provas com pouca representação e de importância simplesmente regional.

Como todos os jovens tinha o meu sonho de entrar e competir num K4 (embarcação de 4 lugares) e quem sabe ganhar medalhas, mas o maior sonho era sem dúvida um dia ser escolhido para uma seleção.

Sabia que era difícil, pois a idade já tardia com que comecei a praticar metia-me muito longe desses objetivos.

Entretanto, 35 anos depois recomecei de novo, agora como treinador da Casa do BENFICA e atleta já veterano.

Nunca é tarde, foi o que pensei, mas as dificuldades eram imensas, tinha perdido equilíbrio dentro da embarcação, só com muitos banhos e com muita teimosia foi possível de novo fazer competições, regionais e nacionais.

Foi treinar, treinar por vezes com treinos bidearios e a gordura foi-se transformando em massa muscular.

Voltei a sentir-me um "miúdo" e agora era estar lado a lado com atletas de renome, antigos olímpicos, participantes em mundiais e europeus.

Gente que ainda anda mesmo muito.

Fui chamado a seleção distrital de Coimbra para competir no Inter regiões em K2 e K4.

Finalmente o sonho realizou-se, 35 anos depois, SELECIONADO para o Campeonato Nacional Inter Regiões.

Lado a lado, melhor dizendo banco a banco com antigos campeões e o resultado foi 2 medalhas de 2° lugar.

Nunca é tarde, mesmo quando pensamos que já é tarde. (continua)

LAVOS - IGREJA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO (IGREJA DE SANTA LUZIA)

A Igreja Paroquial de Lavos, símbolo da importância que teve Lavos, é dedicada a Nossa Senhora da Conceição, orago da freguesia e padroeira de Portugal desde 25 de março de 1646, não obstante, é também denominada por Igreja de Santa Luzia.


Designada de Santa Luzia por ter sido construída no local com o mesmo nome, onde se encontrava uma antiga ermida devotada a esta Santa de especial devoção do povo de Lavos, a Santa protetora dos olhos, cuja imagem sobressai no alçado principal da atual Igreja de Nossa Senhora da Conceição.

Antes da atual Igreja houve outras duas, a primeira na primitiva povoação de Porto de Lavãos, a qual foi soterrada pelo poder devastador das areias das dunas oceânicas, e uma segunda Igreja que foi construída no Tojal, numa cota superior, de 1628 a 1632.


Mas as areias continuaram a avançar, soterrando tudo, obrigando a erigir uma terceira Igreja, a atual, num ponto ainda mais elevado, no lugar de Santa Luzia, então com pouco mais de 20 habitantes.

No Museu Municipal há duas excelentes imagens em pedra de Madalena e do Calvário, do século XV, provenientes da igreja inicial do povoado de Lavos que se acha sepultado nas areias.


E assim nasceu a atual Igreja de Lavos em 1743, na qual de vê a data de 1744 no portal principal, representando o ano da sua inauguração, mas sabendo-se que em 1758 ainda não estava concluída, apesar de já se dizer missa nos seus 5 altares.


O altar-mor com Nossa Senhora da Conceição, um altar colateral da parte do Evangelho da Trindade com S. João Batista e S. Sebastião, um altar colateral da parte da Epístola de Maria Madalena com S. Paio e S. Francisco Xavier, um altar subcolateral da parte do Evangelho de S. Francisco com a Senhora da Boa Morte e a Santa Luzia e um altar subcolateral da parte da Epístola das Almas com a Irmandade das Almas.

Como referiu o vigário de Lavos, Manoel Gaspar, nas memórias paroquiais de 1758:


«….nam tam valles nem montes dignos de memoria mas sim muitas inundações de arcos que saem do mar que a vem atravessando de sorte que há muitos annos a esta parte que pousa dos mesmos se vem os moradores sucedendo para novas casas que fabricam e por causa da mesma inundaçam de arcos se foram todos os moradores do lugar de Lavos, que antes era villa para as fazendas que fora do dito tinham e se mudou a igreja (que estava junta ou pegada com o mesmo lugar) no anno de 1628, e findouce no ano de 1632, e por esta novamente se inundar, se tornou mudar mais para o nascente perto de hum quarto de legoa para o Cazal chamado de Santa Luzia, no ano de 1743 e se vai continuando nella por nam as ter ahinda finda, sem embargo que já se diz missa em cinco altares que tem e estam com decência a custa dos moradores da mesma freguezia em teram gastado 9000 cruzados com pouca diferença menos a capella mor que he por conta do Parocho e alem do mar se descobrem desta terra o lugar da Figueira e sua barra…”.


“A Parrochia está de novo situada no Cazal de Santa Luzia…” e o “Orago desta Matriz ou Parrochia he Nossa Senhora da Conceiçam que está no Altar mor e tem mais dous Altares colaterais hum da parte do Evangelho da Trindade e tem o mesmo Altar as imagens de Sam Joam Baptista e Sam Sebastiam, outro da parte da Epistola de Santa Maria Magdalena e tem mais as imagens de Sam Payo e Sam Francisco Xavier, mais dous altares subcolaterais, hum da parte do Evangelho de Sam Francisco de Assis e tem as imagens da Senhora da Boa Morte e Santa Luzia, outro da parte da epistola das Almas nam tem naves, e tem ao prezente só a Irmandade das almas.”


“Os Parochos desta Igreja sempre foram Priores, mas por Bulla que alcansaram de Sua Santidade os Reverendos Religiosos de Santa Cruz para agregarem rendas para as academias do seu Collegio novo que tem na Cidade de Coimbra esta sendo vigairaria de concurso e este he o primeiro vigario, rendem os dízimos dous mil cruzados com pouca diferença, de que tiram os ditos Reverendos Religiosos quinhentos mil reis com pouca diferença.”

Em 1758 Lavos tinha 422 fogos e 1602 pessoas, segundo o vigário Manoel Gaspar, em 13 de abril de 1758.

A casa do pároco permaneceu perto do lugar onde existiu a segunda Igreja Matriz, e foi nessa casa que em agosto de 1808 Wellesley foi hospedado, estabelecendo o seu quartel-general por alguns dias durante o período das Invasões Francesas.

Lavos foi sede de concelho de 1830 a 1835, de 1835 a 1853 constituiu o concelho de Lavos e Paião e a partir de 1853 foi extinto pelo decreto de 31 de dezembro de 1853, passando a integrar desde então o concelho de Figueira da Foz.

De 1830 a 1839 Lavos pertenceu à comarca de Soure, de 1839 a 1852 pertenceu à comarca de Figueira da Foz, de 1852 a 1878 voltou a pertencer à comarca de Soure e finalmente em 1878 retornou à comarca da Figueira da Foz.

Foi neste ano de 1878 que a Igreja foi intervencionada, tendo sido esta data inscrita sobre a porta principal, acima da data de 1744 e sob os pés de Santa Luzia.

Em 1914 foi restaurada a pintura do retábulo principal, em 2002 sofreu obras de conservação e restauro do exterior, posteriormente restauro do altar-mor, da pintura sobre tela com a representação de Nossa Senhora da Conceição.

Em 2006, a 3 de julho, iniciaram-se as obras de restauro do teto (estrutura e pintura dos caixotões).

A Igreja de Santa Luzia é um edifício de planta longitudinal, com nave, capela-mor, torre sineira, capela e sacristia anexas.


Na fachada principal da Igreja evidencia-se uma imagem de Santa Luzia, oriunda da igreja primitiva, e no seu lado esquerdo sobressai uma torre sineira que termina em coruchéu.

No interior, a nave possui um teto de caixotões pintados com cartelas e as paredes têm um lambril de azulejos do século XIX.

Ao longo da nave, abrem-se capelas laterais em arco de cantaria, sobressaindo da capela-mor o retábulo e uma Santa colocada numa das edículas laterais.

No retábulo principal existe uma tela com a representação de Nossa Senhora da Conceição, atribuída a Pascoal Parente em 1789.

O retábulo principal e os colaterais, de estética rococó, foram construídos em madeira dourada e marmoreada do século XVIII.

A capela da Confraria do Santíssimo Sacramento apresenta uma representação escultórica da Trindade, em calcário cromado do século XVI.

Em frente, na capela das Almas, existe uma imagem da Pietá em pedra.

O batistério é do século XX, mas a pia batismal, em pedra de Ançã, remonta ao século XVI.

No coro-alto vislumbra-se um bonito órgão de talha dourada e marmoreada do século XVIII.

Sobre o arco-cruzeiro encontra-se uma imagem em madeira de Santa Luzia que acolhe e vigia os fiéis.

Em 2011 a Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Lavos foi classificada como MIP - Monumento de Interesse Público (Portaria n.º 338/2011, DR, 2.ª série, n.º 27, de 8-02-2011).

O Jornalismo republicano e democrático em Pereira 

Os jornais e as revistas no último quartel do séc. XIX e inícios do séc. XX, essencialmente doutrinários e críticos, com fins pedagógicos e políticos, foram um material muito importante para a introdução e desenvolvimento das ideias republicanas em Portugal, cujo regime foi implantado pela revolução de 5 de Outubro de 1910. Evocamos, neste apontamento, os Jornais da Vila de Pereira - União e Verdade - assim como os seus diretores e proprietários.


O quinzenário republicano União - com o subtítulo “União faz a força”, usando, a partir do n.º 6, o subtítulo “defensor dos oprimidos” e a partir do n.º 13, “Jornal do Partido Republicano Portuguez”- teve como Diretor Humberto de Carvalho, com apenas 19 anos de idade. Os números 14 e 15, de 14 e 28 de Julho de 1912, respetivamente, tiveram como Diretor, Editor e Proprietário, o seu irmão Jerónimo de Carvalho, voltando Humberto de Carvalho à Direção do Jornal, no seu último n.º conhecido, o 16, com a data de 11 de Agosto de 1912, e como Editor e Proprietário, o seu irmão, Azuilde Carvalho. A partir do n.º 9, o editor e proprietário passou a ser o seu irmão Jerónimo de Carvalho; na última edição, Humberto Carvalho acumulou estas funções com as de Director. A Redação e Administração era na Rua do Freixo, provavelmente no estabelecimento comercial de seu pai. Os primeiros números foram impressos na Antiga Casa Minerva de Coimbra, passando mais tarde a ser composto e impresso na Tipografia Reis Gomes, na Rua da Sofia, n.º 118, também em Coimbra.

No 1.º número do União, em artigo de abertura intitulado “Nós”, o jornal mostra bem a sua orientação política: “(...) O jornal União é republicano. / Este facto não implica a ideia de que seja um inimigo feroz de qualquer outra opinião. / Não! A liberdade do pensamento, a opinião de consciência, não podem violar-se. São intangíveis (...)”

Na mesma edição, deixa transparecer o seu carácter anticlerical, peculiar do período inicial da republicanização: “(...) Os reverendos velhos não gostaram da lei da separação. Paciência... (...) Agora se quiserem pão, têm de trabalhar para isso como sempre fez o povo, que era afinal quem pagava injustamente as favas...”.

No n.º 4, de 25 de Fevereiro de 1912, em artigo intitulado “A Reacção” e assinado por J. de C. (Jerónimo de Carvalho ou Juvenal de Carvalho, ambos irmãos de Humberto de Carvalho e habituais colaboradores deste periódico que se chegou a proclamar “jornal republicano radical”), arremessa novas farpas à igreja: “A revolução portuguesa foi, no seu verdadeiro significado, o triunfo completo das modernas ideias - e portanto do livre pensamento -, sobre o jesuitismo interesseiro, egoísta e feroz. / (...) Ha quem diga que Cristo – princípio de Cristianismo – não existiu. / Seja como for, a religião, que se lhe, atribui, existe. E a sua existência longe de ser um bem para a humanidade reveste muito pelo contrário, o caracter d’uma verdadeira companhia de exploração. / A história da igreja é o melhor testemunho da sua inutilidade terrena e ainda a prova esmagadora dos seus inumeráveis crimes (...)”.

A 10 de Março de 1912, o União, na sua primeira página, apelava: “Ao Povo de Pereira / Aproxima-se a eleição da futura camara municipal. É preciso que o povo vote em cidadãos da sua absoluta confiança e que sejam capazes de honrar o compromisso do mandato, pugnando pelo engrandecimento desta pitoresca vila. A história dos antigos vereadores é clara e elucidativa e, quando assim não fosse, bastava a vila para atestar a sua inutilidade.

Em face da urna é que o povo tem o direito de escolher os representantes no município. É preciso que essa escolha seja feita com a maior prudência e critério, a fim de evitar as consequências duma administração estranha que só prejudicará por todos os modos a nossa terra.

Vá o povo escolhendo os seus representantes e preparando o espirito para no dia da eleição não se deixar arrastar pelas árias dos pardais que só pensam no povo quando d’elle precisam para cimentar a sua preponderância política. Povo de Pereira! Pensa e bem na futura eleição, porque d’ella depende o vosso futuro e o engrandecimento da vossa terra”.

Os jornalistas do União acompanham, “a par e passo”, a excitante actividade política da época, pelo que não lhes escapam as polémicas político-partidárias, sobretudo as de âmbito local. Assim, a partir do n.º 6, é desencadeada uma polémica entre Juvenal de Carvalho, um republicano histórico, e o Presidente da Comissão Municipal de Montemor-o-Velho, Albino Noronha. A partir do n.º 11, o alvo habitual das críticas do União é o ex-Conselheiro, Capitão e ex-Ministro da Monarquia, D. João de Alarcão, que consideram a pessoa que manda no Concelho.

No último n.º da União (16), publicado no dia 11 de Agosto de 1912, prometem um novo jornal na continuidade da linha editorial deste, com o título de “A Rajada”. Verifica-se, pois, que o jornal União teve algum destaque na republicanização do Concelho de Montemor-o-Velho, e chegou mesmo a ser considerado o elo de agregação dos partidários republicanos e fundador do Partido Republicano Português no Concelho. Volvidos 14 meses, no dia 17 de Outubro de 1913, esta família democrata de Pereira, editou um novo jornal intitulado “Verdade”, com o subtítulo “Jornal Democrático”, tendo como Redator e Editor, Jerónimo de Carvalho, e, como proprietário o seu irmão Azuil de Carvalho.

A Verdade, na edição de 23 de Dezembro de 1913, anunciava: “A Victoria da Republica / ALBINO DE NORONHA MORREU POLITICAMENTE / Como já sucedera nas eleições de deputados e nas camaras municipais, o partido democrático ganhou na assembleia de Pereira a maioria e a minoria, sem oposição, para a Junta de Paroquia e venceu, apesar de tudo, por três votos de maioria, a eleição paroquial na assembleia de Santo Varão, terra onde nasceu e vive o grande cacique sr. Albino de Noronha.

Este e o seu acolito Padre Pinto, que escreve para a República as maiores infâmias contra os republicanos, sofreram uma derrota medonha.

Empregaram todos os sofismas, utilizaram os mais safados truques eleitorais, disseram que, se os democráticos vencessem, faziam da igreja uma cavalariça, arranjaram cartas e bilhetes de visita de variadas canastras e canastrões, como alguns que temos em nosso poder, e de nada lhes valeu a ronha, a sandice e a pouca-vergonha o Partido Republicano venceu.

E’ esta a melhor resposta do povo.

Viva o Povo de Pereira! Viva o Povo de Santo Varão! Viva o Povo de Formoselha!

Viva a República!

Viva o Partido Republicano Português!”

Neste periódico, que durou até 15 de Maio de 1914 (n.º 13), nunca veio à estampa o nome do Director. Porém, por mais de uma vez, foi representado por Humberto de Carvalho, como aconteceu, por exemplo, no Congresso do Partido Republicano, realizado no princípio do ano de 1914. Este jornal, como aconteceu com o União, no que respeita aos últimos exemplares, continuou a ser composto e impresso na Tipografia Reis Gomes, Rua da Sofia, n.º 118, em Coimbra. A linha editorial manteve-se, assim como as pessoas e os feitos que eram elogiados ou criticado

A Família Paiva de Carvalho

Silvério Luiz de Carvalho, meu Pae,

Modelo de honestidade, viver honrado,

Órfão, aos nove anos de casa sae,

Tendo-se no mundo por si próprio elevado.

 

Casal feliz. Em alegre viver pairando,

Ele e D. Maria do Carmo Paiva

Minha Mãe, suas almas amparando

Um ao outro, quanto pelos céus caiba.

 

O casal seis filhos masculinos teve,

Jerónimo, quási bacharel em direito,

Eu, Virgílio e Azuíl de notícia breve,

Humberto em matemática lente feito.

 

O outro, Armando, morreu novito,

A seguir ao Virgílio se contava,

Lembra-me o garoto que era em pequenito

Talvez adivinhando a morte que o esperava.

 

In “A ilha do Príncipe”, de Juvenal Marinho Paiva de Carvalho, 1928


A distinta família “Paiva de Carvalho”, da vila de Pereira, iniciou-se com a descendência de Silvério Luís de Carvalho, nascido a 29 de Janeiro de 1854, na freguesia de Santa Catarina, concelho de Pedrógão Grande, e de sua esposa, D. Maria do Carmo Paiva, natural da freguesia e concelho de Figueiró dos Vinhos, que se estabeleceram no centro da Vila de Pereira, na Rua do Freixo, com uma loja de fazendas de lã, algodão e mercearia. Tiveram uma prole de seis filhos que ficaram órfãos de mãe, falecida no dia 6 de Dezembro de 1904, na vila de Pereira, onde jaz em jazigo de família. O filho Armando faleceu ainda muito jovem. Os 5 filhos órfãos, nesta data, solteiros, ficaram todos a viver com o pai, em Pereira: Jerónimo, Juvenal Marinho, Virgílio, Azuíl e Humberto Paiva de Carvalho. O senhor Silvério era um prestigiado proprietário e comerciante e um conceituado cidadão. Entre outras atividades cívicas, foi vogal da Junta de Parochia de Pereira, sob a presidência do Padre Dâmaso Amado de Nápoles, entre Março de 1902 e Abril de 1906. Quando celebrou 58 anos de idade, o jornal republicano que então se publicava em Pereira, e que era dirigido por seus filhos (Humberto era o Director, e Azuil o Editor e Proprietário), deu a seguinte nota, no dia 13 de Fevereiro de 1912, a respeito do Senhor Silvério: “filho de gente humilde, conseguiu á custa d’um trabalho constante, árduo e produtivo, mas profundamente honesto, elevar-se á posição social que actualmente ocupa. Em Pereira foi sempre um acrisolado defensor dos interesses do povo, que muito lhe deve e aqui, em Coimbra, o seu nome é respeitado por quantos o conhecem. Cidadão honrado e leal, está indicado para gerir e orientar os destinos do povo, assim este saiba amar e respeitar nele o mais dedicado defensor e amigo. Ao benquisto cidadão as nossas sinceras felicitações e a seus filhos o voto amistoso para que a vida lhes conserve o querido velhinho por muitos anos ainda”.

Pereirense por adoção, Silvério Luís de Carvalho faleceu com 84 anos de idade, no dia 28 de Maio de 1940, na vila de Pereira, onde jaz em jazigo de família. Do filho Azuíl nada mais apurámos, além da cumplicidade na direcção e proprietário dos jornais. Do Jerónimo muito pouco: sabe-se que foi homem erudito e teve uma vida austera. Entre outras funções públicas, exerceu o cargo de Curador dos Serviçais e Colonos na ilha do Príncipe (São Tomé e Príncipe) e escreveu, pelo menos, dois livros. Do Juvenal Marinho, além de ter sido Secretário da Comissão Paroquial Republicana de Pereira e redator dos jornais da família, sabe-se que era culto e viajado, estando com seu irmão Jerónimo na ilha do Príncipe e escreveu, pelo menos, um livro de poesia; viveu, no entanto, a maior parte da sua vida na vila de Pereira, onde faleceu no início da segunda metade do séc. XX, jazendo no mausoléu de família. Humberto (Luís Paiva) de Carvalho nasceu no dia 4 de Julho de 1892, na vila de Pereira. Era o filho mais novo de Silvério Luís de Carvalho e de D. Maria do Carmo Paiva, neto paterno de Joaquim Luís e de Luísa Rosa e materno de Jerónimo Lopes de Paiva e de Maria Rosa Henriques dos Santos. Foi baptizado, na igreja de Santo Estêvão de Pereira, no dia 22 de Dezembro de 1892, pelo Padre Dâmaso Curado de Nápoles, “Capelão Fidalgo da Casa d’el Rei”. Os seus Padrinhos do Baptismo foram António Lopes de Paiva, negociante, residente em Lisboa, e D. Mariana dos Santos Paiva, doméstica, moradora em Figueiró dos Vinhos. Ficou órfão aos 11 anos de idade, ficando com o pai e irmãos em Pereira. Já com alguns estudos, aos 17 anos de idade, ofereceu-se como voluntário para o exército, assentando praça no dia 14 de Agosto de 1909, no Regimento de Artilharia n.º 2, na Figueira da Foz, onde foi soldado condutor, gozando, entretanto, de sucessivas licenças para estudos médios e superiores. Estudou no Liceu Central de Coimbra, com licença que lhe foi concedida e que ele foi renovando até ao fim do ano lectivo 1910/1911, concluindo, no dia 18 de Julho de 1911, no Liceu Central de Coimbra, o Curso Complementar de Ciências, com Inglês, voltando para o serviço militar em 23 de Julho de 1911. Porém, a 16 de Setembro de 1911, solicitou licença para estudar na Universidade de Coimbra, onde começaria a frequentar o Curso de Ciências Histórico-Naturais. Entretanto, no dia 6 de Maio de 1912, regressou ao serviço militar, por ter desistido da licença para estudar. A 4 de Junho de 1912, ficou pronto da instrução de recruta, indo domiciliar-se em Pereira, sua terra natal.

Com o início da 1.ª Grande Guerra, e havendo falta de efectivos militares, apesar de já ser casado e pai, cinco anos e duzentos e dezassete dias depois de ter deixado a vida militar, voltou a ser incorporado (no dia 6 de Janeiro de 1918), agora como Aspirante a Oficial Miliciano, no Regimento de Artilharia n.º 3, onde tinha o n.º 1066 da 1.ª bateria.

Nessa altura já apresentava como habilitações literárias, de acordo com o que aparece no seu registo militar, o seguinte: “Exame para o bacharelato em Ciências histórico naturais, matemáticas gerais, Física (curso geral), Química (curso geral) e analise química qualitativa e quantitativa, obtendo aprovação com a media final de onze valores. Desenho topográfico que frequentou no ano lectivo de 1911-1912, obtendo a media de 10 valores”.

No dia 31 de Agosto de1918, Humberto Luís Paiva de Carvalho foi promovido a Alferes Miliciano, contando, para efeitos de antiguidade, a data de 20 de Julho, e passou ao Regimento de Artilharia n.º 2, na Figueira da Foz, onde 9 anos antes tinha iniciado a vida militar, terminando o serviço militar no dia 27 de Maio de 1919.

Entretanto, por volta do ano de 1913/1914, quis o destino que se apaixonasse por sua prima Zamira Paiva, da Rascóia (Avelar), uma jovem de menoridade. Enamorados, decidiram casar mesmo antes dele terminar o Curso e dela atingir a maioridade. Perante esta contrariedade burocrática, em Portugal, resolveram casar, pela Igreja, em Espanha. Diz a Certidão de Casamento que o mesmo ocorreu no dia 30 de Dezembro de 1914, celebrado por Juan Gonzalez Espanhol, coadjutor da Paróquia de Sagrario da cidade de Tuy, entre Humberto Luís Paiva de Carvalho e Zamira Rego Simões de Paiva, filha de Augusto Lopes de Paiva e de Adelaide Simões Rego, ele de 22 anos, ela de 15 anos. Foram testemunhas: “Sabino Rey e Dr. José dos Santos Maurício e outras pessoas”. O novo casal dos jovens primos, vivendo em Coimbra, foi premiado com o nascimento do seu primeiro filho, no ano de 1916, Rui Simões Rego Paiva de Carvalho. Quando a noiva atingiu a maioridade, e certamente pressionados pelas pessoas da família, resolveram casar-se “novamente”, agora pelo Registo Civil de Coimbra, às 11 horas do dia 24 de Setembro de 1917, legitimando assim o seu primeiro filho. Ele contava 25 anos, ela 18 anos. Foram testemunhas deste 2.º casamento: Maria da Soledade Ventura, Fortunata da Conceição Bravo, Maria da Conceição Ventura e Eduardo Ferreira.

Em 1919, após terminar o serviço militar, foi domiciliar-se na Rascóia - Avelar, terra da sua esposa. Aqui, na sua terra de adoção, continuou com o seu espírito filantrópico, de jornalista motivado e, sobretudo, de professor empenhado na valorização e instrução da juventude avelarense.

Humberto Paiva de Carvalho teve uma vida bastante cheia de acção, dando passos que marcariam toda a sua existência e que evidenciam, desde logo, os traços marcantes do seu carácter. É preciso lembrar que o país estava no período inicial da republicanização. Apesar de muito novo, e integrando uma família de republicanos assumidos, enveredou por este regime político, sendo um republicano histórico, extraordinariamente envolvido na luta político-partidária que então alastrou no País e também o seu concelho de Montemor-o-Velho, onde foi, em 1913, Presidente da Comissão Municipal do PRP. Além de republicano, como muitos dos seus mais destacados membros, era “maçon” com ligações ao Grande Oriente Lusitano, donde se afastou no decurso da década de 1920.

Em 1936, a morte levou-lhe um dos filhos, o Henrique, de acordo com a nota publicada em A Regeneração, de 17 de Outubro de 1936: “Agradecimento / Doutor Humberto Luiz Paiva de Carvalho e Família, na inteira impossibilidade de o poder fazer pessoal e individualmente, vêm agradecer a todas as pessoas que manifestaram a sua amizade acompanhando-os na dor sofrida pela morte de seu filho Henrique Simões Rêgo Paiva de Carvalho, falecido em 17 de Julho do corrente ano, às quais, publicamente, manifestam a sua viva gratidão. / Rascoia, 12, Humberto Paiva”.

Onze anos mais tarde, faleceu o Dr. Humberto Paiva de Carvalho, com apenas 55 anos de idade. Foi no dia 24 de Setembro de 1947. Dois dias antes participara ainda no baptizado do seu neto, José Humberto Paiva de Carvalho. A notícia da sua morte saiu em vários jornais. Transcrevemos as que foram publicadas em dois dos jornais que ele mais tempo serviu, o Diário de Notícias e A Regeneração.

No Diário de Notícias, saiu no dia de 26 de Setembro de 1947, na página 5: “Dr. Humberto Luís Paiva de Carvalho / Faleceu ontem em Avelar (Ancião), o sr. dr. Humberto Luís Paiva de Carvalho, de 55 anos, proprietário e professor do ensino secundário e que exercia com muita solicitude as funções de correspondente do “Diário de Notícias” naquela localidade. Era casado com a Sr.ª D. Zamira Paiva e pai dos srs. dr. Rui de Paiva, médico municipal em Monte Redondo de Leiria e da Dr.ª Sr.ª D. Maria Luísa de Paiva, diretora da Colónia Correcional de S. Bernardino. A toda a família enlutada apresentamos sentidas condolências”.

Em A Regeneração, foi publicada no dia 4 de Outubro de 1947, página 2: “Dr. Humberto Paiva / Faleceu na passada semana na sua residência em Rascoia, o sr. dr. Humberto Paiva, formado em Matemática que exerceu durante anos o ensino secundário particular. / O extinto que era muito considerado fez falta no meio e principalmente a sua esposa e filhos. Á família enlutada apresenta “A Regeneração” sentidos pêsames”.

Não se conhece, em Pereira ou no concelho de Montemor-o-Velho, qualquer homenagem à família “Paiva de Carvalho” pela manifesta e denodada luta pelo republicanismo e democracia, pelo seu audaz altruísmo e pela dedicação à comunidade de Pereira e concelho de Montemor-o-Velho. Uma lápide na casa que foi o seu lar e sede dos jornais democráticos (Esta casa foi a sede do União e da Verdade), a atribuição do nome “Dr. Humberto Luís Paiva de Carvalho (Democrata, Jornalista e Professor) ” a uma artéria da vila de Pereira ou a digitalização dos jornais (29) para consulta pública no Arquivo/Biblioteca Municipal poderiam ser, entre outras, as manifestações de apreço e homenagem a uma insigne família que viveu em Pereira (apenas um é natural desta vila, mas aqui jazem, provavelmente, quatro), e da qual é um ilustre descendente o doutor José Humberto Santos Paiva de Carvalho (neto paterno do Dr. Humberto Paiva de Carvalho), que foi Médico, Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e Governador Civil do Distrito de Leiria.

Aldo Aveiro – Escrito e publicado originalmente na Revista Monte Mayor, editada pela Câmara Municipal de Montemor-o-Velho (Ano 5, n.º 9, Setembro 2010), com apoio de Fernando José Baptista e Silva, JF Pereira e Dr. Manuel Augusto Dias.

OS QUE TEMEM OS SEUS EXEMPLOS DE CRISTÃO JÀ LHE CHAMAM "MARXISTA"!!!

É um livro esclarecedor do que foi a vida deste homem que tem a coragem de dizer que a economia mata e que os pobres não devem ser descartáveis, apelando á fraternidade e afirmando que as crises econômicas devem repensar os modelos e mudar os estilos de vida, garantindo ás pessoas a sua dignidade e direito á saúde e ao trabalho, procurando abrir o coração dos ricos e os poderosos no mundo, para que os mais fracos tenham a oportunidade de realizar os seus projetos de vida.

O Cristianismo do Papa Francisco, vai devolver á Igreja, o rosto que perdeu, o social e o humano, onde o aparato e a hipocrisia vão sentir-se envergonhados pelo seu fingimento, pode ler-se nos que estão com as novas mensagens do Papa Francisco.

Um livro de duzentas páginas que merece ser analisado pelos cristãos e ateus, porque o que está em causa são os exemplos das relações interpessoais e comunitárias, se quiser no seu e no meu espaço, pois principia em mim a centralidade do cristianismo, exemplifica o Papa Francisco, a enfrentar já dentro de Igreja Católica, os novos fariseus.

Publicado:https://olimpiofernandes.blogspot.com/2013/12/os-que-temem-os-seus-exemplos-de.html 

   

A MINHA REFORMA

Amanhã será o meu último dia antes da reforma. Contudo, irei levar o ano até ao final.

Não esperarei pela recuperação dos 6 anos e tal que nos roubaram! Não me apetece!

Ficarei à espera que saia a legislação que me permite recuperar tempo que somado à bonificação académica me permita avançar.

Como é isso?! - perguntarão vocês.

Um professor que faça um mestrado terá uma bonificação de um ano na subida de escalão.

Ora, nos últimos 6 anos, fiz:

Uma pós-graduação em Ciências de Educação na Faculdade de Psicologia (Coimbra), em Supervisão Pedagógica - Formação de Professores;

Uma pós-graduação em Supervisão Pedagógica na Universidade Aberta;

Um Mestrado em Ciências da Educação na Faculdade de Psicologia (Coimbra);

Estou a acabar o segundo Mestrado na Universidade Aberta.

Logo, não estou à espera dos 6 anos que, legitimamente, os professores esperam ver repostos. É um direito que nos assiste.

Estou à espera de bonificação académica!

Início da minha actividade laboral nas Fábricas Triunfo: 1 de janeiro de 1976 (não era feriado naquela altura) Já lá vão quase 49 anos! Na altura, ganhava o equivalente a 50 euros mensais.

É isto!...

Perde-se o olhar no verde…

No céu desenha-se o voo das aves

na livre descoberta da distância.

O ar tem sons intensos,

odores perturbantes de vida.

Fascinada de luz, uma gaivota

sonha o azul,

desafiando outros voos…

Regressa e traz ecos distantes,

fascínio deslumbrado da descoberta,

convite irrecusável de uma viagem azul … 

A IDADE DE SER FELIZ

Existe somente uma idade para se ser feliz,

somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível

sonhar e fazer planos e ter energia para realizá-los,

enfrentando todas as dificuldades e obstáculos.

 

Uma só idade para nos encantarmos com a vida e viver

apaixonadamente e desfrutar tudo com toda a intensidade sem

medo nem culpa de sentir prazer….

 

Fase em que podemos criar e recriar a vida à

nossa própria imagem e vestirmos todas as cores,

experimentar todos os sabores

e entregarmo-nos de corpo e alma sem preconceito nem pudor….

 

Tempo de entusiasmo e coragem em que todo o desafio é

mais um convite à luta que enfrentamos com toda a

disposição de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO, e

quantas vezes for preciso!

 

Essa idade tão veloz na NOSSA VIDA chama-se

PRESENTE e tem a duração do instante que passa …

 

A IDADE DE SER FELIZ!!!

SE EU PUDESSE DECIDIR

Se eu pudesse decidir

Se eu pudesse comandar

Tudo o que iria pedir

Era para o mundo se amar

Era para o mundo mudar.

Para haver solidariedade

Que parassem para pensar

Porque é que há tanta

maldade… Em vez de todos…

Se amarem!

 

Se eu pudesse decidir

Não mais haveria guerra

Não mais haveria fome

O mundo precisa ouvir

Que está completamente

Perdido…

O mundo perdeu o norte!

 

Se caminhamos para o fim

Que a todos há de chegar

Se caminhamos para a morte

Porque não somos melhores?

Porque brincamos com a sorte?

 

Ah!... Se conhecessem a Luz

Que desce por sobre nós

Quando elevamos a mente

Quando elevamos a alma

E os sons que saem da voz

São para orar ao bom DEUS

Pedindo por todos nós!...

Do Liz ao Vez e do Vez ao Liz,

 

Passa-se a negro,

passa-se a frio,

Com lápis de sombra,

no campo vazio,

Fecha-se os olhos,

Acolhe-se o rio…

Chora, por vezes,

É o espelho molhado,

Embravece-se o rosto,

de olhar embaciado

E há uma ponte

que rasga ternura

Corta de luz

a estrada amargura

Na volta do dia,

é o olhar que parte,

Encontra outra via

Vive com arte.

E a traço firme,

Mas fino, ondulante

Une a si um espaço, ermo…

Distante…

Partiu, mas não foi,

Calou e não diz

Do Liz ao Vez e... do Vez ao Liz

Era como se um oceano nos cobrisse. Seria como o mar, a chegar e varrer tudo de uma vez só. A água a atravessar-nos o corpo, a temperatura a dispersar-se e a água a invadir todas as gretas e espaços da terra.

Seria assim a paz a chegar houvesse vontade de a aplicar. São as vidas retiradas pelo genocídio israelita sobre o povo palestiniano, que me atiram para esta ideia. A ideia de um homem, de uma mulher ou criança poder só viver em paz. Seria bom se a paz fizesse este trajeto: chegasse como o oceano e cobrisse por inteiro. E aí aconteceria duas coisas, por um lado é impossível travar a força do mar e em segundo lugar ninguém conseguiria escapar aos desígnios da paz.

A Europa, subserviente aos Estados Unidos da América que não beliscam a sua amizade com o governo autocrático e assassino de Israel. Assobiam para o lado fazendo de conta que os ataques a hospitais, a escolas, a centros de refugiados não sejam mais do que erros de calculo dos lançadores de misseis e bombas. É um povo encurralado, ferido e em pânico. É um povo que já viu mais crianças serem mortas do que a soma da maioria de todos os conflitos contemporâneos. É um povo desesperado que por si só não sobreviverá sem a nossa ajuda e solidariedade. É um povo tão encurralado quanto nós, portugueses, ao ouvir o nosso ministro dos negócios estrangeiros a afirmar que não caminha no sentido de vários estados europeus ao não querer reconhecer o Estado da Palestina, eles encurralados por armas e fronteiras e nós encurralados de decoro.

A história ao ser lida daqui a 40 anos será dura, será a de um povo a ser exterminado e daqui a 40 anos não chegará a água toda do oceano para nos lavar a vergonha de nada termos feito.

No ano em que se assinala o centenário do início da Primeira Guerra Mundial, a Presença publica aquele que é um dos grandes romances europeus sobre o tema e um clássico da literatura do século XX, O Grande Rebanho.

O autor, tendo ele próprio participado no conflito, denuncia os horrores e o absurdo da guerra, descrevendo-os com um realismo chocante em algumas das cenas bélicas mais cruas alguma vez recriadas em termos literários. Temos a perceção da vulnerabilidade da vida humana diante da violência numa visão que é profundamente humanista e que contrapõe sempre a essa violência uma forte presença da natureza e do ser humano



Paula Rego. Foi uma obra da artista, “The Cadet and his Sister”, de 1988, a peça portuguesa mais cara vendida em leilão.

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