Trinta de
novembro e tanta coisa que aconteceu neste mês, sempre gostamos de transmitir
alegrias, mas a vida é feita de vários contrastes e por isso nem só de boas
coisas vivemos, mas devemos ser lutadores e esperar que o dia de amanhã seja
melhor.
Mostro-vos um
cartaz das notícias de novembro, nada animadoras, mas sempre existe algumas que
nos enchem o coração como foi os Sons da Miragem em Buarcos e o Sarau Solidário
em Montemor-o-velho, bons momentos por boas causas.
A inflação e a guerra vieram para ficar pelo menos até aos festejos natalícios, decerto modo vamos comprar menos prendas, poucos festejos e menos viagens.
Novembro
deixou-nos com uma lágrima ao canto do olho pela partida de alguns que durante
muito tempo nos animaram desde a música à literatura passando pelo desporto, pelas artes e foram eles: Paulo Hermanny Jobim, ou simplesmente como Paulo
Jobim foi um cantor, guitarrista, flautista, arranjador e arquiteto
brasileiro, Carlo Galli ex-futebolista italiano que atuava como
atacante, Gil Teixeira
Lopes (Mirandela, 1936 – Lisboa, 10 de
novembro de 2022) foi um pintor e professor catedrático português,
Fernando Mendes Soares Gomes, conhecido como Fernando
Gomes (Porto, 22 de Novembro de 1956 -26 de Novembro
de 2022), foi um futebolista português que atuava
como avançado, José Ruy Matias Pinto foi um pintor, ilustrador e
autor de banda desenhada português. É considerado um dos autores da Idade de
Ouro da banda desenhada portuguesa, entre as décadas de 1940 e 1960 entre
outros.
“o futebol é o ópio do povo”
Em pleno campeonato do Mundial de Futebol, muitas cores outras proibidas, mas na hora do apito cada um à sua maneira grita, aplaude e chora com as cores do seu País.
Se Portugal se apurar e for à final Fernando Santos será um herói caso contrário dez milhões de treinadores crucificam-no, o mesmo acontecerá a Ronaldo caso a sua prestação fique aquém do que todos esperam e não queira ficar com os golos dos seus colegas.
Afinal, há fronteiras
Sim, é possível ser-se radicalmente contra a invasão da Ucrânia pela Rússia e, em simultâneo, reconhecer nos EUA os grandes coletores dos lucros da guerra, e pensar que a ideia de alargar a NATO nunca foi boa. Perceber a política agressiva do Kremlin não é o mesmo que aceitá-la.
A pata na poça
Sempre ouvi
dizer que é mais difícil tentar corrigir/disfarçar uma gaffe do
que cometê-la! Ora isto ficou bem patente nas recentes atitudes do nosso
Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (M.R.S.).
Tendo eu como
pessoa altamente inteligente, criado em berço de oiro desceu a tal ponto de tecer
críticas na casa do anfitrião. O que lhe passou pela cabeça? Salvo-nos o Presidente
da Assembleia porque o próprio primeiro-ministro foi na onda (M.R.S.)
Salários baixos
É absolutamente lamentável, triste e vergonhoso o que
se passa em Portugal. Milhões de pessoas estão na pobreza ou no limiar dela,
embora muitos deles tenham trabalho diário permanente. Os salários recebidos
são, em grande parte dos casos, totalmente desadequados das tarefas que
executam e, talvez por isso, haja tanta falta de mão-de-obra, qualificada ou
não em Portugal. Para além da falta de habitação e creches gratuitas, existe
uma incerteza no futuro em Portugal, porque até hoje nenhum Governo, PS ou PSD,
foi capaz de abordar o futuro com seriedade, firmeza e competência. É triste
ter trabalho diário permanente e viver no limiar da pobreza, e por isso António
Costa tem obrigação de resolver, de uma vez por todas, esta aberração desumana
e incompreensível que existe em 2022 em Portugal.
Barcaça
Abordamos neste número, o associativismo interligado a momentos difíceis que pessoas e associações atravessam passando uma mensagem de solidariedade que não nos podemos olvidar.
Falamos também dos benefícios do desporto/saúde. finalizamos a (III) Parte da Filarmónica 25 de Setembro.
Viajamos no tempo da dureza do trabalho nas Salinas e homenagem “Gentes do Sal”.
“O poder do abraço” no olhar de Carla Henriques deixa-nos confortados nisso mesmo o seu poder – abraçar faz bem à alma.
José Craveiro leva-nos em mais um conto desta vez no retrato de uma viagem de comboio já Olímpio Fernandes nas viagens no desporto, fala-nos nos seus contrastes do antigo/moderno, do amor à camisola e os casos que tanto afligem os Portugueses a corrupção transversal mas na ótica do desporto. Dília Fernandes nos seus contos sobre um Montemor por vezes esquecido, aviva-nos para riquezas de outros tempos e para suas tristezas nos dias de hoje.
Na poesia temos uma mescla "sabores" entre
o cair das folhas do Outono, nos caminhos que percorremos e para
onde ir, nas inquietudes do passar do tempo, nas feridas não saradas da vida,
na busca seja no amor na paz ou no seu deus e terminamos neste capitulo com uma
“Madrugada” cheia de saudade/solidão/amizade e liberdade.
Os nossos colaboradores na área política
seja do PSD como do PS, sentem que Montemor ainda tem muito que fazer pela
comunidade, nem de festas e festarolas se alimenta um povo, as acessibilidades
que bloqueiam o concelho eo desejo que da abertura à comunidade de algumas associações
fechadas em si mesmo e as lutas internas do PS nas suas três fações.
No dia que se comemora a morte de um
dos nossos maiores escritores, trago-vos a “MENSAGEM” falamos de Fernando
Pessoa. Na música Ana Moura no “Arraial Triste” e como sempre terminamos com o
Artº dos direitos humanos que coincide com o mesmo número da Barcaça (26)
Desejo Boas leituras e Bom Natal.
Nem
choros nem grandes cantadeiras, o associativismo está atravessar dias difíceis em
virtude da conjuntura nacional/internacional que nos torna a todos comedidos
nos gastos e nas festarolas que por muito que tentem as colectividades em
fazer, a bolsa dos portugueses está em contenção para conseguir chegar até ao
final do mês.
“Quem
não se sente não é filho de boa gente” nunca esteve tão em voga tal ditado.
Os
sonhos de quatro em quatro anos tendem a desacreditar os políticos que pelos
números das últimas eleições ganha a abstenção. Mas juntamente a este
descrédito dia apos dia verificamos mais casos de corrupção e outros que não
sendo proibitivos pelo menos eticamente o são.
Mas
onde entra o associativismo nisto tudo? Na má distribuição dos dinheiros
públicos para colectividades que fazem o que o Estado deveria fazer e que não
são compensados por esse serviço prestado.
São
o parente pobre que vive à custa dos seus associados que para não fecharem
portas fazem das tripas coração e reinventando-se organizam eventos para ocupar
a sua comunidade e daí também conseguirem alguma receita para contas do dia a
dia.
Mas
mesmo assim, com todas estes esforços ainda o Fisco está à espreita para vir cobrar
mais uns “tostões” a quem já vive em dificuldade permanente.
Será
que há colectividades a mais? Ou simplesmente as entidades concelhias tendem em
passar essa informação para alegarem a falta de incentivos à pratica da cultura
e do desporto que muito bem fazem às populações.
Hoje
viajando pelos concelhos tanto de Montemor-o-Velho como da Figueira da Foz, há
centenas de colectividades com actividade diária, mas que sentem grande
dificuldade e os próprios dirigentes vem-se na obrigação de continuar novo
mandato porque não aparece ninguém que os substituem.
É
o amor à camisola, é o juntar de um leque de amigos que se predispõem a levar
em frente a árdua tarefa de manter hasteada a bandeira do seu coração.
Mas
também as autarquias devem reunir com as colectividades, criar planos para que
se possa efetuar eventos não coincidentes como acontece com regularidade e
assim dificultar uma boa receita.
E
claro as colectividades estarem todas em sintonia e ajudarem-se umas às outras
para que nestes momentos sejam ultrapassados e futuramente cantem/joguem/toquem/declamem
com alegria.
Bom
Natal
Que Desporto/Saúde queremos?
O
estilo de vida atual faz com que sejam usadas cada vez menos as potencialidades
corporais, como resultado do desenvolvimento e utilização das novas tecnologias
na vida quotidiana. Essas mudanças comportamentais, facilmente observáveis,
inseriram-se na própria cultura e são apontadas como a principal causa das
chamadas doenças da civilização – crónico-degenerativas. Essas doenças são marcas
de uma nova configuração social que começou a ganhar forma que começou a ganhar
forma depois da revolução industrial. Rapidamente se compreendeu a importância de
os indivíduos terem estilos de vida saudáveis, pois muitos sintomas de doença
são uma consequência de comportamentos contraproducentes para a saúde, como a
diminuição dos níveis de actividade física.
A
escola, logicamente, oferece uma plausível localização para a implementação de
estratégias de promoção da saúde, principalmente porque abrange os momentos decisivos
do desenvolvimento e da formação dos futuros adultos.
Como
uma das áreas prioritárias é a promoção da actividade física, a disciplina de
Educação Física deverá assumir um papel primordial em todo o processo. A importância
do papel desta disciplina tem sido claramente demonstrada na literatura, sendo
salientado o seu valor para o desenvolvimento de estilos de vida ativos e saudáveis
ao longo da vida, no entanto com uma carga horária de 150 minutos semanais em
dois momentos distintos não me parece que haja uma influência determinante na
vida das crianças e jovens.
Agora
que os preços da energia vão afetar severamente o funcionamento dos clubes
desportivos de formação que precisam de luz artificial para treinar, era um bom
momento para repensar as necessidades do ensino e para além de acrescentar no mínimo
mais um ciclo de na semana para a abordagem de Educação Física era importante,
por exemplo, comprimir bem as horas letivas para um período de manhã e assim
poder usar as tardes para treinar e estar envolvido noutras atividades ainda
com a luz do sol.
Não
será nada inédito nem revolucionário, é assim, há muito tempo, em muitos outros
países e não consta que sejam menos educados.
A
alternativa é bater, outra vez, o recorde de inatividade física e criar todas as
condições para bater recordes de gastos em saúde daqui a uns anos…poucos…
VALE
A PENA PENSAR NISTO…
A
Associação Filarmónica 25 de Setembro [Parte III]

Hoje,
e em especial após a remodelação da sua sede, em 1998, passa por um período de
grande vitalidade fruto não só da notável ação dos últimos corpos sociais que
por ela têm passado, mas também da alteração das mentalidades que se tem vindo
a verificar na sociedade portuguesa e que faz com que cada vez mais jovens,
especialmente do sexo feminino, procurem na música, e neste caso na
Filarmónica, um espaço de lazer, recriação e crescimento enquanto seres
humanos.
Ao
longo dos seus 130 anos tem mantido uma intensa atividade no domínio da cultura
popular, nas suas diversas vertentes: música (Banda, Escolas de Música, Grupos
de Baile e Orquestra Juvenil), folclore (Ranchos de Adultos e Crianças, nas
décadas de 1950, 1970, 1980 e 1990), canto (Orfeões, nas décadas de 1950 e 2000
e vários Coros Mistos, entre as décadas de 1950 e 2000), teatro (Grupo Cénico,
nas décadas de 1950 e 1960), festejos populares (Santos Populares e Festas da
Feira Anual, até finais da década de 1970) e até desporto (ténis de mesa e
xadrez).
Atualmente esta Associação possui em atividade uma Banda, regida pelo maestro Bruno Costa, e uma Escola de Música que se tem revelado de capital importância no enriquecimento musical, cultural e educativo dos jovens. A Banda realiza anualmente diversos concertos e participa em múltiplas festividades quer religiosas, quer profanas, sempre no âmbito de um vasto espaço geográfico.

Finalmente, e como registos ad perpetuam rei memoriam, a Banda gravou o seu primeiro CD em 1999, em 2002 integrou a gravação de um CD com as melhores Bandas da Região Centro e 12 dos seus jovens músicos participaram, no âmbito do Projeto Jovens Músicos Europeus, na gravação do CD Wend’Reng que foi apresentado, a 31 de outubro de 2003, na igreja do Convento de Nossa Senhora dos Anjos, desta vila.
SALINAS, MARNOTOS E SANILEIROS – HOMENAGEM ÀS “GENTES DO SAL”
O documento mais antigo sobre o sal português data do
ano de 959 e refere-se a uma doação de terras e marinhas de sal feita na zona
de Aveiro, pela condessa Mumadona, ao mosteiro de São Salvador, em Guimarães.
Relativamente à Figueira da Foz há registos escritos
que comprovam que já se produzia sal nesta região antes da fundação do nosso
país.
Em 1096, numa doação testamentária de Sisnando Davides, Governador de Coimbra, ao Abade Pedro, constava a doação de terras e marinhas de sal (salinas).
Em 1176, por Carta Régia, D. Afonso Henriques faz a
doação de terras e salinas nas margens do Rio Mondego, aos Monges do Mosteiro
de Santa Cruz de Coimbra.
Sabe-se também que nas margens do Mondego, defronte de
Tavarede, já existiam marinhas no ano de 1178, no reinado de D. Afonso
Henriques.
Também existiriam algumas salinas no couto de Lavos no
ano de 1236, no reinado de D. Sancho II, e no campo da Morraceira no ano de
1520, no reinado de D. Manuel I.
As primeiras marinhas de sal que se construíram na região pertenciam a Tavarede, sendo referidas num contrato celebrado, em novembro de 1216, entre a Igreja de S. Salvador e o Mosteiro de S. Jorge.
As marinhas junto de Lavos remontam, pelo menos, a D.
Sancho II (1209-1248), porque em 1236 o Mosteiro de S. Jorge e a colegiada de
S. Bartolomeu fizeram doação a um tal Domingos Pedro de várias marinhas
situadas no couto de Lavos, com a obrigação de construir mais 36 talhos.
As marinhas da Morraceira são as mais recentes,
construídas em campos de milho e de outros cereais.
Só em 1520 se referem salinas na Morraceira porque o
prior, o cartorário e mais padres do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra
enfiteuticaram a António Fernandes Quadros (1475-1540) a Morraceira, declarando
em escritura que este Senhor poderia haver para si todo o proveito que Deus lhe
desse na dita lezíria, assim como pão e sal, ou criação, ou qualquer outra
coisa que dela se pudesse aproveitar.
Durante quase todo o século XVII a Morraceira teve poucas salinas, e produziu pouco sal, porque era ainda um grande campo de cultura e pastagens pertencentes à Casa de Tavarede.
“Só nos princípios do século XVIII é que nos aparecem
numerosos documentos de aforamento dos seus terrenos com destino ao estabelecimento
de novas marinhas” (Santos Rocha – cap. III, Materiais para a História da
Figueira nos séculos XVII e XVIII).
A partir de 1611 surgem registos sobre a exportação de sal da Figueira para Espanha, Terra Nova, Escócia e Açores, 140 moios de sal exportados em 1648, 20 moios em 1658 e 5 moios em 1659, 470 moios em 1664 e 99 moios em 1687, mas também há registos de importação de 61 moios de sal no ano de 1646.
(1 “moio” equivale a 60 alqueires de 13,1 litros cada,
isto é, 1 “moio” corresponde a 786 litros).
A produção de sal provinha então essencialmente das
marinhas de Vila Verde e de Tavarede, estando estas últimas situadas nos vales
da Várzea e de Caceira, como as salinas da Deniza, a dos Coucos, a Ferradeira,
a d’El Rei, a Lapa, a Vassala, a Licenciada e outras.
Em 1790 existiam 1150 marinhas na Figueira, ocupando
1150 obreiros e produzindo 34.500 moios de sal. Em 1791 havia 1.115 salinas na
Figueira, mas no ano de 1936 só havia 500.
Em meados do século XX havia um total de 229 marinhas
de sal, distribuídas pela Ilha da Morraceira (141 marinhas numa superfície de
519 hectares), pela margem esquerda do Braço Sul e Ínsua de D. José (71
marinhas numa superfície de 249 hectares) e na margem direita do Braço Norte
(17 marinhas ocupando cerca de 30 hectares).
Em 1950 produziam-se 30.000 toneladas de sal para a
salga das carnes, do bacalhau e de outros peixes, e mais de 1.300 trabalhadores
estavam ligados à sua produção.
No ano de 2020 laboravam na ilha da Morraceira 20
marinhas (1 salina das Filipas; 1 salina no Corredor do Padre; 2 salinas no
Morro; 1 salina nos Alhos; 5 salinas no Corredor do Sol; 3 salinas na Tapada do
Norte; 1 salina na Tapada do Sul; 2 salinas nos Feras; 1 salina no Donato; 3
salinas nos Doutores).
Na Zona dos Armazéns funcionavam 15 marinhas em 2020
(2 salinas nas Eiras Largas; 2 salinas no Morro Comprido; 2 salinas na
Vermelha; 1 salina na Terça; 1 salina na Morgada; 1salina no Corredor da Cobra;
1 salina na Quebrada; 4 salinas no Negrão; 1 salina no Vale da Vinha).
Em 2020 as salinas da Gala ainda não tinham produzido
sal.
Assim, havia 35 salinas a laborar no ano de 2020.
O sal já teve o seu tempo, quando ao longo dos séculos foi uma das principais riquezas da Figueira, tendo sido exportado para vários países e transportado ao longo do Rio Mondego para abastecimento do interior das Beiras.
Todo o sal e grande parte do peixe consumido no
interior das beiras eram transportados desde as salinas de Lavos e da barra de
Buarcos até ao porto da Raiva ou à Foz do Dão, donde os almocreves o levavam.
Na descida do rio as barcas serranas traziam vinho,
batatas, frutos, madeiras, carqueja e os mais diversos produtos que se
destinavam a Coimbra ou à exportação pelo porto da Figueira da Foz.
A navegação comercial no Mondego, que remonta a
séculos anteriores, atingiu no século XVIII um grande desenvolvimento.
Prosperidade que se manteve até finais do século XIX,
quando se iniciou uma fase de decadência que acabou por levar à sua completa
extinção em meados do século XX.
Os produtos que chegavam à região de Penacova eram
essencialmente sal, louça, peixe, azeite e linho.
Por sua vez, vinho, milho, fruta, legumes, carvão,
castanha e vinagre eram os produtos mais “exportados”.
O sal era, sem dúvida, o mais transacionado. “Na
verdade, enquanto outros produtos existiam em maior ou menor quantidade no
interior, o sal só poderia ir do litoral, neste caso das salinas da Figueira.”
- escreve Maria Adelina Nogueira Seco.
“Em 12 de Agosto de 1773 foram carregados no Porto da
Foz do Alva 19 carros e no dia 19 dezassete carros. Muito sal num só dia.” -
acrescenta.
Além do sal, encontramos o peixe, sobretudo seco, já
que o fresco era difícil de chegar às regiões mais longínquas em boas
condições, devido à morosidade dos transportes.
Há registos de carregamentos de cavala seca a partir
do porto da Foz do Alva com destino a várias partes da província da Beira e
também do transporte de carros de sardinha para a feira de Viseu.
A louça, sendo Coimbra um importante núcleo dessa
indústria, também ocupava um lugar de destaque no conjunto dos produtos
comercializados.
Na maior parte do século XIX, por esta região passavam
os barcos de passageiros e de mercadorias no sentido Figueira-Coimbra, e
vice-versa, o meio de transporte mais importante da altura.
O rio Mondego ligava o mar às terras do interior,
principalmente da foz do rio Dão até Coimbra e daqui até à Figueira da Foz,
como se refere num relatório do capitão Agostinho José Freire referente aos
anos de 1817/1818:
“Figueira, grande vila comercial sobre a foz do
Mondego, aonde entram navios de pequeno lote e pela maior parte hiates que
conduzem géneros para todo o campo de Coimbra, para a cidade e para o interior
da Província da Beira para onde são transportados até à foz do Dão…”.
De Penacova partiam embarcações carregadas de madeira,
lenha, carqueja e carvão, com destino a Coimbra e Figueira da Foz, trazendo, no
regresso, sal, pescado, milho, pipas de vinho e outras mercadorias.
Ao Porto da Raiva chegava o sal da Figueira da Foz que
seguia depois para toda a região da Beira e para Espanha e “ahi se fazia o
embarque de quasi todo o vinho do baixo districto de Vizeu e de grande parte do
de Coimbra com destino à Figueira da Foz” (Agostinho Rodrigues de Andrade em
Diccionario Chrographico do Reino de Portugal, Coimbra, 1878).
O sal é hoje menos utilizado e as salinas são atualmente recordadas como uma das atividades mais importantes da Figueira da Foz de outros tempos.
São estes tempos que a C.M. da Figueira da Foz
pretendeu recordar com a construção do Núcleo Museológico do Sal da Figueira da
Foz, situado nos Armazéns de Lavos, inserido na Salina Municipal do Corredor da
Cobra, adquirida no ano 2000 pela Câmara Municipal da Figueira da Foz, que a
retirou do abandono.
O Núcleo Museológico do Sal foi inaugurado em 17 de
agosto de 2007 com o objetivo de interpretar, valorizar e difundir o trabalho
salineiro, integrando um Armazém de Sal, uma Rota Pedestre pelo salgado, uma
Rota Fluvial pelo estuário do Rio Mondego e ainda um observatório de aves.
Uma visita ao Núcleo Museológico do Sal recorda-nos
também os tempos difíceis do trabalho da produção do sal.
A preparação das marinhas começa em maio, com as
marinhas alagadas. Nesta fase procede-se ao levantamento das “esburras” e
esgotam-se as marinhas durante a baixa-mar.
De imediato, o marnoto faz o ajuntamento das lamas com
um rodo de madeira, chamando-se a este processo o “estranger” da marinha.
As lamas e os limos são depositados em montes, sobre
os marachões e cilhas, e, depois de secos, as mulheres retiram-nos para fora da
marinha, em gamelas ou cestas, chamando-se a este trabalho o “escoiçar”.
Na maré cheia enchem-se as marinhas de água salgada. A
água evapora-se, e quando se atinge uma determinada concentração de sal, a água
passa para talhões progressivamente mais pequenos, as vasas, depois as
cabeceiras e finalmente os talhos.
A exploração das marinhas era feita em regime de
parceria, sendo dois terços da produção para o proprietário e um terço para o
marnoto.
As mulheres transportavam o sal à cabeça, em cestas de
verga, das salinas até aos armazéns e destes para os barcos com destino aos
Armazéns de Lavos e à Figueira da Foz. Os homens reparavam as marinhas,
extraíam o sal e enchiam as gamelas.
Corpos femininos, descalços, balanceavam sob o peso
imenso das canastras. No regresso a casa, estas canastras serviam, muitas
vezes, de berço às crianças que acompanhavam as mães durante o dia de trabalho.
Mais tarde, com apenas 10 anos, ou pouco mais, muitas destas crianças foram
trabalhadores do sal.
Tempos difíceis que aqui se recordam, em homenagem às
“gentes do sal”.
[O poder do abraço]
O abraço,
Muito podia ser dito sobre o abraço. Um
gesto gratuito, simples, mas que preenche a alma.
Na verdade, poucas coisas na vida são tão fáceis de dar e receber, e têm tanto poder para
acalmar, confortar, apaziguar como um abraço.
Nele se calam desentendimentos, se
confortam desesperos, e se reafirmam sentimentos de amor e amizade.
O abraço,
O abraço não é mais que braços envoltos
ao corpo.
Calor sem medida e corações a bater
fortemente.
Paz. Aquela que só se sente na alma.
O abraço,
O abraço é mais forte que um beijo.
Mais puro que um olhar.
Mais sincero que mil palavras.
E, na maioria das vezes, mais necessário
que comer ou beber.
O abraço,
O abraço pode mudar o dia. A
semana. A vida.
O abraço, pode mudar tudo o que achavas
ser certo, até então.
O abraço, pode curar.
Talvez, para quem nunca o sentiu,
verdadeiramente seja difícil entender o poder do abraço, mas quando sentido o
abraço pode mudar tudo.
Dizem que em média um abraço dura 3
segundos. Apenas 3 segundos. Na minha experiência posso afirmar que um abraço,
o verdadeiro, inesperado, intenso, dura muito mais.
Na verdade, este abraço, o verdadeiro, é
eterno porque mesmo quando acaba fica presente, para sempre, na memória.
Não sei se, um abraço, dura 20, 30, 40
segundos, um minuto. Ou mais.
Sei que, o abraço, o verdadeiro, dura o
tempo suficiente para jamais o esquecermos.
Dura o tempo suficiente para o querermos
repetir uma e outra vez. Sempre. Para sempre.
Há quem acredite que um abraço que dura,
pelo menos, 20 segundos tem um efeito, verdadeiramente, terapêutico
no corpo e na mente.
Há quem acredite que um abraço que dura,
pelo menos, 20 segundos, por ser um abraço sincero, produz oxitocina, o
hormônio do amor e da felicidade.
Talvez. Talvez.
Há quem acredite que, quando um abraço
dura mais de 20 segundos, o nosso corpo reage de forma inesperada.
Há quem acredite que esse abraço,
simples, mas duradouro, leva o nosso corpo a reagir e a libertar o hormônio do
amor e da felicidade.
Há quem acredite que o nosso corpo,
perante um abraço intenso e verdadeiro, reage de tal forma que consegue mudar,
positivamente, o dia de quem o recebe.
Mudar o dia de quem o dá.
Dar ou receber um abraço faz aumentar,
em cada um, o sentimento de apego, de conexão.
Faz aumentar a confiança. A intimidade.
O abraço.
Tanto podia dizer sobre o abraço.
O abraço, que nos é oferecido, de
forma tão rara, mas gratuita, é um maravilhoso tranquilizante.
O abraço pode ser acolhimento,
despedida, afeto, paixão, saudade.
Como diria José Tolentino de Mendonça “o
nosso corpo tem a forma de um abraço. Talvez por isso a tarefa de abraçar seja
tão simples, mesmo quando temos de percorrer um longo caminho. (...)O
abraço é uma longa conversa que acontece sem palavras. Tudo o que tem de ser
dito soletra-se no silêncio, e ocorre isto que é tão precioso e afinal tão
raro: sem defesas, um coração coloca-se à escuta de outro coração.
(...)"
O abraço.
Esse eterno, gratuito, ato de amor.
Que nunca nos faltem
os ABRAÇOS!
Vou de comboio a caminho de Lisboa e ao reparar nos
campos abandonados veio á memória a lenda da " felga" (infestante
talvez parente da grama).
No princípio do mundo o Divino Criador deu a vida a
animais e plantas de maneira que uns e outros dessem ao Homem tudo o que
necessitava para bem viver.
Cada um tinha o seu espaço e tudo parecia correr bem
até ao dia em que o Homem se dirigiu a Deus muito triste porque os animais
tendo outras plantas mais agradáveis não comiam a felga de assim ela infestava
as sementeiras e a terra quase não produzia.
O Divino Criador mandou à felga que ficasse no lugar
que lhe estava destinado mas ela não ligou e continuou a multiplicar - se de
tal modo que o Homem pediu que ela fosse destruída para sempre sendo colocada a
secar em cima de um silvado, pois o Divino Criador não queria voltar destruir a
um dos seres que criara.
Chorando a felga repara que com calor a terra abriu
fendas e vai de implorar para que não seja seca em cima das silvas pois era uma
agonia muito lenta, antes ser queimada em cima da terra, assim seria mais
rápido o seu suplício.
Aceite a sua petição logo ali é queimada, mas durante
o castigo um bocado de felga fresca cai dentro dessa fissura da terra e escapa
à morte.
Por isso ainda hoje a temos nós nossos campos.
Era contado nos serões de inverno em nossa casa.
Do nada se fazem viagens ao passado, repondo no presente, a corrida vertiginosa das transformações, se quisermos abordar como Repórter Mabor, coisa simples do jornalista que não chegou a ser, procurando isso sim não trair nessas mudanças, o bom senso das competições na sua ética e consequentes valores no dirigismo no presente, feito agora de fortes apetites desvairados de corrupção.
O futebol em si terá as mesmas regras disciplinares, as balizas não aumentaram a sua largura, os golos são a cereja em cima do apaixonante jogo jogado. O que se alterou sim nestas transformações ditas desportivas, não foram as Instituições triunfantes e intemporais mas de todo alguns patéticos e gananciosos dirigentes, incluindo os empresários, mostrando agora que as Instituições, fundadas por homens exemplares que amavam as suas causas desportivas, se movem nos negócios escuros e criminosos de milhões sobre o pano sujo de alguns poderosos que fazem fortunas nos seus fora de jogo.
Recuso-me a ser
velho do restelo, sempre corri atrás das melhores condições em perceber as
alternativas progressistas e correntes no sentido evolutivo, quer no desporto,
como fosse outra atividade, mas as regras da seriedade e do respeito mutuo no
desporto, desculpe o meu vizinho, se povo é quem mais ordena, é tempo de não
permitirem como se fossem cães de estimação, os adeptos dos clubes, conduzidos
pela policia como se fossem para o Tarrafal, sendo por esta vergonha, que os
dirigentes deviam repor a festa do futebol, sobretudo com exemplos maiores de
respeito pelas Instituições.
Potenciar opinião nunca foi e nunca será escrever umas linhas na Barcaça, sendo que na prática vender gato por lebre, sequer fazendo de um pequeno lago um Oceano, de falsa ética desportiva, se venho de uma escola antiga em que as amizades e o respeito se prologavam por décadas, como se fossem olímpicas, de Pierre Coubertin...
Desportivamente, apesar de ter nascido em 1940, no Casal Novo do Rio,
escutando os relatos de futebol numa rádio, municiada por uma bateria, na mercearia do Ti João Manassa, jamais fui capaz de vestir a pele dos desordeiros nos campos de futebol, por isso atento a práticas que ultrapassam o limite da cordialidade, negando por instinto de sobrevivência, o drama e a psicose de todos os fanatismos. Muito terei aprendido pelo desporto amador, quer nos jornais e nas rádios, os dirigentes e os atletas, outro tempo, claro, ensinaram-me que os devia acompanhar nas suas exemplares virtudes de companheiro, cujos clubes com a sua história estiveram sempre no cume das nossas sensatas paixões por uma modalidade atraente e imprevisível de jogada para jogada, as emoções transmitem o inquestionável fenómeno desportivo de esperança e incertezas.
A Lua já não era visível. As estrelas
confundiam-se com a claridade do alvorecer, amanhecia. O sol subia no horizonte
e afagava os ornatos superiores do maior edifício de Montemor-o-Velho - os
Paços do Concelho. O sol chamou-lhe Palácio e enquanto o acariciava com o seu
calor e despertava para mais um dia, disse-lhe:
- Sabes Palácio, tenho pressa em iluminar-te, sabes
porquê?
- Não, diz-me...
- Porque és bonito! És um Palácio soberbo!
- Gosto do galanteio - retorquiu - eu já tenho muitos
anos, estou de pé desde 1892. Já vivi muito, tenho muitas recordações, boas,
menos boas e, saudades. Mas os teus elogios não apagam as minhas mágoas...
- Mágoas? Tu?! - inquiriu o sol - queres desabafar?
O grande palácio, um tanto austero, tomou então da palavra
com uma calma triste:
- Esta Praça, que se chama da República, está mais
desolada que um terreiro duma pequena aldeia remota. E no entanto, tem um
desenho tão belo, dela até se vê o Castelo, que é a coroa da Vila! Mas tão
árida, nem uma flor, ou folha verde, nem uns jatos d’água que a enfeitem, nem
população, é apenas um Largo, que tristeza...
- Ora, Palácio, são os efeitos da crise, que há-de
terminar... Não! O que te digo é anterior à crise. Sou velho, mas ainda consigo
destrinçar. Aos domingos e dias feriados esta Praça é sinistra de tão vazia.
Nem calculas a tristeza que me invade nesses dias. Nem um restaurante, nem um
café aberto...lembra um suicídio coletivo, um êxodo total! É então que na minha
solidão recordo o passado, quando os bancos à minha porta eram poucos para os
trabalhadores que ali se sentavam para descansar e conversar, nas tardes de
domingo! Nos passeios que me contornam, acomodavam-se também as mulheres que
vendiam tremoços e castanhas, e os engraxadores com a respetiva caixa para o
seu trabalho. Formavam-se grupos, que falavam, havia vida... No café Girão, pequeno,
mas acolhedor, os homens preguiçavam na esplanada sobre o passeio, enquanto o
empregado, (o Manel do Café) impecável no seu casaco branco e no seu trato, os
servia incansável. Mesmo na minha frente, o Café Mondego, pequenino, o
Café do Henrique, o inventor das Espigas Doces, essa delicia!
- Um inventor? Em Montemor?
- Há! Sim, ele devia ter lido o Fernando Pessoa -
"quando Deus quer, o homem sonha, a obra nasce!" sonhou e tornou
realidade um doce para Montemor, como era então conhecido. Que saudades desses
tempos. O meu coração de velho não esquece, e agora nada me alegra...
- Queria animar-te, meu palácio amigo. Mas as minhas
histórias são iguais às tuas. Como sabes, eu, um amigo dos turistas, vi há
tempos um carro cheio deles quedar-se à entrada da Vila para as fotografias da
praxe ao magnífico Castelo. Depois dirigiram-se para o centro da Vila. Era
Domingo e tudo estava fechado. Deram meia-volta. Segui-os num dos meus raios
luminosos até Tentúgal, onde os vi já sentados a uma mesa num dos cafés ali
existentes, a saborear pastéis e queijadas.
- Não digas mais...
- Voltas amanhã?
- Claro, todos os dias!
- Mas promete-me uma história mais feliz....

Caíram, soltaram-se das árvores
as folhas deste outono sombrio…
Lentamente rolaram,
ficaram à minha porta …
Umas amareladas de dor,
de tons avermelhados
outras…
Veio o vento outoniço
e revolveu-as num torvelinho,
amontoadas à minha porta…
Ouço agora o som acastanhado
e seco
que fazem em constante rebuliço,
falam-me de saudades,
trazem memórias de primavera,
o sol de um dia de verão…
e tudo se amontoa à minha porta…
Em surdina contam-me histórias
antigas,
relatos passados de um tempo vivido,
já ido,
passado, mas tão presente…
e agora amontoado em farrapos com elas
volteando à minha porta…
O vento já invernoso
as levou para longe,
redemoinhando loucamente…
mas uma deixou, avermelhada,
embrulhada na saudade…
à minha porta…
Garça Real

QUADRAS SOLTAS!
Caminhos já percorri
Caminhos hei-de percorrer
As coisas que já vi
As coisas que hei-de ver
Sem saber o que fazer
Peguei na caneta e escrevi
Tanta coisa sem saber....
Pus no papel o que senti!
NUM CÉU DE
PENITÊNCIAS
Às vezes as horas
Passam invisíveis
E há um calor no peito
De chamas terríveis.
Há uma inquietude
Que se sente no ar
E uns olhos brilhantes
Que não conseguem chorar.
Há uma desordem
Nas leis desta vida
Que a tornam mais triste
Como chaga ou ferida.
É que a paz tarda demais
E há abraços por dar
Há um tempo perdido
Que não se vai recuperar.
As pombas da paz
Tão brancas e puras
Fugiram para longe
Destas amarguras.
Se o ponto de partida
For abrir consciências
No azul desta vida
Num céu de penitências…
Que se agarre o Amor!
Que se agarre a Paz!
Sejamos irmãos
Guerreiros do Bem
Que a gratidão
Seja um grito que faz
Reconhecer UM DEUS
Que tudo refaz!
AUTORIA: ISABEL TAVARES, 28/11/2022
(© Todos os Direitos de Autor Reservados)
Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos – Decreto-Lei n.º 63/85, de
14 de março – Diário da República n.º 61, Série I, de 14.03.1985 –

Madrugada
Subi a escada da saudade
No desespero voltei à direita,
No corredor estreito do tempo
Olhei a caminhada já feita
Na sala fria da solidão
Procurei a porta da amizade
Encontrei-a bela e aberta
Sobre a seara da liberdade…
Descanso, parada, não vencida
Com o meu mapa na mão
Que a neve fria do medo
Derreta ao sol deste verão.

Novamente……as
acessibilidades!!!
O
tempo passa, mas os maiores problemas do concelho de Montemor-o-Velho continuam
os mesmos.
Não
há reformas nem resoluções à vista dos velhos problemas.
Um
desses problemas é a acessibilidade entre as freguesias do concelho e a ligação
com os concelhos vizinhos.
Recentemente
tomámos conhecimento das obras que irão ocorrer em duas pontes do concelho. Uma
delas é a ponte que faz ligação entre Montemor e Alfarelos e a outra a ponte
que faz ligação entre Montemor e Verride.
Cada
uma das intervenções irá necessitar de um período de um ano para fazer face a
todas as manutenções que precisam de ser feitas.
Neste
momento sabe-se que a ponte que faz ligação entre Montemor e Alfarelos já está
encerrada. O trânsito está a ser desviado para a ponte que faz a ligação com
Santo Varão/ Formoselha e para a ponte que faz a ligação com Verride.
Após
esta intervenção nesta ponte, será iniciada a intervenção na ponte que faz
ligação a Verride. Sendo o trânsito, neste caso, desviado para Alfarelos.
Ou
seja, verificamos que neste momento todas as pessoas que diariamente usufruíam
não só do acesso entre Granja do Ulmeiro e Soure para Montemor, bem como o
acesso à estação ferroviária fica drasticamente comprometido.
Após
esta situação iremos ter outra semelhante. Comprometendo assim a ligação e o
acesso da União de Freguesias de Abrunheira, Verride e Vila Nova da Barca ao
resto do concelho.
Tal
como referimos qualquer uma destas ocorrências requerem um ano de obras. Ou
seja, apenas daqui a dois anos iremos ter tudo de volta ao normal.
Ora
isto vai criar graves problemas:
Todos os residentes nestas freguesias iram ter muitas condicionantes no seu
dia-a-dia sendo obrigados a fazer grandes desvios para as suas deslocações;
Todos os utilizadores da estação ferroviária, muitos deles para se deslocarem
para o trabalho, ficam obrigados a pensar em outras alternativas;
Mesmo em emergências, o socorro fica comprometido uma vez que os acessos estão
condicionados;
O período de manutenções das pontes irá fazer com que os seus utilizadores
passem a arranjar alternativas que não passem por Montemor;
Verificamos
assim que Montemor irá ficar, nos próximos tempos, mais isolado e esquecido de
tudo e de todos.
Numa
altura em que o custo de vida de todos nós está a aumentar, é inadmissível
sujeitar as pessoas a estas situações sem estarem criadas as devidas
alternativas. Não só para os montemorenses, mas para todos aqueles que
diariamente utilizam estas vias.
Mais
uma vez as pessoas são deixadas ao abandono e entregues a si próprias.
Tudo
isto fica ainda pior quando temos um presidente de câmara que preside à CIM e
não acautelou nada disto.

Fiquei
hoje a saber que os órgãos concelhios de Montemor-o-Velho do Partido Socialista
tinham tomado posse, novamente com a Diana Andrade ao leme, ainda que nem eu
nem outros militantes com as quotas em dia tenhamos sido convocados para o
efeito, certamente por razões que deverão ser esclarecidas a seu tempo, já que
ainda há algumas semanas votei para os órgãos distritais da Federação.
Questionada
sobre o fato, foi-me dito pela Presidente da Concelhia eleita para “colocar
essa questão à federação ou à nacional”, o que, obviamente, não fiz nem farei,
mas me deixou a pensar sobre o assunto e a tentar compreender o que se está a
passar com o PS montemorense, supostamente já dividido em fações, pelos vistos
por três ou quatro, sendo as primeiras protagonizadas legitimamente por
militantes com quotas em dia e lideradas, uma pela já mencionada Diana; outra
pelo José Veríssimo; e a terceira pelo Nuno Gonçalves, ex-vereador eleito na
Câmara Municipal da Figueira da Foz, entretanto nomeado Chefe de Gabinete de
Emílio Torrão, o presidente em exercício que anda a experimentar outros voos e
estandartes por Coimbra, e não só!
Por
último, Décio, outro dos protegidos de Torrão que o levou onde nunca imaginou
chegar, pese embora a má conta em que o PS concelhio o tem. Personagem que,
segundo consta, visa protagonizar uma candidatura independente ou se possível
apoiada pelo PSD, algo que não creio ser possível, face à previsível
recandidatura da jovem advogada Maria João, que foi capaz de eleger três
vereadores nas últimas eleições e mostrar que não está na política para brincar
ou fazer fretes, muito menos a quem não o merece. Ainda assim, depois de
presidentes como Luís Leal e Emílio Torrão, cujos egos enormíssimos, para o bem
e para o mal, apenas rodaram em seu próprio proveito e à sua volta, e em que as
estruturas locais dos partidos que os elegeram foram sempre subestimadas e
relegados para segundo plano, não passando de meras confrarias festivas
destinadas a levarem-nos em ombros, quem quiser vencer terá de voltar a reunir as
tropas com antecedência e motivar as hostes para a briga que aí vem. Ou seja,
voltar a reunir os cacos partidários e convencer a população da bonomia e
capacidade de mudança em todos os paradigmas, ou seja, assumindo o brutal
fracasso passado e prometendo o progresso futuro, porque não há forma de
justificar o falhanço total do concelho nos últimos vinte e dois anos,
independentemente das análises que possam ser ensaiadas em seu favor.
Goste-se
ou não, o concelho não fez mais do que cumprir calendário e desperdiçar
recursos, gastando à tripa forra recursos que bem poderiam ter sido destinados
ao seu desenvolvimento integrado, nunca esquecendo que o que salvou a sua face
foram benfeitorias e empreendimentos anteriores a estes dois mandatos, exceções
feitas às escadas rolantes que só rolam para cima e não para baixo, e ao Polo
Industrial de Arazede, esperando-se no entanto que, quanto a Arazede, bem como
outros dossiês, nada venha a ser muito escrutinado. E mesmo as instituições
concelhias, que durante anos deram cartas e inovaram, o que fazem hoje pela
comunidade?
-
Não o que seja o óbvio, dos velhinhos que vão para os lares pagarem os mil e
quinhentos eurinhos da ordem, mais as fraldas, os medicamentos, os próprios
bens…?
Ou
as crianças e jovens! Onde param as atividades permanentes e diversas?
Que
dinâmica concelhia para além do Castelo Mágico (o sunset de inverno de uma
empresa amiga que aqui vem fazer a época baixa), e do Dia da Criança?
Desculpem,
mas conheço demasiadamente bem o concelho para poder ser nuns casos cínico e
noutros elogioso. Percorro diariamente o território e observo as novidades,
mas, infelizmente, lamento informar que só o castelo e o centro náutico são
insuficientes para encher a Praça da República, esse estacionamento monumental
onde quem o utiliza deveria pagar no mínimo 100 euros ao minuto!
Quanto
à AFMP, vão ter o que merecem, mais quatro anos do pilantra do costume!

30 de novembro de 1935 (47 anos) Lisboa, Santa Catarina, Portugal |
O DOS CASTELOS
A Europa jaz, posta nos cotovelos:
De Oriente a Ocidente jaz, fitando,
E toldam-lhe românticos cabelos
Olhos gregos, lembrando.
O cotovelo esquerdo é recuado;
O direito é em ângulo disposto.
Aquele diz Itália onde é pousado;
Este diz Inglaterra onde, afastado,
A mão sustenta, em que se apoia o rosto.
Fita, com olhar esfíngico e fatal,
O Ocidente, futuro do passado.
O rosto com que fita é Portugal.

Moro na costa, solto um grito
Deixei muitas lágrimas na areia
Levo umas cidades no meu cinto
Trago umas tragédias na traqueia
Deixei uma mensagem num manjerico
Peço a Deus que desta vez ele leia
E enquanto a marcha vai, eu não fico
A tentar não me perder na rua cheia
Estou no arraial triste (hei!)
Hoje só vou bailar com a lua cheia
Estou no arraial triste
A balançar com as folhas da palmeira
Estou no arraial triste (hei!)
Hoje só vou bailar com a lua cheia
Estou no arraial triste
A balançar com as folhas da palmeira
Ave Maria, cheia de graça
O senhor é convosco
Bendita sois vós entre as mulheres
E bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus
Santa Maria, mãe de Deus
Rogai por nós pecadores
Agora e na hora da nossa morte
Amém
À beira do mar, mesmo à beirinha
À beira do mar, à beira da linha
À beira do mar, mesmo à beirinha
À beira do mar, à beira da linha
E que estas horas não passem sem mim
Que esta carruagem não seja meu fim
E que estas portas não fechem sem mim
Até que as tuas cordas se amarrem a mim
Estou no arraial triste (hei!)
Hoje só vou bailar com a lua cheia
Estou no arraial triste
A balançar com as folhas da palmeira
Estou no arraial triste (hei)
Hoje só vou bailar com a lua cheia
Estou no arraial triste
A balançar com as folhas da palmeira
Traduzir para
o inglês

1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve
ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O
ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser
generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em
plena igualdade, em função do seu mérito.
2. A educação deve visar à plena expansão da
personalidade humana e ao reforço dos direitos do homem e das liberdades
fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre
todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o
desenvolvimento das actividades das Nações Unidas para a manutenção da paz.
3. Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o género de educação a dar aos filhos.