Viver em
Montemor-o-Velho Hoje algumas das dificuldades do nosso concelho e algumas das
mais valias que oferecemos. Mário Silva na Parte VI MANLIANENSES ILUSTRES
fala-nos do Dr. José Augusto Peixoto de Almeida Galvão. Carla M. Henriques Uma
história de amor com música que se entranha na pele, no tempo...Fernando Curado
Jorge de Sena um ilustre banhista da praia da Figueira da Foz. António Girão
escreve-nos numa escrita corrida os seus sentimentos com um dos ídolos dos
Portugueses e não só. Na poesia Garça Real palavras com sabor a sal e sol.
Isabel Capinha a “romântica” dos nossos tempos a força de viver... Isabel
Tavares “Loucura” “Demi-plié” dos amantes. Isabel Rama Escreve-nos sobre Lisboa
“Lisboa, Menina e Mulher Saudade” Na Livraria um Livro de Alfred Hitchcock –
Vertigo – A Mulher que viveu duas vezes. Já na música Chico Buarque - Tanto Mar
(Lisboa 07-06-2018)
BOAS LEITURAS
Viver em
Montemor-o-Velho Hoje
Uma Perspetiva Atual das
Principais Preocupações
Montemor-o-Velho,
localizado na região Centro de Portugal, é um concelho que combina a
tranquilidade do campo com a proximidade das grandes cidades. Viver aqui é
sinónimo de qualidade de vida, graças à sua beleza paisagística, património
histórico e cultural, bem como à hospitalidade dos seus habitantes.
Qualidade de
Vida e Infraestruturas
Os
residentes de Montemor-o-Velho desfrutam de um ambiente calmo e seguro, onde é
possível conciliar a vida familiar com as atividades profissionais. O concelho
dispõe de boas infraestruturas, tais como escolas, centros de saúde, e uma rede
de transportes que assegura a ligação às cidades vizinhas como Coimbra e
Figueira da Foz.
Economia e
Emprego
A
economia local é baseada principalmente na agricultura, especialmente no
cultivo do arroz, que é um dos ex-líbris da região. Além disso, o turismo tem
vindo a ganhar relevância, impulsionado pelo património histórico como o
Castelo de Montemor-o-Velho e pelas atividades recreativas associadas ao rio
Mondego.
Principais
Preocupações
Apesar
da qualidade de vida, os habitantes de Montemor-o-Velho enfrentam algumas
preocupações significativas:
·
Desenvolvimento Económico: A necessidade
de diversificação da economia local e a criação de novas oportunidades de
emprego são questões prioritárias. A aposta em setores como o turismo
sustentável e a modernização agrícola são vistos como caminhos para este
desenvolvimento.
·
Mobilidade e Transportes: Ainda que
exista uma rede de transportes, a melhoria das infraestruturas rodoviárias e a
frequência dos transportes públicos são preocupações constantes para facilitar
a deslocação dos residentes e o escoamento de produtos locais.
·
Ambiente e Sustentabilidade: A proteção
do meio ambiente e a sustentabilidade dos recursos naturais são temas que
ganham cada vez mais importância. Projetos de preservação do rio Mondego e a
promoção de práticas agrícolas sustentáveis são exemplos de iniciativas em
curso.
·
Saúde e Bem-estar: Garantir o acesso a
serviços de saúde de qualidade e promover o bem-estar da população são
prioridades. O envelhecimento da população requer soluções adaptadas para
cuidados continuados e apoio domiciliário.
Montemor-o-Velho
é um exemplo de como a vida no interior pode ser rica e gratificante, superando
desafios com o esforço coletivo e a inovação. A ligação entre a tradição e a
modernidade continua a moldar o futuro deste concelho, que se orgulha da sua
herança e olha com esperança para as próximas gerações.
A
Gastronomia do Vale do Mondego: Sabores de Montemor-o-Velho e os seus
Restaurantes
Tradição, inovação
e identidade culinária à mesa do Mondego
O
vale do Mondego, com as suas paisagens férteis e tradição agrícola milenar,
ergue-se como uma das joias da gastronomia portuguesa. Montemor-o-Velho, vila
antiga e majestosa aninhada nas margens deste rio, é um epicentro vivo de
sabores autênticos e de experiências culinárias que cruzam o passado com o
presente. A riqueza da terra e as águas generosas do Mondego traduzem-se numa
mesa farta, marcada por pratos emblemáticos, produtos regionais de excelência e
uma oferta de restaurantes que celebram o melhor da cozinha local.
O
Vale do Mondego: Um Berço de Sabores
O
Mondego, o rio mais extenso que nasce e corre inteiramente em Portugal,
fertiliza extensos campos de arrozais, hortas, pomares e vinhas. Estas terras,
abençoadas pela abundância de água e nutrientes, sustentam uma economia
agrícola vibrante, cujos frutos se traduzem diretamente na riqueza da mesa
local. Montemor-o-Velho, rodeado por este cenário bucólico, tornou-se símbolo
das tradições gastronómicas do Baixo Mondego.
O
Arroz do Baixo Mondego: A Pérola dos Campos
Nenhuma
conversa sobre a gastronomia de Montemor-o-Velho pode ignorar o protagonismo do
arroz. O arroz carolino do Baixo Mondego é célebre pela sua textura cremosa,
grão consistente e capacidade de absorver sabores, tornando-se indispensável em
inúmeras receitas tradicionais. Este arroz, cultivado nos campos planos que
margeiam o rio, é a base de pratos emblemáticos da região.
· Arroz de Lampreia
– Uma especialidade sazonal que atrai verdadeiros apreciadores, elaborada com a
lampreia pescada no Mondego e arroz local, enriquecida com vinho tinto e
especiarias.
· Arroz de Cabidela
– Um prato robusto, feito tradicionalmente com galinha caseira e sangue,
conferindo-lhe uma cor e sabor únicos.
· Arroz de Pato
– De confeção cuidada, o pato é primeiro cozido e depois desfiado, misturado
com o arroz e levado ao forno com chouriço, até formar uma crosta dourada e
aromática.
· Arroz de Marisco
– Graças à proximidade do Atlântico, é frequente encontrar variações deste
prato, em que o arroz absorve o sabor intenso dos mariscos frescos.
Sabores
da Terra: Carnes, Legumes e Enchidos
A
mesa do Mondego também se enriquece com carnes suculentas, especialmente de
porco e aves criadas ao ar livre. Os enchidos artesanais, como o chouriço, a
farinheira e o morcela, são presença regular em entradas e pratos principais,
conferindo personalidade e tradição.
Destacam-se
ainda os legumes e hortaliças frescas, cultivados nas margens férteis do rio.
Couves, grelos, feijões e abóboras dão cor e textura às sopas e guisados, sendo
a sopa de legumes do Mondego uma das mais apreciadas entradas em muitos
restaurantes locais.
Peixes
do Rio e do Mar
O
rio Mondego oferece espécies como a enguia e a lampreia, que ganham
protagonismo em pratos de confeção cuidada, especialmente na época da pesca. Os
peixes do Atlântico, facilmente acessíveis devido à proximidade costeira,
também integram a carta de muitos restaurantes, enriquecendo o repertório
gastronómico local.
Doces
Regionais e Pão Tradicional
Na
doçaria, Montemor-o-Velho destaca-se pelos pastéis de Tentúgal, reconhecidos
nacionalmente, cuja massa finíssima e recheio de ovos remetem para o legado
conventual da região. O arroz-doce, feito à moda antiga, e os bolos de arroz
são iguarias que encerram qualquer refeição com um toque de suavidade e
tradição. O pão de milho e o pão de trigo, muitas vezes ainda cozidos em forno
a lenha, acompanham os pratos principais, perpetuando métodos ancestrais de
panificação.
Restaurantes de Montemor-o-Velho:
Entre a Tradição e a Inovação
A
excelência da gastronomia regional encontra-se celebrada em diversos
restaurantes de Montemor-o-Velho e arredores, que souberam preservar a
identidade local ao mesmo tempo que introduziram novas técnicas e influências.
Restaurantes
a Visitar:
O Marinheiro-Floripes- O Mosteiro- A Moagem- Zé Ninguém- Tasca Da Mariana- Tasca do Bernardes - Abrigo do Pescador- Refúgio do Paul- Restaurante do Serrado...
oferecem uma carta que homenageia os pratos tradicionais, com destaque para o arroz de
pato e a cabidela. O ambiente histórico e o atendimento acolhedor fazem destes
espaços uma referência para quem procura autenticidade.
Pastelarias
e Doçarias
Para
além dos restaurantes, Montemor-o-Velho abriga diversas pastelarias que
perpetuam a tradição dos doces conventuais. Os pastéis de Tentúgal, verdadeiros
ícones da doçaria portuguesa, podem ser encontrados em várias casas
especializadas, algumas das quais mantêm receitas secretas transmitidas ao
longo de gerações.
Festas,
Gastronomia e Identidade
Ao
longo do ano, Montemor-o-Velho celebra festas e eventos gastronómicos que
promovem os produtos locais e a criatividade dos chefs. A Feira do Arroz e dos
Produtos da Terra é um dos momentos altos, reunindo produtores, artesãos e
visitantes à volta de degustações, workshops e mostras culinárias que reforçam
o papel central do arroz e da agricultura na identidade local.
O
Futuro da Gastronomia no Vale do Mondego
A
nova geração de chefs e empreendedores de Montemor-o-Velho tem vindo a
reinterpretar os clássicos da cozinha regional, valorizando produtos de origem
controlada, práticas sustentáveis e parcerias com agricultores locais. Esta
ligação entre tradição e inovação garante que a gastronomia do vale do Mondego
se mantenha viva, diversificada e em constante evolução, capaz de surpreender
tanto residentes como visitantes.
Visitar
Montemor-o-Velho é, pois, embarcar numa viagem de sentidos, que começa nos
arrozais dourados, passa pelas mesas animadas dos restaurantes e culmina na
doçaria delicada das pastelarias. Aqui, cada prato conta uma história de
pertença, memória e criatividade. A gastronomia do vale do Mondego é uma
celebração da autenticidade, onde o respeito pelo passado anda de mãos dadas
com a vontade de criar, inovar e partilhar sabores únicos.
O Desporto no
Concelho de Montemor-o-Velho
Tradição, Inclusão e
Desenvolvimento Desportivo à Beira do Mondego
O
concelho de Montemor-o-Velho, situado no coração do Baixo Mondego, é um espaço
onde a tradição se cruza com a inovação e onde o desporto tem vindo a assumir,
ao longo dos anos, um papel de destaque no quotidiano das suas populações. A
paisagem marcada pelo majestoso castelo, pelos campos de arroz e pelas margens
do rio Mondego proporciona o cenário perfeito para a prática de múltiplas
atividades desportivas, desde as mais tradicionais às mais contemporâneas.
História e
Identidade Desportiva
O
desporto em Montemor-o-Velho encontra raízes profundas nas práticas
comunitárias, desde tempos em que os jogos populares e as manifestações
culturais serviam de ponto de encontro e convívio entre moradores. Ao longo do
século XX, com a expansão do movimento associativo e a construção das primeiras
infraestruturas desportivas, o concelho começou a afirmar-se como referência
regional em diversas modalidades.
Com
a criação de clubes e coletividades em várias freguesias, como a Casa do
Benfica de Montemor-o-Velho, o Atlético Clube Montemorense
,
o Grupo Desportivo de Arazede, entre outros, a prática regular de futebol,
atletismo, ciclismo, canoagem e outras modalidades tornou-se parte integrante
da vida local. Estes clubes não só promovem a atividade física, mas também
fortalecem o espírito de comunidade e a inclusão social, acolhendo atletas de
todas as idades.
Modalidades em
Destaque
Canoagem e
Desportos Náuticos
O
rio Mondego é protagonista no panorama desportivo do concelho, sendo palco de
inúmeras competições nacionais e internacionais de canoagem. Montemor-o-Velho
acolhe o Centro de Alto Rendimento de Canoagem, infraestruturas de excelência
que têm atraído atletas de elite e seleções nacionais. As águas tranquilas e as
margens verdes são ideais para a prática de canoagem, remo e stand up paddle,
atividades que têm vindo a conquistar adeptos entre residentes e visitantes.
Para
além da canoagem, o Centro Náutico tem promovido o ensino de vela, windsurf e
outras modalidades destinadas a jovens e adultos, incentivando a descoberta do
património ambiental e o respeito pelo meio aquático.
Futebol e Futsal
O
futebol ocupa um lugar central na vida desportiva do concelho, com vários
clubes a dinamizarem equipas desde as camadas jovens até aos seniores. Além da
vertente competitiva, o futebol é frequentemente usado como ferramenta de
inclusão social, promovendo valores como a cooperação, a disciplina e o
respeito. O futsal tem também vindo a crescer, com equipas em diferentes
freguesias a participarem em campeonatos distritais, proporcionando
oportunidades para atletas femininos e masculinos.
Atletismo e
Caminhadas
Montemor-o-Velho
é, há décadas, palco de provas de atletismo que mobilizam clubes, escolas e a
população em geral. Para além das competições oficiais, as marchas/corridas e
caminhadas em grupo têm vindo a ganhar expressão, destacando-se eventos como a
“Caminhada do Mondego” ou a “Corrida das Fogueiras”. Estas iniciativas
incentivam hábitos de vida saudáveis e contribuem para a promoção do turismo
desportivo.
Ciclismo e BTT
As
paisagens planas e os trilhos rurais do concelho são excelentes para a prática
de ciclismo e BTT. Existem percursos sinalizados que atravessam arrozais, vales
e aldeias, proporcionando experiências únicas aos amantes das duas rodas. O
ciclismo é não só uma atividade de lazer, mas também uma oportunidade de
descobrir o património natural e arquitetónico de Montemor-o-Velho.
Desportos
Tradicionais e Jogos Populares
A
preservação das tradições é um dos pilares da identidade local. Jogos como a
malha, o tiro ao alvo, a sueca e o dominó continuam a animar festas e romarias,
servindo de elo entre gerações. Diversas associações culturais e recreativas
promovem torneios e encontros que mantêm viva a memória coletiva e contribuem
para o bem-estar da comunidade.
Infraestruturas
Desportivas
O
concelho dispõe de um conjunto diversificado de infraestruturas desportivas,
pensadas para acolher praticantes de todas as idades e níveis. Destacam-se:
· Centro
Náutico de Montemor-o-Velho: Equipamento de referência internacional, com pista
de águas calmas, balneários, salas de musculação e auditórios, acolhendo
eventos como Campeonatos Mundiais e Europeus de Canoagem.
· Estádios
e Campos de Futebol: Modernizados e distribuídos pelas freguesias, oferecem
condições para a formação e competição em futebol e futsal.
· Pavilhões
Gimnodesportivos: Espaços multiusos para ginástica, basquetebol, voleibol,
patinagem artística, artes marciais, entre outras modalidades.
· Piscinas
Municipais: Com piscinas cobertas e ao ar livre, promovem a natação,
hidroginástica e atividades aquáticas para todas as idades.
· Parques
Desportivos ao Ar Livre: Equipamentos de fitness, campos de ténis,
polidesportivos e circuitos de manutenção disponíveis em várias localidades.
Eventos e
Dinamização Desportiva
A
atividade desportiva em Montemor-o-Velho é marcada por uma agenda anual
recheada de eventos que mobilizam atletas, voluntários e público. Entre os mais
emblemáticos destacam-se:
· Campeonatos
Internacionais de Canoagem: O concelho já foi palco de Taças do Mundo, Europeus
e Mundiais, atraindo milhares de participantes e visitantes.
· Provas
de Atletismo e Ciclismo: Competições regionais, nacionais e passeios
organizados ao longo do ano.
· Torneios
de Futebol Juvenil: Incentivando a formação e o intercâmbio entre clubes de
diferentes regiões.
· Encontros
de Desportos Tradicionais: Que contribuem para a valorização cultural e social
do território.
· Caminhadas
Temáticas e Eco-passeios: Atrativos para residentes e turistas, promovendo a
consciência ambiental e o lazer ativo.
Desporto Escolar
e Formação
A
ligação das escolas ao movimento associativo tem sido determinante para o
desenvolvimento desportivo em Montemor-o-Velho. O desporto escolar é promovido
desde o ensino básico, com atividades regulares de ginástica, jogos coletivos,
natação e atletismo. Os programas de formação garantem que os mais jovens
tenham acesso a treinadores qualificados e a oportunidades de participação em
competições distritais e nacionais.
A
autarquia, em parceria com o tecido associativo, dinamiza projetos de ocupação
de tempos livres, colónias de férias desportivas e iniciativas de combate ao
sedentarismo. Estas ações são fundamentais para a promoção da saúde, da
inclusão e do sucesso educativo.
Inclusão, Saúde
e Bem-Estar
O
desporto no concelho assume uma dimensão inclusiva, com iniciativas específicas
dirigidas a crianças, seniores e pessoas com necessidades especiais. Programas
de desporto adaptado, aulas de ginástica para maiores de 65 anos,
hidroginástica sénior e atividades intergeracionais são regularmente
promovidos, reforçando a coesão social e o envelhecimento ativo.
A
sensibilização para a importância da atividade física é acompanhada por
campanhas de saúde, rastreios e workshops em colaboração com centros de saúde,
farmácias e instituições locais.
O Papel do
Associativismo
O
tecido associativo é uma das maiores riquezas de Montemor-o-Velho, sustentando
a realização de inúmeras iniciativas e garantindo a diversidade de modalidades
disponíveis. As coletividades são espaços de partilha, aprendizagem e apoio,
fundamentais para a formação desportiva, cívica e humana dos jovens. A
colaboração entre clubes, autarquia e comunidade reflete-se no dinamismo e na
capacidade de inovação, com projetos que vão desde a iniciação desportiva até à
competição de alto rendimento.
Desafios e
Perspetivas Futuras
Apesar
dos avanços, o desporto em Montemor-o-Velho enfrenta desafios comuns aos
territórios do interior, como a necessidade de renovação de infraestruturas, a
captação e retenção de jovens atletas e a promoção de hábitos de vida saudáveis
numa sociedade cada vez mais sedentária. O investimento em equipamentos, a
formação de técnicos e dirigentes, e a aposta na promoção do desporto feminino
são algumas das prioridades traçadas para o futuro.
A
valorização do património natural e paisagístico do concelho continuará a ser
um trunfo, não só para o desenvolvimento do desporto, mas também para o aumento
da atratividade turística e a melhoria da qualidade de vida dos seus
habitantes.
Conclusão
Montemor-o-Velho
é um concelho onde o desporto é sinónimo de tradição, saúde e futuro. Da
canoagem ao futebol, passando pelo atletismo, ciclismo, ginástica, jogos
tradicionais e desporto adaptado, a diversidade de ofertas e a qualidade dos
eventos fazem deste território um verdadeiro exemplo de vitalidade comunitária.
O compromisso de todos — autarquia, clubes, escolas e população — garante que o
desporto continuará a ser um motor de desenvolvimento, inclusão e bem-estar
para as gerações presentes e vindouras.
MANLIANENSES
ILUSTRES
Dr.
José Augusto Peixoto de Almeida Ferreira Galvão
(1835-1905)
PARTE
VI
No
Hospital, com Francisco Henriques de Carvalho e outros, deixaria “assinalados
os seus serviços com o novo edifício dessa santa instituição de beneficência e
caridade que é o orgulho dos montemorenses, e aonde os pobres e irmãos da
Confraria de Nossa Senhora Santa Maria de Campos e Misericórdia encontram
conforto e alívio nas suas doenças, e os velhos e entrevados asilo seguro para
terminarem os dias de existência.”
Mesmo
à hora da morte não se esqueceria da instituição, tendo-lhe legado um
importantíssimo donativo de 50$000 réis, valor que os seus herdeiros, cumprindo
com a disposição testamentária, entregariam a 3 de fevereiro de 1905.
Olhando
para a informação contida no “recenseamento geral dos cidadãos eleitores e elegíveis
para deputados, cargos distritais, municipais e parochiaes”, realizado na
freguesia de Montemor, a 24 de fevereiro de 1892, percebemos claramente que
estamos perante o maior proprietário da freguesia com 185$480 réis de
contribuição predial, um valor muito superior ao do seu maior adversário político,
na vila e no concelho, o comendador José Maria de Góis Mendanha Raposo, que
pagava 63$390 réis da dita contribuição.
Sócio
fundador, com o n.º 2, do Sindicato Agrícola de Montemor-o-Velho, o primeiro
criado no país segundo os ditames do decreto de 5 de julho de 1894, pugnou,
nomeadamente durante a sua presidência, para que os mais de 100 associados,
provenientes de todo o Baixo Mondego, tivessem condições quase idênticas às que
se achavam os industriais dos grandes centros de população, facilitando-lhes a
aquisição de novos conhecimentos, de materiais mais baratos e melhores, tanto
no que respeitava a máquinas e instrumentos, como adubos sementes e animais
reprodutores, mas também o escoamento da das produções dos sócios.
A
defesa de um tão vasto património obrigava, por vezes, ao recurso aos
tribunais, como aconteceu na famosa “Questão do Taipal”, que opôs o Dr. José
Galvão, e a sua esposa, a D. Josefina Clarice de Oliveira, de Lisboa, e que foi ganha pelos primeiros, defendidos pelo
advogado figueirense António Santos Rocha, por sentença de 8 de agosto de 1892.
Para
se fazer uma ideia aproximada ao valor do seu património mobiliário e
imobiliário, basta dizer que ao falecer o Dr. José Galvão deixou uma fortuna
calculada em mais de… oitenta contos.
A
20 de junho de 1901, pouco tempo depois da morte do seu filho primogénito, e já
bastante debilitado pela doença, “passando parte do tempo n’esta cidade
[Figueira da Foz] e parte em Montemór, entregue á administração da sua casa,
que era importante”, revoga o testamento anterior, datado de 29 de setembro de
1864, e faz um novo:
“Quero
que o meu enterro seja feito sem a menor pompa e sem convites especiais, sendo
acompanhado á sepultura pelos padres residentes n’esta villa e meu corpo levado
por seis pobres, aos quais se darão mil e duzentos reis a cada um ou sejam sete
mil e duzentos reis para todos.
No
dia do meu funeral será dada aos pobres a quantia de trinta mil reis (30:000).
Por minha alma, pela de meus pais, pela de meu padrasto o Doutor Maximiano,
pela de minha irmã Piedade e pela de meu filho Henrique, mandarão os meus
herdeiros dizer vinte missas no espaço de um ano, contado do meu falecimento.
Deixo
por uma só vez ao hospital d’esta villa a quantia cinquenta mil reis (50:000) e
pela mesma forma ao Montepio vinte mil reis (20:000).
Em
testemunho da minha gratidão para com minha muito amada esposa D. Maria Clara
da Silva Carvalho Galvão, a instituo herdeira no usufruto da terça parte de
todos os meus bens, dividas, direitos e acções, passando por sua morte a
propriedade da dita minha terça, em partes iguais, para meus filhos José Luiz e
Maria do Carmo, aos quais peço que continuem a respeitar e honrar em tudo a sua
boa mãe, vivendo todos na melhor harmonia, (…) na maior união familiar.”
[A Trilha Sonora do Amor]
•
Todas
as histórias de amor têm uma música. Sempre ouvi dizer. Não o digo por
experiência.
Dizem
que todas as histórias de amor têm uma música. Pode ser a que tocava quando se
conheceram, a que ouviram juntos no primeiro encontro, a que tocava baixinho no
carro enquanto as mãos se procuravam no escuro, ou aquela que ele insistia em
cantar desafinadamente e que ela fingia não gozar, mas por dentro, ria sempre.
A
música entranha-se na pele, do tempo, como se tivesse nascido só para
acompanhar aquele amor. Como se o compositor, sem saber, tivesse escrito
exatamente o que os corações sentiam — com a melodia certa, no compasso certo,
na altura certa.
Há
sempre uma canção que nos devolve a alguém. Que nos transporta para aquele
momento que vivemos. Uma música que, sem pedir licença, nos atravessa como se
fosse uma viagem no tempo. E não importa quantos anos passaram, quantas outras
vozes ou outros rostos tenham vindo depois… quando ela começa a tocar, tudo
volta. O sorriso dele, o cheiro do lugar, o frio na barriga, a certeza tola de
que o mundo podia parar ali e eu não me importaria. Porque, por instantes,
havia um universo inteiro só entre nós dois. E a banda sonora perfeita para
embalá-lo.
A
música tem esse poder raro: o de eternizar o que foi fugaz. De transformar um
instante em memória. De fazer reviver, mesmo que apenas por três minutos e
meio, aquilo que julgávamos esquecido. E o mais curioso é que não precisamos de
compreender a letra — às vezes basta um acorde, uma voz, um refrão que se cola
à alma como uma promessa.
Mesmo
quando o amor vai embora, a canção fica. Fica como um eco do que fomos, como um
sussurro que nos diz: “vês? Foste feliz.” Às vezes, dói ouvir. Outras vezes,
conforta. Mas nunca passa despercebida. Porque aquela música… é nossa. Foi
nossa. Será sempre!
E
mesmo que o amor tenha mudado de forma, mesmo que ele já não viva nos gestos,
nem nos olhares trocados, ele vive ali. Naquela faixa. Naquela voz que canta
por nós, mesmo quando já não nos lembramos das palavras exatas.
Talvez
o amor, no fim de tudo, seja isso: uma trilha sonora que a vida não apaga. Uma
canção que sobrevive a qualquer história. Que nos pertence, mesmo quando já não
pertencemos um ao outro.
E
talvez, um dia, ao ouvirmos essa música ao acaso, num café qualquer, no meio de
uma playlist esquecida… sorriremos. Porque naquele instante, mesmo sem querer,
mesmo sem estar à vista — o amor volta a acontecer. Dentro de nós.
•
Jorge Cândido de Sena nasceu em Lisboa a 2 de novembro de 1919 e morreu em Santa Bárbara, na Califórnia, a 4 de junho de 1978.
Licenciado
em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia do Porto, parte para o exílio
no Brasil em 1959, onde se doutora em Letras e rege as cadeiras de Teoria da
Literatura e de Literatura Portuguesa.
Muda-se para os Estados Unidos da América em 1965, lecionando na Universidade de Wisconsin e, anos depois, na Universidade da Califórnia.
Poeta,
ficcionista, dramaturgo, ensaísta e tradutor, é considerado um dos mais
relevantes escritores de língua portuguesa do século XX, autor de títulos como
«Metamorfoses» (1963), «Os Grão-Capitães» (1976), «O Físico Prodigioso» (1977)
e «Sinais de Fogo» (1979).
Este
último romance, considerado a sua obra-prima, desenrola-se, na sua maior parte,
na Figueira da Foz, cidade onde Jorge de Sena, quando estudante, passou as suas
férias de Verão na década de trinta do século passado.
Jorge de Sena, em Sinais de Fogo, retrata a Figueira da Foz dos anos trinta, a burguesia que vem a banhos anualmente, e a sociedade portuguesa da época, numa altura em que no país vizinho se desenrolava uma feroz guerra civil (1936-1939), um verdadeiro “ensaio geral” para a guerra mundial que se seguiu (1939-1945).
Naquele Verão de 1936, quando Jorge de Sena chegou de comboio à Figueira, “a estação era um tumulto de espanhóis aos gritos, com sacos e malas, crianças chorando, senhoras chamando umas pelas outras, homens que brandiam jornais, e uma grande massa de gente comprimindo-se nas bilheteiras”.
A guerra civil em Espanha iniciara-se precisamente em julho de 1936, mas a Figueira era então “um meio pequeno, onde todos os fios de uma meada se cruzavam”, e o jovem estudante Jorge de Sena acolhe-se em casa do seu tio Justino, um «bon-vivant» viciado em jogo, que praticamente vive no Casino, "seguindo com os olhinhos a bolinha da roleta" para esquecer um caso amoroso que o marcará para toda a vida.
“O liceu findara, e, com ele, todo um estilo de obrigações e de vida. E estas férias eram como que o refazer prévio de uma nova pele. Na Figueira, eu sentira perfeitamente isso. O meu tio que gastava as noites todas, e o dinheiro que ganhava, no Casino, levava-me às vezes consigo, em anos passados, e eu ficava vagueando, até me aborrecer, pelo salão de baile, os corredores, as antessalas, porque não me deixavam passar a porta do bar ou dos salões de jogo. Mas, nestas férias, não fora assim. Meu tio, afirmando categoricamente que eu era um «universitário», e que um universitário era, para todos os efeitos, maior e vacinado, arrancara-me da gerência um cartão de livre-trânsito”.
Foi neste Verão de 1936 que Jorge se apaixonou por Mercedes, vivendo um romance da maior intensidade, do qual nunca se alhearam os posicionamentos políticos associados à guerra que se desenrolava no país vizinho.
“No romance não me restrinjo em nada: cenas, personagens, descrições sexuais, a linguagem e os gestos crus, tudo está posto friamente por claro, através de um narrador que sou e não sou eu…”, disse um dia Jorge de Sena.
Se
o pudéssemos voltar a receber, teríamos de o imaginar a desembarcar novamente
na estação da CP, onde estaria Mercedes, a paixão de Jorge em Sinais de Fogo,
esperando-o ansiosamente.
Seguiriam de imediato para o antigo quarto secreto em Buarcos, onde Jorge lhe recordaria os versos que lhe escrevera em 1936:
"Oh meu amor, de ti, por ti, e para ti, recebo gratamente como se recebe, não a morte ou a vida, mas a descoberta, de nada haver onde um de nós não esteja”.
“Amo-te muito, meu amor, e tanto que, ao ter-te, amo-te mais, e mais ainda depois de ter-te, meu amor. Não finda com o próprio amor, o amor do teu encanto”.
“Se
alguma vez te amasse de amor fundo, senta-te à luz do mar, à luz do mundo, como
na vez primeira em que te vi, tão jovem, que era crime o contemplar-te. E
despe-te outra vez, pois vêm olhar-te quantos te buscam de saber-te aqui”.
Disse-lhe Mercedes, “Eu queria era ficar assim, para sempre. Assim nos teus braços, assim com a tua boca na minha, assim calada, assim suspensa fora de tudo, mas em ti.”
Depois
revisitariam locais e recordações de tempos longínquos, e encontrariam a casa
do seu tio Justino, onde Jorge passava as suas férias de Verão, ali no nº 5 da
Rua Fernandes Coelho, em ruína, miseravelmente abandonada, com as portas e as
janelas entaipadas.
Não conseguiriam ler, porque nunca existiu, o epitáfio que lhe deveriam ter dedicado numa lápide de mármore velho sobre a verga da porta do nº 5:
A FIGUEIRA DA FOZ HOMENAGEIA JORGE DE SENA – NESTA CASA E NESTA CIDADE ACONTECEU UMA BOA PARTE DO SEU ROMANCE «SINAIS DE FOGO».
Jorge beijaria, novamente, Mercedes, e segredar-lhe-ia algo inaudível, enquanto lhe correriam lágrimas ao recordar a velha casa do seu tio Justino e a distante Figueira cosmopolita marcada pelo glamour, praia, casinos e jogo, parecendo-lhe ainda avistar, ao longe, o seu amigo João Gaspar Simões, entre os refugiados espanhóis que tão bem descreveu no seu romance.
Desta
maravilhosa história de amor ficou só uma escultura, que perpetuará o romance e
o seu autor, inaugurada no dia Mundial da Poesia, em 21 de março de 2016, junto
ao Forte de Santa Catarina, onde se supõe que Jorge, o jovem personagem de
«Sinais de Fogo», tenha escrito o poema homónimo.
"Demasiado Bom para Ser Verdade (ou para Ser Tolerado)"
"Se
o Cristiano Ronaldo fosse padeiro, havia quem lhe criticasse a forma como
amassa a massa." — dizia o meu avô Armando, padeiro de profissão.
Ontem,
Cristiano Ronaldo — esse veterano que "já não dá uma para a caixa" —
decidiu, mais uma vez, contrariar os boletins clínicos e os diagnósticos de
café da manhã. Marcou o golo decisivo contra a Alemanha, num daqueles jogos em
que supostamente já nem devia estar a jogar. Dizem que está velho. Claro. Com
39 anos, devia estar a fazer crochet ou a discutir reformas antecipadas. Mas
não: anda a voar por cima de centrais de 1m98 como se tivesse molas nos pés. E
não foi um saltinho. Foram 50 centímetros acima desses gigantes germânicos.
Meio metro. Um pequeno salto para ele, um potencial recorde nacional de salto
em altura para qualquer outro português.
Ainda
assim, os comentários continuam. “É individualista.” “Já não corre como
dantes.” “Só pensa nele.” Curioso como estas críticas vêm maioritariamente de
compatriotas. Aqueles que, se ele falha um penálti, pedem que se reforme, e se
marca um hat-trick, reclamam que devia ter passado a bola ao João Mário. Há
quem diga que se acha Deus. A verdade é que muitos portugueses não conseguem
lidar com alguém que trabalha como um monge em clausura, mas que tem abdominais
de super-herói e uma conta bancária de Emirado.
A
justificação para este rancor nacional? Talvez seja cultural. Não gostamos de
ver o sucesso demasiado de perto. Especialmente quando é nosso. É mais fácil
admirar quem está longe, que não nos lembra o que poderíamos ser se tivéssemos
tido a mesma disciplina e fome de vencer. A sombra de Ronaldo é grande. Tão
grande que nos obriga a olhar para o chão — ou a atirar pedras, se preferirmos.
No
fim, ele continua a correr. A marcar. A saltar mais alto que todos. E nós,
claro, continuamos sentados, a comentar.
(fotografia retirada da net)
Sabem a sal e a sol
os campos da minha
terra
tudo sabe a rosas, a
flores, a liberdade…
E há no ar e no céu um
aroma
a rosmaninho e a
alecrim
e a rosas…
Sabe a mar o meu país
de abril…
Ah, como eu te quisera
assim sempre florido e
viçoso,
com promessas quentes
de sol
em cada esquina
e sorridentes os rostos
em cada lugar…
Há sorrisos húmidos
rasgados de ternura em
torno de um abraço …
E os olhos rasos de sol
e de alegria
com cravos e rosas
florindo deslumbrados
ao sol
de inverno
descobrem a chegada da
primavera …
Surgem então aves
delirantes
rasando a vida,
rasgando o sol…
E olhos ávidos e
sedentos
na espera atenta de
promessas por cumprir …
Vê-se daqui o mar,
sempre o mar, o mar e a
bruma…
Mar de outrora de hoje
…
Hoje, sem bruma, só
a branca espuma das
ondas …
Mar de sol, mar de
vida, mar de encontro,
mar nosso…
Ecos de vida
tão próximos distantes
florindo expectantes ao
sol
em mim.
NÃO PERCAS NUNCA!!!!!
Não percas o
romantismo,
mesmo sabendo que as
dificuldades existem…
Não percas o otimismo,
mesmo sabendo das
barreiras que irás encontrar…
Não percas a vontade de
viver,
mesmo sabendo das dores
e perdas que podes sofrer nesta vida…
Não percas os
teus(tuas) amigos(as),
mesmo sabendo que esta
vida é apenas um momento que passa…
Não percas a
serenidade,
mesmo nos momentos em
que tudo parece estar
contra o teu sucesso e
vitórias…
Não percas a força e
vontade de ir à luta de corpo e alma,
independente de ser ou
não reconhecido…
Não percas nunca teus
objectivos, mesmo com todas as vicissitudes da vida - tens de
acreditar em ti
próprio(a)…
Não percas o teu amor
próprio, para que assim possas amar
tudo à tua
volta!!!!....
LOUCURA
Toca
na minha cintura
num
adágio tão lento
que
em cada movimento
o
meu corpo trema e morra
num
“Balloné” de loucura
que
depois pousa em ternura
“Cambré”
e sedento…
“Chassé”
de pernas amantes
que
se enlaçam por instantes
e
desfalecem no ar
numa
dança só de amar
em
ternuras deslumbrantes
“Emboîté”
sobre o teu corpo
com
beijos tão faiscantes
“Demi-plié”
dos amantes
Loucura!
Lisboa,
Menina e Mulher de Saudade
Escrever
sobre Lisboa é escrever sobre uma menina – mulher, discretamente atrevida
sob
o olhar do seu Castelo. Lá bem no alto, o Castelo de S. Jorge conta histórias
dentro
da
História. Tal a sua importância que o famoso e querido António Silva
imortalizou a
famosa
personagem do Costa do Castelo, dando origem ao filme com o mesmo nome.
Um
filme romântico, retrata a vida de gente humilde, mas feliz, como muita gente
da
encosta
do Castelo.
Sim,
porque Lisboa não é só turistas, Lisboa é a menina simples como a varina ou o
homem
das castanhas que no frio de inverno vende carinho quente a quem quer
comprar.
A
varina esbelta e poética “que vende sonho e maresia… Seu nome próprio: Maria /
Seu
apelido: Lisboa” – imortalizada pela nossa rainha do fado, a nossa grande e
amada
Amália
Rodrigues.
O
Tejo ama-a com paixão, qual amante perdido de amor por uma fadista vaidosa e
atrevida.
O fado, é um fado que vive nas vielas alfacinhas, à espera de cada noite que
cai.
Amor, traição e fatalismo traçam destinos por cruzar e nasce a palavra saudade.
Oh,
saudade da guitarra portuguesa pelas mãos mágicas de António Chainho. Nas suas
mãos,
a guitarra fala, expressando a dor que o poema acompanha.
Lisboa
é uma dama romântica que passeia pela Avenida da Liberdade em noite de
Santo
António.
Santo
António, o santo casamenteiro, que não perde a tradição e abençoa dezenas de
casais
de noivos que decidem casar no seu dia.
Grandes
vozes fadistas imortalizaram Lisboa: Carlos do Carmo no seu charme de Lisboa
Menina
e Moça, Hermínia Silva e o seu estilo de fado bem picadinho, Alfredo
Marceneiro
e tantos, tantos outros.
Lisboa
respira fado e saudade nas ruelas típicas: tabernas onde o fado se deita pela
manhã
quando a cidade acorda.
Lisboa
deu ao mundo grandes atores, atrizes, declamadores. Que em conjunto, com
poetas,
músicos e sonhadores, teceram a alma desta cidade — feita de luz dourada, de
noites
de festa e de manhãs ensonadas.
Lisboa
é memória viva, é poema que se canta com voz embargada. É o pregão da
varina,
o tilintar da guitarra, o cheiro a sardinha no ar. É a lágrima que cai sem se
dar
por
ela, e o riso que nasce num café de esquina.
Lisboa
é menina e mulher. É casa e partida. É saudade com nome próprio.
Lisboa...
és de quem te sente.
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