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domingo, agosto 31

BARCAÇA_59

 


Barcaça_59 mais uma vez deixa o seu porto de abrigo para se aventurar pelo serpentear até à foz.

Numa analise que se repete a cada quatro anos, em vésperas de eleições, os autarcas abrem o cofre que durante três anos aguardam para fazer as delícias dos munícipes que nessa altura esquecem dos maus momentos que o concelho passou, seja nos transportes, educação (escolas velhas), saúde falta de serviços e centros de saúde que em vésperas de eleições veem a sua cara lavada. Distribuição de milho aos (pombos).

Não há contenção quando se trata de campanha...abre-se o cofre e quem venha a seguir lute pela vida. Este fenómeno pode manifestar-se através da realização de obras públicas, inaugurações, eventos culturais ou desportivos, distribuição de subsídios ou apoios, e contratação de pessoal de forma temporária.

Multiplicação de projetos de pavimentação, construção de infraestruturas ou remodelação de espaços públicos.

Feira do Ano!!!

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Cartaz de luxo, pergunto quanto custou ao erário publico? Não sabemos e só iremos saber se a Camara mudar de mãos.

Na cultura Mário Silva apresenta-nos a Parte VIII Manlianenses Ilustres. Já Carla M. Henriques a despedida do Verão, onde mescla a brisa com a gargalhada, o sabor do sal com memórias e ideias que flutuam mar dentro.

Na chegada à Figueira Fernando Curado fala-nos nas origens do futebol na Figueira da Foz. António Girão aflora um pouco o doping no desporto.

E damos por nós a saborear a chegada à foz com palavras com vários sabores e tonalidades, o aparecimento das folhas amareladas por Garça Real, o ato nobre que hoje está na assembleia da república com cortes na amamentação e descreve (SER MÃE). Isabel Rama (As saudades da Saudade) a partida e a chegada dos nossos imigrantes. Isabel Tavares (Espalhemos as cores da vida) entrelaça os afetos, com a alma e brisa.

Escolhi uma canção de 1965 (Figueira – Simone de Oliveira.

O livro deste mês (Nunca Fiques Onde Já Não Estás.

Desejo a todos boas leituras até final de Setembro.


O Despesismo nos Gastos das Autarquias em Ano de Eleições

Uma análise crítica do aumento da despesa pública local durante períodos eleitorais

Introdução

O panorama político português tem sido, ao longo das últimas décadas, marcado por ciclos eleitorais que influenciam não apenas o debate público, mas também a gestão financeira das autarquias locais. O despesismo nos gastos das autarquias em ano de eleições é um tema recorrente e controverso, suscitando preocupações quanto à racionalidade, transparência e eficácia da despesa pública. Perante a proximidade de atos eleitorais, observa-se frequentemente um aumento significativo dos investimentos municipais, questionando-se se tais decisões têm por base critérios de interesse coletivo ou estratégias de captação de votos.

O que é o Despesismo Autárquico?

O despesismo autárquico pode ser entendido como a tendência das autarquias locais para aumentarem, de forma pouco criteriosa e muitas vezes desproporcionada, os seus gastos, especialmente em períodos que antecedem eleições. Este fenómeno pode manifestar-se através da realização de obras públicas, inaugurações, eventos culturais ou desportivos, distribuição de subsídios ou apoios, e contratação de pessoal de forma temporária. Em muitos casos, tais despesas não estão devidamente justificadas do ponto de vista da gestão eficiente dos recursos públicos, servindo antes objetivos de natureza política e eleitoralista.

·     Obras Públicas: Multiplicação de projetos de pavimentação, construção de infraestruturas ou remodelação de espaços públicos.

·     Eventos e Festividades: Agendamento de festas populares, concertos, feiras e outros eventos com grande visibilidade mediática.

ENTRADA LIVRE...$$$$$ SÓ DEUS SABERÁ.

·     Apoios Financeiros: Atribuição de subsídios a associações, clubes desportivos ou entidades locais.

·     Contratação de Pessoal: Reforço temporário dos quadros técnicos e administrativos, muitas vezes sem necessidade estrutural.

Motivações do Aumento da Despesa

Em ano de eleições, os responsáveis autárquicos tendem a privilegiar ações de grande impacto visual e mediático, procurando demonstrar resultados e capacidade de realização. A lógica subjacente é simples: obras feitas e eventos promovidos são argumentos tangíveis que podem convencer os eleitores a renovar a confiança na equipa dirigente. O despesismo eleitoralista, neste contexto, assume frequentemente a forma de uma corrida contra o tempo para mostrar trabalho, mesmo que isso implique decisões precipitadas ou menos fundamentadas.

·     Procura de popularidade: Aumentar o reconhecimento público dos autarcas.

·     Resposta a reivindicações locais: Satisfazer promessas feitas durante campanhas anteriores.

·     Visibilidade mediática: Garantir cobertura noticiosa positiva nas semanas que antecedem as eleições.

Consequências do Despesismo

O aumento descontrolado dos gastos municipais em períodos pré-eleitorais pode gerar múltiplas consequências, nem sempre positivas para as comunidades.

Impacto Financeiro

A realização de investimentos não planeados pode provocar desequilíbrios orçamentais, levando, em casos extremos, à necessidade de cortes futuros ou ao aumento da carga fiscal sobre os munícipes. Projetos feitos à pressa, sem o devido planeamento, tendem a ser menos eficientes e mais dispendiosos, acarretando revisões e custos adicionais.

Sustentabilidade e Planeamento

A prevalência de obras de última hora e de decisões apressadas pode comprometer a sustentabilidade dos investimentos públicos. Falta de estudos técnicos, ausência de consulta pública e insuficiência de avaliações ambientais são frequentes em iniciativas lançadas apenas para cumprir objetivos eleitorais.

Transparência e Credibilidade

O despesismo em ano de eleições pode minar a confiança dos cidadãos nas instituições públicas, alimentandas suspeitas de uso indevido dos recursos para fins pessoais ou partidários. A transparência e o escrutínio público são enfraquecidos quando as decisões de investimento não se baseiam em critérios objetivos e justificados.

Exemplos Práticos e Casos Mediáticos

Ao longo dos anos, diversos casos tornaram-se emblemáticos do despesismo autárquico. Obras públicas inauguradas a poucas semanas das eleições, festivais promovidos pela autarquia com orçamentos inflacionados, ou distribuição de subsídios extraordinários a associações locais são práticas que, quando somadas, criam um panorama de gestão pouco racional.

Embora não se possa generalizar, existem muitos exemplos em que as auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas identificaram gastos injustificados ou sobrevalorizados, resultando em recomendações para uma gestão mais criteriosa.

O Papel dos Órgãos de Fiscalização

A fiscalização dos gastos públicos locais é um elemento fundamental para prevenir e combater o despesismo. Em Portugal, entidades como o Tribunal de Contas, Inspeção-Geral de Finanças e Assembleias Municipais têm como missão analisar o cumprimento dos princípios de legalidade, eficiência e transparência na gestão autárquica. Estes órgãos podem, quando necessário, instar à correção de práticas abusivas e denunciar irregularidades.

Soluções e Recomendações

Para enfrentar o despesismo nas autarquias em ano de eleições, é necessário promover uma cultura de responsabilidade e planeamento estratégico. Entre as medidas propostas destacam-se:

·     Planeamento plurianual: Implementar projetos com horizonte temporal alargado, evitando decisões precipitadas.

·     Transparência orçamental: Tornar públicos todos os investimentos e despesas, justificando a sua utilidade e impacto para a comunidade.

·     Participação cidadã: Envolver os habitantes no processo de decisão sobre as prioridades de investimento.

·     Auditoria regular: Submeter os gastos autárquicos à fiscalização periódica por entidades independentes.

Reflexão Final

A questão do despesismo nos gastos das autarquias em ano de eleições é sintomática de uma cultura política que privilegia o curto prazo e a visibilidade em detrimento do rigor e da sustentabilidade. Combater esta tendência exige o compromisso de todos os intervenientes, desde eleitores informados a autarcas responsáveis, passando pelos órgãos de fiscalização e pelos meios de comunicação social. Só assim se poderá garantir que os recursos públicos sejam realmente investidos em benefício das comunidades, promovendo desenvolvimento equilibrado e confiança nas instituições locais.

MANLIANENSES ILUSTRES

Dr. José Augusto Peixoto de Almeida Ferreira Galvão

 (1835-1905)

PARTE VIII

O dr. Elysio de Mancellos conduzia uma magnifica corôa de lilazes, violetas, martyrios e despedidas, com fitas pretas, largas, em que se lia a seguinte dedicatória: ‘Ao seu chorado marido e pae: tributo de indelével saudade. Maria Clara e José Galvão’. O dr. Augusto Cantante conduzia outra magnifica coroa de violetas e martyrios, com largas fitas pretas e a dedicatoria seguinte: ‘Ao seu querido pae e sogro dr. José Galvão: eterna saudade. Maria do Carmo e A. Simões.’ O dr. Martinho de Brito conduzia uma corôa de magnificas rosas chá e violetas, com fitas rôxas e pretas em que se lia a dedicatoria: ‘A seu querido primo. Maria da Encarnação Couceiro de Brito.’ De um bouquet de malmequeres brancos, com fitas rôxas e a dedicatoria: ‘A seu querido avô. Clara’, era portador José Motta. E de outro bouquet de rosas chá e vermelhas, com fitas rôxas e a dedicatoria: ‘A seu querido avô. Amelia e Carlos’, era portador João Mamede.

Á beira da sepultura discursaram com a sua costumada competencia, salientando as virtudes do finado e os serviços por elle prestados – o conselheiro Pereira dos Santos, amigo particular de José Galvão; o distincto orador sagrado padre Barreira, parocho de Revelles; o dr. Fausto Gavicho; o reverendo Reitor desta freguezia; e Fernando Barbosa, presidente do Hospital e Misericordia, que lhe deu o extremo adeus em nome desta corporação, que José Galvão tanto protegeu e elevou: em nome do concelho, que tantos melhoramentos lhe deve: em nome dos amigos, a quem tão dedicadamente serviu: em nome dos pobres, de quem foi grande protector, fazendo abrir centenares de vezes as portas dos seus celleiros para delles sair o pão com que mitigar a fome a milhares de pessoas: em nome da família, por quem tanto se interessou: e, finalmente, em nome da esposa desolada, a exma. Sr.ª D. Maria Clara Correia da Silva Carvalho Galvão, dessa santa creatura que, com incomparavel resignação, o acompanhou na sua prolongadissima doença, dessa dedicadíssima enfermeira e inseparável companheira de há 42 annos, ante a qual se curvam respeitosos, pela sua dedicação sem limites, todos que de perto a conhecem.

O enterro de José Galvão foi por certo o mais concorrido e respeitoso de que ha memoria nesta villa. No acompanhamento encorporaram-se, além dos habitantes desta villa, o Montepio com todos os seus socios e estandarte coberto de crépes, conduzido pelo secretario José Duarte Cadima e Silva; a Irmandade do Hospital e Misericordia com todos os seus irmãos; a Real Philarmonica 25 de Setembro, desta villa, e a da Abrunheira, com as suas bandeiras e pancadarias tambem cobertas de crépes; e muitos cavalheiros de differentes localidades (…).”

Como o testamento não foi aberto logo que ele faleceu, acabaria por não se cumprir na íntegra a sua vontade de que o enterro decorresse “sem a menor pompa e sem convites”, pelo que foram “expedidos convites a todos os ecclesiasticos do concelho para o enterro e officio, e estavam para ser expedidos para outras pessoas, que se suspenderam quando se soube da disposição. Dos ecclesiasticos convidados faltaram os de Arazede e Means, por também terem enterros a hora marcada; e alguns, como o do Seixo e o de Liceia, por estarem ausentes.”

Nos dias seguintes, a 4 de fevereiro de 1905, D. Maria Clara Correia da Silva Carvalho Galvão, através do advogado Francisco Luís Coutinho Carvalho, solicita à câmara que lhe seja vendido terreno no cemitério desta vila, junto ao jazigo do Dr. Maximiano de Freitas Mascarenhas Leal, para que aí possa “erigir um jazigo para os restos mortaes do seu fallecido marido”. Em resposta a este requerimento, o vereador Ferrão defende que “por attenção aos merecimentos do finado era opinião sua que, sendo legal, fosse cedido gratuitamente o terreno para o jazigo d’aquelle extincto, que tantos e tão relevantes serviços prestara a esta villa e ao concelho. A Camara, depois de varias considerações sobre o assumpto, e attendendo a que o desejo do senhor vereador Ferrão não podia ser satisfeito por não ser legal, deliberou que fosse cedido pelo preço estabelecido para a acquisição das sepulturas, o terreno pedido.”

Alguns meses depois, os restos mortais do Dr. José Galvão seriam finalmente exumados e trasladados para o jazigo de família, mandado construir por sua esposa e filhos.                                                         


Adoro o verão. Tem um jeito descarado e desajeitado de entrar na nossa vida. Sem pedir. Chega e, de repente, deixa-nos mais leves, mais felizes, menos presos ao que pesa, menos cheios do que não serve, mais próximos do que nos faz bem. Doura o chão, incendeia o céu, derrama estrelas nas madrugadas como quem nos enche de promessas. Enche-nos o corpo e o cabelo de sal, a cara de sardas.

Traz exagero em tudo: dias que se espreguiçam devagar, manhãs calmas de leitura, tardes de risadas, noites onde tudo é possível e nada precisa de explicação. Não dá espaço a incertezas — é feito risos partilhados, de ideias que evaporam antes de fazer sentido, de tristezas que se dissipam depressa. O calor dissolve as perguntas e, se as respostas vierem, porque nem importa, chegam tarde e a rir. Sem medo. Sem frustração.

O verão é a estação onde se adiam culpas, onde as dívidas emocionais ficam em pausa, e as decisões se enrolam em toalhas de praia — molhadas, coloridas e sem peso.

É onde os corpos falam por instinto, pele contra pele, como se o calor fosse um idioma secreto. Toques que ardem, beijos que sabem a sal e à promessa de que nada precisa durar para ser verdadeiro. Há um desejo cru, quase selvagem, que só o verão entende — esse instante em que não há passado nem futuro, apenas o aqui e agora a passar devagar.

Sempre gostei desta imagem: amores de verão que morrerem na areia. Não com tragédia, mas com uma beleza quase insuportável. Talvez porque a areia seja o único chão que nunca tenta prender ninguém. As pessoas chegam, entregam-se como quem mergulha de olhos fechados, ficam até que o sol se ponha… e depois vão. Leves. Exaustas. Cheias.

Há um certo niilismo com sabor a fruta gelada, um absurdo doce com sabor a bola de Berlim, um toque crocante de bolacha americana, que não pede explicação. Vive-se porque sim. E isso basta.

E eu — eu sou um pouco de tudo isso: brisa sem rumo, gargalhada solta, pele salgada, memórias bonitas, histórias que trago dos livros que leio e ideias a flutuar entre ondas que vêm e vão. Sou o instante antes da onda rebentar, o arrepio que o vento deixa na pele, o rastro quente do sol no corpo.

Verão,

… demora-te por cá, gosto de ti! 💖


AS ORIGENS DO FUTEBOL NA FIGUEIRA DA FOZ

Na Figueira da Foz, em 1895, aquando da fundação do Gymnásio Club Figueirense, alguns dos seus sócios organizaram de imediato uma “troupe de football”.

Em dezembro de 1896 um jornal local noticiou que o Ginásio iria criar a secção de futebol, o que veio a acontecer em 1897 com a designação de “Lawn Tennis, Foot-Ball, Criquet e outros jogos” dirigidos por Gualdino Guimarães, Joaquim Wittnich Carriço e José Carlos da Silva Pinto.

Em 1904, aquando de um passeio velocipédico a Santa Olaia, a par da música e da dança, também se jogou "foot-ball”.

Em 1907 seria construído o primeiro campo de futebol da Figueira da Foz, o Campo de Jogos da Morraceira, onde o primeiro treino ocorreu a 17 de novembro do mesmo ano.

Este campo de futebol da Morraceira foi alugado pelo Ginásio até ao ano de 1922, e foi neste período, durante a 1ª Grande Guerra Mundial, que o mesmo foi inspecionado para eventual utilização da força aérea.

De facto, o Ginásio Figueirense, em ofício de 8 de fevereiro de 1917, comunicou à Câmara ter estado na Figueira o tenente aviador Barbosa Leite, que veio averiguar se existia um terreno que servisse para aterragem dos aeroplanos do exército, tendo visitado o campo de futebol da Morraceira e os terrenos circunvizinhos.

(A Força Aérea Portuguesa foi fundada muito posteriormente, em 1 de julho de 1952, surgindo como um ramo independente das Forças Armadas Portuguesas, unindo as aviações do Exército (Aeronáutica Militar) e da Marinha (Aviação Naval)).

Antes da construção do Campo da Morraceira, a “garotada indígena” divertia-se com “footballisses” num enorme espaço “sujo”, entre o Forte de Santa Catarina e o topo da Rua da Inauguração (atual Rua da Liberdade).

Existiu também o Campo do Gualdino, um terreno irregular que os adeptos do Sporting Figueirense e do Operário tornaram operacional, situado na Rua Miguel Bombarda, no terreno onde se construiu o Hotel da Praia.

Houve ainda o Campo do Brasseur, utilizado pelo Progresso, nas proximidades da cadeia.

Em 1907 iniciaram-se os jogos de futebol regulares, por iniciativa dos ginasistas António Rainha e Augusto Oliveira, ambos também remadores e responsáveis da secção de remo do Ginásio.

Em 1907 constituíam o team do Ginásio: António Rainha, Augusto Oliveira, os irmãos José Bento e Constantino Pessoa, os irmãos Ramos Pinto, António e João Laidley, Francisco Neves, Mário Baltar, Abílio Águas e Adolfo Rodrigues.

Surgem novas equipas de futebol, em 1909 o team da Associação dos Caixeiros e, em 1911, as teams da Naval e do Sport Grupo Buarcosense.

(A Naval tinha sido fundada em 1893 e o Ginásio em 1895).

Em 1911, a Naval chegou a equipar de azul e branco, as cores da monarquia, e Chico Bento “ofertou ao Ginásio um Bronze de arte, instituindo um desafio anual entre as equipes da Figueira que se propusessem disputá-lo em Assotiation”.

No dia 26 de novembro de 1911, no Campo da Morrraceira, realizou-se o primeiro jogo entre o Ginásio e a Naval. Disputava-se o Bronze “Chico Bento”, tendo o Ginásio triunfado por 2-0.

A Naval e o Ginásio tinham reduzida atividade na época, em resultado da crise provocada pela Primeira Guerra Mundial, e o Ginásio tinha ficado sem sede em 1914, quando um violento incêndio destruiu o Teatro Príncipe D. Carlos, a sua sede desde 1896.

Em 1918, no dia 1 de dezembro, surgiu o Sporting Figueirense e os grandes clubes da terra passam a ser o Gymnásio Club Figueirense, a Associação Naval 1º de Maio e o Sporting Figueirense.

O futebol era nesta altura a única modalidade do Sporting Figueirense e os seus adversários principais eram a Naval, o Ginásio, o Sport Progresso, o Operário Conimbricense e o União de Coimbra.

Havia também o Sport Grupo Operário, constituído pelos operários da oficina Mota e Quadros (1872-1977), que teve vida efémera porque em 1920/1921 a maioria dos seus jogadores passou-se para o recém-criado Grupo de Instrução e Recreio de Buarcos. Mas, em 1923, os jogadores regressam ao Operário que se dissolve em 1931.

Em 1921, em março, é criada a Associação de Futebol da Figueira da Foz, uma delegação da Associação de Futebol de Coimbra, na qual o Sporting Clube Figueirense era representado por Mário Penicheiro e Adelino Santos.

Na época 1921/1922 o Sporting Figueirense tinha uma das melhores equipas de futebol do distrito. A grande referência da equipa é António Cardoso que durante 13 anos consecutivos serve o clube e é chamado frequentemente às seleções regionais e distritais.

Em 26 de novembro de 1922 foi inaugurado o Campo da Mata da Misericórdia, por iniciativa de José Sotto Mayor, que suportou os seus custos.

Em 1923, a 1 de dezembro, com uma das maiores enchentes que o Campo da Mata da Misericórdia alguma vez registou, o Casa Pia, um grande clube daquele tempo, participou nas comemorações do 5º aniversário do Sporting Figueirense e venceu por 0-6.

Em 1924, em abril, o Sporting Figueirense venceu o campeonato figueirense da época 1923/1924, o 1º campeonato de futebol da Figueira, e torna-se a filial nº 12 do Sporting Club de Portugal, sendo Carlos Torres o seu presidente.


Em 1925 Coelho de Almeida é eleito presidente do Sporting Figueirense que ganha o campeonato das terceiras categorias de futebol, sem derrotas.

Ainda em 1925, nos dias 22, 24 e 26 de agosto, no Campo da Mata, perante uma enorme assistência, o Real Club Desportivo Extremenho de Badajoz disputou um jogo com o Sporting Figueirense e dois jogos com uma seleção figueirense.

Em 1926 o Ginásio Figueirense foi campeão distrital de futebol e em 1928 ficou apurado para disputar o Campeonato de Portugal, defrontando na 1ª eliminatória o S.L. Benfica. Inicialmente marcado para a Figueira, este jogo foi transferido para Coimbra, a pedido da Associação de Futebol, motivando a decisão do Ginásio de não comparecer.

Em 1937 a Associação de Futebol de Coimbra dissolveu a delegação Figueirense. O Sporting e o Ginásio contestam esta medida e são expulsos das provas oficiais.

O Sporting Figueirense regressou em 1943/44, mas em 1949/50 deixou definitivamente o futebol.

O Ginásio Figueirense também suspendeu o futebol durante alguns anos, o mais longo período entre 1937 e 1942. Voltou em 1942 e manteve o futebol até 1968, quando a Assembleia Geral do Clube deliberou extinguir a equipa sénior devido aos seus elevados custos. As equipas de Formação, que conseguiram algum relevo competitivo na década de 60, mantiveram-se em atividade até 1972.

Em 1953 foi inaugurado o Estádio Municipal José Bento Pessoa que, em 1955, substituiu o Campo da Mata da Misericórdia, e, em 1979, recebeu um belíssimo relvado.

Em 2005, pela primeira vez na história do futebol figueirense, a Naval 1º de Maio disputa o Campeonato da 1ª Divisão, então a Liga Betandwin, a mais importante competição de futebol.

A Naval 1.º de Maio, a 5ª agremiação mais antiga de Portugal, após ter disputado a I Liga de futebol durante 6 épocas consecutivas, suspendeu a sua atividade em 2017.

Finalmente falaremos do Dr. António Rainha, um dos mais notáveis dirigentes associativos da Figueira, praticante de vários desportos e considerado o “pai do futebol figueirense”.

O Dr. António Rainha nasceu em 29 de novembro de 1879, filho do Dr. Júlio César de Almeida Rainha, advogado e deputado do Partido Progressista, e de D. Maria da Guia Evaristo.

Matriculou-se no 1º ano de Matemática e Filosofia da Universidade de Coimbra em 1896, e concluiu o curso em 1900.

Foi Monárquico, fez parte de comissões locais nomeadas pelo Conselho Superior Político da Causa Monárquica, foi Vice-cônsul da Holanda na Figueira e Vice-presidente da Câmara Municipal de 21 de dezembro de 1907 até 10 de março de 1908 (Comissão Administrativa nomeada pelo 1º Ministro João Franco que chefiou o governo de 19-5-1906 a 4-2-1908).

O Dr. António Rainha foi um dos mais insignes e influentes dirigentes do Ginásio Clube Figueirense na primeira metade do século XX, a cuja Direção presidiu por sete vezes (1904, 1905, 1907, 1909, 1921, 1924 e 1942) e ao Conselho Fiscal por duas vezes (1919 e 1920).

Praticou remo, vela, ciclismo, tiro e futebol, desporto este que introduziu na Figueira.

Praticou igualmente automobilismo, tendo sido um dos primeiros figueirenses com automóvel e um dos primeiros condutores do país.

Foi ainda um entusiasta das corridas de burros e em 27 de setembro de 1899, com apenas 19 anos, requereu à Câmara licença para vedar a Rua da Liberdade e para colocar cadeiras nos passeios da mesma para a realização de uma corrida de burros no dia seguinte.

Em conclusão, o futebol chegou à Figueira da Foz em 1895, por iniciativa do Ginásio Figueirense, e muito se desenvolveu pela ação do seu atleta e dirigente António Rainha.

Não só introduziu o futebol na Figueira como foi treinador e capitão da primeira equipa do Ginásio, e com a sua intervenção vieram desportistas de Lisboa para ensinamento desta modalidade.

SOU CONTRA O DOPING, MAS HÁ MUITO POR QUESTIONAR NO DESPORTO

Sou, sem qualquer dúvida, contra o uso de doping no desporto. A integridade das competições, a saúde dos atletas e a verdade desportiva são pilares que devem ser respeitados. Contudo, não posso deixar de questionar outras situações, tantas vezes ignoradas, que colocam em risco a vida de quem pratica desporto, profissional ou amador, e que, por algum motivo, parecem ser socialmente aceites.



O que será, de facto, mais perigoso: descer uma montanha a mais de 100 quilómetros por hora, numa bicicleta que pesa apenas sete quilos, com pneus de três centímetros de largura, ou tomar uma substância controlada sob supervisão médica? Será mais insensato subir uma serra de 15 quilómetros, com a pulsação acima dos 160 batimentos por minuto durante mais de uma hora, do que recorrer a um suplemento com componentes identificados?

E descer trilhos estreitos, cheios de pedras soltas e raízes, a mais de 60 quilómetros por hora, sem qualquer tipo de protecção significativa? Ou curvar numa moto a 250 quilómetros por hora, numa ultrapassagem arriscada, num desporto onde o erro pode ser fatal? E o que dizer de treinar sob um calor abrasador, durante seis ou sete horas, sem exames médicos prévios, apenas por paixão ou determinação?

Pior ainda é o consumo de suplementos comprados em qualquer supermercado, sem prescrição, sem análise, com doses elevadas de cafeína e outros compostos que poucos sabem identificar, mas que se tomam porque “dão energia”. Ou os desportos de combate, onde é permitido socar outro ser humano no rosto, nas costelas, nas têmporas — sem que isso levante grandes questões éticas ou morais.

Há, claramente, muito por analisar. O doping é, sem úvida, um problema grave e deve continuar a ser combatido. Mas talvez seja tempo de alargar o debate, de perceber que há outras práticas igualmente perigosas e de extrair dessas reflexões ilações que nos levem a decisões mais conscientes e responsáveis. No fim, reafirmo: sou contra o doping. Mas sou também a favor da coerência e da reflexão crítica no desporto.

Caíram, soltaram-se das árvores

as folhas deste outono sombrio…

Lentamente rolaram,

ficaram à minha porta …

Umas amareladas de dor,

de tons avermelhados

outras…

Veio o vento outoniço

e revolveu-as num torvelinho,

amontoadas à minha porta…

Ouço agora o som acastanhado

e seco

que fazem em constante rebuliço,

falam-me de saudades,

trazem memórias de primavera,

o sol de um dia de verão…

e tudo se amontoa à minha porta…

Em surdina contam-me histórias

antigas,

relatos passados de um tempo vivido,

já ido,

passado, mas tão presente…

e agora amontoado em farrapos com elas

volteando à minha porta…

O vento já invernoso

as levou para longe,

redemoinhando loucamente…

mas uma deixou, avermelhada,

embrulhada na saudade…

à minha porta…

SER MÃE

Ser mãe é gerar,

Ser mãe é fazer nascer,

Ser mãe é embalar,

Ser mãe é afagar,

Ser mãe é ver crescer,

Ser mãe é acompanhar,

Ser mãe é saber perdoar,

Ser mãe é estar aqui,

Ser mãe é partilhar,

Ser mãe é amar...

Ser mãe é ser mais alto

do que qualquer outra coisa,

Ser mãe é saber tocar

no teu coração pequenino,

Ser mãe é conseguir que o sonho

se transforme em realidade,

Ser mãe não é mais nem menos...

Ser mãe é ser CRIANÇA!!!

Por isso,

Como mãe grito ao mundo,

CRIANÇA:

Por ti todos os céus terão estrelas,

Por teu amor hei-de merecê-las....

As saudades da Saudade

 

Era uma vez uma menina filha de pais portugueses chamada Saudade.

Saudade e os pais viviam em França até que um dia Saudade e os pais vieram para Portugal deixando lá os seus amigos de infância. Invadida por uma profunda tristeza, revolta e angústia Saudade não consegue fazer novos amigos com saudades dos amigos que deixara.

Mas o tempo foi passando e a jovem Saudade conhece um outro jovem que também deixara o seu País e com ele trouxe a saudade da separação não dos amigos, mas dos pais que lá deixara.

Ambos se apaixonam e de uma linda história de amor nasceram duas crianças lindas. Com uma família feliz ambos se esqueceram das saudades

dos tempos de criança.

Na vida nada é perfeito e um dia os pais de Saudade são vítimas de um acidente de viação deixando-a numa profunda tristeza, revolta, ausência...

Mas nada é interminável, feito o luto, veio a saudade, as recordações felizes dos bons momentos que Saudade passou com os pais. Saudade percebeu então que “saudade” também podia ser algo bom, um sentimento que acolhe quem amamos. Saudade implica falar daqueles que amamos e que sempre que falamos deles, eles estão presentes mesmo sem os vermos. E, é com saudade que recorda os filhos a sua infância os seus pais…a sua Vida.

Recordar quem amamos é libertador – logo a saudade liberta-nos para a Vida

ESPALHEMOS AS CORES DA VIDA

Façamos os dias brandos

Procuremos ajudar

Quem tem os sonhos perdidos

E com tanto amor para dar…

 

Da vida andam afastados

Enclausurados na alma

Sem ver rosas orvalhadas

Nem sentir a brisa calma.

 

Estendamos a mão amiga

E afetos bem sentidos…

Espalhemos as cores da vida

Para olhares que andam perdidos.

 

Semeemos nosso amor

E seremos afortunados

Há tanto quem sinta dor

E os olhos amargurados!

 

Somos seres espirituais

Repartamos nossa Luz!...

 

Amainemos emoções

E saibamos ser abrigo

Unamos os corações

Ao coração de um amigo.

Simone de Oliveira - "Figueira" (1965) do Festival da Figueira da Foz




ENQUANTO ACEITARMOS MENOS DO QUE MERECEMOS, VAMOS CONTINUAR EM DÍVIDA COM A FELICIDADE.

Vivemos num mundo em que se prefere o medíocre, mas familiar e previsível, em vez do desconhecido e, quem sabe, potencialmente melhor. O pessimismo e o medo, tantas vezes infundados, levam-nos a ficar demasiado tempo em lugares, pensamentos e relações que já não são para nós.

Como poderemos nós viver de forma leve, se ainda carregamos pesos desnecessários? Como nos será possível apreciar o presente, se ainda o contemplamos com os olhos do passado? Como conseguiremos nós criar uma vida nova, se ainda repetimos padrões antigos? 

BARCAÇA_59

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