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terça-feira, fevereiro 1

BARCAÇA 12


Um país pintado de rosa. 

Sai a Barcaça no rescaldo de umas eleições diferentes, em que nada correu como o esperado, depois de uma campanha eleitoral pobre em ideias e rica em controvérsias, contradições e acusações, música pimba e outros espetáculos degradantes que fazem mal à política portuguesa… o que fica? Fica uma maioria absoluta, duas vitórias e 5 derrotas estrondosas. Claro que o “partido” mais votado, foi como já estamos habituados, a abstenção, com 42%. Mas esse número não está correto, pois os cadernos eleitorais continuam a não estar atualizados e já poucos engolem que é erro ou incompetência, pois no fundo, trata-se de jogada para que alguns círculos eleitorais não fiquem ainda mais reduzidos e percam os poucos mandatos que detêm. Mesmo assim, a abstenção foi mais reduzida o que é uma agradável surpresa tendo em conta umas eleições realizadas em plena pandemia e a habitual indiferença portuguesa perante o espetáculo político.

A quem venceu a noite eleitoral dá-se os Parabéns merecidos. No entanto, penso que muito portugueses se questionam relativamente a dois aspetos: como é que na sexta-feira as sondagens diziam que havia um empate técnico entre os dois maiores partidos e que o almejado terceiro lugar, seria disputado de perto entre três forças políticas e, depois, no domingo, desde a saída das primeiras projeções, nos apercebemos que nada ia ser como o previsto.

É verdade que António Costa soube aproveitar muito bem o receio de algum eleitorado de uma “geringonça de direita” e o gosto pela estabilidade de muitos, por outro lado, é razoável que os partidos que, de certa forma, são responsabilizados pela crise política tenham pago bem caro o “chumbo” do orçamento que agora virá a ser aprovado por uma maioria confortável. De qualquer forma, as sondagens podem ter sido, tal como nas eleições em Lisboa, as grandes responsáveis por esta maioria absoluta, “empurrando” muitos votos para os socialistas e pintado de rosa todo o país.

Mas há mais duas vitórias que não podem ser esquecidas: a do Chega que se tornou efetivamente a 3ª força política e que venceu onde o BE tinha o seu reduto, no Norte do Tejo e Algarve. E se, André Ventura, já gritava bastante sozinho, o que se dirá da gritaria em coro. Esperemos que esses deputados, eleitos para representarem o povo português, guardem algum folgo e, apesar das fracas evidências demonstradas pelas parcas e ínvias ideias, possuam alguma sabedoria, para trabalharem, onde interessa, nas comissões políticas e não sejam apenas ruído no desafinado Parlamento. Por outro lado, o Iniciativa Liberal, partido que veio de um apagado 9º lugar, para o 4º, representa realmente uma direita portuguesa mais jovem, mais instruída e adaptada às novas exigências, uma vez que, este partido político, quer gostemos ou não, possui uma mensagem clara e bem transmitida, parece ter bases para um crescimento sustentado nos próximos anos. Mais, como se viu bem na noite das eleições, não gosta (nem merece) ser confundido com o outro vencedor.

Estas eleições eliminaram do parlamento o CDS, levaram quase à extinção o BE a CDU e o PAN feriram, com seriedade, o PSD e trouxeram uma maioria de que ninguém estava à espera, fazendo história, depois de 6 anos de governação. Povoaram a assembleia da república de novos rostos, tendo sido levados, na enxurrada, deputados experientes das lides parlamentares e nas comissões quer da direita, quer da esquerda portuguesa. Teremos uma maioria humilde, dialogante e atenta aos problemas do país? Teremos uma oposição inteligente e capaz? Seremos bem representados? O tempo o dirá.

De qualquer modo, o Caro Leitor, fica convidado para entrar nesta nossa Barcaça que os ventos políticos não assustam e apreciar os textos dos nossos colaboradores com diferentes ideias, sensibilidades e interesses. 

Sinta-se bem-vindo e disfrute!


Associativismo (Des)organizado. 

Viajei pelo concelho da Figueira da Foz como pelo de Montemor-o-Velho, visitando as plataformas digitais e a confusão é imensa.

Perdemo-nos para descobrir qual o site oficial e a informação encontram-se dispersa.

Para o comum dos mortais que se aventure em saber as origens, o trabalho, as atividades, as festas ou mesmo como me posso fazer sócio ou inscrever-me nalguma atividade que desenvolvem, é uma tarefa árdua.


As coletividades têm dispersados pela net muitas páginas, o que me leva a crer que sempre que se muda de direção se muda de página, será esse uns dos problemas.

Se esse fosse o único problema até diria que seria o mal menor, o que se passa é que muita informação sejam os contactos, emails e até o histórico da Associação é alterado conforme viajamos nas páginas digitais.

Posso dizer que há uma necessidade dos membros das direções se mobilizem e atualizem os seus sites e duma vez por todas deixem os vindouros continuar o trabalho anterior e não levar para casa a informação que afinal pertence à Associação.

O Associativismo hoje como a sociedade em geral atravessa uma crise profunda, mas é nestes momentos que devemos estar mais unidos, e nada melhor que desenvolver e atualizarmo-nos com os digitais, com segurança, colocar emails, direções, telefones da coletividade, não os próprios porque esses são pessoais e não devem andar por aí de janela aberta.

A informação deve ser precisa e a página apelativa e com fáceis acessos para que duma forma simples possamos percorrer a mesma com facilidade.

Os tempos são de mudança e por isso quem acompanhar essas plataformas mais facilmente chegará ao público.

Um site deve ser visualmente agradável, linguagem simples e links adequados ao que desejamos oferecer.

Por vezes uma foto diz mais que cem palavras, mas também aí encontramos muitas sem identificação o que não facilita quem procura informação dos atletas, dirigentes. Há muito trabalho a fazer…


CASA DO TORREÃO

Vulgarmente conhecida como Casa do Torreão ou “Casas Altas”, este magnífico exemplar de arquitetura civil quinhentista localiza-se na freguesia da Ereira, no Rossio, junto ao dito canal da Ereira e à Rua do Casal Novo.


De planta simples, regular e longitudinal, o edifício apresenta na fachada principal um alpendre quadrangular, ao qual se acede por escada lateral, com entablamento assente sobre colunas toscanas e cornija com gárgulas em forma de canhoeira. O espaço do alpendre é coberto por um telheiro de quatro águas inspirado nos torreões renascentistas, que certamente deu a designação a casa. A varanda assenta sobre três mísulas, descarregando uma delas sobre uma coluna.

A porta principal é encimada por cornija, sendo ladeada por dois painéis de azulejos, um representando São Marçal, o outro representando um cavaleiro. As janelas têm moldura em pedra de Ançã, sem decoração. No interior, a sala nobre possui janelas conversadeiras.

Edificada no século XVI, possivelmente no segundo quartel da centúria, a Casa do Torreão é atribuída ao reputado escultor e arquiteto da Renascença Coimbrã, João de Ruão, que se pressupõe ter sido o proprietário da mesma. A presença do mestre francês na pequena povoação de Ereira é documentada por uma doação dos Cónegos Regrantes de Santa Cruz, feita em março de 1566, que concedia ao escultor duas jeiras de terra próximas da Casa do Torreão, como pagamento de serviços. Este fator, bem como a localização próxima das Pedreiras Velhas, situadas no limite da antiga freguesia de Verride e utilizadas no século XVI para extração de pedra de Ançã utilizada nas obras na cidade de Coimbra, levam alguns autores a considerar a casa como local de residência, oficinas e arrecadação de João de Ruão.

Embora de dimensões modestas e adulterada pelo mau estado de conservação, bem como por uma construção do século XX anexa à direita que lhe alterou parte substancial do elegante programa original, a Casa do Torreão apresenta um modelo renascentista bastante erudito, invulgar na freguesia. A sua possível ligação ao insigne escultor João de Ruão acrescenta-lhe valor patrimonial, sendo sem dúvida um exemplar da cultura humanística da região do Mondego da primeira metade de quinhentos.

A Casa do Torreão foi classificada como de interesse municipal a 2 de agosto de 2004.

DESPERTAR PARA O DESPORTO

A opinião desportiva que mexe consigo!

A indústria do futebol português tem conseguido apresentar um nível bem acima das outras atividades, desportivas e não só. O jogador português, o treinador português e, mesmo, as equipas portuguesas nas provas europeias – todos têm valorizado muito o “produto” luso, transformando o futebol numa das grandes “imagens de marca” do nosso país na europa.


Contudo financeiramente não é assim. Os nossos “clubes grandes” mergulharam num pântano do qual dificilmente sairão nos próximos anos. É verdade, a pandemia agudizou um problema que já se verificava. As grandes transferências de 2019 e 2020 de Éder Militão, João Félix, Bruno Fernandes ou Rúben Dias, acabaram, a seu tempo, por mitigar a espiral decrescente em que entraram as finanças dos clubes portugueses. Mas a perda em bilhética, venda de vestuário e patrocínios, entre outros, imposta pela proibição de adeptos nos estádios, acabou por retirar aos nossos clubes a liquidez financeira da qual dependiam para fazer face aos seus avultados orçamentos.

No passado dia 31 fechou o mercado de inverno, pautado pela venda de Luiz Dias do FC Porto para o Liverpool. O encaixe feito pelo clube português afigura-se como um penso rápido que disfarça uma profunda ferida, já necrosada. O mercado europeu perdeu dinâmica – é uma evidência. Os clubes portugueses perderam capacidade negocial – parece uma certeza.

As comissões pagas a intermediários nos negócios de transferências de atletas acabam por diminuir os dividendos dos clubes e por exponenciar os valores dos negócios realizados, com o fito nas mais valias geradas. É o futebol do negócio em detrimento do futebol do talento.

Impõe-se uma rápida reciclagem e transparência nos comportamentos empresariais assumidos pelos grandes clubes portugueses, sob pena de perdemos, paulatinamente, capacidade competitiva. Na linha de outras teses sobre o futebol português, é urgente formar todos os “stakeholders” envolvidos no processo – dirigentes e administradores das SAD à cabeça.

Fica a sensação de que passamos de uma fase em que havia um projeto desportivo e um só líder inquestionado, para a nova tendência de existirem muitos líderes questionados, sem qualquer projeto (pelo menos desportivo).


A Boneca

Hoje é um dos Lares da Terceira Idade que existe em Montemor-o-Velho, mas há uns anos era um hospital, e o seu nome Hospital de Nossa Senhora de Campos.

Era um ótimo edifício com boas instalações para a época, com enfermarias arejadas e bem iluminadas pela luz do sol, e no seu interior albergava o necessário para o fim a que era destinado, devolver a saúde a quem se via privado desse bem. E eram muitas as pessoas que por ali passavam.

O Sr. Dr. Afonso mandava-as para o hospital porque ali ele as observava todos os dias, quando pela manhã ia ao hospital com esse fim. E outras morriam, mas ele também sabia que ali tinham carinho e amparo até aos últimos momentos, proporcionados pelas Irmãs de Caridade duma Ordem Religiosa que ali habitavam em semi-clausura e que, dia e noite cuidavam dos doentes, só pelo amor a Deus.        

Algumas nunca esquecidas, a Irmã Maria de Jesus, um tanto mais tarde a Irmã Nazaré e outras que deixaram saudades.

Eram as Irmãzinhas... 

Faziam serviço de enfermagem porque eram enfermeiras, mas também eram elas que piedosamente fechavam os olhos e vestiam os que ali terminavam os seus dias, e depois rezavam em sua memória.  

Numa cama das enfermarias menores, estava alguém, não sei a idade, era uma menina, era uma rapariga, não sei. Só avaliei a idade, quando anos mais tarde lhe vi aparecer entre o cabelo brilhante e escuro, alguns cabelos brancos.    

Foi uma criança que nasceu altamente deformada, permanecia encolhida na cama, rastejava, mas nem sequer de joelhos. A voz também tinha um timbre estranho, e presumo que teve mentalidade infantil até muito tarde. Como todas as crianças era alegre, conhecia toda a gente e a todos chamava pelos nomes e bem alto.

Dizia-se que era de família pobre e natural de Tentúgal, a mesma naturalidade do Sr. Dr. Afonso. Ele terá conhecido os pormenores, e condoído "trouxe-a" para o hospital.

As Irmãzinhas a acarinharam, cuidaram dela, ensinaram-lhe o que puderam, e ali foi a sua casa para sempre.

Era a Ermelinda!

Toda a gente a mimava, se nem sempre com algo material, mas uma palavra, uma festinha nunca falhava.

Eu vi a Ermelinda porque a minha avó foi para o hospital em perigo de vida, e ficou numa cama ao lado da cama dela. Eu era miúda, teria quase seis anos, e quando a minha avó melhorou, a minha mãe levou-me com ela numa das visitas. Eu tinha uma boneca com cabeça de loiça, com cabelo natural e olhos que abriam e fechavam, e um vestido de seda amarela.

Eu adorei aquela boneca quando abri a caixa que o meu pai me entregou, na volta duma ida a Coimbra.

Entendi que a devia levar para mostrar à minha avó, e a minha mãe não achou mal. Quando me aproximei das camas, a Ermelinda deu um grito muito alto, de contente, e pediu para agarrar a boneca. Os seus lindos olhos negros brilharam de alegria ao pegar na boneca, que de boa vontade eu lhe coloquei nas mãos e deixei-a ficar com ela durante o tempo da visita.

O pior veio depois, para ela ma devolver... lágrimas, gritos, agarrada à boneca, e a Irmãzinha a falar-lhe, a tentar fazê-la compreender, o que era difícil, talvez até impossível, digo eu agora. Entretanto, já não era só ela que chorava...     

E eu embora criança também senti pena dela, mas a boneca era minha e eu queria trazê-la, e trouxe.

Há noite contei ao meu pai com todos os pormenores o que tinha acontecido, e disse logo que nunca mais levava a boneca quando voltasse ao hospital. 

O meu pai respondeu com um conselho, que no caso dele, era uma ordem: 

- Quando voltares ao hospital, levas a boneca para a dares à Ermelinda. 

Foi a minha vez de chorar, e de manifestar a minha recusa, então se eu gostava tanto dela...

Ele argumentou de modo que eu, também criança, entendesse sobre a vida daquela menina, e eu deixei de chorar.

-Ele continuou, ela precisa da boneca e tu vais levar-lha e eu compro-te outra. 

Então porque não lhe dou essa que me vai comprar? Dou-lhe essa, pronto.

- Não, porque ela só conhece esta, e é desta que ela gosta, e tu vais ficar contente por lha oferecer! Tenho a certeza.

E assim foi na verdade, tudo como o meu pai me havia dito. Fomos ao hospital, dei um beijinho à boneca, e a sorrir coloquei-a nas mãos da Ermelinda dizendo bem alto, toma! é para ti. E fiquei contente por a deixar para ela.  

Desta vez, lágrimas? Só nos olhos das Irmãzinhas, mas desta vez de alegria.

Repórter Mabor

 

Claro que não sou contra as mudanças e as suas aventuras sobre naus e tormentas  como se fosse um Velho do Restelo, só pelo facto de reviver outra vez no campo das Lages na década de 1950, do século passado, o  Repórter Mabor, dessa época com mais de 70 anos de distancia e o mesmíssimo adepto do nosso Atlético Montemorense, num domingo destes no Estádio Municipal da Figueira da Foz, com a vitória dos verdes brancos por 2-0, golos de Rúben Almeida, sobre a vigorosa equipe da Chã, ambas a disputar a Liga Inatel. 

O amadorismo que se desejava para que os jovens possam jogar sempre com os" salários em dia, “porque praticam a modalidade a seu gosto e nunca vão ser traídos por promessas de tesourarias vazias e que não existem. 

Porém, o Repórter Mabor, desta vez viaja no tempo passado, vendo em redor do campo pelado, o das Lages, a assistência ruidosa das mulheres e dos homens, da juventude masculina e feminina, que me batizaram para sempre o Repórter, de saudosos tempos de inocência e paixão que transbordou outra vez no sintético da Figueira da Foz, quando aqueles putos com idades de serem meus netos se aproximaram da linha lateral e choravam de alegria pelos golos marcados à formação da Chã. 

O que está como notícia não tem outro significado que não seja a informação tão simples como são os homens das ruas, mas o que está em causa suprema dos nossos ideais, é sentir o bater forte das emoções e o solene orgulho ao verificar naqueles meninos o ardor da luta pela conquista da vitória, cujo emblema ao peito nos reduz a uma insignificância feliz, quando temos a certeza de que vivemos de passagem e nos curvamos na intemporalidade do A.C.M. 

A partida na Figueira da Foz, ao caminhar a uns metros de casa, transmitiu-me imensa tranquilidade no futuro do Montemorense, cada vez mais rodeado de juventude projetada na gloriosa ambição desportiva e a proximidade como se a família fosse também a raiz e a ética em redor de um emblema para a vida inteira de cada um e de quem sente o dever do compromisso assumido no A.C.M. 

O mais vibrante para mim neste encontro na Figueira da Foz, com esta recordação  do passado e do presente, se antigamente as entrevistas transmitidas  depois na radio,  se faziam com gravadores nos balneários, desta vez ao aventurar-me com esta modernice do telemóvel em direto para a redação da MIRAGEM, na Quarteira, onde me esperava o Luiz Pessoa, só que falei e voltei a falar nos balneários, mas ter rede útil foi um vazio e lá se foi o momento da vitoria dos jovens montemorenses e tão felizes estavam com uma vitoria que os colocou no primeiro lugar da Serie A. 

A passa.

Era uma vez uma rapariga que gostava muito de bailar e festa ou baile onde estivesse tudo ficava de "boc'abrta" a ver a "cachopinha" a dançar com arte e com alma.

 Um dia ao chegar a casa, a mãe notou que ela estava triste, mesmo muito triste. 

 Então rapariga, que bicho é que te mordeu?

 Não há cá bicho nenhum. Tenho um grande problema para resolver e não sei como....

 Um problema? Que raio de problema é esse? Será assim uma coisa tão complicada?

 Complicada? Nem imagina...

 - Ó mulher diz que raio se passa. Deve ser caso bicudo. Ná!?

esco-Bicudo e bem bicudo. Atão n'o é que agora quando ando a bailar me " descuido" e é tal a "barulheira" que parece uma trovoada de Maio? Não vou a mais nenhum baile nem a festas e pronto...

 - Ora essa agora! Vais e vais mesmo. Isso é que era bom...

- Não és linda de espantar, então como é que alguém casava contigo?

 Vais porque resolve- se já isso....

-Mas como?

- É muito simples. Vais à adega e escolhes a rolha que melhor servir. Com o " dito -cujo" bem rolhado, não há perigo.

 - Ò minha mãe, comece lembra - se de cada coisa.

 - Experimenta e vais ver... 

 Ela foi logo à adega e logo gritou à mãe:

 - Achei uma, achei uma! Hoje estou com sorte.

 Era uma rolha dum pipo de 10 almudes, mas servia na perfeição.

 No inverno, a mãe teve muito azeite que encheu tudo o que tinha em casa, até um garrafão de sessenta litros também ficou cheio e para que não caísse nada lá dentro usou a rolha da jovem. A pobre filha quando precisou de ir ao baile, procurou, procurou, mas nanada. Rolha? Qué" dela. 

 -Ò minha mãe, não sei  dainha rolha. Vocemecê viu- a?

 -Vi sim, minha rica filha!  Olha rolhei o garrafão grande com ela. Vai à adega que deve estar lá alguma coida que sirva. A filha foi e logo viu uma tábua com figos a secar e ao ver um deles, grande e rechonchudo disse à mãe que aquele servia na perfeição.

 Foi a correr e ao chegar à sala de baile tropeçou numa pedra e com aquele abanão o figo soltou- se, caiu e um rapaz que vinha atrás dela comeu- o logo. " Tava cá c'uma fome" que nem o limpou, "pappou- o logo."

 Depois de engolir o figo, foi convidar a menina que o perdeu para dançar. Quanto mais ela dançava, mais se ouvia o maldito barulho.

 Às tantas diz ele:

 - Aí menina, o seu rabinho canta com muita graça!

 - É bem-feito, pois você comeu- lh'a passa...

  O figo foi passado, e o conto é contado


Do Liz ao Vez e do Vez ao Liz,

 

Passa-se a negro,

passa-se a frio,

Com lápis de sombra,

no campo vazio,

Fecha-se os olhos,

Acolhe-se o rio…

 

Chora, por vezes,

É o espelho molhado,

Embravece-se o rosto,

de olhar embaciado

E há uma ponte

que rasga ternura

Corta de luz

a estrada amargura

 

Na volta do dia,

é o olhar que parte,

Encontra outra via

Vive com arte.

E a traço firme,

Mas fino, ondulante

Une a si um espaço, ermo…

Distante…

Partiu, mas não foi,

Calou e não diz

Do Liz ao Vez e... do Vez ao Liz


Quando agosto chegar,

eu partirei levada pela brisa,

percorrerei o azul

sem me cansar,

pairarei sobre a areia

e sobre o mar

gozando o sol,

sentindo esse calor de ternura

no corpo e na alma,

vivendo intensamente

cada momento,

entregue ao devaneio,

à vertigem da vida

que revigora …

 

É o sol que me norteia,

É o calor que faz sentir

Que a vida vale a pena,

É a alegria de um sorriso constante

que ecoa em mim e me preenche

por inteiro.

MINHA…TERRA!!

 

Adoptei outra terra

Que sinto como minha!

Com as mensagens que transmito

Desenho na tela da vida

O meu mundo...

Com palavras simples,

Com gestos e abraços

Transformo meus sonhos

Num poema!

Montemor-o-Velho, terra querida,

Do meu coração...

 

Tenho uma vontade imensa

De viver...

Vivo feliz,

Por tudo,

E porque tenho a meu lado

O AMOR que sempre quis!!!!

As legislativas de janeiro 2022

Passados uns dias já me sinto mais capacitada para refletir sobre estes resultados.

Os resultados das eleições são responsabilidade dos votantes. São eles que põem as cruzes e decidem, livremente!

Se fizessem como eu e não votassem ao som das sondagens, "certezamente" o resultado não era este!

Mas os votantes ficaram com medo que o Rio quisesse (a) Venturas e vai de enxotar a coisa duplamente. Nem votar no PSD (ficou sempre alguma hesitação se, em caso de necessidade, aceitariam conversar com o Chega) nem votar na esquerda BE/PCP (podia não dar para nova geringonça e lá vinha a direita)...

Assim como assim.... vota-se no PS, que é voto certo e nem tem sido assim tão ruim. Há uns trocos para ir à bola e ainda sobra para as bifanas. Ainda temos liberdade apesar da máscara... Na dúvida... Não vá o Diabo tecê-las.... Aventuras são muito bonitas, mas são nos Parques temáticos!... 

PS: Parabéns pelo resultado.

Não gosto de maiorias absolutas e tenho medo delas. Acho que a democracia só perde. Na pluralidade é que eu encontro o bonito da vida, pessoal, profissional, política. Chegar a consensos, discutir e ceder. Hoje tu, amanhã eu. E assim crescer.

Se todos nós somos diferentes, porque raio a política tem que ser só uma?! Uns bebem café com dois pacotes de açúcar, outros sem nenhum. Uns café curto, outros duplo. Para uns em  chávena fria, para outros a chávena tem que ser escaldada, mas depois aguardam cinco minutos para o café arrefecer.... Tantas formas e maneiras ... E o objetivo é um: ingerir uma bebida com cafeína.

Por isso gostei da geringonça de 2015. Em 2019 as divergências já eram acentuadas, por isso não houve pacto escrito. Mas a coisa foi andando! Os manuais escolares gratuitos, as creches gratuitas, a abolição das taxas moderadoras, a reversão de algumas privatizações.... Foram acontecendo porque o PS tinha que ouvir o PCP e o BE! Mas como já veio o outro dizer "o PS agora já não está refém".

O Costa diz que vai ouvir a malta toda, porque não há cá unilateralidades. A ver vamos....

Uma maioria absoluta não se consegue todos os dias. E foi a primeira maioria de um candidato que já estava no poder. Conseguiu um feito, o Dr António Costa está de parabéns. 

PSD: o Dr Rui Rio não está de parabéns. Conseguiu manter-se à frente do PSD para ir como líder nestas eleições, mas teve um mau resultado. Num quadro rosa, deixou de haver laranjas.

Eu não gosto do PSD, não me revejo na ideologia de direita... Mas reconheço a importância de uma forte oposição! É assim que se geram debates, se vê a mesma maçã de diferentes ângulos.

Mais do que o PSD ter perdido, é o Rui Rio ter perdido e com azia. Não esperava que sorrisse e ficasse aos pulinhos, mas vindo de quem disse ao Costa para perder com dignidade.... Ficou muito infantil com a resposta em alemão, que nem tom irónico e jocoso teve. Foi um desrespeito.

Mas já me habituei a ver um Rui Rio que é NiM.

Nem sim, nem não.

Não afirmou perentoriamente que jamais, em momento algum, de alguma forma, com a melhor das condições, faria um acordo com o Chega (e acho que está aqui o motivo de ter perdido como perdeu)...

Na noite da derrota diz que não vê motivos para continuar à frente do PSD. Mas agora quer ir ver se realmente não há mesmo motivos! Já parece o outro, com a "demissão irrevogável"!....

Veremos como vai funcionar esta oposição, agora com a direita fragmentada, mas ainda bastante representada. 

A Esquerda BE/PCP: ninguém lhes tirará o crédito de nos últimos seis anos ter lutado junto do PS por causas muito justas e dignas que beneficiaram todos os que vivem em Portugal.

Perderam muitos votos, muitos deputados, deputados muito importantes.

A Assembleia ficou mais pobre, a democracia ficou mais pobre, o diálogo ficou mais fraco, os resultados disto.... Veremos.

Mas a hora de chorar em cima de leite derramado já passou.

E não, não se preocupem com o PCP. Não morrerá! E os meus bisnetos contarão aos vossos porquê.

CDS: um partido que há uns anos discutia por lugares de destaque, deixou de ter representação parlamentar.

O Nuno Melo virá fazer uma ressuscitação ao partido, porque aquilo é gente com muita fé e, como para tudo na vida, é preciso é ter fé! Nalguns casos também café, para a genica.

O Dr Chicão será sempre CDS e apoia tudo.

Espero que daqui a quatro anos o cenário seja diferente - nada como ter um Chicão (ou Nunão, vá!) na nossa política nacional! 

IL: Eu estou bem. Tu também? Óptimo. Tu não?... Ohpah........ Isso agora...... ehpah…. Temos pena (?)... Numa próxima, talvez....

Preocupa-me bastante que haja tanta gente jovem a seguir esta ideologia. Mais do que descontentes, há mesmo quem se reveja nas ideias liberais. Não é só uma birra!

Assusta-me, saber que há gente a quem a palavra "solidariedade" diga muito pouco.

E também há quem confunda muito "liberal" com "liberdade". Não é a mesma coisa, está bem?!

Foram ver quem constitui este partido? Eu sim. Uma esmagadora maioria são homens, essencialmente gestores e empresários. Não há um desempregado, um calceteiro, uma florista, um fisioterapeuta, uma cabeleireira, um pequeno comerciante... Não são representativos deste retângulozinho onde vivemos!

Bem... Alguém votou neles. Estão lá. Veremos quão "cool" vão ser! Não vale que seja só para alguns, 'tá?

Chega: temos onze homens e uma mulher fascistas, xenófobos, racistas, homofóbicos, antifeministas, vigaristas, eleitos em eleições livres, na Assembleia da República Portuguesa, em pleno século XXI.

Sabem que Adolf Hitler foi eleito na Alemanha em eleições livres, não sabem??

Sim, não tenho problema nenhum em dizê-lo, gritá-lo a plenos pulmões. E que nunca me falte a força para lutar contra esta gente. Alguém que se considere superior a outro pela sua cor, condição, sexo, género, religião, posição (...) não merece o respeito e reconhecimento da sociedade. Mesmo numa sociedade profundamente democrática - isto a propósito de um artigo de opinião que saiu agora de um comentador da praça pública, a dizer que na democracia há lugar para tudo e que a democracia é mesmo isso, até para o maior e mais convicto chegano.

Li cada palavra do seu programa eleitoral. É triste, mas sim. Temos em Portugal quem considere que o papel da mulher na sociedade é secundário; que um casal só é casal se for um homem e uma mulher; que "de bem" são os caucasianos; que entende como modelo de ensino o modelo autoritário....

Século XXI...

Não consigo aceitar...

A democracia portuguesa ficou fragilizada com estes doze deputados - não porque têm uma opinião diferente, mas porque põe em causa a própria democracia!

Eleições Legislativas 2022 – O Voto Antecipado 


No passado dia 23 de janeiro decorreu na Galeria Municipal (antigo Mercado Municipal), em frente à Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, o voto antecipado para as eleições legislativas.

Umas eleições que se esperava que fossem decorrer de forma tranquila e pacífica foram tudo menos isso.

Ora bem esta questão do voto antecipado tem ganho cada vez mais relevância nos últimos dois anos por causa da situação pandémica que vivemos. Isto porque permite que as pessoas possam exercer o seu voto de forma tranquila, desfasada e em segurança. Para assim evitar grandes contactos e aglomerações que iriam potenciar a propagação do covid.

No entanto não foi nada disto que se passou em Montemor-o-Velho e por isso venho aqui prestar o meu completo desagrado e criticar a forma de atuação do executivo camarário.

Mas vamos aos factos.

Montemor teve cerca de 400 pessoas inscritas para o voto antecipado. Desta quantidade de pessoas inscritas acabaram por votar mais de 90%. Ou seja, estamos a falar de uma grande afluência de pessoas às urnas.

Também é importante referir que o processo do voto antecipado tem uma maior complexidade que o voto normal. Isto porque para além da identificação do eleitor, tem de se identificar o círculo eleitoral onde vota e atribuir o boletim correspondente. Depois da pessoa votar, o voto é colocado em dois envelopes lacrados e com a respetiva vinheta da secção de voto a que pertencem.  

No entanto e apesar desta quantidade toda de inscritos e da burocracia inerente a todo o processo do voto antecipado, o executivo da Câmara Municipal decidiu que apenas iria existir uma única mesa de voto

Isto originou que em diversos momentos do dia, existissem muitas e longas filas de espera. Filas essas que chegaram a ser de mais de uma hora e meia de espera. Levando assim ao desespero de muitas pessoas, reclamações e outras que acabaram por desistir de exercer o seu voto.

Para além disso também é de lamentar que as pessoas que se encontravam na mesa de voto tivessem pouca formação e pouco à vontade com todo este processo que lhes permitisse acelerar e agilizar mais rapidamente todo o procedimento.

Por isto tudo é de salientar que a organização da câmara falhou e não se preocupou, minimamente, com a saúde e bem-estar dos eleitores. Decidiu borrifar-se para o assunto.

Ainda por cima numa situação destas onde “à priori” já sabiam a quantidade de pessoas que tinham manifestado interesse no voto antecipado. Ou seja, se houvesse interesse tudo isto tinha sido totalmente evitado.

Mais uma vez ficou demonstrada a falta de preparação e planeamento que tem existido nos últimos anos na Câmara Municipal. 

Eleições Legislativas 2022


Ontem decorreram as tão esperadas eleições legislativas.

Primeiro temos de enaltecer o facto de a abstenção ter diminuído e de ter havido uma maior afluência às urnas pelos portugueses.

Como todos observámos houve uma vitória clara e inequívoca do Partido Socialista. Por isso a minha primeira palavra vai para parabenizar António Costa pelo resultado obtido.

Mas vamos a factos e conclusões que devemos tirar destas eleições:

1.  Os grandes vencedores da noite foram o PS, o Chega e a Iniciativa Liberal;

a.   O PS e António Costa são os grandes vencedores com a conquista da maioria absoluta nestas eleições. A tão ansiada maioria absoluta pedida por António Costa foi alcançada. O PS conseguiu o que queria. Continuar a governar, mas agora sem ter de fazer fretes à extrema-esquerda;

b.  Depois temos as votações do Chega e da Iniciativa Liberal que se afirmaram como a terceira e quarta força política em Portugal. Tiveram uma subida exponencial de votos e de número de deputados. Por muito que custe a muitas pensadores e comentadores, estes partidos vieram para ficar e para fazer parte da política portuguesa. Por isso espero que daqui para a frente comecem a ser respeitados e vistos como mais dois partidos do espetro político. Ontem ficou demonstrado que têm já um eleitorado fidelizado e que legitimamente conseguiram a sua representação;

2.  Por outro lado, os grandes derrotados da noite foram o BE, CDU, PAN, PSD e CDS.

a.   O BE foi um dos grandes derrotados da noite com uma votação catastrófica passando a ser o novo “partido do táxi”. Pagaram cara a fatura do chumbo do Orçamento de Estado e da estratégia de António Costa relativamente ao voto útil à esquerda. Até aqui, no nosso distrito de Coimbra, o seu ex-líder da bancada parlamentar falhou a eleição ficando mesmo atrás da votação do Chega;

b.  A CDU também teve uma derrota preocupante. Deixou o partido com metade dos deputados que tinham na Assembleia da República. Até membros históricos como António Filipe e João Oliveira falharam a sua eleição. Penso que o Partido Comunista pagou cara a fatura de ter andado nos últimos seis anos com o Partido Socialista às costas. No entanto penso que a médio prazo pode ser benéfico o facto do PCP deixar de estar agarrado ao PS e voltar a ser o partido de protesto que era. Mas isso só o futuro o dirá;

c.   O PAN resumiu a sua representação a um único deputado. Isto é espelho das incoerências e atrocidades que têm sido ditas nos últimos tempos. Um partido que se diz ambientalista e verde consegue ser tão perigoso e radical como a extrema-esquerda;

d.  Quanto ao PPD/PSD que foi outro dos grandes derrotados da noite. Teve um resultado dramático e tem de urgentemente fazer uma reflexão interna. Ficou claro que a mensagem do partido não passou e que as mudanças são necessárias. São precisas caras novas e uma nova dinâmica que torne a colocar o PPD/PSD como um grande partido. É preciso que de uma vez por todas se apresente como uma verdadeira alternativa ao PS. Já chega de ser um partido que nos últimos anos não passa dos 30% de votação. Isto não é bom para a direita nem para a democracia portuguesa;

e.   Por último o CDS que pela primeira vez na história deixa de ter representação parlamentar. Isto é terrível e pode mesmo ditar o fim do CDS. Poderá mesmo passar a ser um partido pequeno e sem “peso político”;

Resumindo de tudo o que foi acima referido, podemos concluir que tanto a extrema-esquerda como os partidos à direita como o PPD/PSD e o CDS/PP têm de rapidamente refletir, mudar e criar dinâmicas.

Quanto ao Partido Socialista a única coisa que pedimos é que governe Portugal. Agora não têm as desculpas da extrema-esquerda ou da crise pandémica. Pede-se que façam o que é preciso: reformas e crescimento económico. E esperemos que esta maioria absoluta não acabe como a última. Na bancarrota.

 

Bloco de Esquerda

Montemor-o-Velho 

 

Artigo 12.º

Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua família, no seu domicílio ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra e reputação. Contra tais intromissões ou ataques toda a pessoa tem direito a proteção da lei.

SINOPSE

A personagem principal é João Valjean, tímido camponês que, vendo-se sem modo de ganhar a vida, para matar a fome aos filhos de sua irmã roubou um pão, sendo condenado por isso a trabalhos forçados nas galés. Pena que não cumpriu integralmente, por fuga, sendo perseguido de maneira implacável pelo inspector Javert, homem de carácter severo, cujo dever estava acima de qualquer outro sentimento. Convivendo entre os miseráveis, os que vivam no submundo da pobreza e do crime, tornou a sua vida numa obsessão para proteger Cosetta, uma infeliz criança que não chegara a conhecer a sua mãe.






Omelete de Espargos e Presunto Bate&Foge

Para duas pessoas

Ingredientes

4 ovos

2 fatias de presunto, cortado em tirinhas

10 espargos

2 colheres de sopa de parmesão ralado

50ml de leite magro

sal e pimenta

2 colheres de chá de azeite

1 colher de sopa de salsa picada

Preparação

Bata os ovos com um garfo. Junte o leite e a salsa. Tempere com sal e pimenta e mexa bem.

Descasque os espargos e corte-os em pedacinhos.

Numa frigideira antiaderente coloque o azeite. Junte os espargos e deixe cozinhar até ficarem dourados.

Retire os espargos da frigideira e reserve.

Na mesma frigideira coloque os ovos. Com uma espátula vá puxando os ovos já cozidos e redistribua o ovo líquido na frigideira para que cozinhe mais depressa.

Quando o ovo estiver quase completamente cozinhado distribua os espargos por cima. Tape e deixe o ovo terminar de cozinhar.

Retire do lume, distribua o presunto por cima e polvilhe com o parmesão.


AGENDA CULTURAL - FIGUEIRA DA FOZ





BARCAÇA_MAIO

  Para garantir a redução do expediente extenuante, os trabalhadores da cidade de Chicago organizaram uma greve para o  1º de maio  de 1886....