Como já nos habituou a barcaça sai
quinzenalmente trazendo um conjunto alargado de textos sobre diversos assuntos.
O associativismo, as histórias populares
e típicas do nosso povo, os monumentos, desta feita a Igreja de São João do Castelo
e também o ex-libris de Montemor-o-velho: o belo Castelo e as vivencias do
mesmo hoje em dia.
Falando de agricultura, salientamos a
importância da produção do arroz, já que os portugueses são os maiores
consumidores do mesmo a nível europeu e produzem cerca de 60% do que consomem.
Também o desporto volta a ter um lugar
de destaque pela pena de diferentes colaboradores.
Não esquecer que outubro é o “mês rosa”
lembrado a luta contra o cancro da mama. E, já agora, salientamos, que a
deteção precoce salva-vidas.
Também regressamos à escola e damos
relevo ao tema atualíssimo da discussão em torno do orçamento do estado.
Poesia, sugestões de livros e música,
além dos belos pratos da gastronomia portuguesa, são mais do que suficientes
para garantir boas leituras durante esta quinzena.
Bem hajam e sejam felizes!
Saímos porta
fora, percorrendo os caminhos de uma Vila que está a desaparecer no que toca ao
associativismo, seja pela fuga das pessoas na busca de emprego seja pelo
envelhecimento que é outro dos flagelos das comunidades que são essencialmente
rurais.
Os “miúdos” que
brincavam na praça, na feira e nas coletividades encontraram nas novas
tecnologias a sua paz de sofá.
Hoje em pleno
restaurante podemos verificar crianças a comer olhando o tablet ou telemóvel
como forma de entretimento e é com esses ensinamentos que vão crescer
esquecendo que existe a música, teatro, desporto e cooperações humanitárias…
que desenvolvem atividades, além de serem saudáveis fortalecem o indivíduo como
parte de um coletivo.
Não desejo ser
saudosista e recordar-me das célebres RGA (em contexto escolar) que nos davam o poder argumentativo e
em muito contribuíam para o ser estar e permanecer.
Hoje devemos
incutir nos nossos filhos o dever de serem participativos na comunidade de
interagir e darem o seu contributo das várias formas possíveis, mas estarem
presentes.
A cultura de um
Povo está nas suas gentes nos seus afazeres na sua cultura ancestral e deixar
morrer é perder as nossas origens e esquecer o passado é tornar um povoado
desconfigurado sem raízes.
Amar a nossa
terra deve ser um estado de vida não uma obrigação.
Em
termos gerais, a prática associativa consiste na organização voluntária de
pessoas, sem fins lucrativas, com o objetivo de satisfazer as necessidades
coletivas ou alcançar os objetivos comuns, via cooperação.
Esta
forma de organização coletiva tem como objetivos reforçar os laços de amizade e
solidariedade, reunir esforços para reivindicar melhorias na comunidade,
defender os interesses dos associados, desenvolver interesses coletivos de
trabalho, produzir e comercializar de forma cooperada, melhorar a qualidade de
vida e participar no desenvolvimento da região na qual as associações estão
inseridas.
Princípios
do associativismo
·
Princípio
da Adesão Voluntária e Livre
·
Princípio
da Gestão Democrática pelos Sócios
·
Princípio
da Participação Econômica dos Sócios
·
Princípio
da Autonomia e Independência
·
Princípio
da Educação, Formação e Informação
·
Princípio
da Interação
·
Princípio
do Interesse pela Comunidade
Apoio ao
Movimento Cultural e Social de Montemor-o-Velho (1)
Reconhecendo
o papel do movimento associativo do concelho de Montemor-o-Velho como
verdadeiro polo de desenvolvimento e enriquecimento das comunidades locais,
contribuindo decisivamente em prol da sociabilização, da construção da
identidade e da afirmação da cidadania, o Município de Montemor-o-Velho assume
como fundamental dar continuidade à cooperação, nomeadamente ao nível de
apoios, ao tecido associativo concelhio.
Para
tal, encontra-se em vigor o Regulamento
do Apoio ao Movimento Cultural e Social de Montemor-o-Velho, onde
estão definidos os termos, por forma a clarificar e a assegurar uma
maior abrangência, flexibilidade, eficiência, eficácia, rigor e
transparência na atribuição dos apoios por parte da autarquia às associações do
concelho.
(1) Fonte CMMV
Repórter Mabor
Todos
sabemos que o desporto é uma atividade física, estimulando de forma saudável
nos jovens, superando pela sua envolvência mental e psicológica algumas
veteranias…
O
desporto praticado neste modelo atrativo e conciliador, remete-nos para as antigas competições desportivas, muito
antes do cristianismo, depois o sonho e a magia de Pierre
Coubertan, mas no tempo-espaço, chegamos aos nossos dias
com o caos generalizado dos milhões em negócios, por exemplo no futebol, funcionando
na mais grave corrupção de um sistema fugidio da lei!
Ora, este
desporto profissionalizado e provocando exuberantes riquezas numa
classificada industria, “pergunto ao vento que passa… o vento nada me diz ”, se pelo bom senso da pedagogia desportiva, as atividades
amadoras, embora suportadas pelos custos de manutenção, nos conduzem ainda na
verdadeira essência desportiva e no desejado espirito de “mente sã, corpo
são” para este salutar
fulgor competitivo, felizmente pelas nossas aldeias, vilas e cidades, por isso
mesmo não vamos mais longe para vos trazer o exemplo de 140 atletas, do
Centro Cultural e Desportivo de Liceia- Montemor-o-Velho, percorrendo os
caminhos e as zonas atrativas pelo trilho de S. Miguel, numa localidade,
diríamos exemplar no sentido Olímpico do termo.
O que me parece, cidadão de antanho, é que as comunidades, porque não um país, só podem participar nas formações desportivas se os programas iniciais nas escolas, possam potenciar hábitos de aprendizagem na sua cuidada ética, libertada na proximidade e no empenho físico e mental de cada um dos formandos a caminho das melhores cidadanias sociais e desportivas…
Ora, não
tenhamos renúncia em reconhecer que Montemor-o-Velho e as suas Freguesias,
jogam hoje no campo prático de várias modalidades, um crescimento notável de
participações desportivas.
Quer no
futebol de onze, no futsal, o remo e a ginástica, que sei eu através da
comunicação nos jornais, também na MIRAGEM, surto do seu desenvolvimento pela
formulação de propostas e das suas atividades cada mais salutares e
competitivas por terras de Montemor…
IGREJA
DE SÃO JOÃO DO CASTELO
Popularmente
conhecida como capela do Abade João, a igreja de São João está localizada na
vertente norte do castelo, no chamado “cercado” ou “curral”.
Datam de
1103 as primeiras referências a esta igreja e ao seu prior Soeiro que a tinha
com a de Santa Maria de Alcáçova.
A 11 de
março de 1251, o papa Inocêncio IV expediu a Bula “Sua Nobis”, dirigida ao
bispo de Viseu, para obrigar os priores de várias igrejas da diocese de
Coimbra, entre elas a de São João de Montemor, a pagar ao bispo as procurações
que lhe deviam “ratione visitationis”.
No
“Catálogo de todas as igrejas, comendas e mosteiros que havia pelos anos de
1320 e 1321” surge avaliada em 40 libras.
Consta
que a capelinha primitiva foi mandada edificar pelo Abade João, sob invocação
de São João Evangelista, no local onde costumava entregar-se a intensa
penitência, sendo nela que este venerável e valente guerreiro celebrava as cerimónias
de culto e, com os seus apaixonados sermões e conselhos, animava a sua gente a
combater, sem desânimo, os mouros.
Em maio
de 1852, a velha igreja foi restaurada, tendo nela sido recebida, festivamente,
a rainha D. Maria II. Poucos anos depois, em 1863, voltaria a receber nova e
derradeira reparação.
Em 1995, as paredes internas ainda estavam revestidas com pinturas de motivos concheados da segunda metade de “Setecentos”. Hoje, infelizmente, está reduzida aos alicerces de plano retangular.
Pertenceu-lhe a imagem de Nossa Senhora com o Menino, da
Vitória, que se encontra atualmente na Igreja de Santa Maria de Alcáçova.
Água-Benta
Falsificada
O
Domingo de Páscoa em Montemor-o-Velho era um pouco diferente dos outros
Domingos, no que refere às práticas religiosas. A Missa era celebrada mais cedo
para que o Padre, figura principal da comitiva, iniciasse a visita Pascal logo
após, ganhando tempo para visitar todas as casas da Vila até à noite.
As
residências já tinham beneficiado de limpeza intensa para receberem o Senhor
Crucificado. Era colocado verdura e rosmaninho em Flôr, no chão na entrada das
portas que eram abertas de par em par. Em cima da mesa na sala lá estava o Folar
para o Sr. Reitor. Num prato uma laranja grande com uma moeda em cima, era a
oferta dos menos ricos que eram na verdade a maior parte. Os mais remediados optavam
por uma nota de alguns escudos arrumada num envelope branco, e outros (poucos)
juntavam também um cartucho de amêndoas. (um cartucho de papel feito pelo
merceeiro)
A comitiva Pascal integrava o Homem que levava o Crucifixo, mais outro com uma saca de brocado de cor carmim para carregar as laranjas, mais dois acompanhantes, e o homem dos foguetes. (este raro entrava, a menos que o chamassem para um copito de vinho doce e uma fatia de bolo, do tradicional bolo da Páscoa) E havia mais dois personagens importantes (mais novos) o rapaz da Campainha que freneticamente a acionava e aquelas badaladas ouviam-se à distância, sendo o modo de anunciar que o Padre já vinha perto, e o rapaz da Caldeirinha, uma espécie de balde de metal amarelo (luzidio nessa ocasião) onde era colocado o aspersor e a Água-Benta proveniente da Pia Baptismal e que havia sido benzida para o efeito.
Este
grupo de voluntários disponibilizava-se para ir levar o Senhor a beijar, ás
famílias crentes e eram todas, que não prescindiam desta cerimónia e a
aguardavam ano após ano.
Entravam nas residências, o homem da Cruz aproximava-se e o Padre dava o Senhor a beijar, primeiro ao pai e à mãe e de seguida a todos os que ali estavam reunidos e ajoelhados respeitosamente. Aspergia água benta sobre os presentes, sobre a casa, felicitava, repetia Aleluias... havia sorrisos, havia alegria e votos de felicidades até ao ano na despedida.
Numa
destas festas da Páscoa com tudo organizado, saiu a Comitiva da Igreja para dar
início à costumada visita Pascal e já tinham entrado em muitas casas, iam
animados, longe de pensarem em algum percalço, mas aconteceu; o rapaz da
Caldeirinha escorregou nas pedras da rua e caiu. A Caldeirinha rolou no chão
entornando a água toda. Gerou-se natural preocupação com o rapaz, mas logo
passou pois ele não se tinha magoado e estava pronto a retomar. Mas faltava a
Água Benta. Prestável como são todos os miúdos, logo se ofereceu para ir à
Igreja buscar a preciosa água. Concordaram em esperar ali, enquanto ele numa
corrida lá ia e voltava num instante. E ele lá foi apressado, mas a certa
altura achou que ir à Igreja e vir era demasiado, então olhou à volta não
estivesse alguém a ver, e cauteloso acercou-se da margem da Vala que existia na
Vila, pôs um joelho no chão estendeu o braço e mergulhou a Caldeirinha.
Atestada com o precioso líquido, limpou-a por fora com o lenço e, em passo
normal reuniu-se á comitiva que o aguardava sorridente e lhe dispensou
elogios.
E
lá andou todo o dia no cumprimento da sua missão, no entanto apreensivo, porque
de vez em quando o pensamento lhe trazia um terrível receio, " E SE O
PADRE CONHECE A ÁGUA????? "
(também
este texto é baseado num caso verídico, passado há cem anos)
O
que é que Deus quer p´ró povo?
Um
dia um padre já velhinho foi mandado para uma paróquia que estava completamente
“arredada” da igreja.
Um
domingo não foi ninguém à missa, no outro também não apareceu ninguém e assim
sucessivamente, até que o pobre prior resolveu dar um novo rumo a tal
freguesia.
Viu
um miúdo muito mal vestido e logo se lembrou que mediante um pagamento não
muito “alto” teria ali um aliado para resolver tão delicada questão.
-
Anda cá ò moço, pois quero perguntar-te se estás disposto a ganhar um
dinheirinho.
-
Claro que sim, senhor prior, é dizer o que tenho de fazer, que é como se já
estivesse feito!
-
Muito bem, diz o bom abade, no domingo só tens que vir uma hora antes da hora
marcada para a missa, esconderes-te atrás do altar e quando eu disser: - o que
é que Deus quer para o Seu povo?
-
Tu dizes de lá: - paaaaaaaaaaaaazzzzz …!
-
É só isto. És capaz?
-
Claro! É como se já estivesse feito!
-
Então está combinado.
O
rapazinho foi para casa todo contente e diz ao pai:
-
O meu pai nunca me deu uma moeda, mas o bom do nosso prior vai me dar uma mão
cheia delas!
-
O quê, diz o pai. Que vais tu fazer para tal paga?
E o pequeno explicou ao pai o que lhe tinha dito o prior.
-Ó
rapaz, diz o pai, se fizeres como eu te digo, o padre ainda te dará mais….
-
E faço, é só dizer…
No
domingo, à hora marcada, estando já o “ajunte” escondido começa o sermão - -
Meus irmãos, hoje vai acontecer algo de muito interessante. E o padre grita:
-
O que é que Deus quer p´ró povo?
-
Pôrra! Grita o rapaz, fazendo o que o pai lhe ensinou.
Aflito,
diz o padre, tentando resolver a situação:
-
Meus irmãos, a sorte que eu tive em vir para esta freguesia em que até as
crianças sabem latim, pois “porra” em latim quer dizer paz. Por isso,”porra
p´ró povo, porra p´ró rapaz !
Deixo-vos mais uma que o autor não sabia que eu iria colocar.
José Craveiro numa bela história em 2007
O arroz apresenta uma produção mundial
média que ronda as 754 milhões de toneladas, estando cerca de 27% concentrada
na China.
Na Europa produzem-se 2,5 milhões de
toneladas em 414 mil hectares, Itália representa 50%, Espanha 30% e Portugal
6-7% da produção de arroz, e relativamente à produção de cereais em Portugal, o
arroz representa cerca de 16% dessa produção. A União Europeia (UE) importa
ainda cerca de 40% das suas necessidades – 1,0 milhão de toneladas.
Na UE, embora a produção de arroz tenha
um peso pouco significativo a nível mundial, as suas zonas arrozeiras têm uma
grande importância socioeconómica e ambiental, obtendo produções de reconhecida
qualidade e muito apreciadas na sua contribuição para a biodiversidade.
Com uma produção total de cerca de 190
mil toneladas, Portugal apresenta-se como o maior consumidor europeu de arroz,
com uma média de 17kg per capita por ano, apresentando um grau de
autoaprovisionamento de cerca de 60%, o que implica a necessidade de importar
os restantes 40% (cerca de 100 mil toneladas, do tipo Agulha, Basmati,
Thai/Jasmim, Risoto, entre outras).
O arroz do tipo Carolino (com 80% da
área de produção) é o que ocupa o lugar de maior importância em Portugal,
embora os hábitos de consumo tenham resultado na transferência de algumas das
áreas de produção de arroz Carolino para arroz Agulha.
A superfície cultivada com arroz
ocupava, no final dos anos 80, mais de 32 mil hectares, ocupando atualmente
cerca de 29 mil hectares. A produção nacional concentra-se nos vales do Sorraia
e Tejo (50%), Sado (30%) e Mondego (20%). No que respeita à produtividade
verifica-se uma relativa estabilidade desde 1995, aproximadamente nos 6.000
kg/ha.
O setor em Portugal apresenta ainda
falta de dimensão de grande parte das explorações, a par da falta de estruturas
de concentração e/ou transformação em algumas zonas de produção.
Da mesma forma, o recurso a variedades
estrangeiras mal-adaptadas às nossas condições edafoclimáticas e os reduzidos
investimentos em investigação e divulgação técnica, entre outros, resulta numa
consequente perda de competitividade do setor produtivo e da redução do
desempenho do setor industrial.
Fonte: Cotarroz
DESPERTAR PARA O DESPORTO
A opinião desportiva que mexe consigo!
A França sucedeu a Portugal enquanto
vencedor da mais recente competição europeia de seleções de futebol – a Liga
das Nações. A final, disputada em Itália, proporcionou um duelo de vizinhos.
Espanha e França concorreram para um bom espetáculo e confirmaram, ao mais alto
nível, que os estádios vazios perante as ensurdecedoras vozes dos treinadores e
jogadores são coisas do passado. Todos esperamos que assim seja e que,
definitivamente, a Humanidade ultrapasse e se adapte à Covid-19.
Sobravam motivos de interesse naquela final. Restou um, apenas um – a legalidade do golo da vitória da seleção gaulesa, já na fase final do encontro.
O timing do passe e as linhas do corte da relva ajudam qualquer adepto a perceber que o lance é irregular. Os comentadores de arbitragem, um pouco por todo o mudo, sustentam que, afinal, à luz dos atuais regulamentos, ou de uma interpretação dos mesmos, a jogada deve ser validada. O Futebol é conhecido e reconhecido como uma modalidade bastante conservadora, que, décadas após décadas, sempre resistiu a grandes inovações tecnológicas, ou à introdução de mecanismos que acompanhem a maior velocidade do jogo, ou subterfúgios comportamentais que vão tentando explorar lacunas regulamentares. Aliás, a recente adoção do sistema de videoarbitragem, apesar de inovador no futebol, já há muito fora adotado por outras modalidades.
Mas, voltando aos comentadores. Na sua maioria trata-se de ex-árbitros que, sob convite dos media, devem, em primeira instância, pugnar pelo desenvolvimento da modalidade, pela sua expansão popular, pela sua universalização. Muitos, sendo capazes de criticar a justiça da (nova) regulamentação que fez validar o lance em causa, optam por sublinhar a ignorância dos adeptos pelo desconhecimento daquela orientação, ao invés de acentuar a incompetência do legislador e das entidades reguladoras dos órgãos internacionais, que estão a ser capazes de desvirtuar a modalidade de todos, gratuitamente. Sim, porque tal alteração regulamentar favoreceu a França desta vez, favorecerá outra equipa no futuro e prejudicará, sempre, o Futebol. Estou convicto que, em breve, a situação será corrigida. Mas nunca, num futuro próximo, findará o corporativismo perseguicionista característico da classe dos árbitros de futebol que, mesmo na reserva, acreditam cegamente (sim, cegamente) que continuam a ver melhor que todos os outros.
Solidão iluminada
Seria
apenas um dia,
dos
muitos que tenho tido...
Não fora
ter-me cruzado,
de manhã,
logo contigo.
Entraste
no meu pensamento
Como em
casa vazia,
ecoando
com os teus passos
na minha
alma tão fria.
Sabia que
a tristeza
a minha
porta fechara
e que a
negra mentira
há muito
tempo a trancara...
Mas como
posso negar
que
iluminaste o meu dia
Que desta
enorme solidão
Nem eu
própria sabia...
Corre imparável o rio
como o
tempo se esvai
e veloz a
vida passa
por nós,
arrastando-nos na voragem…
Cada
momento é único
e
irrepetível, impiedoso também…
Só se
vive uma vez…
Fugazmente
as horas escapam-se-nos
entre os
dedos…
Não
conseguimos
voltar
atrás no tempo
para
emendar erros
ou
alterar o que foi feito…
Por isso,
vive intensamente
cada
instante teu.
Alegremente
aproveita
o que és
e o que tens
pedindo à
vida
o que por
direito
te
pertence.
Vive,
sim, vivendo e fruindo,
apesar da
efemeridade,
o que tiveres que viver.
A PRIMAVERA DA TUA VIDA
Continua o teu caminho
Ou
melhor
Cumpre
o teu destino,
Tanto
faz!
O
importante é caminhar
E
ser HOMEM!
Sem
arrogâncias,
Sem
auto-suficiências,
Sem
te pores "nos bicos dos pés" que,
Como
sabes,
É
um meio frágil de sustentação,
onde
o homem
não
é capaz de ficar muito tempo.
Porquê?
Porque
é incómodo
E
sobretudo,
porque
não é natural.
Continua...
Não
faças nada para que escureças
A
tua vida...
Ilumina-a
com as coisas boas que tens!
Transmite
o que de bom existe em ti:
Amizade,
Amor,
Sabedoria.
Não
te esqueças que tudo isto,
É
a maior riqueza que podes dar e repartir
Pelos
outros...
Age
desse modo,
Para
que o teu coração
Seja
como uma flor
A
desabrochar na Primavera
Da
tua VIDA!
A mulher é um ser especial.
Por todos os papéis que desempenha, e
que a sociedade exige que os desempenhe imaculadamente.
Por todas as especificidades da sua
própria essência, que a condicionam e interferem no seu dia a dia e na vida dos
que a rodeiam.
Sem cair no extremo e sem ser demasiado
feminista, mas... Que orgulho em ser mulher!!
Em outubro, numa
onda vinda dos Estados Unidos da América, celebra-se o mês rosa.
Tem como intuito homenagear todas as
mulheres que lutam contra o Cancro da Mama, lembrar todas as
vidas perdidas nesta luta. E, sobretudo, sensibilizar a comunidade para esta
doença.
Segundo os dados mais recentes, em
Portugal o Cancro da Mama continua a ser o cancro mais prevalente. Em ano de
Pandemia e com os rastreios (e quase todas as atividades preventivas
relacionadas com a saúde) debilitados, cerca de 7000 mulheres foram
diagnosticadas com esta doença. 1800 morreram. Também é coisa de homem, mas
numa desigualdade tremenda.
Neste caso de Saúde Pública todos os
esforços devem ser tidos em conta. E nunca poupados, porque falamos de uma
doença que, se diagnosticada precocemente, tem altas taxas de sucesso.
Temos em Portugal um rastreio organizado
que, diria, funciona bem. Está assente sobretudo numa entidade não financiada
diretamente pelo SNS, a Liga Portuguesa
contra o Cancro,
que leva cada 2 anos o "carro" das mamografias a cada concelho.
A mulher deve fazer o seu papel e vigiar
a sua própria saúde. Mas a sociedade e a comunidade em que vivemos tem também
um papel, fundamental e decisivo.
Não só na organização dos cuidados de
saúde para que sejam fortes o suficiente para que o rastreio seja um sucesso,
mas também no apoio das mulheres doentes e das suas famílias.
Há detalhes desta odisseia que não são
jurisdição ou competência das autarquias, mas há tanto para ser feito!!
- Dinamizar ações de sensibilização, com
sessões de esclarecimento, elevar a importância do rastreio. Há tantas mulheres
que estão tão ocupadas no seu lufa diário que decidem "trato de mim
depois"... Sem darem conta que o depois pode ser tarde. Quantos maridos
chegam a casa e perguntam "tens feito a mamografia cada 2 anos?"...
- Na altura em que o "carro"
está alocado ao município, facilitar transportes, ajudar na deslocação das mulheres
a este acto, ir buscá-las a casa, incentivá-las a ir. Há tantas mulheres que
não fazem a mamografia porque "não tive boleia para ir ao carro"....
Quantas relativizam o agendamento e priorizam outras tarefas para essa meia
hora?
- Em caso de doença, ter uma rede que dê
apoio, não só económico, mas de solidariedade, compreensão. Um apoio que não
passe só pela mulher doente, mas também pela sua família. Há tantas mulheres
que se vêm sós, mutiladas, sem trabalho, sem amigos, sem ninguém que as saiba entender...
Com contas para pagar, mas sem conseguir trabalhar, pela dor no sítio do órgão
tirado, pelo orgulho ferido, pela doença em si...
Há muito, tanto, a fazer pelas mulheres
e pelas suas mamas.
Não nos esqueçamos dos números.
Não nos esqueçamos que todas as mulheres têm mamas.
Falemos disso, nas nossas casas, sem qualquer pudor.
O
ex-libris de Montemor-o-Velho
No passado dia sete de outubro
comemorou-se o Dia Nacional dos Castelos. Não podia deixar de passar esta data
sem fazer uma referência ao maior ex-libris do nosso concelho – o Castelo de
Montemor.
Desde que me lembro de ser gente, que
ouço as promessas de tornar o castelo de Montemor numa referência turística não
só a nível nacional como internacional.
O que é facto é que os anos passam e
tudo fica na mesma.
É inadmissível termos um dos maiores e o
mais antigo castelo do país e isso não ser aproveitado de uma forma clara e
consistente.
Quando vimos publicidade, reportagens,
artigos ou promoções sobre castelos em Portugal rapidamente identificamos
castelos como o de São Jorge, o castelo de Sintra, o castelo de Guimarães ou o
de Santa Maria da Feira, entre tantos outros.
Eu próprio já tive oportunidade de
visitar alguns deles e digo vos, com toda a sinceridade, que fico sempre com um
misto de sensações. Por um lado, adoro ver a beleza e a forma como cada um está
preparado para receber turistas e é dinamizado. Mas por outro fico com um
sentimento de tristeza por olhar para a dimensão deles e saber que ao pé do
nosso castelo ficam muito aquém do expetável. Sempre que acabo a minha visita
fico a pensar o porquê de não termos algo semelhante? Como é que não sabemos
aproveitar um diamante destes? Será que não há ninguém que pense nisto ou
simplesmente não há vontade política?
Qualquer pessoa que visite o castelo
fica com a sensação que não vale a pena voltar, que já viu tudo o que tinha a
ver. Isto porque temos de admitir que temos um castelo que em termos turísticos
é muito fraco e não está minimamente virado para acolher turistas.
Se não vejamos:
1. Como é que não
temos dentro do castelo um roteiro cultural onde cada turista possa saber um
pouco da história, das batalhas, das lendas, etc… E não falo dos meros
panfletos que já estão completamente em desuso. Falo sim de toda uma envolvência
desde imagens, vídeos ou “cenários antigos reais” que nos transportem para
aquela época;
2. Como é que não
aproveitamos o castelo para desenvolver ao longo do ano atividades e dinâmicas
que promovam o concelho?
3. Como é que
dentro do castelo não se promove a nossa gastronomia conventual que tanto nos
orgulha e que de certeza deliciava as visitas dos nossos turistas;
4. Como é que nem
um simples café ou uma água as pessoas podem tomar porque não existe nada?
5. Como é que não
se permanece apenas com a Porta do Sol aberta o que obrigava as pessoas que
visitam o castelo a deixarem as suas viaturas no largo da feira e a subirem
pelas escadas rolantes tendo assim que passar por dentro da vila de Montemor;
Para além destas, há muitas outras
questões que podíamos falar relacionadas com a promoção do castelo.
O castelo deveria ser a principal
alavanca para promover não só o turismo, como a cultura e comércio local.
Esperemos que algum dia haja vontade
política para mudar o rumo da história e fazer alguma coisa não só pelo castelo
de Montemor, mas sobretudo pelo concelho e os seus munícipes.
REGRESSO
À ESCOLA
(…)
E
COM UM BÚZIO NOS OLHOS CLAROS
VINHAM
DO CAIS, DA OUTRA MARGEM
VINHAM
DO CAMPO E DA CIDADE
QUAL
A CANÇÃO? QUAL A VIAGEM?
VINHAM
P'RÁ ESCOLA. QUE DESEJAVAM?
DE FACE SUJA, ILUMINADA?
TRAZIAM
SONHOS E PESADELOS.
ERAM
A NOITE E A MADRUGADA. (…)
TROVANTE
Finalmente
a escola!
Todos
regressámos à escola. Na minha fraca memória guardo sem qualquer sombra os meus
“primeiros dias na escola”.
A
alegria e o chinfrim! Fogo. É escola! Os primeiros amigos de escola… Raios!
Uma
coisa chama outra… E já me lembro de algumas marotices. Todos regressámos à
escola.
Foram
dois anos? Certo?
É
tanto tempo… Já teria perdido uns 90 berlindes e ganho uns 150 cromos no
“abafa”.
Quem
sabe o dobro… “ajuste de inflação”.
E, no entanto, queremos lidar com este acaso
como com um ocaso qualquer.
Não.
É
tão delicado.
Tão
mesmo, que se me parte o coração com o número de plataformas, a quantidade de
contas de email do infante, mais a plataforma para os almoços… ah… e a dos TPC.
É absolutamente louco!
Mesmo
com todos os tiques de esquizofrenia, eu digo: vão! Vão aprender.
Caramba.
Um miúdo de 8 ou 9 anos esteve nesta época uma meia dúzia de meses na escola.
É
preciso voltar à escola. É preciso aprender.
É
fundamental voltar ao mundo dos outros.
Voltar
à leitura.
Voltar
ao mestre.
Voltar às emoções.
Finalmente há escola!
É
sobejamente conhecido e reconhecido que o Orçamento de Estado (OE), pelas
várias vinculações fiscais, jurídicas e administrativas exaradas, tem
implicações diversas nas pessoas, nas empresas e nas instituições do próprio
Estado. Não pode, pois, ser um documento a que um comum cidadão como eu, esteja
alheio. Não sendo nenhum especialista em fiscalidade pública, sinto o apelo de
abordar algumas questões centrais da proposta apresentada de Orçamento de
Estado 2022 pelo Governo, não obstante o período de negociações e discussão em
sede própria.
Começo
pela novidade da criação de dois novos escalões no IRS (passando a ter 9
escalões) em que o desdobramento do terceiro e sexto escalões provoca taxas
mais baixas. Por exemplo, o escalão de rendimentos compreendido entre 10.736 e
15.216 euros passará de 28,5% para 26,5%. A previsão apresentada pelo Governo é
de um alívio fiscal de 150 milhões de euros. Está ainda previsto uma dedução de
IRS no segundo filho até aos 6 anos, podendo assim beneficiar de uma dedução
maior de cerca de 900 euros, tendo uma aplicação faseada entre 2022 e 2023.
Mediante certas condições, os trabalhadores mais jovens vão ter direito a um
IRS mais baixo nos primeiros 5 anos ao invés dos atuais 3 anos previstos,
beneficiando de uma isenção que incide em 30% do seu rendimento coletável.
Está
previsto um aumento de 0,9% nos salários da Função Pública para 2022 e uma
subida de 50 euros no salário base da carreira de técnico superior, este último
com um desdobramento em dois anos.
No
que concerne aos benefícios fiscais às empresas, destaca-se a norma que prevê
que as empresas que no primeiro semestre de 2022 igualarem o investimento médio
dos últimos 3 anos vão poder deduzir 10% desse montante à coleta do IRS. Este
incentivo fiscal à recuperação tem um limite máximo de investimento de 5
milhões de euros. Este orçamento termina com a aplicação do Pagamento Especial
por Conta (PEC), mecanismo usado para antecipar o pagamento impostos ao Estado.
O
OE prevê um reforço de cerca de 700 milhões de euros no setor da Saúde, visando
acrescer ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) mais profissionais.
Uma
última nota sobre a índole expansionista do orçamento. Ancorado no Plano de
Recuperação e Resiliência
(PRR) é previsto um aumento de investimento em 30% com o fito de produzir reformas em setores estratégicos. Este é um aumento muito significativo que não deixará ninguém indiferente. Rechaçando a ideia de que o Governo quis efabular o PRR, na verdade gerou-se na sociedade uma ideia de falta de perceção de como tantos milhões chegam “aos bolsos dos portugueses”, ou até a ideia de que “é sempre para os mesmos”. Ora, o orçamento é o mecanismo certo para a definição dessa mesma estratégia. Pode discordar-se de tais medidas, mas há que ter a consciência de todas as fases desta legal vinculação. A política não pode ser a visualização de um filme fantástico cheio de ficção e efeitos especiais, mas antes a perceção da realidade do impacto das políticas e da avaliação da sua natureza ao nível da capacidade reformadora, justiça, equidade e probidade exigentes.
Autor: Sónia
Carvalho
Estabelecimento: Bem
Bô
Concelho: Mirandela
Produtos
Endógenos: Azeite de Trás-os-Montes, Vinho do Porto, Amêndoa do Douro,
Vinho região demarcada do douro, Compota de figos (pingo de mel), Malagueta
(guindilha), Tomate, Cebolinhas, Vinagre de vinho tinto.
Para
este número trago-lhes uma boa recordação de Montemor-o-Velho
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Restaurante Ramalhão, com João Ramalhão, dono do estabelecimento; planos com diversos pratos típicos do restaurante e da região. Confeção do prato da entrada de carne de porco à moda de Ti Teresa; planos da ementa do prato da entrada.
José
Mário Branco – Poema de Natália Correia
O
Homem que Plantava Árvores
por Jean Giono
Uma
parábola sobre a missão do ser humano no planeta e das virtudes da sua ação
positiva sobre o meio onde vive. Conta-nos a história de um homem que, com o
seu esforço solitário, constante e paciente, transforma a região onde vive num
lugar especial.
Com as próprias mãos e uma generosidade sem limites, faz, do nada, surgir uma floresta inteira – com um ecossistema rico e sustentável. Lembra-nos de como as nossas pequenas ações diárias podem ter um grande impacto com o decorrer dos anos. Um verdadeiro hino de esperança, de generosidade, de fé, de humildade, de perseverança e de amor à vida.
SINOPSE
A
Voz do Silêncio é uma verdadeira inspiração divina. Uma obra-prima que inspirou
Lev Tolstói, James Joyce, Aldous Huxley, Carl Jung, Albert Einstein, Gandhi,
entre muitos outros. O texto traça em linguagem poética e elevada, um panorama
do caminho que leva à iluminação fazendo diversas recomendações práticas aos aspirantes
que o desejam seguir. Ensina-nos a ouvir tudo o que temos nosso interior como o
verdadeiro guia para a vida.
Uma obra-prima da literatura espiritual que ilumina e inspira os buscadores da
verdade até aos dias de hoje.
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