Iniciamos o nosso editorial
com uma frase da escritora moçambicana Paulina Chiziane, vencedora do prémio “
Camões” em 2021. “contar uma história significa levar as mentes no voo da
imaginação e trazê-las de volta ao mundo da reflexão.” Assim, a nossa Barcaça
vem plena de histórias, de histórias de ontem e de hoje e que falam dos nossos contextos
históricos, cultural, social, económico, político com diferentes vozes e
perspetivas.
Como esta Barcaça vem em
tempo de Halloween, também o mesmo se retrata em vários aspetos da nossa vida.
No desporto, nomeadamente no futebol português, não fora estarmos numa época de
iluminação científica, só apetece mandar os responsáveis consultarem a bruxa. Já na política, só num conto de espanto e susto podemos enquadrar a
imagem, de ver como a direita e a esquerda portuguesa, se encontrou em motivos,
para votarem alinhados no “chumbo” do orçamento. Só o futuro dirá se aqueles
que se embalaram em ventos de mudança, não colhem outras tempestades.
Em termos políticos, a
barcaça despede-se, neste número, do seu distinto colaborador Nuno Gonçalves, compreendemos
os motivos que o próprio apresenta no seu artigo e, desejamos as maiores
realizações no caminho profissional que inicia.
As nossas rúbricas de
gastronomia, música e literatura adequam-se ao outono e à época que vivemos.
Boas leituras!
Terras da ira.
O associativismo muitas vezes na sua
complexidade seja na vertente do clubismo ou simplesmente do pensamento
deixa-nos levar para terrenos hostis que podem ferir não só o coração como todo
um relacionamento.
Quem hoje já não teve discussões, sejam
dentro dos parâmetros normais, defendendo algo que enerva os seus amigos e que
chegam a uma fronteira muitas vezes sem volta ou que as mazelas vão durar?
Ao vivermos em sociedade aberta seja no
termo lato da liberdade, ela por si só não deve ultrapassar os limites do
convívio para que não se extravase para o incompreensível do relacionamento
humano.
Poderia ir buscar muitos
exemplos seja no desporto seja na política seja nos gostos gastronómicos. Saber
controlar o seu clubismo, a sua área partidária ou os seus gostos por certo
prato deve ser sempre uma forma de apresentar os seus pontos de vista na
argumentação de forma assertiva e não violenta.
Hoje podemos verificar nas redes sociais
o bulling efetuado seja pela cor do clube, do partido que defendem ou
simplesmente por ser do contra.
O ódio muitas vezes chega a deixar
marcas para toda a vida, difíceis de ultrapassar.
Ora o associativismo não é isso e há
quem defenda que as claques deveriam acabar, porque muitas delas incutem à
violência gratuita, facto que verificarmos sejam in loco ou pelas televisões à destruição do património e algumas
vezes fisicamente.
Mas não se fica por aí, o bulling efetuado durante um evento
desportivo e que no caso do futebol é uma constante, deixando famílias de fora
desses eventos devido ao aumento da violência verbal que ultrapassa em muito o
admissível.
Fazendo uma reflexão de onde vimos e
para onde vamos, devem ser os próprios dirigentes a condenar vivamente tais
atos e dar orientações de correção de o saber “Ser Estar e Permanecer”.
Há vida para lá das cores, a harmonia
das formas de representatividade dos seus clubes das suas associações sejam culturais,
recreativas ou desportivas, devemo-nos pautar em transmitir valores e esses
assentam em aceitar o diferente mesmo que não possamos concorda, porque essa é
e será sempre a nossa liberdade de pensamento.
Claro que está implicitamente ligado ao
conhecimento e, quanto mais vasto é o nosso poder argumentativo, mais fácil
será levar “a água ao nosso moinho”, se acreditarmos verdadeiramente num ideal,
teremos capacidade para o defender, mas será pela força da ideia que todos
vencemos e não pela ideia da força.
É o poder da palavra, que muitos julgam
estar diretamente ligado às habilitações e, se esquecem que a vida é uma escola
e a escola um centro de conhecimento.
Com ira tudo termina, e tudo se vai…
sejam os pensamentos os ideais os clubes e o associativismo.
Regresso
tardio
Não
só as conversas são como as cerejas, com as recordações também é um pouco
assim.
Foi
num domingo de agosto. O sol começava a despontar, o dia ia estar quente e ir á
praia era o sonho acalentado durante toda a semana. Carro próprio era
um luxo de poucos, exceção apenas para quem o veículo era mesmo
necessário por motivo profissional; mas havia a camionete da
carreira. A Empresa de camionagem Moisés Correia de Oliveira
sediada na Carapinheira, assegurava a ligação diária de ida e volta entre
Tentúgal e Figueira da Foz.
Aos
Domingos havia desdobramento, era o termo usado para informar do reforço doutro
autocarro que vinha logo após, já na certeza de que no primeiro não haveria
lugar para toda a gente que estava na beira da estrada, nas paragens à espera.
A empresa tinha dois ou três autocarros novos, maiores e barulhentos que
bastava, e outros arrumados por velhice, mas aos Domingos, estes vinham também
para a estrada com a palavra "Desdobramento" bem visível no vidro da
frente. Mesmo assim, não ficou para a história qualquer noticia de
acidente.
E
neste dia manhã cedinho as pessoas já formavam grupos na Praça da República
enquanto esperavam. Ali estava gente de todas as idades, gente animada
todos com igual expectativa, a de viverem um dia diferente. Cestos no
chão ao redor, bem cheios com o farnel, que o mar faz fome (assim diziam)
esperando a camionete que as levaria até à Figueira para a praia, e a alguns
homens para a tourada que ia haver nesse dia.
O
meu pai que ia para a pesca, e a minha mãe e eu que íamos para a praia
embarcámos na primeira camionete (uma das tais mais novas) assim como as outras
pessoas que ali estavam. O autocarro ficou logo lotado e o motorista seguiu o
seu rumo sem parar. Ao aproximar-se das paragens diminuía a velocidade e com a
mão fazia sinal aos passageiros que vinha aí o desdobramento. Só parámos para
sair já na Figueira, encantadas com a rapidez da viagem. Até aqui tudo bem, na
praia idem, idem; enfim, um domingo em beleza. O pior ainda estava para
vir ao fim da tarde.
Dirigimo-nos
para o local da partida, era na Praça Velha ainda não havia Terminal
Rodoviário. Entretanto começavam a chegar os respetivos passageiros. Mas quais
respetivos? Aquilo era um mar de gente que não parava de crescer. Estava já na
hora de partir e a camionete ainda não estava ali. Passou uma hora, todos
pensávamos que não viria só uma, mas várias. Puro engano! Veio só uma, e
das velhas...!Algumas pessoas precipitaram-se aos empurrões e entraram. O
motorista fechou logo as portas e informou pela janela, que voltava depois de
ir levar aqueles passageiros, e arrancou. E ali ficou aquela multidão à espera.
O tempo corria lento, já era noite fechada, a Praça mal iluminada, não se via
ali ninguém da Figueira e o café ali existente já tinha fechado, os rebatos das
casas e as bordas do passeio serviram-nos de assento. Entretanto a
camionete ia e voltava, o espectáculo era desolador, ninguém reparava em
ninguém, era entrar à força e de encontrão fosse de que maneira fosse, e logo a
porta se fechava e de novo a camionete partia deixando para trás tanta gente
ainda. E de novo voltava, sei lá quantas vezes foi... Os ânimos começaram
a exaltar-se, e a certa altura num dos momentos de mais um embarque, ouvimos
alguém que gritava "anda aqui bulha, andam à pancada dentro da
camionete". Pela janela atiraram umas ripas de madeira que havia pregadas
no chão... Logo de seguida o motorista aflito deixou a camionete e foi a correr
chamar a polícia que ficava sediada ali perto. E a polícia veio.... mas já
estava tudo calmo, o motorista retomou o volante e a camionete lá se
sumiu mais uma vez na escuridão. Ainda não foi nesta que tivemos lugar.
Não
foram minutos, foram horas que ali estivemos à espera! Agora já falo de mim e
dos meus, embarcámos era meia-noite, com os últimos passageiros na última
camionete, já nem falávamos, nem sequer para nos lamentarmos ou recordarmos o
bom daquela tarde.
Mas ficou a recordação deste regresso atribulado, que passado algum tempo já
nos fazia sorrir!
Repórter Mabor
A Fundação INATEL pela sua história e
natureza institucional, é uma organização singular na sociedade portuguesa que
se afirma por uma missão, visão e valores organizacionais distintivos, que
pretendem contribuir para o bem-estar integral e o desenvolvimento pessoal de
cada um, bem como para a inclusão social de todos cidadãos.
Criada em 1935 como Fundação Nacional para Alegria no Trabalho (FNAT), a
Fundação INATEL, hoje tutelada pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade
e Segurança Social, desenvolve atividades de valorização dos tempos livres nas
áreas do turismo social, da cultura popular e do desporto amador, com profundas
preocupações de humanismo e elevados padrões de qualidade.
Está presente em todo o país com uma
rede de 27 INATEL Locais, 17 Unidades Hoteleiras INATEL, um Parque de
Jogos INATEL, vários pavilhões desportivos e o Teatro da Trindade INATEL, em
Lisboa.
A ação da Fundação INATEL envolve uma
massa associativa que ronda os 250 mil associados individuais e os 3500
associados coletivos (Centros de Cultura e Desporto).
A Fundação INATEL é a organizadora de referência, em todo o território nacional, das atividades de ocupação dos tempos livres e de lazer dos jovens, dos trabalhadores, dos seniores, das famílias e das comunidades através de propostas sustentáveis em todos os domínios da sua intervenção. (fonte)
Os ventos da história, ou homens
atentos às necessidades participativas dos jovens e adultos nas mais diversas
modalidades, desencadearam na Fundação Inatel, "a multiplicação dos
pães" trazendo aos Pais e às Ilhas, a desejada revolução desportiva, numa
escala harmoniosa de custos, até então insuportáveis para muitas coletividades.
Correndo o risco de fecharem as suas
portas...Por exemplo, no futebol de 11, na Região Centro do País, foram muitas
que abandonaram A.F.C, praticando agora a modalidade amadora no campeonato da
INATEL, é certo, mas justificadamente definida nas regras desportivas,
sem a chocante pressão dos salários em atraso, esperando as famílias em casa
pelos ganhos de um qualquer jogador de futebol…
Não fazia sentido nos clubes que
conhecemos por dentro e por fora, assumir responsabilidades na sua função
desportiva com jogadores e depois cair no desespero das dividas, entre outras
dificuldades de manutenção e critérios honrados dos seus compromissos. Aí está,
pois, a longa maratona do campeonato da Fundação Iniciado no passado de 24 de
outubro de 2021.
História!!!
Se fizermos uma abordagem aos clubes que
disputavam a distrital da A.F.C… como a sua modalidade preferida, o futebol de
11, verificamos agora que na Fundação Inatel arranjaram o seu porto de abrigo e
assim dando continuidade ao que de melhor sabem fazer a prática do desporto.
Quando muitos se arrastavam com elevados custos desportivos na A.F.C.,
assumindo agora as suas competições na Fundação Inatel.
Todos colaboramos nessa desgastante e
onerosa participação desportiva, de custos elevados com as inscrições dos
jogadores, exames médicos, policiamentos, transportes, alimentação, manutenção
dos campos, lavagens de equipamentos, luz, água… e cujas bilheteiras pouco mais
davam para pagar o policiamento sendo suportado muitas vezes por diretores.
Se assim for, julgo que não há margem
para duvidas que a escolha na participação na Fundação Inatel veio trazer
alguma folga financeira e logo alegria desportiva ao amadorismo das
modalidades, sem compromissos que não podiam assumir na A.F.C, obrigando os
clubes a ter de fechar as suas portas, o que não aconteceu pelo facto de se
inscreverem na da Fundação Inatel, unindo e partilhando com a família amadora,
o desejado sentido: alma sã em corpo são, graças á pureza olímpica do desporto,
neste caso o futebol de 11 no distrito de Coimbra.
FONTE DOS ANJOS
Localizada no Largo dos Anjos, esta
fonte surgiu de um contrato entre o juiz, vereadores, procurador (eleitos da
vila de Montemor-o-Velho), padres e priores do Convento de Nossa Senhora dos
Anjos, celebrado a 31 de Outubro de 1551.
Estrutura em forma de cubo, dominado
por coruchéu piramidal manuelino. Na frente, apresenta arco semicircular,
simples, e o escudo da vila invertido.
O revestimento interior é constituído
por azulejos sevilhanos, de aresta, do século XVI.
Um dia o diabo andava
triste por não ter que fazer.
Como ainda há pessoas
piores que o diabo ele estava quase desempregado. Encontrou um lavrador e
disse- lhe:
- Ou me dás sempre
trabalho ou morres. Todo contente o lavrador mandou que lavrasse e "
enquanto o diabo esfrega um olho " ficou tudo lavrado.
Dá-me mais trabalho
ou...
Vai cortar mato e
depois quero tudo espalhado para fertilizar os meus campos.
Claro, enquanto "
o diabo esfrega um olho " ficou tudo bem feito.
Faz isto, faz aquilo, e
pronto, não tinha o diabo mais que fazer.
-Ou me dás trabalho
ou...
Ficou o pobre homem
aflito, mas logo se lembrou que a mulher iria resolver tudo.
-Vai ter com a minha
mulher e ela te dará trabalho.
Mal o diabo disse ao
que vinha e logo ela lhe traz uma tábua e um martelo e meteu a mão debaixo da
saia e diz:
- Endireita este arame.
O diabo lá vai e
martelada daqui martelada dali e o raio do "arame" cada vez estava
mais torto.
Aborrecido com tal
trabalho chegou ao pé da mulher e pergunta:
- Há mais trabalho
deste?
Ela levanta a saia e
diz:
- Este trabalho ao
diabo não interessa. O dono que lhe dê a volta, mas não pode ter pressa.
Eu canto,
Contra o
vento, contra tudo
Que reage e
não se fica
Neste
marasmo absurdo
Eu canto a
coragem
De quem vê
mais além
E não
renega o passado
Pois o
passado o sustem
Eu canto
quem acredita
Que tem
mãos de seiva
Que
alimenta os seus filhos
Com a
futura colheita
Mas canto
quem permanece
Com alma de
partir
Carrega o
fardo do tempo
Com tempo
para sorrir
Eu canto
quem rasga a terra
Com jeito
de afagar
Se não chove,
que importa
Com
lágrimas a vai regar
Eu canto
quem espera
Pois a
espera fortalece
E trás no
ventre a certeza
Que amanhã,
amanhece
Eu canto o
poeta que chora
Que se
revolta e implora
Que se forjem
novos caminhos
Para não
ter de ir embora.
Agora que a vida
tem um sabor novo
não vou desistir
dos sonhos de outrora…
Regressarei serena
e autêntica
às manhãs azuis
que as nuvens esconderam…
Encontrarei, intactas,
as pétalas desse passado
que a névoa ocultou
e o vento desfolhou …
Encontrarei a flor saudosa
ainda à espera deste agora renovado.
Vive!
encontra o teu caminho…
foste criado com noções preconcebidas de
quais escolhas deves fazer para a tua vida…
perdes muito tempo a tomar decisões
tendo em conta o que os outros poderão pensar ou dizer…
se tiveres
vontade de vencer nenhum obstáculo será tão grande que essa tua vontade.
Não esperes que a tua testa seja
osculada pela sociedade ou que a mesma te dê um aperto de mão no teu coração!
Faz coisas... sê curioso…mas genuíno; podes
ter momentos de incertezas mas persiste…é aí que tu consegues ir mais além!
Aproveita o tempo, porque não existe
falta dele, existe sim o desinteresse pelo tempo.
Aprende a aceitar desafios…crescerás
ainda mais a tentar algo para além daquilo que já é a tua praia; respeitando
sempre a tua essência, sendo tu mesma(o) e aí encontrarás o teu valor!
“Esforce-se para não ser um sucesso,
mas sim para ser valioso”
Citação de Albert Einstein
DESPERTAR PARA O
DESPORTO
A opinião desportiva
que mexe consigo!
O 1-5, o outro 1-5 e o
0-4 foram os resultados “portugueses” dos jogos em casa contra os “tubarões”
dos respetivos grupos de Sporting CP, FC Porto e SL Benfica na Liga dos
Campeões Europeus de Futebol desta época.
Refletirão estas
copiosas derrotas dos “grandes” portugueses a décalage que se verifica
relativamente às grandes equipas europeias? Para mim, não.
O futebol português
está distante do nível daquele que se pratica em Inglaterra ou na Alemanha?
Para mim, sim.
Mas os “três grandes”
estão muito mais próximos do nível dos grandes clubes europeus, do que das
equipas modestas da principal liga portuguesa.
Sporting CP, FC Porto e
SL Benfica têm qualidade para se baterem dignamente com todas as equipas
europeias, ainda que se admita que possa existir um leque (dinâmico) de 5 ou 6
equipas que, ocasionalmente, se encontram num patamar competitivo superior – e
nesse leque figurará, certamente, o Bayern de Munique e o Liverpool, que
vergaram Benfica e Porto, respetivamente, às derrotas em causa.
Se assim for, se as
nossas melhores equipas não estiverem tão distantes do nível das melhores
equipas da Europa, então o que explicará tais desaires?
Para mim, dois fatores:
(1) intensidade das dinâmicas coletivas; (2) e preparação psicológica
diferenciada.
A maior intensidade dos
nossos adversários resulta, certamente, da maior competitividade das ligas
internas onde participam. Se os atletas estão semanalmente sujeitos a estímulos
mais exigentes nos campeonatos nacionais, estarão mais preparados para as
provas europeias, sobretudo se defrontarem equipas de campeonatos menos
competitivos.
Mas, para mim, o
segredo da competitividade atual passa pela preparação psicológica. Os
“grandes” portugueses não estão preparados para serem subjugados, para serem
dominados e para passarem muito tempo sem o controlo do jogo e sem a posse da
bola. Primeiro, porque não experimentam esse contexto na competição nacional, e
depois porque a preparação psicológica das equipas portuguesas, relacionada com
a capacidade de superação, a crença, o esforço coletivo e a capacidade de
trabalho em equipa e para a equipa, não está cientificamente desenvolvida,
contrariamente ao que se verifica noutros contextos desportivos.
Concluindo, o
desenvolvimento das capacidades técnicas, táticas e físicas dos futebolistas de
elite atingiu um elevado estado de maturação que torna as equipas bastante
modeladas e tipificadas. O conhecimento nessas áreas, para além de estar
difundido, está em aplicação quase plena. Há um aspeto, porém, que carece de
maior profundidade investigativa e aplicação formativa em contextos de formação
de treinadores – a vertente psicológica.
Aqui, como na
sociedade, a conjetura mental de cada sujeito, de cada equipa e de cada grupo
de trabalho, apresenta explicações infinitas para a performance. São essas
explicações que o futebol e comunidade devem, urgentemente, conhecer, dominar e
ultrapassar.
Os
solos contribuem de forma direta para o bem-estar humano, na medida em que
oferecem uma panóplia de serviços básicos e vitais aos ecossistemas. São
fornecedores de alimentos, reservam água e contribuem para o sequestro de gases
com efeito estufa.
Devido
ao crescimento da população e às mudanças dos padrões alimentares, nunca foi
tão grande a necessidade de produzir mais alimentos. A adoção de práticas
agrícolas mais rentáveis e a preservação e melhoria da qualidade dos solos
contribuem decisivamente para esse objetivo.
As
leguminosas fazem parte de um grupo restrito de plantas que desenvolveram a
capacidade de fixar azoto (N2) atmosférico através de um processo chamado
“fixação biológica de azoto”. Este processo resulta da simbiose entre as
bactérias fixadoras de azoto e as leguminosas. As bactérias encontram-se
alojadas em órgãos especializados formados nas raízes das leguminosas,
denominados nódulos, onde convertem o azoto atmosférico em compostos de azoto
(amónia, nitritos e nitratos), que podem ser utilizados pelas plantas,
diminuindo assim a necessidade de utilização de fertilizantes sintéticos à base
de azoto e melhorando a fertilidade dos solos. Estima-se que, globalmente,
cerca de 190 milhões de hectares de leguminosas contribuam para fixar cinco a
sete milhões de toneladas de azoto nos solos.
A
presença de leguminosas nos agroecossistemas ajuda a manter e/ou aumentar a
vitalidade e a atividade da biomassa microbiana nos solos alimentando, assim,
os organismos responsáveis por promover a estrutura do solo e a disponibilidade
de nutrientes. Um elevado nível de biodiversidade do solo proporciona aos
ecossistemas uma maior resistência contra perturbações como pragas e doenças.
Algumas variedades de leguminosas promovem também a libertação/solubilização do
fósforo ligado/insolúvel no solo, tornando-o assim disponível quer para as
culturas companheiras, quer para as culturas subsequentes, contribuindo também,
desta forma, para o aumento da fertilidade dos solos. Através dos fenómenos
mencionados acima, as leguminosas podem ajudar a restaurar/melhorar solos
degradados e a proteger os solos da erosão (através dos seus sistemas
radiculares profundos).
A
utilização de leguminosas anuais (trevos anuais, ervilhaca, etc.) inoculadas
com rizóbio em consociações com gramíneas (azevém, aveia etc.), em pastagens e
forragens, permite aumentar a proteína e reduzir a fibra das silagens de erva.
Melhoram a digestibilidade da forragem e permitem uma acentuada redução de
custos com a aquisição de adubos azotados e alimentos concentrados nomeadamente
na fonte proteica.
Fontes: Torres, Duarte. Observador, 16 out 2020.
A importância da
Educação
Todos sabemos da enorme
importância que a educação representa no desenvolvimento da uma sociedade. Não
só pela aprendizagem e transmissão de conhecimentos, mas em toda a interação,
dinâmica e envolvência que as crianças têm ao longo do seu percurso académico.
A educação deveria ser
uma área de excelência uma vez que se estão a formar as futuras mulheres e
homens de um país. As futuras pessoas que irão comandar o país.
Estamos a falar como é
lógico desde o ensino primário até ao ensino universitário passando pelo ensino
profissional.
E é aqui que o
município deve ter um papel fundamental no apoio, cooperação e interação com o
ensino praticado e desenvolvido no concelho.
Basta olharmos para as
estatísticas e para o histórico das escolas no concelho em Montemor para
verificarmos que estamos, a cada ano que passa, a perder cada vez mais tanto ao
nível da reputação escolar como na quantidade de alunos que frequentam essas
mesmas escolas.
É inconcebível
verificarmos a quantidade de escolas primárias que fecharam no concelho ao
longo dos últimos anos e a falta de alternativas que deram às pessoas. Não se
pode simplesmente fechar uma escola primária numa determinada freguesia e não
estarem acauteladas alternativas claras e dignas para os alunos.
É impensável olharmos
para os rankings anuais das escolas e verificarmos que o Agrupamento de Escolas
de Montemor, a cada ano que passa, se afunda mais na tabela. Para além disso a
constante perda de alunos que anualmente se verifica e a falta de oferta
educativa é cada vez mais uma realidade existente.
Infelizmente, hoje em
dia, são cada vez mais os alunos que são obrigados pela falta de oferta
formativa a irem para outros concelhos. Mas também há aqueles que apenas por
quererem uma educação melhor acabam por preferir ir para uma escola com uma
melhor reputação. E isso sim é uma questão extremamente preocupante porque é
aqui que começa a perda de ligação dos mais novos ao concelho e às suas
raízes.
Mas se verificarmos o
ensino profissional as conclusões são semelhantes. Os alunos são cada vez menos
e a oferta educativa cada vez mais desajustada da realidade. Como é possível
não termos uma escola profissional de excelência e adequada à realidade.
Por exemplo não se
entende como numa zona onde a falta de soldadores, serralheiros ou eletricistas
é uma constante, a escola não tente colmatar esta falha e cativar alunos para
estas áreas.
Depois numa zona como o
Baixo Mondego, onde a agricultura é uma referência, não se entende como não
existe um polo universitário diretamente relacionado com esta área.
Se somos a maior
referência agrícola da região centro na agricultura, então como é que não somos
uma referência no ensino desta área?
É por estas, e muitas
outras razões, que há uma falta de visão e de empenho autárquico para que se possa
inverter esta situação. Talvez as prioridades sejam outras.
Mas é preciso ter a
consciência de que a aposta na educação vai muito para além do ensino, é também
um motor para o desenvolvimento de uma comunidade e de uma sociedade.
Relatório e contas de
uma virgem ofendida
e seus dedicados amantes.
O
PORTUGAL FUTURO
O Portugal futuro é um país
Aonde
o puro pássaro é possível
E
sobre o leito negro do asfalto da estrada
As
profundas crianças desenharão a giz
Esse
peixe da infância que vem na enxurrada
E
me parece que se chama sável
Mas
desenhem elas o que desenharem
É
essa a forma do meu país
E
chamem elas o que lhe chamarem
Portugal
será e lá serei feliz
Poderá
ser pequeno como este
Ter
a oeste o mar e a Espanha a leste
Tudo
nele será novo desde os ramos à raiz
À
sombra dos plátanos as crianças dançarão
E
na avenida que houver à beira-mar
Pode
o tempo mudar será verão
Gostaria
de ouvir as horas do relógio da matriz
Mas
isso era o passado e podia ser duro
Edificar
sobre ele o Portugal futuro
Ruy Belo
OE2022
Seria impossível
fugir ao tema do momento: O orçamento do estado para 2022.
Melhor dito: o “mais
impecável” orçamento de estado para 2022.
O falado, caro a todos
e todas, com óbvios riscos para a saúde em geral e a sanidade mental em
particular. Esta última, já bem acossada e desfiada em disparatadas tertúlias
televisivas e mil oceanos de chorrilhos dramático-aldrabões nas redes sociais,
e que se vê agora, em tais preparos, a levar de chofre com articuladas e
melodramáticas horas e horas televisivas de falares-para-não-estar-calado.
António sonhou; Marcelo
quis; as eleições fazem-se.
Mas… vamos mais devagar
e antes demais demos o direito à democracia. Sim, a democracia tem direito a adjetivos,
pronomes e até a crises. Pode ter dias… como todos e todas temos. Acontece.
Aliás, faz parte e é uma sua parte fundamental. É da sua natureza, pouco dada à
tecnocracia liberal. É o seu órgão bestial que a faz reviver e fortalecer.
Não tenho medo destas
crises da democracia e não acho que qualquer democrata deva ter. Ainda assim,
deixemos a alma-manter para outros confessionários e encaremos então o momento
- e já estou a imaginar a quantidade de Andrés, em todas as cores, que estão a
debitar coisas ao calha, como se fossem opiniões ponderadíssimas, nas imensas
fímbrias dos jornais televisivos. Discorrendo momentaneamente, no momento,
sobre o momento e a parecer muito bem a todos os televisionadores. Arte
difícil. Siga a história.
Muito mais sabido que
certo, o PS conduzido por António Costa acreditava numa exuberante vitória
autárquica, cujo retumbar de estrondo criaria uma maioria absoluta artificial.
Não aconteceu. O PS ganhou as eleições, mas sem estrondo, nem glamour e pelo
meio ainda viu cair Lisboa para o PSD. Não fora assim, António Costa tinha por
convicção que forçaria qualquer orçamento e que a esquerda que viabiliza o
governo desde 2016 - Partido Comunista Português e Bloco de Esquerda - teriam
de ceder a qualquer que este fosse.
A Geringonça já havia acabado em 2019. A CDU ainda arriscou um pé de dança e foi assim que viu que o par só olhava para os seus próprios pés e não ouvia as dicas nem que gritadas.
À pressa, consciente da porosidade que tem à esquerda, o governo do
Partido Socialista retocou o orçamento que, como o partido, é de um centrismo
ultra-pragmático.
Sabia bem António Costa
e a bancada do PS que haviam votado com o PSD contra as propostas laborais e
sociais apresentadas por BE e PCP; que não se tinham revogado muitas das
injustas medidas da Troika-Passos Coelho; que um programa socialista à esquerda
- como de facto foi escolhido pelos portugueses e portuguesas que votaram nas
últimas 2 eleições legislativas - não estava ainda a ser executado; que a
bazuca do PRR ainda não estava apontada para favorecer pessoas e trabalho.
Simplificando, o
negócio é este: Ouve lá! Escolhe aqui uma ou duas das minhas, que anuncias como
tuas, e siga.
A sede é outra: a
maioria absoluta.
Não deu pelas
autárquicas, chegou pela voz do Presidente da República: Sem OE o parlamento é
dissolvido e novas eleições convocadas. Nesse instante a surdez duplicou e
todos os esforços de BE e PCP foram absolutamente extemporâneos. Ainda o Bloco
de Esquerda e o Partido Comunista tentavam que um qualquer ganho de causa
permitisse assumir um voto de sentido diferente, já máquina do PS tinha
começado a campanha de vitimização e de procura de um estado absolutista. Sem,
de facto, ter cuidado em perceber que o povo tinha votado claramente à
esquerda. Esta retórica eleitoralista fere a democracia.
Mas a democracia cá
terá quem a defenda com crises, achaques e até contra ataques de soberba.
Evidentemente a estratégia eleitoralista prevaleceu sobre um sistema
democrático, com instituições declaradamente maduras e que poderiam lidar com a
“crise” de uma outra mais serena e prática forma. Exemplos europeus não faltam.
Ficou feito. Está arrumado.
Contudo, na cabeça dos
estrategas políticos, a ideia de que em política o que parece vale bem mais do
que o facto, não permitia outro desenlace. Vejamos: partidos de direita em
guerra civil, excrescências do PSD - Iniciativa Liberal e Chega! - com medo do
voto útil e Bloco de Esquerda e Partido Comunista Português empurrados para o
seu reduto político e social? - É o momento para puxar eleições e governar em
maioria absoluta! - diz o único culpado.
Como a generalidade dos
portugueses não gostei de não se ter feito aprovar um orçamento no parlamento.
Como a maior parte considero ser da responsabilidade, e em plena vontade, que o
Partido Socialista se quer apresentar triunfante e de maioria absoluta em riste
a eleições. Em curiosidade, temos um grande partido entrincheirado, a continuar
a olhar para a direita e sem cuidado à esquerda. Faltou calma e discernimento
ao Partido Socialista. A calma que agora todos os partidos tentam impor para
não impossibilitar pontes. E as pontes em que o povo votou?
Começo este artigo por
exarar profundo gáudio e privilégio pelo convite que o Luiz Pessoa gentilmente
me endereçou para escrever no projeto “Barcaça”. Sou daqueles que acredita na
participação cívica, na partilha de contributos, na formação de opiniões com
base na pluralidade de sensibilidades e racionalidade. Espaços desta natureza
que inspiram a uma exegese sobre a vida e os cidadãos são, evidentemente,
necessários e devem ser colocados à fruição de todos para uma plena fruição tendente
à construção.
Cumpre-me,
assim, fazer veemente protesto de gratidão pela oportunidade de participação no
Barcaça, em concreto, ao Luiz Pessoa pelo convite e elegância no
relacionamento.
Serve
esta estranha prosa, para dar nota pública que este será o último artigo que
escrevo (pelo menos nesta fase). Esta decisão está ancorada no princípio
pessoal de ética e transparência que, não obstante ser isso mesmo, uma visão
pessoal, deve abranger todos os agentes políticos. Como é sabido e público fui
desde 27 do corrente mês nomeado para as funções de Chefe de Gabinete do
Presidente de Câmara do Município de Montemor-o-Velho, lugar que desempenharei
com a maior honra e sentido de probidade pública. Entendo, pois, que sendo um
agente ativo no quadro político não terei mais condições para exercer uma
opinião, que apesar de livre, incorreria no risco daquilo que podemos
analogamente considerar dos problemas epistemológicos do conhecimento através
da confusão entre o sujeito investigador e o objeto investigado. Bem sabemos
que quando o investigador faz parte do objeto de estudo existirão
tendencialmente enviusamentos no estudo que podem pôr em causa a independência
e transparência do mesmo.
Assim, por razões de
preservação dessa mesma transparência, entendo que o melhor serviço que posso
fazer para a preservação de um Barcaça livre e isento de qualquer suspeita de
manipulação (ainda que sejam artigos de opinião pessoal e não institucional) é
suspender esta participação.
Na esperança de que todos possam compreender a seriedade desta posição, desejo afincadamente os maiores sucessos ao projeto, aos leitores e a todos os colaboradores envolvidos. Até breve!
Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento em todos os lugares da sua personalidade jurídica.
SOPA DE ABÓBORA
As abóboras no Halloween não se limitam à decoração e servem
também para compor pratos deliciosos. A sopa de abóbora é uma ótima opção e bem
fácil de fazer, além de ser um jeito de utilizar a abóbora inteira quando for
montar as clássicas lanternas de cabeça de abóbora para enfeite da festa.
DOCE DE ARANHA
Os docinhos de aranha vão ficar incríveis na sua mesa e podem
ser feitos usando chocolate da forma que você preferir: trufas, bolinhos e até
brigadeiro para compor o corpo das aranhas, com palitinhos de chocolate representando
as suas patinhas. Se quiser deixar os seus doces mais realistas, você pode
também usar pedacinhos de pasta americana para fazer os olhinhos de cada uma
delas.
MÚMIAS DE SALSICHA
Os famosos enroladinhos de salsicha aparecem aqui na versão
múmia, esquisitos e deliciosos ao mesmo tempo. Para fazer esse prato, é só
enrolar a massa na salsicha como faixas em uma múmia e assar normalmente. Você
pode também usar pedaços da massa para fazer os olhos das múmias e recomenda-se
servir com ketchup para acompanhar.
BOLINHO FANTASMAGÓRICO
Esses cakepop (“pirulito de bolo”) de fantasmas são
fofíssimos e podem ser feitos do sabor que você preferir. O bolinho de dentro é
coberto por pasta americana branca, moldada em forma de fantasma de lençol. A
pasta de cor preta funciona como os olhos e boca dos fantasminhas, e um palito
é colocado na parte de baixo do bolinho para finalizar a forma de cakepop.
BISCOITOS HORRIPILANTES
Com algumas forminhas, açúcar, chocolate e corantes alimentícios, você pode transformar biscoitos amanteigados comuns em famosas criaturas do Halloween: abóboras, bruxas, fantasmas, vampiros, quem manda é a sua criatividade. E não precisa procurar a forminha certa para cada personagem que escolher em um milhão de lojas diferentes: dá para fazer as suas próprias utilizando pedaços de latinhas de alumínio e garrafas pet.
Música
Artista
Paulina Chiziane - contadora de estórias e memórias
- "Contar uma história significa levar as mentes no voo da imaginação e trazê-las de volta ao mundo da reflexão."
- - Paulina Chiziane, em "O alegre canto da perdiz". Lisboa: Editorial Caminho, 2008.
- Paulina Chiziane escritora moçambicana, nasceu a 4 de Junho de 1955, em Manjacaze, província de Gaza, e cresceu nos subúrbios da cidade de Maputo onde fez os seus estudos. Frequentou o curso de Linguística na Universidade Eduardo Mondlane sem ter, porém, concluído. Iniciou a sua atividade literária em 1984, com contos publicados na imprensa moçambicana, como, a Revista Tempo e Domingo. Tornou-se a primeira mulher moçambicana a publicar um romance, o seu primeiro livro, Balada de Amor ao Vento, editado pela autora em 1990. Contadora de histórias, arte que aprendeu com a sua avó. Paulina convida-nos à cumplicidade de histórias que versam sobre as vivências de tempos difíceis, a esperança, o amor, a mulher e África. O debate entre a tradição e a modernidade que a autora soube transferir da oralidade para o papel. Publicou as seguintes obras: Balada de amor ao vento (1990), Ventos do apocalipse (1993), O sétimo juramento (2000) e Niketche: uma história de poligamia (2002), O alegre canto da perdiz (2008), As andorinhas (2009), Na mão de Deus (2012), Por quem vibram os tambores do além (2013), Eu, mulher por uma nova visão do mundo (2013) .A sua colaboração com a Cruz Vermelha de Moçambique, contribuiu para uma aproximação mais concreta à realidade vivida no país, o que também se reflete na sua escrita. Designada, pela União Africana (UA), como embaixadora da paz para África em Julho de 2010.A escritora moçambicana Paulina Chiziane é a vencedora do Prêmio Camões 2021, numa escolha feita por unanimidade, anunciou esta quarta-feira, 20 de outubro, a ministra portuguesa da Cultura, Graça Fonseca.
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