A Barcaça chega ao número 7, com novos e velhos assuntos e renovada vontade de continuar.
Neste número falamos das
associações, como movimento cívico e apartidário, como forma de resolver
problemas que persistem na nossa sociedade.
Depois viajamos para os tempos do lápis e papel como elementos
básicos para crónicas de outros tempos e, hoje muito embora “embarcando” nas novas
tecnologias, o nosso "Repórter Mabor” não renega as origens.
A sempre esperada crónica de Dília Fernandes desta vez traz-nos
uma história sobre “O Ti Tónio” da broa com batatas cozidas com carne fria, uma
ida ao campo nos momentos de aflitos. E o passeio matinal com as suas castanhas
que muito o ajudavam na faina.
Viajamos de seguida para história da nossa terra a Igreja de São
Miguel para muitos desconhecidos vem aqui na Barcaça pela mão do nosso
colaborador Mário Silva e para quem nunca tenha visto a Imagem do Arcanjo São
Miguel poderá deslocar-se ao Museu Nacional de Machado de Castro e admirar esta
obra.
Mas o que seria a Barcaça sem “Despertar para o
Desporto” no seu olhar clínico, faz uma análise construtiva das
realidades e das fragilidades da nossa seleção.
Mas também é na poesia que acolhemos “uma luz inebriante” de Garça
Real e “Não percas nunca” de Isabel Capinha e “Companheiro” de Mara Kopke
José Craveiro já nos habituou aos seus contos e desta vez uma
engraçada passagem de um rapaz que vivia com a sua avó, e “Então menina, quantas folhas tem a oliveira?”
Política pela caneta de Carolina faz-nos um
assentar da poeria na sua perspetiva sobe Orçamento reprovado e as questões de
fundo do PCP.
Já Francisco foca-se na saúde e suas fragilidades
e no seu ponto de vista para onde deveríamos ir.
Como já nos habituou a Barcaça sugere na livraria,
discografia e gastronomia.
Fiquem bem e até dia 30 de Novembro!
Nascer em Portugal.
Corremos
meio mundo, somos um povo alegre, mas nada disso nos faz felizes porque segundo
a estatística não andamos assim tão bem.
Tivemos um
sucesso nas vacinas, mas foi preciso retirar os políticos do comando.
Pequenos,
mas valentes, pequenos, mas idealistas e ao percorrermos Camões, Eça, Torga e
tantos outros descobrimos que temos um País enorme. Mas depois caímos no Soeiro
Pereira Gomes e verificamos que não temos infância. Procuramos em Camilo em
Redol uma porta de saída e ficamos confusos com Pessoa seja com ele ou com os
seus irmãos como ele dizia à sua mãe quando saia só, vou acompanhado com
Alberto, Ricardo ou Álvaro.
Hoje assim
está o associativismo com falta de alma e quando digo isso depois de
atravessarmos (ainda) uma pandemia a fogosidade parece ter desaparecido.
Devemos criar dentro de nós que somos capazes e voltar a reunir, seja em sala
ou em céu aberto, em tertúlias ou casa, fazer amigos confraternizar debater e
argumentar. Necessária maioríssima participação para fazer deste nosso País, um
País livre, com planos, horizontes e mais necessário acreditarmos que somos
capazes.
Aí entra o
associativismo que faz essa ponte entre o isolamento com a confraternização,
entre o saber e inconformismo. A vitalidade de um POVO vê-se nas obras
nos ideais e na sua Liberdade.
Preocupamo-nos
muito com os caminhos da democracia, mas não somos capazes de escolher e de
fazer um pequeno gesto de VOTAR.
Foi essa a
Liberdade conquistada vai fazer 48 anos tantos como vivemos em Ditadura, mas
claro muitos esqueceram-se quanto importante foram as
Colectividades/Associações antes de 74.
Ganhamos a
liberdade, mas essa termina onde começa a liberdade do outro. Se conseguimos
descobrir o Brasil, a India dobrar vários cabos, adaptarmos ao clima aos
costumes de tanto Mundo, como não conseguimos dominar associação mais
importante do nosso País a Assembleia da República.
É votando,
exigindo colocar lá os melhores e não “Famílias” alguns que se arrastam á mais
de 40 anos.
A linhagem
deve ser pelo saber, pela disposição de colocar o País à frente dos seus
interesses e mais importante serem escrutinados e não reuniões de mês a mês que
em nada dignifica a democracia.
O
escrutínio do Governo por parte da oposição quando existe, é a nossa democracia
a funcionar.
E nada deve
estar à frente do melhor para o País.
Por isso a
importância do associativismo nas diversas valências da participação individual
e por sua vez num coletivismo saudável.
Crescer
como Homem, essa uma das funções do associativismo, dar-se ao conhecimento, ao
respeito e por sua vez à diferença.
Como alguém
disse “todos iguais todos diferentes” e é na diferença que fazemos um País
melhor.
Criar é um
ato nato do ser humano, inventar só para alguns e sonhar para todos.
Do lápis á esferográfica , das máquinas de
escrever batendo forte nos teclados , uma delas oferecida pelo saudoso Santiago
Pinto, jornalista e poeta , fundador do Jornal de Montemor e o Correio da
Figueira, vejo-me "com aranhas" , para enviar a tempo e horas
ao diretor Luiz Pessoa, da Barcaça, a coisita sobre desporto por Terras de
Montemor, já que a burrice velha nestas modernices leva o seu tempo de
aprendizagem.
Não sei por gratidão, se não devo aos antigos
métodos já mencionados, centenas e centenas de notícias sobre o desporto
concelhio, tendo como bandeira o A. C.M. jamais esquecendo na generalidade
competitiva o aglomerado de todas as equipes que disputavam os seus campeonatos
distritais na A,F.C.
Se o tempo não pára, nada no seu todo é igual
ao passado competitivo , incluindo-se os formatos de informação ,agora num
ápice a notícia viaja pelo mundo chegando às Terras de Montemor, num repentino
sopro.
Escrutinando por aí as modalidades por Montemor
e pelo seu Concelho, as apetências desportivas são hoje motivadoras nas mais
diversas atividades em Pavilhões , como por exemplo o futsal, o andebol, que
sei eu da nova vaga desportiva praticada pela juventude de todas as terras
montemorenses , o que não acontecia no tempo das máquinas de escrever em que o
futebol era rei numa dimensão absoluta e única.
Neste momento a classificação configura-se da
seguinte maneira, mas ressalva-se que o ANÇA, Carapinheirense, Académica/Oaf e
Académica SF tem um jogo em atraso.
CLASSIFICAÇÃO SÉRIE B
Já no que diz respeito ao Campeonato da Inatel onde o A.C.M.
milita, sabemos que no último jogo em casa do Seixo de Mira o ACM ganhou por
2-1
O Ti
Tóino
Quando o Tóino e a
sua Maria "caíram" na cama, depois dum dia inteiro atrás do gado na
sementeira da terra nos moinhos velhos, ambos tinham a certeza de que o sono os
tomaria pela noite toda. E tanto que ambos careciam de descanso, porque para o
dia seguinte igual tarefa os esperava. Contudo, a Maria queria cozer a broa de
madrugada, porque iria ter com ele ao campo logo depois de fazer o almoço e a
merenda para ambos e, queria levar broa mole para comerem com as batatas
cozidas e a carne frita. Receosa queixou-se do medo de não acordar cedo.
Mas o Tóino num português que era só dele, exclamou: - "sossega mulher,
que à hora certa o mê cu dá sinal." Mas não deu... e ele também
queria sair bem cedo.
No entanto, mesmo sem
aquele despertador da sua confiança ele acordou, saiu logo da cama e acordou a
mulher.
Ainda estava escuro,
ele foi ao curral dar alimento ao gado, e voltou para aconchegar o estômago com
meia broa rija feita em sopas, regada com o caldo de feijão com couves que a
mulher, entretanto tinha feito ferver.
Daí a pouco estava na
estrada a caminho do campo de Montemor onde tinha algumas terras, e que distava
alguns quilómetros da aldeia onde nascera e residia.
Ainda se viam
algumas estrelas no céu, mas ele não tinha medo, ninguém fazia mal ao
Ti Tóino, ele era grande e encorpado, mas também respeitador, e respeitado
por todos, novos e velhos.
Segurando as vacas
que puxavam o carro, ele as encaminhava de vagar, poupando-as para o dia de
trabalho que iam ter a puxar o arado e as grades, e falava com elas: -
"vamos lá castanhas, isto agora ainda é só passear..." A estrada
estava deserta e ele lembrou-se duma cantiga e logo passou a assobiá-la de modo
afinado.
Mas daí a pouco,
"aí, ai, aí, com isto não contava eu" murmurou. "Pois, este
malvado, hoje não me quis dar sinal à hora do costume; e então não é que estou
a precisar de me "ir abaixar?!" "E é que estou
mesmo."
Parou o gado e
meteu-se por uma terra que estava em poisio, tinha uns arbustos que encobriam a
estrada, foi até lá e tratou de "se abaixar..." No lusco-fusco
que persistia deitou a mão a umas verduras, umas ervas, havia muitas e com elas
procedeu à respetiva "higienização..." Porém, só não gritou
porque até lhe faltou o ar. Eram ortigas, ou ortigões machos ele não as viu,
mas sentiu-as em toda a plenitude.
Amargurado voltou à
estrada, e caminhou com o gado uma grande parte do caminho até chegar à Tasca
da Leiteira. Entrou, pediu o mata-bicho, mas não bebeu, e de copo de aguardente
na mão saiu logo e encaminhou-se para as traseiras da Tasca. Lá fez "o
tratamento," respirou fundo algumas vezes e no fim, atirou o copo para
dentro duma silveira que havia mais adiante, enquanto pensava "fica aí
para sempre, não queira o diabo que eu ainda venha a beber por ti pobre
copo." Voltou à Tasca para pagar, e três homens novos que lá
estavam mostraram-se curiosos, se estava doente, etc... Ele não sabia quem
eram, mas já os tinha visto algumas vezes e, fragilizado como estava,
contou do que estava a sofrer. E o resultado em vez de compreensão foi uma
rizada geral de mau gosto. Em baixa voz sugeriam alcunhas que iam rejeitando,
até que um deles disse a alcunha que lhe ia assentar. Ele não esperou mais e,
de braço erguido e punho fechado avançou para o trio que ao verem aquele homem
a crescer para eles, se juntaram encolhidos com as mãos a proteger a cabeça.
O Ti Tóino parou,
baixou o braço e disse ameaçador "os porcos quando roncam querem laváge,
então aí a têm! " E dito isto pegou no alguidar que estava em cima
do balcão cheio de água para lavar os copos, e com a força dos seus pulsos
fortes atirou-a com violência contra eles.
A seguir pousou o
alguidar e colocou o boné na cabeça para se ir embora, mas ainda parou a
olhá-los. Incautos tinham ido embater nas tábuas que formavam a parede e
um estava caído no chão molhado, era o autor da "melhor" alcunha.
Avançou firme,
pegou-lhe pelo ombro e bruscamente levantou-o, mas com um safanão
empurrou-o desamparado para um banco. Depois falou-lhe, "sabes, eu
não deixo nunca um homem no chão, se tens alguma coisa a dizer vem comigo ali
pra fora."
"Estás a ouvir
ó fedelho? Ouviste?"
Ninguém
respondeu.
O Ti Tóino
encaminhou-se devagar para a porta, mas antes de sair ainda disse "é bem
certo o ditado, quem se mete com fedelhos sai cagádo! Mas comigo? Não!
"
IGREJA
DE SÃO MIGUEL
Localizada ao cimo da Rua de Coimbra, rua que liga a igreja de
Nossa Senhora dos Anjos à “Porta da Peste”, no castelo, a igreja de São Miguel
já surge referenciada no “Catálogo de todas as igrejas, comendas e mosteiros
que havia nos anos de 1320 e 1321”, sendo taxada em 220 libras, um valor que
reflete bem a sua importância à época.
Sede de uma das cinco paróquias que então constituíam a vila,
pertencia ao padroado real, sendo que no início do século XVIII era da
apresentação do duque do Cadaval, rendendo cerca de 500$000 réis, estando-lhe
anexadas as igrejas da Carapinheira e de Vila Nova da Barca, cujos padres-curas
eram indicadas pelo seu prior.
Muito provavelmente sofreu importantes reformas em 1667, data
que ostentava na moldura calcária da porta principal.
Ainda na década de 1960, altura em que as suas ruínas deram
lugar à residência particular de Francisco Morais Jorge, se podia admirar, na
parede norte (ao Evangelho), a capela de Nossa Senhora da Conceição, mandada
erigir pelo capitão Manuel Pestana Coimbra. Essa capela ostentava um arco
simples, quinhentista e lavrado em estilo italiano, enquadrado por colunas
dóricas, sobre pedestais, e ao lado uma lápide com um epitáfio tumular de
instituição de missas.
Como nota final, uma breve referência ao facto de das ruínas se
ter salvo uma belíssima imagem do Arcanjo São Miguel que pode ser hoje venerada
na exposição permanente do Museu Nacional de Machado de Castro.
DESPERTAR
PARA O DESPORTO
A opinião
desportiva que mexe consigo!
A seleção
portuguesa de futebol falhou o acesso direto ao Campeonato do Mundo do Catar. A
presença lusa naquela prova depende agora do êxito no playoff agendado
para março, muito por culpa dos resultados obtidos nesta dupla jornada – 0-0 na
Irlanda e 1-2 no Estádio da Luz, perante a Sérvia.
Hoje por
hoje, muito se discute o desgaste do selecionador nacional ao comando da equipa
das quinas. Discute-se falta de exibições atraentes, arrebatadoras e
autoritárias de uma equipa composta por um invejável lote de jogadores.
Discute-se, também, a adequação do discurso do selecionador, que deveria ser
galvanizador, impactante e determinado. E não é. É calculista e “resultadista”,
concorrendo pouco para o espetáculo e, consequentemente, para a promoção da
onda nacional, já vista, noutros tempos, porventura com piores interpretes.
É tempo de
perceber qual o papel que a Federação Portuguesa de Futebol quer atribuir a
Cristiano Ronaldo de agora em diante. Terá ele condições físicas, aos 36 anos,
para liderar todos os processos da nossa equipa? É, também, tempo de perceber a
lógica da renovação da seleção. Se é verdade que temos muitos jogadores jovens
já integrados, todos com muita qualidade, Pepe, aos 39 anos, é visto como
principal esteio defensivo. E o seu substituto, Fonte, tem 37. Haverá
necessidade disso? Na curva descendente das suas carreiras, serão eles tão
imprescindíveis que não permitam espaço para o surgimento de um jovem?
Fernando
Santos deu-nos muito. Deu-nos, em 2016, o que nunca ninguém nos tinha dado,
fomos Campeões da Europa, em Paris, perante a Super poderosa França. Deu-nos,
depois, já em Portugal, a Liga das Nações. Títulos que inauguraram a sala de
trofeus lusa e que estabilizaram a posição da nossa seleção no topo do futebol
mundial. Sem dúvida. Anteriormente eramos uma seleção periclitante, sempre pouco
incisiva nos momentos mais cruciais. Desconfiávamos recorrentemente de nós
próprios. Mas, reconhecimento e agradecimentos feitos, será que neste momento o
perfil do nosso selecionador encaixa com o talento dos nossos jogadores? Nos
seus clubes, às nossas “estrelas” é lhes pedido que interpretem modelos de jogo
ofensivos, liderantes, envolventes e autoritários. Será que desta forma e com
esta liderança estamos a aproveitar o trabalho que fazem nos clubes? Ou
estamos, disruptivamente, a pedir ideias de jogo que não potenciam a qualidade
e os hábitos dos nossos melhores jogadores?
É tempo de
reflexão. Há tempo para tomar as decisões certas. Se, em 2016, estivemos no
topo do futebol mundial, não indo ao Mundial 2022, estaremos novamente. Por
razões diferentes. Mas estaremos. O mundo do futebol espantar-se-ia se este
leque de jogadores não participasse na melhor prova de seleções do mundo.
Portugal coraria de vergonha por tão tremendo (des)feito.
Companheiro
Assim te sinto
sem palavras,
Onde iremos,
não sei.
Onde te espero
e amanheço,
Onde permaneço…
seguirei
Não há lugar,
não há tempo,
Não há
infinito, mas indeterminado…
A matéria que
não é átomo
Acontece, é
momento…
Um dia, é um
tempo, sempre presente,
Uma noite, nos
teus braços, é eterna
Um sorriso teu
marca o lugar
Onde fica o
nosso paraíso.
Não temos
onde, não temos quando,
Não temos
caminho, só essência
E eu fixo
apenas a permanência
Da cadência
das ondas do mar.
Somos o que
somos sem par
Sem
explicação, sem passado
O futuro é
indeterminado
O presente é o
teu olhar.
Encontrei na vida uma luz inebriante,
descobri castelos encantados…
Sonhei palácios rendilhados de ventura.
Fiz promessas e juras eternas,
vivi …
Findou essa luz.
Reconstruí o meu mundo,
sonhei sem limites
os amanhãs risonhos
há tanto esperados.
Em busca desse olhar,
derrubei barreiras …
vi outra luz brilhante,
promissora de infinitos…
Então, as asas nasceram
para rasgar o céu de novo.
Deslumbradas, traçaram rotas
fugidias,
rios límpidos de luz azul,
à espera de um sinal,
de um aceno apenas …
NÃO PERCAS NUNCA!!!!!
Não percas o romantismo,
mesmo sabendo que as
dificuldades existem…
Não percas o optimismo,
mesmo sabendo das barreiras
que irás encontrar…
Não percas a vontade de
viver,
mesmo sabendo das dores e perdas
que podes sofrer nesta vida…
Não percas os teus(tuas)
amigos(as),
mesmo sabendo que esta
vida é apenas um momento que passa…
Não percas a serenidade,
mesmo nos momentos em que
tudo parece estar
contra o teu sucesso e
vitórias…
Não percas a força e vontade
de ir à luta de corpo e alma,
independente de ser ou não
reconhecido…
Não percas nunca
teus objectivos, mesmo com todas as vicissitudes da vida - tens de
acreditar em ti próprio(a)…
Não percas o teu amor
próprio, para que assim possas amar
tudo à tua volta!!!!…
Conto
: as folhas da oliveira
Era uma vez um
rapaz que vivia com a avó na periferia da Vila e normalmente era ele quem fazia
as compras e tudo o que era necessário para a vida da casa era por conta dele
pois a avó era muito velhinha.
Um dia ao
regressar a casa notou que à janela duma bonita mansão que lhe ficava no
caminho e tinha na frente uma oliveira centenária , estava uma jovem e
linda menina e não sabendo como se dirigir à rapariga disse :
- Bom dia, menina
! Que bem que fica aí à janela ! Sabe dizer quantas folhas tem essa
oliveira ?
Dando uma sonora
gargalhada foi embora e a rapariga fechou a janela e indo para
dentro fechou- se no seu quarto e triste lá ficou o dia todo.
Alguns dias mais
por ali passou o rapaz , e sempre que a rapariga estava à janela lá estava a
malfadada pergunta: - Então menina quantas folhas tem a oliveira ? Já as contou
?
Um dia ele
passou e ao repetir a pergunta, a rapariga fechou a janela com tal
violência que a avó dela lhe perguntou qual o motivo de tal
"rebuliço".
É um
atrevido que passa aí por baixo da nossa janela e não sabe dizer mais nada
senão- :- ó menina, quantas folhas tem a oliveira?
Raios que o
parta..., um dia não sei o que lhe faço...
_ Pois se é por
isso, diz a avó, esta noite tudo acaba, vais ver.…!
- Como é isso
possível? Ele é teimoso e não vai ser fácil obrigá-lo a calar aquela
"boca malvada".
A avó com um
sorriso malicioso diz:
-Manda aos
criados que à meia- noite tenham o teu cavalo preto selado e coberto com um
pano preto por cima do cavalo. Tu irás em cima do cavalo toda vestida de preto
e eu serei o pajem também de preto vestida. O resto fica por minha conta pois a
avó dele morreu a semana passada e chegou a "hora dela lhe fazer uma
visita".
Ambas, avó e
neta, riram muito e abraçaram-se esperando que a noite chegasse.
Meia- noite dada
e lá vão "aquelas almas penadas", todas de negro
vestidas, e batem à porta do rapaz.
- Quem está aí a
uma hora destas ?
- Sou eu, a tua
avó, e vem cá fora senão..., vou eu aí dentro buscar-te. Disse a avó da
rapariga tremendo a voz. Se não vens a bem vens a mal. Vens ou não vens ?
- Vou, vou . Vou
já… , diz ele aflito, e ao abrir a quase cai por terra. Então porque é que está
aqui a esta hora?
- Estou aqui para
me ajudares a ir p'ró Céu. Como eu rezava pouco , agora tens que ser tu,
meu netinho, a ajudar- me a ir p'ró Céu. Se não me ajudares todas as noites cá
virei e não te darei descanso...
- Isso não, isso
não . O que tenho de fazer para a ajudar ?
-É muito simples:
- tens que dar uns beijos no cú do cavalo !
- Isso é que não.
Que porcaria isso é que eu não faço.
-Aí não ? Pois
nunca mais daqui saio. Todas as noites cá estarei para te fazer a vida
num inferno. E vou começar já...
- Pronto, pronto,
eu dou dois beijos no cú do cavalo.
- Quê ? Dois
beijos? Isso não ajuda nada. Duas centenas ou mais... . Ou começas ou...
_ Está bem eu
dou, diz ele a tremer, mas tantos não. Que raio de sorte a minha. E
deu um beijo a um palmo de distância.
- Quê ? grita a
velha. Encosta a boquinha, meu neto senão não vale nada...
Logo ele começa
a beijar o cú do cavalo e depois de uns seis ou sete beijos a velha com pena
dele diz- lhe que talvez agora ela já tenha as portas do Céu abertas.
Correndo a lavar
a cara, a boca e as mãos nem adeus disse e elas lá foram para casa rindo da
inocência do rapaz.
Dois dias mais
tarde passa o rapaz para ir às compras e.… , lá está a menina à janela.
- Então menina,
quantas folhas tem a oliveira?
Responde ela
rindo :
_ As folhas da
oliveira ? Não contei, mas contá-las era um regalo. Mas sei que ela tem mais
folhas do que beijos tu deste no cú do cavalo!
Tal rapaz nunca mais se
por ali...
O luar é chegado
e está o conto contado.
Era este
conto contado nos serões de inverno pelos meus queridos mestres.
A poeira nacional vai assentando, mas
deixando ainda todos com as antenas no ar.
Por aqui, tudo vai andando.
Primeiro
era ver se o Orçamento passava. “Até era um bom orçamento, era o orçamento mais
à esquerda”… – mas ficava muito aquém do que era possível, e foi um chavão
usado pelo PS para seu próprio proveito.
- Era possível um aumento do SMN diferente do proposto (e o PCP
adaptou o que considera fundamental, para achar um meio termo);
- Um dos maiores investimentos no SNS é uma falsa premissa, pois
uma grande parte vai para a prestação de serviços dos grupos privados (o que na
prática não reforça o SNS, pelo contrário);
- As medidas fiscais em cima da mesa não beneficiavam os que têm
rendimentos mais baixos…;
- A eficácia
do funcionamento das escolas, as creches públicas e gratuitas…
Depois, a
reunir todos os argumentos para culpar o PCP pelo seu chumbo. A culpa não é do
PCP!! Todos os outros partidos votaram contra, consideraram que o orçamento não
servia para este ano que se aproxima. A culpa do OE 2022 ter sido chumbado é do
próprio governo.
Pela
convocação de eleições antecipadas, numa altura algo desestruturada da direita?
Pela
possibilidade de ganharem novamente as eleições?
Pela eventual oportunidade de maioria absoluta?
Bem, agora que já há data (mais um circo
acompanhado e promovido de perto pela comunicação social) das eleições
antecipadas, deixem lá o PCP continuar a defender as suas ideias e os seus
princípios, a reafirmar porque é que o OE 2022 não era passível de ser
aprovado. E se consideram que o PCP é o culpado e que “abriu as portas à
direita”: é simples, não votem à direita, não deem oportunidade para a
extrema-direita racista, xenófoba, homofóbica (…) ascender e ter mais voz.
E se considerarem que o PCP não pensou
na esquerda do País (ao chumbar o OE 2022), recordo algumas propostas do PCP
rejeitadas recentemente:
Garantir
a efetiva regularização de todas as situações de precariedade identificadas
pela ACT – rejeitada pelo PS, PSD, CDS, IL, CHEGA.
Regular
o regime de teletrabalho – rejeitada pelo PS, PSD, CHEGA, IL.
Nova
Lei de Bases da Política de Ambiente e Acção Climática – rejeitada pelo PS,
PSD, CDS, CHEGA, IL.
Fixar
na Lei o financiamento da redução tarifária dos transportes públicos –
rejeitada pelo PS, PSD, CDS, IL.
Regime
excecional e temporário de preços máximos de combustíveis – rejeitada pelo PS,
PSD, CDS, PAN, CHEGA, IL, Cristina Rodrigues.
Isentar
o pagamento de imposto nas energias produzidas por fontes renováveis –
rejeitada pelo PS e PSD.
Regime
de preços máximos no gás – rejeitada pelo PS, PSD, CDS, PAN, CHEGA, IL.
Alteração
ao regime de arrendamento urbano – rejeitada pelo PS, PSD, CDS, PAN, CHEGA, IL.
Alterar
e simplificar o regime legal do estacionamento e aparcamento de autocaravanas –
rejeitada pelo PS, PSD, CDS e PAN.
Impedir
o aumento de 3% na tarifa regulada de eletricidade – rejeitada pelo PS, PSD,
CDS, IL.
O PS que tem votado ao lado da direita
em temas importantes da vida nacional, é o mesmo que acusa o PCP de ter
chumbado o OE abrindo “portas à direita”?!
Por cá,
nada de novo!
A água vai
continuando a faltar.
O mega
agrupamento de escolas vai funcionando.
A saúde vai
indo, uns dias melhores outros piores – a propósito da saúde, veremos no que
irá resultar a surpreendente recomendação assinada em reunião de Câmara, a
pressionar o ACeS Baixo Mondego e a ARS Centro sobre a “maior transparência e
maior clareza na definição dos períodos de abertura de todas as extensões /
polos de saúde do concelho”. Se houvesse profissionais de saúde nas
prateleiras…
A Saúde no topo das
prioridades
A Saúde é um tema fundamental e
transversal a qualquer geração. Tanto para as pessoas mais velhas que,
normalmente, necessitam de mais cuidados e acompanhamentos médicos como para as
gerações mais novas. Ainda este ano foi publicado um artigo pela “Forbes” em
que destaca a saúde como um dos temas principais e de maior preocupação das
novas gerações.
Ficámos esta semana a saber que, após
uma reunião de câmara, o executivo de Montemor-o-Velho, fez uma recomendação ao
Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Mondego e à Administração Regional da
Saúde do Centro para “exigir maior transparência e maior clareza na definição
dos períodos de abertura de todas as extensões e polos de saúde do concelho”.
Ora é estranho que os responsáveis
municipais pelos destinos do concelho e que dirigem o concelho há mais de 8
anos só agora tenham “acordado” para este problema.
Desde 2013 que se sabe que há a intenção
(e muitas já acabaram por acontecer) por parte das autoridades de saúde
responsáveis por fecharem muitas das extensões do concelho. E desde essa altura
que se tem assistido a um total e absoluto silêncio por parte da câmara
relativamente a este assunto.
Nunca houve uma verdadeira preocupação
por parte deste executivo de antecipar estes problemas, de encontrar soluções e
alternativas para estes encerramentos. Infelizmente sempre preferiram “assobiar
para o lado” e fingir que nada estava a acontecer. Enquanto faziam isso, muitos
dos munícipes ficavam sem médico e sem locais de saúde onde se dirigir. Ficavam
entregues a si próprios.
Não é isto que se pede a um executivo
camarário. Pede-se sim que em vez de andarem a reboque dos acontecimentos que
antecipem os problemas. Não se pede que reajam só depois das coisas
acontecerem. Pede-se sim que andem um passo à frente e não deixem a população
de Montemor “descalça”. E para isso bastava andar pelo concelho fora para
perceber a realidade dos acontecimentos.
Desde 2013 que a câmara já deveria ter
percebido isto. Mesmo que não conseguisse impedir o encerramento de algumas
extensões, deveria criar alternativas para que a população não ficasse órfã de
cuidados médicos.
A saúde é essencial a todos. E todo e
qualquer responsável municipal pelos destinos do concelho devia ter isso
presente na sua mente. Ainda por mais, depois dos últimos tempos que temos
vivido, é inconcebível que a saúde não seja um dos temas principais e mais
preocupantes de todos.
Como é que
queremos ser um “concelho amigo do idoso” se não lhes damos acesso a um bem
essencial como a saúde?
Como é queremos
atrair novas gerações para o concelho se nem as que temos no concelho sabemos cuidar?
É preciso de uma vez por todas encarar a
Saúde como um tema prioritário e fulcral à vida de todos os munícipes do
concelho de Montemor-o-Velho.
Todos
são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção da lei.
Todos têm direito a proteção igual contra qualquer discriminação que viole a
presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Os princípios do sucesso para a riqueza e o êxito
Está cansado
da corrida desenfreada do dia a dia? Pergunta-se porque é que, apesar de toda a
agitação e de todo o esforço diários, não consegue quebrar certas barreiras?
Como é possível que algumas pessoas durante a sua vida consigam construir
impérios e criar biliões em riqueza - algo que a maioria só pode sonhar?
Existem
milhares de livros sobre como ficar rico, mas este livro explica-lhe como
atingir os mais altos escalões de riqueza. As pessoas mais ricas do nosso tempo
são multimilionárias. Os multimilionários são extremamente raros e a sua
mentalidade difere enormemente da das pessoas ricas. Apenas 1 em cada 5 milhões
de cidadãos do mundo pertence a este grupo.
Qual é o segredo
dos multimilionários que subiram na vida por mérito próprio? Será uma questão
de sorte, de circunstâncias, de instrução ou de personalidade? Quais são as
chaves do seu incrível sucesso? Quais são as crenças, as mentalidades e os
rituais de sucesso que lhes permitiram criar as suas fortunas astronómicas? O
que será que lhes deu energia para perseguirem incansavelmente os seus
objetivos?
Neste livro, são os próprios multimilionários que respondem a todas estas perguntas, revelando ideias, técnicas e factos surpreendentes. Nunca antes ninguém entrevistou mais de vinte multimilionários em todo o mundo e escreveu um livro com toda a sua sabedoria. Rafael Badziag trabalhou durante anos com alguns dos melhores empreendedores do planeta e destilou nesta obra todos os segredos que lhes permitiram começar do zero e criar biliões.
«Nenhum livro no mundo reúne tanta sabedoria, experiência e conhecimento sobre a riqueza.»
Jack Canfield, autor bestseller n.º 1 do The New York Times
«Rafael Badziag demonstra que o privilégio, a educação, a instrução e as grandes heranças não são pré-requisitos para construir riqueza. Os multimilionários deste livro traçaram o seu próprio caminho, através do esforço, do engenho, da dedicação, do inconformismo e da paixão desenfreada por aquilo que fazem. Este livro é uma inspiração para os empreendedores de todo o mundo.»
Nikos Kalaitzidakis, diretor-geral da Coca-Cola HBC
«Este livro teria sido o livro certo para mim quando era novo.
Ter-me-ia poupado a leitura das mais de vinte biografias que comprei e li na altura.»
Lírio Albino Parisotto
Dourada Bate&Foge
Preparação:
A senhora do "Pingo Doce" amanhou ensacou
e eu paguei.
Depois preparou-se uma cama de pimentos bebés que
vão deixar entrar a temperatura pela parte de baixo da Dourada sem que ela se
pegue.
Temperou-se com sal rosa dos himalaias, pimenta do
reino, ervas aromáticas, e um pouco de colorau. Rega-se com azeite a gosto e
leva-se ao forno a 180º durante 30 minutos. Enquanto se espera, corta-se duas
batatas, algumas cenouras e verdura diversa. Leva-se a ferver até que as
batatas fiquem no ponto. Na espera no grelhador, com um pouco de manteiga,
coloca-se os espargos salpicados com sal e durante 5 minutos vamos rodando até
ficarem no ponto. Corta-se tomate selvagem e tempera-se com sal e azeite.
Quando o peixe está a ficar no ponto coloca-se duas talhadas de pão alentejano para alourar e servir depois de empratamento dos espinafres e como base para o Peixe. Servir acompanhado com um branco bem fresco ou um rosé. Voilá
"Valsinha" é a quarta composição da dupla Vinicius-Chico, uma parceria ansiosamente desejada pelo poetinha , porém difícil de se formar por serem os parceiros mais letristas do que melodistas.
Em 1970, Vinicius compôs essa valsa e entregou-a ao Chico, que logo fez-lhe a letra e passou a cantá-la em seus shows. Então, o poeta escreveu-lhe uma carta elogiosa, mas que propunha várias modificações, uma delas sobre o último verso da citada estrofe:
"E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto, disse vamos nos amar".
Embora declarando-se "embananado", Chico teve firmeza para contestar o mestre, rejeitando a maior parte das sugestões, como a do verso em questão, assim justificando-se:
"Esse homem da primeira estrofe (...) nunca soube o que é poesia (...) e está de saco cheio. Quer dizer, nesse dia ele chegou diferente, não maldisse a vida tanto e convidou-a "pra rodar..." CONVIDOU-A PRA RODAR, eu gosto muito, poeta, deixa ficar (...) rodar que é dar um passeio e é dançar. Se ele já for convidando a coitada para amar, perde-se o suspense e o tesão" para a transa final...
As cartas que Chico e Vinícius trocaram
estão no livro "Histórias das Canções -Chico Buarque", de Wagner
Homem.
Um dia ele chegou tão diferente
Do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a de um jeito muito mais quente
Do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto
Quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto
Pra seu grande espanto, convidou-a pra rodar
E então ela se fez bonita
Como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado
Cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços
Como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça
Foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança
Que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade
Que toda cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu em paz
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