Caro (a) Leitor (a)
Encontro-o (a) , no
cais onde irá embarcar neste novo número da Barcaça e dou-lhe as boas-vindas.
Este oitavo número sai
numa época em que a política portuguesa anda a reboque de mais uma vaga de
eleições e de uma outra, de Covid 19, com novas mutações e velhos problemas no
sistema nacional de saúde. Com o número de infetados no país a aumentar, assim
como o número de internados, resta-nos esperar que a terceira dose chegue
rapidamente a quem precisa dela.
Já por esse mundo fora
vivemos duas realidades distintas, por um lado, a pandemia dos negacionistas, a
aumentar os casos nos países que podem e querem pagar as vacinas e, por outro,
o grave problema daqueles que não têm acesso nem à vacina, nem a cuidados de
saúde e que, para além de viverem a doença sem qualquer escudo protetor, são
também os responsáveis involuntários das várias mutações deste vírus
resiliente.
É neste mundo louco que
a nossa Barcaça sai, serena e atenta, e leva o leitor por estórias e histórias,
do associativismo ao desporto, património à poesia e política local e regional.
Não esquecendo a nossa
rúbrica de gastronomia, livraria e música. De tudo um pouco do que faz a vida
ser mais do que meramente sobreviver.
Bem-haja e boas
leituras!
No dia que entrei…
Era uma tarde como tantas outras, tinha feito a caminhada desde o apeadeiro de Montemor-o-Velho, pela reta interminável, contemplava as couves ao meu lado direito, à minha esquerda os salgueiros não deixavam passar o sol mas conseguia ver o milho reluzente que se perdia no horizonte. Mal sabia que nos próximos nove anos iria contemplar esta paisagem com folhagens diferentes.
Acabava de chegar, passagem obrigatória pela praça e claro no barbeiro Silva onde ficava a saber todas as novidades da semana. Depois ali mesmo ao lado iria saborear a tão apetecida imperial e com dois dedos de conversa fiquei a saber que iria acontecer no Restaurante Mosteiro uma reunião para o Atlético Clube Montemorense (A.C.M.).
Foram longas as horas porque não estava fácil chegar a uma lista para nos candidatarmos aos órgãos sociais da colectividade. Depois de algumas horas de avanços e recuos lá tivemos fumo branco e conseguimos ter todos os elementos que seriam necessários para avançarmos com a candidatura.
Depois disso, fomos para casa e no outro dia, eleições na Conselheiro Mendes Pinheiro, num casarão onde a chuva entrava o soalho rangia e as teias de aranha abundavam, mas seria esse lugar onde tive tantas alegrias.
No dia das eleições foram tão rápidas quanto a vontade que tínhamos de dar início aos trabalhos e à distribuição dos pelouros. Cabendo-me a mim coadjuvado pelo outro vogal hoje desaparecido (Luís Soares) em arranjar jogadores para militar nos campeonatos da 1ª Divisão da Associação Futebol de Coimbra.
A sala da Direcção pela primeira vez era pequena para todo o elenco diretivo, desde essa altura a sala principal seria a nossa sala de Direcção.
Foram meses de trabalho, procurando juntar um elenco não muito dispendioso mas com talento, que fosse capaz de nos dar alegria de subir à Divisão de Honra. O que foi conseguido com muito suor e lágrimas por parte de toda a Direcção que fez das tripas coração para levar a água a bom porto, claro com inexcedível empenho do treinador e dos seus discípulos.
Foram 10 meses intensos, desde ter o campo (pode-se jogar com uma laranja) como dizia o (pianinho) depois á roupa devidamente aconchegada pelo (betinho) e o timoneiro deste barco Eng.º Miranda, conseguimos subir e foi a consagração de um trabalho coletivo, porque só quem por esta associação, como outras, passou consegue ter a noção da dedicação, das horas fora de casa, são necessárias para atingir tais objectivos.
Este trabalho do associativismo puro, nunca parava além dos treinos terças, quintas, sextas e com os jogos ao Domingo nos restantes dias a associação neste caso o ACM estava sempre a trabalhar.
Em início de época eram necessários fazer os exames médicos, tivemos várias situações caricatas que contarei em próximos números…mas era sempre uma correria.
Na segunda-feira fazer o diagnostico dos lesados, marcar fisioterapia, exames e preparar os quadros para o treinador dos amarelos e dos castigos. Quartas-Feiras reunião em Coimbra no sorteio da arbitragem, no resto da semana acompanhar os treinos, transportes e caso de necessidade marcação dos almoços de Domingo quando fosse jogo fora e longe. Mas em tempo de aflitos foram muitas vezes que o (betinho)(pianinho) preparavam sandes e sumos para que no final do jogo os jogadores pudessem aconchegar um pouco os estômagos depois de 90 minutos de esforço.
Paralelamente havia uma comissão encarregue de arranjar os escudos necessários para pagar todas as faturas desta máquina em movimento.
Policiamento GNR
AFC percentagem das bilheteiras e taxas da Organização
Padeiro
Gasolina da nossa viatura como ajuda aos jogadores.
Cal, detergente para roupa etc…etc.
Recordo uma vez um dos patrocinadores nos ter dito, com esta equipa já tiveram algum que tivesse dito que NÂO? Um das actividades económicas, um das finanças, um do notário e um militar, foi uma equipa de luxo.
Crescer em Montemor-o-Velho não se tem vida fácil, tudo vem de fora e os trabalhadores na sua maioria trabalham nos Concelhos vizinhos. O que não ajuda à sua participação no associativismo e nesse tempo havia 14 colectividades ativas. Onde muitos dos elementos ocupavam cargos em simultâneo.
Mas no historial do ACM na sua presidência constam vários presidentes de câmara.
Foram bons tempos.
DESPERTAR PARA O
DESPORTO
A opinião desportiva
que mexe consigo!
Passa-culpas! É a
palavra do momento em Portugal, na sequência do jogo entre B Sad (herdeiro
desportivo do histórico “Os Belenenses”) e o SL Benfica. A incidência da mais
recente variante da Covid19 condicionou fortemente a equipa da casa, que se
apresentou, no início do jogo, com 9 (!) atletas.
O presidente da B Sad avisou
publicamente, na véspera do jogo, que estariam fragilizados, mas tinham
condições de jogar. Os delegados da Liga de Clubes, que desde a véspera seriam
conhecedores da situação, confirmaram duas horas antes do jogo que uma equipa
apenas apresentaria 9 atletas. O SL Benfica soube, pelo menos uma hora antes do
jogo, que a B Sad se apresentaria em campo naquelas condições. As culpas são de
todos. A B Sad poderia ter “passado-culpas” para a Liga de Clubes se,
antecipadamente, tivesse solicitado o adiamento do jogo (formalmente,
independentemente da resposta que viesse a receber). O SLB não pode, em nome da
sua história, da sua grandeza e da relevância social que ocupa no contexto
português, estar disponível para defrontar uma equipa de 9 jogadores. Não pode.
Tanto mais que, na época anterior, o impacto da Covid19 na sua equipa principal
foi escudo protetor para as críticas dos seus associados, perante tanta
irrelevância competitiva. Portanto, até para acentuarem a sua tese, impunha-se
que não agissem com a passividade institucional que assistimos. Mas a Liga de
Clubes, enquanto entidade organizadora dos campeonatos profissionais
portugueses, esses não têm qualquer argumento válido para, apenas, invocarem os
escritos regulamentares. Compete-lhes, antes de defender os regulamentos,
defender, promover e potenciar a indústria do futebol português, tornando-o
interessante, atrativo e “vendável”. Foi tudo o que não fizeram, “convidando” a
imprensa internacional a, mais uma vez, arrasar o futebol português.
Os feitos, quase
brilhantes (falta o “quase”), das três equipas portuguesas na Liga do Campeões
Europeus acabaram por passar despercebidos. Dias antes, o fracasso da seleção
portuguesa na qualificação para o Mundial do Catar havia espantado a o mundo do
futebol, justificando as maiores “paragonas” na imprensa internacional.
Concorre-se para a
irrelevância do futebol português oferecendo-se, sucessivamente, motivos, quer
desportivos, quer organizativos, para desvalorizar o nosso produto, deixando
cair em segundo plano momentos de afirmação competitiva internacional.
Precisamos de mudar de
lideranças e de estratégias para deixar de, com tanto, fazer tão pouco.
Repórter Mabor
O repórter do papel
pardo e da esferográfica, no velho campo das Lages, não perdeu a mania neste
tempo das novas tecnologias, de se envolver por aí na sua "peladinha"
partilhando na Liga Inatel alguns pormenores do seu proposto
amadorismo aos clubes da Região, que não aguentaram com a carga de custos
da A.F.C., sendo às dezenas os jovens que praticam o gosto da sua
modalidade, por exemplo, no futebol de 11.
A realidade aí está, com o Montemorense
a perder em casa com a Vila Nova de Anços, 1-2, sendo por esta derrota,
conduzido para o 4º lugar com os seus nove pontos, enquanto o vencedor assumiu
o comando da Serie A com 12 pontos e sem derrotas, por enquanto. Em segundo
lugar surge-nos os rapazes de Maiorca, com 10 pontos , ainda não perdeu
nas jornadas já disputadas.
O Alqueidão em 3ºlugar com 9 pontos ,
tantos como Montemorense.
Melhores dias se esperam nos próximos jogos,
para sonhar com o almejado "poleiro". Os mais fortes vitoriosos de
domingo em domingo de continuadas esperanças desportivas São Caetano e Souselas
com 3 pontos, Seixo Mira e Figueiró, um ponto cada na tabela classificativa,
resume-se no último lugar com zero pontos, o Corticeiro de Cima. Se a missa não
saiu do adro da Igreja, como não acreditar nas próximas jornadas, que
estas equipes não soltem no fenómeno desportivo, o salto desejado para o
meio da tabela?
Na Série B, a mesma
luta de domingo a domingo , os treinos da
semana, os sonhos e as alegrias das vitorias e a tristeza das derrotas ,
mas este é caminho desportivo de todos os participantes, confraternizando no
final com a vitoria ou a derrota o ético encontro das juventudes.
Nesta Série o Vasco da Gama , comanda a classificação com 12 pontos, ainda não perdeu nos 4 jogos realizados, logo a seguir a equipe de S. Pedro de Alva soma 9 pontos juntamente com o Coja.
Assim os resultados da Série A/B foram:
IGREJA
DE SANTA MARIA DA ALCÁÇOVA
O portal, rasgado em arco ogival, é
encimado por pedras de armas do bispo-conde D. Jorge de Almeida. A sobrepujá-lo
abre-se um óculo com moldura ressaltada, formada por círculos concêntricos. A
frontaria é rematada por empena triangular, coroada por pequena cruz, tendo do
lado direito uma curiosa torre sineira. A torre eleva-se acima da empena, de
planta quadrangular com ventanas muito alongadas e terminada por coruchéu e
pináculos nos ângulos. Lateralmente, abre-se uma porta manuelina, enquadrada
por elegante arco polilobado.
Ao entrar no templo
sente-se um ambiente leve, cheio de beleza que convida ao recolhimento. O
interior é formado por amplo retângulo de composição estrutural
simples, dividido em três naves de cinco tramos, ritmadas por
uma série de arcos quebrados, muito abertos e de grande beleza.
Suportam os arcos colunas de fustes
espiralados, tendo os dois últimos (das capelas colaterais) espiral em sentido
inverso aos anteriores, de secção mais larga. As duas primeiras colunas são
oitavadas com singelos capitéis. Apresenta nave central levantada, sem
janelas acima das arcadas, sendo que a parede entre os arcos, que faz ligação
à cobertura de madeira, é muito reduzida. A conjugação de todos estes elementos
transmite-nos a sensação de um espaço unitário, de templo de uma só nave, ao
invés do seu espaço tripartido.
As três naves são rematadas, na cabeceira, por capelas absidais -
a central e a colateral esquerda apresentam cobertura em abóbada de berço e a
direita em concha. Com os topos cilíndricos mantendo a antiga estrutura, as
capelas colaterais rasgam-se em arcos “manuelinos”, de grande efeito
plástico. Os arcos abertos entre as capelas laterais e a mor, em plano,
dão a aparência de um transepto.
O
acesso à sacristia é feito por uma porta lobulada e na parede abre-se uma
janela, também de gosto manuelino.
Esta igreja é ornamentada por diversos
trabalhos de escultura de várias épocas, saídos das mãos de mestres da região.
Algumas imagens denotam o carácter regional, pela sua falta de proporções e
fraca policromia. Outras são de grande qualidade, como a “Virgem do Ó” e o Anjo
da Anunciação do escultor Mestre Pero, da primeira metade de “Trezentos”.
Merecedor de olhar atento é o retábulo renascentista do Santíssimo Sacramento,
uma obra já do século XVI, atribuída ao grande mestre João de Ruão, composto
por dois registos que contemplam uma última ceia e um sacrário, e onde podem
ser apreciadas as esculturas representando uma “Virgem da Expectação”,
uma Santa Luzia e uma Santa Apolónia.
Contribuindo
para a beleza das naves, destacam-se os revestimentos cerâmicos, principalmente
os que estão colocados junto à pia batismal, do lado do evangelho, constituídos
por uma original roseta e um belíssimo arco conopial, ambos com azulejos
hispano-mouriscos do século XVI, colocados como memória da decoração primitiva.
Na
capela-mor sobressai o retábulo seiscentista, em talha dourada, ao Estilo
Nacional. Na Capela do Sacramento ressalta um outro retábulo do século XVI,
minuciosamente ornado, com sacrário trabalhado como se fosse um templo,
contendo nos nichos imagens de S. João Batista e da Aparição de Cristo
à Virgem e a Maria Madalena.
Ostenta
ainda um baixo relevo policromo, representando a Última Ceia.
Para
balizar cronologicamente a construção muito contribuem as inscrições das lajes
que aparecem no pavimento, datadas desde o século XI ao XIX, sendo certo que a
historiografia vem ponderando a hipótese de a igreja ter sido erguida sobre as
bases da antiga mesquita de Montemor-o-Velho. Vestígios arqueológicos
testemunham a existência de um edifício dentro do castelo que poderia
corresponder a uma mesquita: um capitel, várias bases, um fuste de coluna, e
dois fragmentos de gessarias, atualmente integrados na coleção do Museu
Nacional de Machado de Castro, em Coimbra.
De
qualquer modo, a tradição diz que foi mandada edificar em 1090, pelo Presbítero Vermudo, por
ordem do conde de Coimbra, o
moçárabe Sisnando Davidiz,
Entretanto,
seria reedificada e consagrada nos inícios do segundo quartel do século XII. Em
finais deste século sofreu novamente algumas intervenções, que se repetiram com
a sua reconstrução definitiva no primeiro quartel do século XVI, obra atribuída
ao arquiteto Francisco Pires, sob a ordem do bispo-conde D. Jorge de Almeida.
Eu quero ver o mar...
Ao longo da manhã,
a criança repetia:
- Eu quero ver o mar
E a Mãe sorria e via
o mar no seu olhar…
Ao longo da tarde
a criança repetia:
-Eu quero ver o mar
Os montes ondulavam e brilhavam
Em verde de encantar
Já o soninho chamando…
a criança repetia
-Eu quero ver o mar
E o sol desfez-se em bronze
Para a criança acalmar
E a tarde fez-se mágica
As flores rendilharam
Uma canção de embalar
Mas… eu…quero… ver… o… mar…
Na areia fina,
beijada pelas ondas,
caminho à deriva
e meu olhar vagueia,
fixo no horizonte,
colhendo a luz clara
do dia que vai surgindo,
sorrindo ao sol
que me acaricia…
Caminho junto ao mar,
deixando marcas minhas
pela areia macia e fresca.
Ao olhar para trás,
revejo o percurso feito …
sei que está distante o
ponto de partida…
Mas continuo a caminhar,
indiferente …
Quero chegar,
mas não sei onde…
Só sei que a ilusão que
persigo
mora longe
e há um longo caminho
a percorrer…
Porém, o importante
é ter partido,
ter sido capaz de avançar,
prosseguindo sempre
em busca desse sonho
talvez inalcançável …
SONHO versus REALIDADE
Esta noite tive um sonho
A preto e branco quiçá colorido
Acordei e de repente
Fiquei de coração partido
Era apenas um sonho, que em realidade
Se poderá tornar
Ver as gentes de Montemor
No comércio tradicional comprar
Os comerciantes agradeciam
Ficariam muito contentes
Pela procura que tinham
Jamais seriam indiferentes
Ó gentes de Montemor
Falo da freguesia e concelho
Pois todos e sem desprimor
Somos de Montemor-o-Velho
Falo daqui e dali
Numa constante agitação
Procurai na vossa freguesia
Com certeza encontrarão
O coração sempre mostra
O amor e com razão
Paga-se com a amizade
O sentido da gratidão
E nesta época festiva
Ó gentes de Montemor
Vamos fazer e com vida
Um Natal com luz e cor
Era uma vez um rapaz que andou na guerra
tanto tempo que quando a guerra acabou vinha triste, sem dinheiro e muito
aborrecido porque estava com fome e não tinha nada nem onde comer.
Chegou a uma aldeia e procurou
ver se alguém precisava de ajuda mas ninguém estava disposto a dar- lhe de
comer.
Quando estava a sair
da povoação viu uma velha à janela, toda bem vestida, e ele
notou logo que a velha queria conversa... .
Chegou perto da janela e disse:
- Ora viva quem é uma flor!
A velha toda contente,
sorriu e perguntou- lhe se ele estava a falar a sério.
- Claro que estou! Respondeu o
rapaz. Mas se me oferecer um almoçinho eu ainda vou
pensar se fico ou não por aqui...
A pobre mulher não cabia em si de
contente. Foi logo fritar carne, foi buscar pão e vinho
e estando os dois à mesa disse disse ele que tinha que ir a casa
ver a mãe mas que logo voltaria.
- Logo, diz ela, logo, mas quando?
Olhou o rapaz pela janela da
cozinha e vendo que tinha uns figos que eram do tamanho de caroços de
azeitona respondeu:
- Quando os figos estiverem
maduros, volto eu.
Abraçou a mulher tão apertadinha
que ela até subiu ao Céu sem escada e dando- lhe um beijo foi á sua
vida.
A partir de aquele dia a
mulherzinha ia sempre de manhã ao pé da figueira, apertava os figos
e dizia:
- Ai duros, duros,
quem mos dera cá maduros!
Os figos amadureceram mas do
" outro " nem sinal
Ela quando viu que ele não voltava
mais foi à janela e gritou furiosa:
-Almoços de carne frita p'ra quem
a gente nunca viu, a p.... que os pariu.
Vitória, Vitória…
É Natal, É Natal!
Estamos a entrar na
época mais mágica do ano!
Independentemente das
crenças e tradições, o Natal está associado a alegria, cor, calor humano,
família e momentos felizes. As casas enchem-se de luz e, nas possibilidades e
gostos de cada um, o ambiente fica mais acolhedor.
É assim nas nossas
casas e nas nossas terras.
Montemor, o concelho,
trouxe a ideia do Castelo Mágico. Goste-se ou não de celebrar o Natal e dos
seus festejos, é uma oportunidade de mostrar o nosso Castelo e de cativar
crianças (e não só) com os seus espetáculos e diversões.
Do que recordo do
passado, foi um sucesso e teve casa cheia por várias vezes. As crianças
divertiram-se e saíram dali com vontade de querer voltar. O que se pode querer
mais?!
O Agrupamento de
Escolas, mais uma vez, foi convidado a participar nesta festa. Tenho a certeza
que vai ser um dia inesquecível e que os meninos vão estar muito felizes!
Apesar da minha
confiança de que a felicidade vai imperar neste Castelo Mágico, fico
profundamente desiludida ao saber que os meninos do próprio concelho têm que
pagar 3euros, tal como se viessem em grupo de Escola de qualquer outro ponto do
País. Não há uma atenção ou cuidado com os meninos do próprio Concelho.
Não tendo por certas as
contas do evento (e do seu impacto negativo ou positivo nas contas da Câmara), de
certeza que isentar as crianças da Escola não deixaria ficar mal ninguém.
Pelo contrário. O
pagamento dos 3euros pode pôr em causa a frequência de algumas crianças nesse
dia. Como estou embebida neste ambiente natalício, quero crer que não – confio
que, num nível mais próximo e íntimo, os Educadores e Professores têm o tato
suficiente para garantir que nenhum menino deixe de ir por causa do pagamento
dos 3 euros. Como Mãe, tenho essa sensibilidade para com os coleguinhas das
minhas filhas.
Mas não devia esse cuidado
partir da própria Câmara Municipal?
Um bilhete para grupos
escolares custa 3 euros. Se a criança for com os Pais, paga 5 euros. Os adultos
pagam 6 euros e os maiores de 65 anos, ao entrar na “2ª infância” da vida,
pagam como crianças.
Julgo perder-se uma
oportunidade para as pessoas da vila e de todo o Concelho virem mais vezes a
esta festa de Natal – é um peso considerável no orçamento comprar entradas para
mais que uma visita. Não é triste as locais “ficarem á porta”?
Vamos ver quantas
entradas gratuitas vão circular por aí, e quem vai usufruir delas…
Não vou comparar o
Castelo Mágico com outros eventos natalícios de outras terras. O que se faz de
bem deve ser incentivado, o que se faz de mal deve ser repensado,
independentemente de onde provém.
Para além de estar
inconformada com esta questão de bilheteira (e não com um espírito crítico, mas
construtivo) acho que ainda mais se podia fazer para promover o Natal, sem ser
à volta do Castelo Mágico – mas aproveitando o movimento que este,
inegavelmente, gera. Envolver as pessoas da terra, incentivar a restauração a
entrar no espírito natalício, chamar os comerciantes a intervirem, criar pontos
de atração pela vila,…
Não sou promotora ou organizadora de eventos, mas ideias fáceis de executar surgem-me!
Castelo
Mágico – uma oportunidade perdida
Ao longo dos últimos
três anos temos assistido, em Montemor-o-Velho, ao grande evento natalício que
é o “Castelo Mágico”. Tirando o ano passado em que o evento se realizou em
formato digital, temos de reconhecer que nos anos anteriores foram milhares as
pessoas que visitaram o castelo.
Isto até poderia ser um
motivo para todos nós reconhecermos que finalmente o executivo camarário estava
a trazer pessoas para o concelho que iriam, certamente, contribuir para o
desenvolvimento da economia local e para a divulgação do concelho.
É certo que
relativamente à divulgação do concelho e do nome “Montemor-o-Velho”, temos de
admitir que estão de parabéns. O Castelo Mágico, hoje em dia, começa ser falado
a nível nacional. Mas também com o investimento que foi feito mal seria que o
trabalho não fosse minimamente digno e apresentável.
No entanto esta era uma
oportunidade única para, através deste evento que anualmente traz milhares de
pessoas à vila de Montemor, capitalizar com isso e alavancar o comércio e os
comerciantes locais.
Mas aquilo que temos
assistido é que a câmara se tem limitado a pedir aos comerciantes que enfeitem
as montras e nada mais. Para além disso não há nenhuma envolvência da vila
neste espirito natalício. E isto é triste e desesperante. Perante uma oportunidade
como esta limitam-se a fazer os mínimos. Ou seja “dão dinheiro” a uma empresa
para realizar o evento dentro do castelo e esquecem-se do resto.
Mas vamos por partes:
1. Por
que razão não fecham a “porta da peste” e deixam apenas aberta a “porta do
sol”? Isto obrigava todos os visitantes a passarem dentro da vila. A subirem
pelas escadas rolantes (isto se estas não tiverem desligadas como é habitual ao
longo do ano) e a descerem pela ruelas da encosta do castelo e a conhecerem a
vila;
2. Como
é que não criam um ambiente e um espirito natalício ao longo de todas as ruas
da encosta do castelo? O que permitia e incentivava as pessoas a circularem
pelas ruas;
3. Como
não fazem mesmo pela encosta e pelas ruas da vila, pequenas barraquinhas que
permita a todos os comerciantes, artesãos e outras pessoas do concelho fazerem
os seus negócios? Isto certamente que iria potenciar a economia local;
4. Como
não fazem um mercadinho de natal dentro da vila? Isto permitia que todos os
visitantes conhecessem, desfrutassem e degustassem da nossa gastronomia local;
Entre estas podíamos
falar de muitas outras iniciativas e atividades que alavancassem a economia
local e ajudassem os nossos pequenos empresários e comerciantes a divulgar os
seus produtos.
Em vez de termos apenas
um Castelo Mágico podíamos ter uma Vila Mágica toda embebida num espirito
natalício. Em que qualquer visitante do concelho de Montemor-o-Velho desde que
chegava e estacionava o carro até se ir embora entrava num cenário encantador.
Mas para isto é preciso
pensar no concelho e nas suas gentes. Não é ir pelo caminho mais fácil.
Pensar no concelho como um todo e não apenas numa parte. Pensar em Montemor não apenas como uma pequena vila da região centro do país mas sim como uma referência a nível nacional. Como uma verdadeira “Capital do Baixo Mondego”.
ELEGIA DA EREIRA
São as aves demais para chorar?
Afonso Duarte
À luz
deste azeite estelar
a que chamam luar
e que é apenas o fulgor
da cal a evaporar-se
com os ossos humanos,
são as aves
o que menos choramos.
Lágrimas desprendidas
dum olhar terrestre
que a loucura escurece,
lá vamos nós,
lá somos, mestre,
aquelas sombras flutuando no luar.
E no entanto a terra,
esse magoado coração do
espaço,
chama ainda por nós.
Que lhe diremos,
mestre,
tão pobres e tão sós.
Carlos de Oliveira
1921-1981
TURISMO EM
MONTEMOR-O-VELHO
DO PASSADO FAZ-SE FUTURO
Encabecei com a
dedicação que vem da pele e das vísceras, o projeto do Bloco de Esquerda para o
Município de Montemor-o-Velho.
Muitas pessoas e muitas
ideias frescas, abraçaram esta nova ideia de política socialista, popular e
democrata.
Abriu-se uma ampla
estrada, de futuro e esperança, para quem está farto de ver a sua vida parada e
degradada em atávicos suplícios de comentário televisivo.
“Estou triste porque
vejo os jovens ir embora!” - foi o que mais ouvi; “Também conto” e “Mais vale
fechar o café e ficar-me pela reforma.” - outras frequentes.
Gente certa e coerente!
Nessa recorrência de
tumultuosos sentimentos, em que vinha sempre ao de cima a clareza do desalento,
dei a minha voz ao ânimo e à resistência.
Do lado difícil e sem
demagogia. Em dias duros, de poucos e poucas, nos fizemos uma alternativa
clara, envolvente e credível.
Eleições feitas, ficou
o PS com - novamente a responsabilidade - do desenvolvimento do turismo por
fazer.
Apresentei em nome
deste projeto autárquico do Bloco de Esquerda a importância de fazer do turismo
religioso um dos caminhos a iniciar para o desenvolvimento turístico das nossas
vilas e localidades.
Fica curto… fica muito
curto resumir a história do nosso município ao Abade João e ao ainda por
recuperar Convento de Seiça.
Há mais.
Há muito mais!
Há que parar e visitar
o concelho de Montemor-o-Velho quando de autocarro se vai do Carmelo de Coimbra
para o Santuário de Fátima.
As igrejas de Tentúgal,
Pereira e Montemor. As capelas? Algumas nunca vistas! Portela, Reveles e Ereira….
Outras religiões?! Ideias e solidariedade.
Que património rico e
de toda a história do país temos!! Que tamanha lição de vida.
Histórias, lemas,
éticas, sonhos e erros.
Tudo esquecido e por
contar.
Muito temos para
ensinar! Muito temos para aprender!
Sem arrogância e sem
pretensão.
Sem soberba e farto de
mania.
Com um presidente da
“região de turismo” (Dr. Pedro Machado) e um outro presidente da “comunidade
intermunicipal - região centro” (Dr. Emílio Torrão)
que falta?
Talento?
Tá lento?
Tal ento?
Falta ouvir e a aposta
nestas ideias das pessoas, que vivem, amam a terra onde vivem e à qual querem
que outros venham!
Falta ouvir essa vossa
voz.
No Bloco de Esquerda em
Montemor-o-Velho, podem contar com essa voz e esse ouvir.
Falta quem queira que as
ruas tenham gente e as janelas também.
Falta quem saiba a
diversidade que é o município de Montemor-o-Velho.
Não é preciso para isso
um Abade João, pois não?
Seja bem-vindo quem
vier por bem!
A Afonso Duarte.
Toda a pessoa tem direito a recurso efetivo para as jurisdições nacionais competentes contra os atos que violem os direitos fundamentais reconhecidos pela Constituição ou pela lei.
Uma entrada simples e
fácil de confecionar.
Pão alentejano
Queijo Flamengo
Doce de Chocolate
Grelos
Crepes
Molho agridoce
Depois de confecionar
umas tostas triplex com queijo deixando-as douradinhas colocar por arriba uns
fios de chocolate.
Na divisória entre a
tosta e os crepes jogamos-lhe uns grelos já cozidos com um fio de azeite.
E ali mesmo ao lado
então o crepe acabadinho de sair da sertã e que leva uma finíssima capa de
molho agridoce.
Servir quente …
A RARA EXPRESSÃO DE UM MODO DE VIDA EM LIBERDADE E PRÓXIMO DA
NATUREZA
Charles Alexander Eastman é único entre os escritores índios,
sejam eles contadores de histórias ou historiadores. Foi criado
tradicionalmente como um sioux das planícies, pela sua avó, de 1858 a 1874, até
aos 15 anos. Assim, adquiriu um conhecimento de primeira mão completo sobre os
modos de vida, a língua, a cultura e a história dos nativo-americanos.
"A atitude do Índio perante a morte (considerada o
derradeiro teste e pano de fundo da vida) é inteiramente coerente com o seu
caráter e a sua filosofia. A morte não o aterroriza, pelo que ele vai ao seu
encontro com calma e simplicidade, tendo como única ambição ter um final
honrado, como dádiva à sua família e aos seus descendentes".
Em A Alma do Índio, o autor dá vida à espiritualidade e à
moralidade dos nativo-americanos, mostrando-nos como era preciosa e bonita a
sua existência antes do contacto com os missionários e conquistadores europeus.
Esta obra é uma rara expressão da sabedoria nativa, sem os filtros impostos por
antropólogos e historiadores.
"Para o Índio, o amor aos bens materiais é uma cilada
constante que devia ser evitada. O fardo imposto pelas necessidades de uma
sociedade complexa sempre se afigurou como uma fonte inesgotável de perigos e
tentações".
Ao invés de um tratado científico, Eastman escreveu um livro o mais fiel possível aos seus ensinamentos de infância e ideais ancestrais, mas do ponto de vista humano, não etnológico. As suas exposições sobre as formas de adoração cerimonial e simbólica, as escrituras não escritas e o mundo espiritual enfatizam a qualidade universal e o apelo da essência nativo-americana.
Imperdível!
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