Número total de visualizações de páginas

quarta-feira, junho 1

BARCAÇA_18

 


Dia Mundial das Crianças!

Dados das Nações Unidas a cada 10 minutos morre uma criança de fome no Iêmen, as agências humanitárias preveem a morte de 400 mil crianças menores de cinco anos em um ano; total de menores deslocados pela violência chega a 1,7 milhão; conflito de seis anos deixou 2 milhões de alunos fora da escola.

"Os governos devem se concentrar no financiamento de programas urgentes de resposta à fome e proteção social para salvar vidas agora, em vez de fechar negócios no setor armamentista que só perpetuam os conflitos, a guerra e a fome", apelou a ONG. "Precisamos de mais ação para criar formas mais justas, resilientes e sustentáveis de alimentar o mundo."

Com as alterações climatéricas não bastassem para crise da fome, veio uma guerra que dura há mais de 100 dias (Ucrânia) que criaram consequências arrasadoras para crianças. A ONU divulgou que mais de 5,2 milhões de menores de idade ucranianos dependem agora de assistência humanitária, incluindo 2,2 milhões que estão refugiados.

Nunca foi tão difícil ser-se criança no mundo como neste Mundo mudança, seja pelos problemas climatéricos, seja pela guerra seja pela indiferença das pessoas.

Criar condições para assegurar o bem-estar deles será para nós uma vitória, ter melhores condições de saúde, educação que chegue a todos desde o berçário, mas será isso que os nossos políticos estão a fazer?

Todos os nossos colaboradores nesta edição da Barcaça olham com um olhar crítico para os direitos das crianças, mas dão soluções, alternativas, olhares e só por isso sinto-me feliz por não esquecemos que um dia fomos crianças.

(TOP SECRET)

HOJE DIA DA CRIANÇA

 


Era eu muito menino e a caminho da escola, recordo-me de passar em casa do meu primo-avó que era carpinteiro. Tinha por ele um grande carinho que já vinha da minha primeira infância quando, por altura de um Natal me presenteou com uma cadeirinha pequena para que eu pudesse chegar à mesa colocando-a em cima da cadeira dos adultos. 

No seu escritório de trabalho, onde a serradura predominava a sua bancada cheia de ferramentas e tornos tinha sempre um cantinho para mim e era por essas alturas que lhe pedia um pião, porque se partiam com alguma regularidade nos jogos na escola, onde por vezes, soltávamos a nossa raiva.

Nesse tempo eu era o rei dos botões, tinha de todos os tamanhos e qualidades e os que comigo jogavam, sabiam bem a importância de ter muitos botões para que não fossemos para casa a segurar as calças.

Ali, à distância duma corrida, ficava o “nosso” rio, onde brincávamos, nadando e saciando a nossa sede.

Poderei dizer que foram os anos mais alegres que vivi, onde a camaradagem era pura, sincera e sem dinheiro se faziam as amizades que conservo até hoje.

Em casa, à ordem e disciplina de duas tias, com hábitos cronometrados porque nesse tempo tudo era difícil, ajudava a Tia-velha a levar o cântaro até à fonte que ficava na encosta do castelo, colocava as brasas no ferro de passar para outra tia, que era costureira. E, ali mesmo ao nosso lado, uma vez por semana, via sair do forno a broa enquanto um pote cheio de água aquecia constantemente para lavar os pratos e tachos.

Nesses dias, da cozedura da broa, ficava ali sentado, olhando porque sabia que à entrada do forno estava a surpresa: uma broa mais pequena, cheia de petinga que depois, molhada num prato com azeite fazia as nossas delicias.

A infância que recordo traz com ela, os jogos e as brincadeiras que foram uma parte muito importante do nosso crescimento, jogávamos ao berlinde, ao prego, ao cavalo. Mas logo ao toque da sineta, entravamos para sala de aulas… recordo-me que havia quatro filas de alunos e cada fila correspondia a um ano escolar, por isso tínhamos os mais pequenos (eu) primeira classe e os de bigode da quarta classe.

Ali, ao lado ficava a sala do suplicio, porque quem andou por estes lados recorda o professor Teixeira, na sua sala, os miúdos andavam a "toque de caixa" e por isso, mais parecia uma aula de canto lírico… todos gritavam, mas desafinados.

No regresso a casa, ainda tínhamos tempo de ir aos marmelos do moleiro que era sempre um alto risco, mas que, miúdos traquinas, gostávamos de sentir adrenalina da fuga.


Ao chegar a casa e depois de fazer os deveres, descia a rua, até ao centro do universo, a Praça da vila. Era aí que tudo acontecia, chegavam as notícias, sentíamos o cheirinho das espigas, ouvíamos as conversas dos mais velhos e, antes que as luzes se acendessem, lá voltávamos para casa. No meu colchão de penas desaparecia por completo até ouvir cantar o galo.

Hoje ao recordar estas passagens sinto-me feliz. Por ter sido a criança que corria para rio e tirava os sapatos, para estar igual aos demais, mesmo sabendo que na volta a Tia-velha, lá me dava o raspanete.

Mas, em cima da mesa, lá estavam os celebres pasteis de arroz com cebola e salsa que ainda hoje adoro.

Que todas as crianças sejam FELIZES como eu fui.


Alcáçova Real [Palácio das Infantas]

Foto de António Barriga

Espaço onde habitaram infantas, reis e rainhas, a Alcáçova Real do castelo de Montemor-o-Velho terá sido edificada, de acordo com a tradição, por D. Urraca, mulher de D. Raimundo, no dealbar do século XII.

Anos mais tarde, nos primórdios da nacionalidade, D. Teresa, condessa do Condado Portucalense e o seu filho, D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, procederam a reformas no castelo de Montemor-o-Velho.

Foto de Deolindo Pessoa

D. Sancho I, sucessor do fundador do Reino, doou o castelo e os seus domínios à filha, D. Teresa que atribuiu o foral à vila e que, juntamente com a sua irmã D. Sancha, remodelou profundamente a Alcáçova Real, transformando-a num típico paço senhorial, atualizado em relação aos principais conjuntos palacianos da época.

Crê-se que foi nesta Alcáçova Real que, em 1355, D. Afonso IV reuniu com os seus conselheiros para decidir a morte de D. Inês de Castro, uma nobre galega por quem D. Pedro, futuro rei, se havia apaixonado e com quem mantinha um romance.

Foto de Deolindo Pessoa


Entre 1996 e 1999, o IPPAR procedeu à consolidação das suas ruínas (sendo apenas visíveis algumas paredes que atestam a sua origem medieval e alguns elementos quinhentistas do período manuelino) e à construção de uma Casa de Chá – um espaço moderno, envidraçado e com uma ampla esplanada integrada nas muralhas, da autoria do arquiteto João Mendes Ribeiro.

DESPERTAR PARA O DESPORTO

A opinião desportiva que mexe consigo!

No Dia Mundial da Criança importa sublinhar a relevância que o desporto, e fundamentalmente a atividade física regular, assumem no seu crescimento e desenvolvimento harmonioso. A vários níveis. Não apenas no quadro das competências motoras, mas também na estruturação da personalidade e na natureza das interações sociais.

Somos, definitivamente, uma sociedade sedentária. Os mais recentes estudos colocam-nos, cada vez mais, na cauda da Europa no que respeita à quantidade de prática de atividade física. Se essa situação se interliga diretamente com a saúde e com o bem-estar da população, no caso particular das crianças o impacto é ainda maior. Para além de comprometer o estabelecimento dos circuitos neuronais indispensáveis à realização de movimento, fragiliza transversalmente a estrutura corporal, sobretudo desperdiçando o potencial acentuado das fases sensíveis de crescimento e, com isso, comprometendo o equilíbrio do processo evolutivo.

O desporto é, ainda, um meio de afirmação entre pares. Aqueles que se destacam pela competência numa determinada modalidade, acabam por ser reconhecidos e valorizados no grupo de amigos – principalmente no caso do Futebol, pelo mediatismo e relevância cultural que envolve a modalidade no nosso país. Desta forma, a criança encontra no desporto uma forma de estruturação da própria personalidade, definindo e descobrindo o seu papel social.

Assim, devem estimular-se nas crianças, desde bem cedo, hábitos de prática de atividade física, quer em contexto formal e competitivo, quer em enquadramentos menos organizados e com maior cariz lúdico e recreativo. A família, a escola e os clubes são elementos centrais na luta contra o sedentarismo. A família, pela transmissão de valores e pela valorização da prática de atividade física. A escola, pela disseminação do conhecimento e pela relevância da Expressão Físico-Motora e da Educação Física. Os pequenos clubes pelas profundas raízes sociais, pela proximidade e pela influência local que sempre os caracteriza.

Se ideologicamente juntos, estes três fatores são essenciais ao combate ao sedentarismo. No entanto, nem sempre isso acontece. Para o efeito, seria determinante ativar e valorizar o Desporto Escolar, que se encontra praticamente moribundo em Portugal. Ao Desporto Escolar competiria proporcionar, em regime escolar não formal, contextos de regularidade de prática de atividade física envolventes e massivos, que motivassem, que estimulassem e que fossem, simultaneamente, geradores de hábitos e capazes otimizar o estilo de vida das nossas crianças. Reformule-se e reinvista-se no Desporto Escolar.

Salomão a morrer...

Estava um Dia Salomão a meditar e pensava que a sabedoria lhe fora dada em tal dimensão que pouco ou nada lhe faltava aprender.

 Feliz com tais pensamentos quase dormitava, quando apressado chegou um petiz que fazendo uma vénia lhe diz:

 - Meu Senhor, meu Senhor, minha mãe mandou que lhe pedisse uma brasinha do seu lume, pois a nossa cinza já não tem nenhuma.

 O grande Rei olhou o pequeno e disse:

 -Olha lá moço, eu de boa vontade te dou lume pois é digno de castigo que a tal se escusa, mas onde vais tu levar o lume sem te queimar?

  - Majestade, Majestade, se colocar na minha mão um pouco de cinza e em cima da cinza uma brasa bem boa, diz a minha mãe que conseguiremos fazer um bom lume

 Salomão olhou o pequenino, e logo mandou que lhe trouxessem o lume.   Olhando como o rapaz acomodava a cinza e o lume sem se queimar exclamou:

 - É assim o mundo, Salomão quase a morrer, Salomão a aprender.


Memórias minhas e afetos meus numa habilidade de sobrevivência do meu instinto, de tal forma enraizado na minha temporalidade, que raramente em circunstâncias festivas, ou conversas de café, não esqueço os fundadores do Atlético Montemorense, ou se quisermos para não sermos egoísta, de outras coletividades na terra montemorense.

Por mim envelhecido no meu tempo ousado e desgastado, há em mim e em todos nós, a verdade crua da raiz do pensamento, movido no presente com as memórias felizes ou não do passado.

A vitória do A C.M. na Final da Taça da Inatel,


sobre o Seixo de Mira por 3-1, naturalmente festejada ao rubro em Condeixa e depois em Montemor, dando vida na Praça Da República Tão Triste E Sem Fulgor, trazendo-me por isso no primeiro comentário na BARCAÇA, uma palavrinha sobre os fundadores do ATLÈTCO MONTEMORENSE, em 1939, do século passado.

Se festejamos no presente as vitórias desportivas, se o A.C.M. vive um período brilhante da sua história, repleto de juventude nas competições desportivas, não é de todo arriscado, sem pieguices saudosistas, recordar agora os seus fundadores, com os quais conversei, cortando-lhes a barba e o cabelo.

Mas os afetos não estão nesta particularidade tão pessoal como intimista, o que está em causa é a gratidão que lhes devemos para sempre, quando se sabe que a felicidade no presente, alguém sonhou e trabalhou em 1939, deixando uma semente renovadora e constante até aos nossos dias. 


Eu canto...

Eu canto quem parte
Contra o vento, contra tudo
Que reage e não se fica
Neste marasmo absurdo
Eu canto a coragem
De quem vê mais além
E não renega o passado
Pois o passado o sustem
Eu canto quem acredita
Que tem mãos de seiva
Que alimenta os seus filhos
Com a futura colheita

Mas canto quem permanece
Com alma de partir
Carrega o fardo do tempo
Com tempo para sorrir
Eu canto quem rasga a terra
Com jeito de afagar
Se não chove, que importa
Com lágrimas a vai regar
Eu canto quem espera
Pois a espera fortalece
E trás no ventre a certeza
Que amanhã, amanhece

Eu canto o poeta que chora
Que se revolta e implora
Que virem esses caminhos
Para não ter de ir embora

Os sinais de ti

 

Andam por aí, perdidos,

os sinais de ti …

Presença constante

nos sonhos que se abrigam

em cada recanto …

Permanecem serenos e impalpáveis,

discretos, sem reagir,

mesmo ao som dos meus passos

repetidos…

indiferentes ao eco distante

da minha voz,

surdos perante a luz

que brota dos silêncios,

da luz dos sons,

dos murmúrios perdidos,

na busca constante

dos sinais de ti

que a brisa ligeira agita e revolve

por saber que existem

os sinais de ti …

SÊ TU MESMA!

As pessoas são irracionais,

ilógicas

e egocêntricas...

ama-as mesmo assim!

Se tens sucesso em tuas realizações,

ganharás falsos amigos

e ao mesmo tempo

verdadeiros inimigos...

terás sucesso mesmo assim!

O bem que fazes será esquecido amanhã...

fá-lo de coração aberto, serás recompensada!

A sinceridade e a franqueza

nunca fez mal a ninguém...

Se deres aos outros o que tens de melhor,

podes magoar-te…

por vezes

corremos riscos...

mas, aquela que não corre nenhum risco

não faz nada,

não tem nada

e

não é nada...

continua...

e

sê tu mesma!

mesmo que o ser humano se esqueça

de reconhecer o valor das pessoas...

continua o teu caminho…

e

sê tu mesma!


CRIANÇA


No colo de sua mãe,

Seu alimento tomou,

E com a seiva que a criou,

Cresceu e desabrochou!


Mãozinhas tão delicadas,

Seus dedinhos de cristal,

Quem à criança faz mal,

É monstro... feroz animal!


Teu riso alegra o mundo,

Teus olhinhos... limpidez,

Há um amor tão profundo,

No ventre de sua mãe,

Já na própria gravidez!...


Toda a criança é uma luz

Que ilumina a terra inteira,

Cintila de tal maneira,

Que apaga a escuridão,

E traz júbilo ao coração!...


És luz, és vida... és futuro

És sol, és estrela, és flor...

Brinca, brinca doce amor,

Que a vida passa a correr! 


Nós temos que compreender

Que há uma criança em todos nós

Se a deixarmos morrer,

Se não a alimentarmos

Morreremos também nós.


És luz, és vida... és futuro

És sol, és estrela, és flor...

Brinca, brinca doce amor

Que a vida passa a correr! 

CLIK PARA OUVIR O POEMA





Falta de Funcionários – Fecho de Serviços Públicos 

Na última reunião camarária os vereadores da oposição (coligação PPD/PSD – CDS/PP) levantaram uma questão de extrema importância e de grande preocupação política.

O problema está relacionado com a falta de recursos humanos nos registos civil, predial e comercial do concelho de Montemor-o-Velho. Aliás um problema transversal à maioria dos serviços públicos.

Esta situação reflete-se bastante no serviço prestado à população uma vez que os poucos funcionários que existem encontram-se severamente cansados e desgastados, tendo de fazer o dobro do serviço que era suposto ser feito.

Para além disso estamos a falar de funcionários numa faixa etária acima dos 50 anos o que permite perceber que não tem existido uma preocupação de começar a incluir jovens que possam, num futuro, dar continuidade ao serviço prestado.

Esta interpelação feita pelos vereadores foi bem acolhida pelo Presidente da Câmara que votou favoravelmente.

No entanto esperemos que as coisas não fiquem por aqui e que realmente se faça alguma coisa para inverter esta situação.

É preciso passar das palavras às ações para que situações deste género deixem de acontecer.

É preciso agir já para que o pior não aconteça.

Se não daqui a uns anos quando estes funcionários se reformarem iremos assistir ao encerramento destes serviços públicos. Tal como aconteceu com as extensões dos serviços de saúde em determinadas freguesias do concelho de Montemor-o-Velho.

Nessa altura também o Presidente da Câmara disse mil uma coisas, mas o que é facto é que não fez nada para impedir o encerramento das diversas instalações de saúde.

No final da história a população assistiu ao encerramento dessas extensões de saúde e acabou por sair prejudicada.

Esperemos não estar a dizer o mesmo daqui a uns anos relativamente a estes serviços onde mais uma vez será a população de Montemor a sair prejudicada na sua qualidade de vida.

Bloco de Esquerda

Montemor-o-Velho 

Dia Mundial da Criança 

Abrem-se as portas do Verão e com a entrada em Junho celebra-se o dia das crianças. As escolas ficam mais alegres e os mimos prometidos encantam os pequenotes. Aqui por casa já se informou com risinhos que amanhã é almoço de hambúrguer na cantina. Com pão e tudo, papá! Também há batatas fritas e chocolate, afiançaram-me. É por estes sorrisos que nos enternecem a todos e conseguem alegrar, de um jeito desarmante, até o mais gélido dos corações, que não apenas hoje, mas todos os dias temos o dever cívico, social e político de procurarmos a construção de um futuro melhor, mais digno, mais harmonioso, mais humanista e mais amigo do planeta e de todas as outras espécies com as quais o partilhamos.

É bom viver-se criança no concelho de Montemor-o-Velho, sê-lo à certamente, também é belo o sentimento que guardo desse tempo, e infelizmente não é preciso esforço para reconhecer instantaneamente tantos sítios onde não gostaríamos de crescer. Mas esta verdade não esgota que se nos exige fazer do município melhor, que há muito que podia e deveria ter sido já feito, e que velhos problemas e novos desafios continuam à espera da resposta política, da ação executiva, do querer individual e social.

É verdade que desde a minha meninice, 4 décadas atrás, já haverá uma piscina, uma praia fluvial vigiada, trabalho em desporto escolar, um espaço de biblioteca mais prazenteiro, um centro de saúde mais organizado e estendido à periferia, mas que perdeu o atendimento permanente que tantas vezes me curou as chatas amigdalites e altas febres noturnas de menino, portanto isso ainda é muito curto e fica objetivamente muito aquém das justas ambições dos munícipes.

O concelho ainda não se modernizou no seu todo, a falta de coesão territorial é muito marcada e as assimetrias entre lugares e freguesias por demais evidentes. Não é, garantidamente, tempo de sossegar. Não é, para os responsáveis políticos públicos, tempo para qualquer vaidade por obra feita. Não é. É tempo sim de por as mãos à obra, ouvindo quem justamente diz: “-Andam lá a construir aquela coisa nos Anjos e aqui temos buracos, não há passeio para os garotos e os moços e moças tem de andar imenso para apanharem o autocarro para a escola. Já viu? Eu até já falei.” Será que alguém ouviu? – pergunto eu. Haverá motivo para orelhas de mercador? Ausência de recursos? Tendência para a megalomania olvidando o prático, duradouro e funcional? Será?

Pensando em isto ainda pôr mais preocupado com a transferência para os municípios das competências, em particular no que toca à educação e saúde, no modelo preconizado pelo atual governo PS. É que o sistema além de não se apresentar à priori robusto e efetivo, acrescenta tremendos riscos de cativação, excesso de contratação externa a privados, suborçamentação e distribuição eleitoralista de recursos.

Muitas vezes basta só ouvir o idoso contemplativo no banco de rua para saber que faltam acessibilidades rodoviárias, sociais e económicas. Basta escutar a senhora que abandonou o emprego para cuidar o seu filho com doença mental a queixar-se de incapacidade para aceder ao sistema e ver tornar-se justa e digna a vida da sua família.

Basta perguntar a uma criança!

-Olha! O que gostavas de ter aqui na nossa terra?

-Então - é obvio – gostava de ter melhores sítios para brincar com os meus amigos e as minhas amigas, gostava de ter mais espaços públicos para estar com a minha família, gostava de ter mais campos para jogar, gostava que houvesse mais sítios para nadar e tomar banho, gostava de ter mais modalidades para praticar na escola, mais aulas para dançar e fazer teatros, gostava de ter uma mata para correr e acelerar de bicicleta e gostava de ter um jardim bonito e fresco.

Cumpra-se o óbvio sonho. Obrigado, crianças.

Feliz Dia Mundial da Criança para todos e todas!

Aproveitando o momento em que o PSD elegeu com uns expressivos e recordistas 72% o seu novo presidente, Luís Montenegro, imagina-se que alguma coisa mudará na dinâmica do partido e que a viragem à direita será a única opção para tentar travar o crescimento do Chega e Iniciativa Liberal, aliás, tal como já foi dado a entender no discurso de vitória pelo sucessor de Rui Rio.

E vai Montenegro ter muito tempo para isso, salvo se Marcelo decidir uma vez mais intervir na política partidária ativa e vier demitir o governo em nome de qualquer pretexto ou teoria da conspiração em que é especialista, reduzindo a maioria absoluta do PS a cerca de dois anos e meio e provocando eleições antecipadas. Porque caso isso não aconteça, terá Montenegro muito caminho a percorrer e adversários a derrotar, não só nas eleições sociais-democratas como ainda nas europeias e autárquicas.

Para além disso, também importará perceber o que se irá passar em Montemor e ainda mais na Figueira…? Sendo que em Montemor haverá obrigatoriamente mudança de presidente de câmara, logo, ciclo político, o que aguçará o apetite dos que nas últimas se esconderam, mas ficaram à espera das próximas para aparecer e que não vão facilitar a vida da corajosa Maria João. Tal como no PS, onde pelo menos a vereadora Diana Andrade e o vereador Décio Matias terão cumprido três mandatos e decerto alimentarão expetativas de suceder a Emílio Torrão, decisão essa que não deixará de animar a segunda parte do mandato que ainda há pouco se iniciou.

Já na Figueira a pergunta de um milhão de euros é se Santana Lopes se recandidatará (ele diz que sim, que veio para ficar!?) e se o PS submeterá os mesmos, ou não…?

O PSD, exceto se Santana o recuperar e se refiliar, não passará da cepa torta e tardará muito tempo a lamber as feridas, por um lado porque não se vislumbra ninguém que o tire do poço e, por outro, porque se nota uma pseudogeringonça conveniente entre a maioria e o PS, que só fraturará lá mais para a frente quando já não for necessária.

Entretanto, para lá de umas festanças e ameaças de que vai ser tão bom, não se passa nada que gere otimismo no horizonte mais próximo e sugira grandes melhorias nos quotidianos destes concelhos fantásticos, mas adiados.

A Figueira da Foz está transformada num enorme parque de estacionamento, bem ao gosto da empresa que os explora e oprime todos os dias, mas que apesar de uma aparente vitalidade sazonal, continua a regredir, perder população e a repetir a fórmula que a fez definhar e banalizar.

Quanto a Montemor-o-Velho, se retirarmos as Uniões de Freguesias de Montemor e Gatões e de Abrunheira, Verride e Vila Nova da Barca; retirarmos também as freguesias de Seixo, Liceia e Ereira, as que restam, Arazede, Tentúgal, Carapinheira, Meãs, Pereira e Santo Varão, são as únicas onde existe investimento, dinâmica, juventude e crença no futuro, pelo menos por agora!

"O Principezinho" é um dos livros mais traduzidos e lidos em todo o mundo. A história de um rapazinho com cabelos cor de ouro e de um piloto perdido do deserto vai encantando geração atrás de geração. Só um coração puro e cheio de alegria pela vida é que conseguiria expressar, de forma tão terna, um dos laços mais importantes da existência: o amor. E a verdade é que «só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.»

 «Vivi, pois, sempre só, sem ter ninguém com quem falar verdadeiramente, até uma avaria...







Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.

Sem comentários:

Enviar um comentário

BARCAÇA_MAIO

  Para garantir a redução do expediente extenuante, os trabalhadores da cidade de Chicago organizaram uma greve para o  1º de maio  de 1886....