As circunstâncias atuais lembram as palavras do Poeta “erros meus, má
fortuna, amor ardente em minha perdição se conjuraram.” E esta introdução
levar-nos á a uma reflexão acerca de cada circunstância que provoca não só a
“perdição” como também “a desesperação” de quem não tem cargos decisórios e
reflete nas circunstâncias atuais.
Por “erros meus” entende-se as políticas ínvias e receosas dos sucessivos governos PSD e PS, relativamente à saúde ao longo de décadas, assunto que está na ordem do dia, quer pelos sucessivos desaires noticiados deste serviço que custam vidas humanas, quer pela demissão da ministra esta madrugada. Então os “erros meus” merecem uma pequena reflexão: já nos habituamos nos assuntos da saúde, assim como na educação, justiça, segurança e solidariedade social aos constantes “passar de bola” das pessoas que por falta de coragem, por falta de talento e inteligência, por falta de objetivos não tomam medidas, não tomam as rédeas da situação e não enfrentam os problemas por medo da perderem as eleições, por medo de tocarem os “intocáveis” de dizerem e de chamarem “os bois pelos nomes”. O estado do SNS é um caso típico, tão típico que dói. Os legítimos interesses dos doentes em Portugal estão reféns, para além de tudo, ou seja para além do próprio modelo desatualizado e recursos mal geridos, dos interesses cooperativistas que há anos impedem a formação de médicos especialistas em Portugal, mesmo perante a clareza da quantidade astronómica de horas extraordinárias e tarefeiros pagos a preço de ouro, continuam a dizer que há médicos suficientes e, mesmo quando os concursos públicos abrem e as vagas ficam sem candidatos, caso muito pouco habitual em qualquer concurso público que, por costume, abundam candidatos para poucas vagas, repete-se a estranheza. Ouvindo os próprios médicos internos (os que trabalham nas urgências do SNS) o que é que eles dizem? Em que se traduz as melhores condições do trabalho? Menos horas de trabalho, (pois são efetivamente em demasia), salários justos e de acordo com o PIB português, adequação da formação realizada e função desempenhada, melhores escalas, tudo isso envolve a necessidade de mais médicos, formados ou não em Portugal. Médicos e outro pessoal suficiente. Ou seja, mais efetivos no SNS e melhor distribuídos, de melhores condições de trabalho e, consequentemente, melhor saúde para os Portugueses. Claro que formar mais médicos não interessa aos lóbis privados e, curiosamente, não tem interessado à ordem dos médicos que continua a afirmar que há médicos suficientes, mas que, no mesmo parágrafo afirma, que muitos médicos se vão reformar nos próximos anos e que os poucos jovens capazes de se formarem em medicina, em Portugal, emigram e que logicamente estão no seu direito, muitos médicos preferem trabalhar no setor privado e também, estão no seu direito. Por isso, a conclusão possível deste raciocínio deve ser formar mais médicos, para contratar mais médicos interessados em ficar no país e trabalhar no setor público. Assim como distribuir melhor os recursos, porque vivemos num mundo competitivo e o SNS está a perder os seus efetivos, efetivos esses que o próprio setor público forma, mas forma poucos, tendo em conta a larga fatia que perde. Qualquer reforma e nova gestão do SNS terá que lidar com este problema, mais cedo ou tarde.
Apesar de na ordem do dia estar a saúde e os “erros meus”, ainda falta
acrescentar a “má fortuna”, na verdade a pandemia, seguida de uma guerra na
Europa e as consequências da seca estão a fazer subir os preços das energias e
dos produtos agrícolas em todo o mundo e, claro, Portugal sofre terrivelmente, principalmente
nos bolsos das pequenas e médias empresas e dos particulares. Esta onda ainda
está em fase ascendente e ameaça afogar muitos orçamentos familiares e não só.
Acrescentemos “o amor ardente”, e sabemos, tão ardentes como o amor, foram os fogos que mais uma vez cobriram uma significativa área em Portugal durante o mês de agosto e destruíram ainda mais os parcos recursos de quem já tem tão pouco no interior do país.
Tão ardentes como o amor são os outros sentimentos que imperam nas relações humanas, como a ambição desmedida, o orgulho, a incapacidade de se colocar no lugar do outro e a falta de fair play, tão presente na política como no desporto rei. Não esquecemos as eleições em Angola concomitante com as circunstâncias e histórias em torno do funeral de José Eduardo dos Santos e os resultados enunciados de vitória do MPLA, não aceites pela UNITA, não esquecemos também a ameaça latente de um desastre nuclear em Zaporíjia. Não queremos deixar de dar os sentidos pêsames à família benfiquista pelo falecimento
Não deixem de se maravilhar com as magníficas imagens captadas pelo
telescópio James Webb da espiral perfeita da galáxia Messier 74, conhecida pela
galáxia fantasma. Como ainda temos sol, na maior parte do país, com uma brisa
mais fresca e as aulas só começam daqui a quinze dias, temos boas leituras para
alegrar os dias.
A
mazelas da Pandemia/Guerra
Quando em adolescente me imiscui nas
sábias palavras dos historiadores, viajei por terras distantes através da
leitura e dos seus saberes, que queiramos ou não, se vão alterando a cada
década.
A questão das pandemias e das
guerras estão lá todas e reaparecem de vez enquanto para nos alertar de algo
que como é normal se volta a repetir num círculo histórico infinito.
Hábitos descontrolados, mudanças
rápidas da nossa forma de ser e estar, fatores políticos e económicos são estas
questões que sempre influenciam o nosso modo de operar e de viver.
Hoje devido a erros do passado, de
formas de explorar as riquezas, sejam do mar ou da terra, alteraram de ta modo
o clima que nos pode levar a passos largos para o colapso.
Ontem, a água, um bem essencial que
existia em abundância e de qualquer furo saía limpo e capaz de saciar não só a
sede, mas o regadio, hoje está entregue a uma indústria que não faz mais que o
rentabilizar não respeitando a sua pureza e quantidade.
Para além da seca e o desgaste dos
recursos naturais, por razões económicas, ainda se acresce a chegada da Guerra
na Europa, todos os Portugueses já sentem na carteira os seus efeitos.
Uma vez que todos estamos mais
pobres sente-se nas colectividades o seu efeito seja na dificuldade em pagar as
quotas, seja a visita aos eventos por elas dinamizados.
O dirigismo atravessa desde algum
tempo, uma crise de arranjar quadros, porque em tempo “de vacas magras” todos
sabemos como é difícil assumir responsabilidades.
Por isso, o meu louvor aos que remam
contra a maré e conseguem fazer das “tripas coração” e dar vida à sua colectividade
com tão parcos orçamentos.
Num programa “Viagens pelas
Freguesias” tentamos não só dar voz, mas dar algum alento, para que não
desistam dos seus sonhos, continuem lutando que melhores tempos virão. Não está
fácil, que o digam os dirigentes que nestes últimos anos tiveram de enfrentar o
Leslie, a pandemia e agora a guerra que manda a inflação para patamares de
outros tempos difíceis.
E bons
exemplos não faltam, seja no desporto, teatro, música e nas diversas formas de
afirmação de cidadania.
Ouvimos muitos dos cantes que
outrora eram para alimentar a alma do trabalho duro, da faina, hoje, será um
chamamento ao povo da nossa terra que se unam e ajudem para não deixar fechar a
porta do movimento da sua terra.
É na solidariedade que vamos conseguir
vencer estes momentos e com ela voltar a sonhar.
Pelourinho de Póvoa de Santa Cristina [Tentúgal]
Localizado no lugar da
Póvoa de Santa Cristina [Parque do Pelourinho, rua de São João Evangelista],
freguesia de Tentúgal, este pelourinho quinhentista, em cantaria de calcário,
apresenta pinha cónica, com soco hexagonal de ângulos desencontrados e fuste
(com pequena argola de ferro a meia altura) octogonal, capitel, que ostenta
elementos heráldicos, nomeadamente as armas de Portugal e a esfera armilar, com
emblema pessoal de D. Manuel I, e carrancas (nas arestas). Possui uma estreita
moldura a curta distância do topo, formando uma espécie de colarinho, e ainda,
remate em pináculo, que é constituído por um pequeno friso côncavo, decorado
com rosetas, um prisma quadrangular com faces decoradas, e uma terminação
piramidal encimada por esfera, de colocação recente.
Segundo alguns autores, Santa Cristina terá recebido foral na década de 20 do século XII, das mãos de D. Teresa, embora o primeiro documento conhecido tenha sido outorgado por D. Afonso III, em 1265. No final desse ano, concretamente em 25 de dezembro de 1265, D. Afonso III dá, a esta localidade, ordem de povoamento, passando, a partir de então, a designar-se por Póvoa de Olastro, também apelidada de Santa Cristina de Olastro.
No século XV, D. João II
eleva Póvoa Olastro à categoria de vila, sob recomendação do seu confessor Frei
João da Póvoa. Foi preciso esperar até 20 de dezembro de 1515 para que Póvoa
Olastro fosse elevada à categoria de concelho, através de foral atribuído por
D. Manuel I. De acordo com alguns autores, a construção deste pelourinho deve
ter começado após a atribuição do foral manuelino. Póvoa Olastro manteve a sua
autonomia administrativa até 1836, altura em que o concelho foi extinto.
O pelourinho seria
desmantelado no início do século XX, tendo sido guardado no Museu Machado de
Castro, em Coimbra, local onde ficou exposto (remontado) no pátio.
Pelo Decreto n.º 23.122,
DG, 1.ª série, n.º 231, de 11 outubro 1933, foi declarado Imóvel de Interesse
Público, vindo mais tarde, por ação da Direção Geral dos Edifícios e Monumentos
Nacionais (DGEMN), em 11 de julho de 1946, a ser reposto no local aproximado da
sua primeira implantação, com pequenas alterações em relação à estrutura
primitiva.
Bibliografia: MALAFAIA, E.B. de Ataíde, Pelourinhos
Portugueses - Tentâmen de Inventário Geral, Lisboa, Imprensa Nacional -
Casa da Moeda, 1997.
Netgrafia: http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=1007 [consultado em 29 agosto 2022].
CASA DA CRIANÇA INFANTA
D. MARIA - JARDIM DE INFÂNCIA DE SANTA CATARINA – NINHO DOS PEQUENITOS - NINHO
DOS PASSARINHOS
A Casa da Criança
Infanta D. Maria foi inaugurada no dia 15 de agosto de 1943, no âmbito da obra
assistencial do professor Bissaya Barreto.
Situa-se no gaveto das
ruas Joaquim Sotto Mayor e Alexandre Herculano, na Figueira da Foz, em terreno
cedido pelo município.
Foi designada Infanta
D. Maria em homenagem à filha de D. Manuel I (1469-1521), à qual alude o painel
de azulejos existente no topo nascente do edifício.
A infanta D. Maria
(1521-1577), duquesa de Viseu, nasceu do terceiro casamento de D. Manuel I, com
D. Leonor da Áustria, que era irmã de D. Catarina da Áustria, que casaria com
D. João III, irmão da infanta, (isto é, o pai e o irmão da infanta casaram com
duas irmãs).
O figueirense João de
Barros descreveu a infanta D. Maria como culta, digna e séria, com uma
personalidade semelhante à da mãe, patrona e amante das artes.
A infanta D. Maria
faleceu no dia 10 de outubro de 1577, em Lisboa, sendo uma das mulheres mais
ricas da europa, solteira e sem filhos, tendo ficado sepultada na Igreja de
Nossa Senhora da Luz, em Carnide.
Em 1968, quase 400 anos
depois, a infanta D. Maria seria relembrada numa imagem sua impressa numa nota
de 50 escudos.
O projeto da Casa da
Criança é de 1939, realizado pelo arquiteto Alfredo Machado, e a respetiva obra
decorreu de 1940 a 1942 por conta de José Lourenço Vinagre.
A construção foi
financiada, entre outros, pela Câmara Municipal (com verbas da receita do jogo
do Casino), Grémio dos Armadores de Navios de Pesca e Ministério das Obras
Públicas (através do Fundo de Desemprego), da Direção Geral da Assistência e da
Comissão Municipal de Assistência da Figueira da Foz.
A Casa da Criança
Infanta D. Maria chamou-se, mais tarde, Jardim de Infância de Santa Catarina,
também conhecido por Ninho dos Pequenitos e por Ninho dos Passarinhos.
Funcionou como creche e
como jardim-de-infância da rede pública, tutelado pelo Ministério da Educação.
O piso superior
albergava as salas principais, dos bebés e crianças, assim como os respetivos
cobertos de recreio, ficando no piso inferior a cozinha, refeitório, arrumos e
acesso à zona de recreio.
Ao longo de décadas
sofreu várias obras de manutenção e reestruturação. Em 1976 a organização e
divisão internas foram alteradas e, nos anos 90, o exterior foi remodelado com
a construção de novos muros no perímetro do terreno.
A pintura original era
branca (agora rosa), os azulejos das colunas laranja (agora azuis) e a
caixilharia castanha (agora branca).
Os muros inicialmente
eram bastante mais baixos e o portão principal apresentava passarinhos em
ferro, pelo que a Casa ficou conhecida por "Ninho dos Passarinhos".
Encerrou no final do
ano letivo de 2011 e desde então o edifício está devoluto, ao abandono, com
portões e portas abertas e o interior vandalizado.
Nas ruínas recordam-se
vivências do antigo Jardim-de-Infância de Santa Catarina (a denominação aquando
do seu encerramento), subsistindo menus de refeições de 2011, um mapa de
pessoal, armários abertos com restos de louça de cozinha, lençóis e almofadas e
decorações festivas a penderem dos tetos.
Em outubro de 2018 a
tempestade Leslie acabou com o resto, destruindo o telhado, e hoje estamos
perante um edifício totalmente devastado numa zona nobre da cidade.
[꧁ A velhinha casa
dos Avós ꧂]
Das
melhores memórias que tenho, na vida, foram passadas em casa dos meus avós.
Pessoas humildes, mas de bom coração. Pessoas simples, mas de enorme
generosidade.
Na
encosta do castelo, ficava a casa dos avós, uma pequena casinha, modesta, sem
luxos, mas tão cheia de memórias e histórias. Dizem que as memórias dos nossos
avós, são aquelas memórias que perduram no tempo e subsistem além da vida.
Diria mesmo que são as únicas, que nos conseguem teletransportar no tempo e
fazer-nos voltar aquele espaço, por tão felizes que nos fizeram.
A
casa dos avós era um lugar mágico, modesto, sem luxos, mas onde sentíamos
proteção, carinho e um imenso amor. Era um lugar com cheirinho a avós, a
torradas feitas na chapa, a pipocas feitas na panela, em que se podia ouvir o
“verdadeiro” milho a saltitar e com o som característico do relógio de parede,
constantemente com o seu tic-tac “irritante”, mas certeiro e a
música, de Nossa Senhora, sempre que batia a hora certa.
A
casa dos avós era um lugar onde tudo nos era permitido! Onde podíamos brincar,
gritar, jogar, fazer asneiras, jantar sempre batatas fritas e salsichas. E
onde não se ouviam ralhetes!
A
casa dos avós era um lugar mágico. Um lugar tão nosso. Um lugar onde
dormíamos de mãos dadas para não termos medo do escuro. Sempre tive medo do
escuro, até a minha avó partir, talvez por que agora está sempre comigo para me
proteger e não permitir que tenha medo!
A
casa dos avós era o lugar onde víamos crescer coelhos, galos, galinhas, onde o
limoeiro ficava carregado de limões e as tangerinas caíam no chão. Onde havia
cabritos, ovelhas e até um burro e uma carroça, que tantas vezes nos
transportou. Na altura morria de vergonha. Coisas de miúda. Como se isso fosse,
verdadeiramente, importante na vida.
A
casa dos avós era aquele lugar, tão nosso. Aquele lugar tão cheio de
sentimentos!
Hoje,
a casa dos meus avós está fechada!
Demorei
a voltar a entrar lá, desde que a minha avó partiu. Com a partida do meu avô, a
porta fechou-se. Fechou-se para sempre. Aquela porta não voltará a ser
aberta por eles. Partiram!
Ali,
ficarão para sempre fechadas tantas histórias e memórias que queremos que nunca
se apaguem. Jamais se apagarão.
A casa dos avós fechou-se. E quando a casa dos avós se fecha, fecham-se as tardes passadas a ver a avó, calmamente, a fazer a sua renda com carinho e dedicação. Os lençóis bordados que, com carinho, fazia para os filhos, netos, bisnetos. As toalhas de mesa. Os panos de cozinha. Ela que não sabia ler nem escrever, “lia” aqueles papéis com desenhos que, atentamente, seguia para fazer maravilhas de renda. Eu, ficava a olhar para ela. A tentar perceber como entendia aqueles desenhos. Nunca entendi. Até hoje!
Mas a casa dos avós fechou-se. Porque tal como todos nós, não eram eternos.
Quando
a casa dos avós se fecha, terminam as tardes a ver o Natal dos hospitais ou a
roda da sorte. Termina o arroz de pato, o bacalhau assado, que por muito que
tentemos jamais terá o mesmo sabor.
Deixamos
para trás os almoços de Páscoa, os almoços diários. Deixamos para trás
conversas a fio. Confidências. Segredos.
Ficam
as memórias. Ficam as memórias que queremos eternizar.
Fechamos
os olhos e tentamos viver e reviver, vezes sem conta aqueles momentos e
desejamos ser de novo crianças. Desejamos voltar no tempo e mais uma vez
estar ali ao lado deles, escutá-los atentamente, estar ali e aproveitar o seu
carinho e o seu amor. E sentirmo-nos, de novo, protegidos.
Mas,
há alturas em que, mesmo sem querer, temos de dizer Adeus!
E
dizer adeus aos avós é dizer adeus, também, a uma parte da nossa história. É
guardar na memória cada momento em que a avó tirava de debaixo do tapete, às
escondidas, uma nota para nos dar e ver o quanto isso a fazia feliz.
É
dizer adeus às memórias de infância, é sentir que a vida é finita e que, num
abrir e fechar de olhos, tudo acaba.
Ver
a casa dos avós fechada, é sentir vontade de voltar no tempo e viver de novo,
uma e outra vez, todos aqueles momentos e eternizá-los na nossa memória, ainda
que os avós, para nós, sejam eternos. Ainda que, por muito que o tempo passe,
eles fiquem sempre connosco e jamais sejam esquecidos. Como poderiam ser?
Afinal,
os avós, são aqueles seres que nos amam sem medida. Que nos dedicam a vida sem
pedir nada em troca. Porque os avós, apesar de a porta se fechar, jamais
morrerão na nossa memória e perderão o lugar no nosso coração.
A
porta está fechada. Quando lá vou, às escondidas, fico sentada no pequeno
patamar e recordar o quanto fui feliz, ali, na VELHINHA CASA DOS AVÓS, no meu
eterno MONTEMOR.
A seara
Era uma vez um casal que tinha problemas
relacionados com dinheiro. Tinham sempre pouco e muito onde o gastar.
Depois de muitas tentativas para
equilibrar as contas, o marido pensou que melhor seria ir para Lisboa trabalhar
pois aí sempre pagavam melhor e fazendo uns trabalhos extras decerto que teria
algum dinheiro de sobra.
Lá foi e depressa estava com um
bom patrão e ia juntando um bom dinheiro.
A mulher não ficou parada. Comprou
trigo e semeou umas searas, que depressa cresceram e ficaram prontas para a
ceifa e a pobre mulher não tinha quem a ajudasse com uma colheita daquelas dos
pardais e as formigas acarretavam quanto podiam.
Ela escreveu uma carta ao marido,
mas como andou pouco tempo na escola escrevia com muitos erros e a composição
das frases nem sempre dava origem a uma boa perceção das mesmas o que deixa vá
o marido às vezes um pouco aflito.
Um dia escreveu ao marido:
- Marido, vem e não te demores
pois não é tanto o que a formiga como o que o pardal me come.
O pobre do homem veio logo no
primeiro comboio.
Não fosse o diabo tecê-las...
Não se trata de saudosismo meditabundo, o que seria um disparate, se no tempo e no seu espaço, a conjugação de todas as transformações, quer desportivas, ou outras ocorrências, fazem parte de todas as criatividades e desenvolvimento, por isso e pela minha razão de existir em memórias, o que era o desporto por terras de Montemor, nas décadas de 1940/50 /60, fazem agora a sua história desportiva, tão simples e popular, apenas e só nos torneios de futebol de 11, fortes e apaixonados por uma nobre causa.
Foi também no pulsar e no sonho de
todas as juventudes, que se valorizou as suas apetências desportivas tão
limitadas e sóbrias de contentamento, trazendo-vos no presente o fenómeno,
diria revolucionário e transformador nas modalidades desportivas no espaço geográfico,
agora saudavelmente competitivo em tantas atividades amadoras e algumas
profissionais.
Velho sim, mas do Restelo, a minha
embirração, o que analiso no presente com a funcionalidade desportiva por
Terras Montemorenses, permite-me pensar que os homens sabem acompanhar o tempo
que por eles passa a correr, evoluindo e viajando no comboio de novos
conhecimentos e de novas regras desportivas e logísticas que nada tem em comum
com aquelas distantes épocas de antanho.
Aprendi o silêncio,
aprendi o medo,
mas não fugi do sonho antigo,
nem fechei portas à vida …
Reaprendi o silêncio e o medo,
reaprendi tudo de novo
com maior convicção,
e nada esqueci do sonho…
Ficou o sossego, ficou a paz?
Não, porque a ansiedade
me mina por dentro….
eternamente a desassossegar.
PESSOAS
O mundo está cheio de
pessoas...
Há pessoas caladas
que precisam de alguém
para conversar...
Há pessoas tristes
que precisam de alguém
para confortá-las...
Há pessoas tímidas
que precisam de alguém
para ajudá-las a vencer a sua timidez...
Há pessoas com medo
que precisam de alguém
para dar-lhes a mão...
Há pessoas fortes
que precisam de alguém
para fazê-las pensar
na melhor maneira de usarem suas forças...
Há pessoas habilidosas
que precisam de alguém
para ajudar-lhes a descobrir a melhor maneira de usarem suas
habilidades...
Há pessoas que não
sabem fazer nada e precisam de alguém que as ajude a descobrir as
diversas coisas que
final sabem fazer...
Há pessoas apressadas
que precisam de alguém para mostrar-lhes tudo o que não têm tempo
para ver...
Há pessoas que se
sentem do lado de fora e precisam de alguém para lhes mostrar o caminho
da entrada...
Há pessoas que dizem
que não servem para nada e precisam de alguém para ajudá-las a
descobrir como são
importantes.
Essas pessoas,
Somos NÓS...
Esse ALGUÉM
És TU!
O rio do nosso pranto
Há sinais em ti e em mim
Que procuramos constantemente
E nessa procura não mente
Quem permanece e teima assim
E há falhas, hiatos e silêncios
Bocadinhos de sombras e de prata
Estilhaços de vidro que mata
Corações que se vêm ínvios
Mas há fechar os olhos e encontrar
Teus olhos num sopro quente
Mãos que se dão sem a gente
Precisar sequer de falar
Qual de nós vai poder parar
de magoar a dor do outro? E saber…
Qual de nós vai poder avançar
Perdoar, vencer e… esquecer…
Trocam-se as rimas e as frases
Que nos deram tanto… tanto
Mas onde parar em nós
O rio do nosso pranto…
Na praia do nosso peito
Seguro, sensível… com jeito
Mais quente e com desvelo
Aguarda um Amor singelo
AS
CHAVES…
Há muitas chaves que
abrem muitas portas
Que dão para o sol
nascente, para horas mortas.
Que abrem o teu
coração que virou penedo,
Virou degredo,
consumição… medo!…
Há muitas chaves e uma
só porta que abre…
Quando a noite é morta
e a sibila se põe a vaticinar…
Tanta lua e tanto mar
dentro da sibila que adormece
Sonhando com a sorte e
o encanto que hão de bater à porta.
Capcioso o seu sonho
desta vez… Talvez!…
No chaveiro há tanta
chave e uma delas abre o teu coração.
Mas eu não sei qual é…
Já lhe perdi a cor, o desenho e a noção…
Quando os risos
rompiam madrugadas e tu com as almofadas;
Vinhas para ao pé de
mim sonhar… Mal? Mas que mal fiz eu?
Há muitas chaves que
Deus me deu…
E com elas tenho
aberto muitas portas
Que vão dar aos rios
da vida e ao mar.
Risos sem parar, amor,
amizade, paixão…
Já abri o meu e tanto
coração com várias chaves…
Mas a chave que abre o
teu coração… não!
Ele continua mudo… Ou
sem noção…
AUTORIA ISABEL TAVARES
CÓDIGO DE AUTOR: (© Todos os Direitos de Autor Reservados)
Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos - Decreto-Lei n.º 63/85, de 14 de março - Diário da República n.º 61, Série I, de 14.03.1985
A Montanha Pariu um
Rato
Ao longo destes últimos
nove anos de governação socialista na Câmara Municipal de Montemor-o-Velho que
o lema sempre foi de romper com as políticas do passado, com as políticas
sociais-democratas e com os doze anos de governação do PPD/PSD.
Assistimos a uma
autêntica indignação e revolta socialista pelo modo como o concelho tinha sido
dirigido, pelas escolhas que tinha feito e pelas obras realizadas e projetadas.
Uma dessas obras que
estava projetada, ainda pelo anterior presidente da câmara municipal, foi
precisamente a variante do centro náutico de Montemor-o-Velho. Obra essa que
fazia a ligação entre a freguesia de Montemor-o-Velho e as freguesias de
Santo-Varão e Pereira e que estava financiada com fundos comunitários.
Esta obra, de extrema
importância, permitia fazer uma ligação mais célere entre estas duas freguesias
e todo o trânsito que, diariamente, circula por lá.
Mas na altura o atual
presidente da câmara deixou “cair” essa obra. Disse que não fazia sentido
prosseguir com essa obra. Mesmo sendo a obra financiada por fundos europeus.
Ora, passados estes
anos todos, qual é o meu espanto quando verifico que essa obra, para além de
voltar à agenda do executivo camarário, foi recentemente inaugurada.
Em declarações aos
meios de comunicação social, o presidente da câmara municipal disse que esta
era “uma das grandes obras emblemáticas, não só porque tem uma importância
incrível na mobilidade concelhia, mas pela forma como foi feita, ou seja, foi
feita exclusivamente pelo Município”.
Perante esta situação e
estas declarações há várias questões que temos de colocar:
1.
Se esta é uma obra emblemática e de extrema importância por que razões só agora
avançaram com ela?
2.
Qual é a diferença de ser feita em 2022 em vez de ter sido feita em 2013?
3.
Em 2013 a obra era financiada por fundos europeus. Agora dizem que foi feita
em exclusivo pelo município. Isto
quer dizer que a câmara assumiu a despesa toda de uma obra que estava
financiada em 2013?
Perante isto tudo
podemos concluir que afinal as escolhas e os caminhos que foram traçados pelo
antigo presidente da câmara estavam corretos e justificavam as obras
projetadas. Que apenas, por questões políticas, o atual executivo municipal
decidiu esperar nove anos para tentar assumir, como sua, uma obra que devia ter
sido feita em 2013. Uma obra que estava financiada por fundos europeus e
que desta vez foi feita exclusivamente pelo município.
Infelizmente, e é
triste ter que dizer isto, mas por meras questões políticas, os munícipes do concelho
de Montemor-o-Velho mais uma vez saíram prejudicados. Não só por razões de mobilidade
e de qualidade de vida, mas também por razões financeiras.
A quase equidistância dos concelhos de
Montemor-o-Velho, Coimbra e Figueira da Foz, deveria ser suficiente para todos
beneficiarem sem grande esforço, inclusive de forma óbvia e natural, dos
efeitos inerentes à proximidade estratégica entre estes três municípios
vizinhos!
De facto, a capacidade de atração
permanente de Coimbra e Figueira da Foz, ainda que esta última padeça de uma
certa sazonalidade que tarda em combater, poderia e deveria ser motor
importante para todo o distrito em geral, e em particular para os concelhos
fronteiriços, tal como Montemor-o-Velho.
E mesmo tendo em linha de conta que
Figueira da Foz e Coimbra são marcas conhecidas e dominantes, tendencialmente
capazes de asfixiar quaisquer outras no distrito e região, não deixa de ser
verdade que a vila de Montemor-o-Velho, tal como Óbidos, Sintra, Marvão,
Castelo de Vide, entre outras, deveria ser encarada como uma relíquia
distrital, regional e nacional, merecedora de especial atenção, requalificação
e revitalização.
Tratando-se, afinal, de um Município detentor de boa parte do vale e do rio Mondego; de quatro vilas históricas (Tentúgal, Pereira, Verride e Montemor-o-Velho); do maior castelo de Portugal e berço de inúmeras personagens de primeira linha da sua história (Fernão Mendes Pinto, Diogo de Azambuja, Jorge de Montemor, Fernão de Pina, Infante Dom Pedro…), entre outro valioso património histórico-cultural e arquitetónico, natural e construído; de uma esplêndida doçaria conventual em Tentúgal e Pereira, e ainda as pinhas de Montemor; do melhor arroz carolino do mundo segundo o proclamam os seus produtores; do único Centro Olímpico de Remo e Canoagem em Portugal e um dos melhores da Europa, não se percebe porque razão permanece esquecido e relegado para terceiro ou quarto plano.
E o pior é que, existindo, ainda que informalmente, um eixo Coimbra – Montemor-o-Velho - Figueira da Foz, constituído pelo rio Mondego, E.N.111, A14, A17, A1 e ferrovia – que reúne todas as condições para, apesar das “fronteiras” e do estatuto de cada município, potenciar, otimizar, gerar riqueza e notabilizar todo este território conhecido como baixo-mondego, a verdade é que, excetuando umas quantas interações administrativas decorrentes da Comunidade Intermunicipal, no que respeita a ações tendentes ao desenvolvimento efetivo e real, salvo uns almoços e jantares, cada qual trata das suas e não se associa no sentido de programar ações cujo alcance contemple estes três concelhos e outros pertencentes à Comunidade.
E é estranho, não hoje, mas há muito, que essa interação desejável entre municípios, recorrentemente apregoada e formalizada com pompa e circunstância, se resuma sempre a tentativas sem conteúdo nem continuidade, destinadas a não passarem de meros encontros narcísicos de Presidentes de Câmara (ex-Associação de Municípios do Baixo Mondego e Gândaras, Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, etc.), autênticas agências de lugarzecos para amigalhaços que nunca resultaram nem deram frutos, em meu entendimento pelas mesmas razões de sempre, ou seja, falta de vontade e excesso de sobranceria dos interlocutores, mais preocupados em se eternizarem nos cargos e se projetarem para futuros ainda melhor remunerados e mais próximos de outros patamares do poder.
Finalmente, realçar ainda o facto dessas
interações serem raras ou inexistentes, mesmo em municípios governados pelo
mesmo partido, exceção feita aos eventos gastronómicos, onde o porte de boa
parte dos autarcas diz bem qual o exercício que praticam… do arroz de lampreia,
chanfana, maranho, leitão, espumante, etc…, etc…
Manolo Sanlúcar (nascido Manuel
Muñoz Alcón, 24 de novembro de 1943 - 27 de agosto de 2022) foi um
compositor e guitarrista espanhol de flamenco.
Foi considerado um dos
compositores espanhóis mais importantes dos últimos tempos e, juntamente
com Paco de Lucía, Tomatito e Vicente Amigo,
uma das principais figuras na evolução da guitarra flamenca.
O professor de Sanlúcar foi seu pai, Isidro
Sanlúcar, padeiro e violonista à moda antiga, que frequentemente voltava para
casa com pessoas que gostavam de cantar e
tocar; desde a infância, ele era excecionalmente hábil em seguir seus
passos. Seus irmãos também decidiram pela mesma vocação, entre eles
Isidro.
Sanlúcar logo começou a pesquisar, sabendo que o
violão tinha infinitas possibilidades que mal haviam sido exploradas. A
mais ambiciosa de suas contribuições para a arte foi seu constante esforço para
integrar o flamenco na música sinfônica.
Várias obras de maior
interesse que colocaram seu nome entre os grandes compositores do nosso tempo
incluem: Fantasía para guitarra y orquesta, Trebujena, Medea e Soleá,
mostrando suas tentativas de fundir seu foco principal na música, e que
percorreu o mundo como um balé; Tauromagia ou Aljibe. Algumas
delas foram gravadas.
"Desejo que os
especialistas em música universal entendam que podem abordar o flamenco, para
que não o considerem algo tribal e atual, para que vejam um ramo da música no
flamenco que permite uma análise musical muito profunda e tem uma qualidade
poética e musical extraordinária".
Discutindo ainda mais, ele declarou mais tarde,
"O flamenco é uma
filosofia, a forma de pensar e sentir de todo um povo e sua tradição histórica.
Por isso sinto a necessidade de contar mais coisas sobre o flamenco com outras
sonoridades e levo para a orquestra e tento fazer com que a orquestra
toque siguiriyas,
mas tome nota, não para a orquestra acompanhar siguiriyas e um cantor, mas para
a orquestra assumir o sentimento do flamenco e, como se fosse um único
instrumento, contar esse espírito e som mágico do flamenco" .
Sanlúcar também compôs uma espécie de ópera flamenca sobre
uma ideia de Lebrijano, para ser tocada no palco, embora tenha sido
produzida: Ven y Sígueme.
Dois de seus discos mais aclamados pela crítica são Tauromagia (1988)
e Locura de Brisa y Trino. (2000) Atuou em alguns filmes.
Sanlúcar foi premiado com o Prêmio Nacional de Música da Espanha
para interpretação em 2000.
Discografia
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1968: Recital Flamenco
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1970: Inspirações
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1971: Mundo Y Formas De La Guitarra Flamenca Vol. EU
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1971: Mundo Y Formas De La Guitarra Flamenca Vol. II
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1972: Mundo Y Formas De La Guitarra Flamenca Vol. III
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1975:
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1975: Manola Sanlucar Rei do Flamenco Guitarra CBS
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1976: Sentimento
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1977: Fantasía Para Guitarra Y Orquesta
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1978: ...Y Regresarte (Homenaje A Miguel Hernandez)
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1979: Manolo Sanúcar no Japão
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1980: Candela
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1981: Azahares
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1982: Al Viento
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1982: Ven Y Sigueme
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1984: Trebujena
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1985: Testamento Andaluz
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1987: Medeia
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1988: Tauromagia
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1989: Sole
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1992: Aljibe
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2000: Locura De Brisa Y Trino
SINOPSE
Assim começa a crónica
escrita por Frei Julián no século XIII sobre o cruel cerco a Montségur e a luta
entre cátaros e católicos. Séculos depois, em 1939, um medievalista agnóstico
empreende uma perigosa viagem por uma Berlim nazi, em busca da mulher de origem
judia. Nos dias de hoje, um grupo de muçulmanos radicais imola-se em Frankfurt
e deixa atrás de si uma mensagem críptica que coloca em estado de alerta o
Centro Antiterrorista da União Europeia, cujos agentes - com o auxílio dos
serviços secretos do Vaticano - tentam desvendar um enigma que parece unir a
intolerância da Inquisição, o despotismo fascista e o integralismo islâmico
numa só frase: «Um dia, alguém vingará o sangue dos inocentes.»
Um muçulmano capturado por uma célula terrorista, um jesuíta especializado na
heresia, um conde francês obcecado por uma dramática herança familiar, um homem
misterioso - o Facilitador -, que na sombra manipula os fios do poder, bem como
uma intrépida jovem dos serviços antiterroristas protagonizam este livro
apaixonante acerca de vingança e traição, com o violento conflito entre Oriente
e Ocidente como pano de fundo. No seu romance mais maduro e ambicioso, Julia Navarro
surpreende-nos com uma aventura vertiginosa, que nos transporta a lugares como
Jerusalém, Granada, Roma ou Istambul, e tenta aprofundar as causas do fanatismo
religioso e da intolerância ao longo dos séculos.
Artigo
23.º
1.
Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições
equitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2.
Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho
igual.
3.
Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe
permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade humana, e
completada, se possível, por todos os outros meios de proteção social.
4.
Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se
filiar em sindicatos para defesa dos seus interesses.
O ex-líder soviético Mikhail Gorbachev, responsável por
encerrar a Guerra Fria sem derramamento de sangue, morreu hoje aos 91 anos,
segundo informou a agência de notícias russa Interfax.
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