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quarta-feira, abril 30

BARCAÇA_55

 


Dia da Mãe

Uma Celebração Universal

O Dia da Mãe é uma celebração universal que transcende culturas e fronteiras. É uma data para homenagear, agradecer e celebrar as mães e a maternidade de diversas formas. Independentemente das tradições e costumes específicos de cada região, o amor e a gratidão são os sentimentos que unem todas as celebrações do Dia da Mãe.

Origens e História

A origem do Dia da Mãe remonta a tempos antigos, com festivais e celebrações dedicados às deusas e figuras maternas. No entanto, a forma moderna do Dia da Mãe começou a ganhar popularidade no início do século XX. Nos Estados Unidos, por exemplo, Anna Jarvis foi a principal responsável pela criação do Dia da Mãe como um feriado oficial, em homenagem à sua própria mãe e a todas as outras mães.

Dia da Mãe na Poesia

Neste Jornal OnLine, não nos esquecemos de homenagear as mães, como podem verificar na seção dedicada à Poesia. Nesta seção especial, diversas obras literárias são apresentadas, capturando a essência e a beleza da maternidade. Poetas e escritores compartilham suas reflexões e sentimentos, proporcionando uma leitura emocionante e inspiradora.

Entre os diversos temas abordados pelos nossos colaboradores, podemos viajar pelo tempo, pela atualidade e pelos diversos olhares e opiniões muito próprias. Como seria Portugal se não tivesse acontecido o 25 de Abril? Mário Silva explora esta questão na PARTE IV “MANLIANENSES ILUSTRES”. Fernando Curado nos fala sobre quem foi o ilustre João Maria de Santiago Gouveia Lobo Prezado, enquanto Carla M. Henriques nos transporta para o meio dos arrozais e milharais, evocando o tão ilustre castelo de Montemor-o-Velho e as gentes que fizeram história por esses lados. Fagundo Azedo nos recorda o dia 28 de abril, quando Portugal ficou às escuras, e António Girão escreve uma crônica sobre uma escola onde o apagão não se sentiu.

Outros Temas e Reflexões

Outros temas abordados incluem o artigo de Apolinário Cabral que nos leva até o dia 18 de maio – Eleições. António Leal mergulha num passado que tantas alegrias deu a um povo ribeirinho e que tende a desaparecer – Pescador. Armando Costa discute eleições autárquicas à CMMV, com os três candidatos já conhecidos. E na parte da Poesia já referenciada, dedicada à Mãe, há a escolha da Livraria Poesia Algarve (Fátima Murta).

Música e Celebração

Para completar as celebrações, na seção de Música, destacamos a performance de Cesaria Évora – Live d’amor, que captura a emoção e a beleza deste dia especial através da música.

Conclusão

O Dia da Mãe é uma oportunidade para todos nós refletirmos sobre a importância das mães em nossas vidas e expressarmos nossa gratidão de maneira significativa. Que possamos aproveitar este dia para criar memórias duradouras e fortalecer os laços de carinho e amor com nossas mães. A todos os que nos seguem, desejamos boas leituras e um ótimo feriado. 

Feliz Dia da Mãe!

O 25 de abril visto por uma criança em 2025

Uma visão inocente e pura da Revolução dos Cravos

Era uma manhã ensolarada de 25 de abril de 2025, e Francisco, um menino curioso perto dos 16 anos, acordou com a excitação de um dia especial. O pai tinha-lhe contado histórias sobre a Revolução dos Cravos, um evento que ele ainda não compreendia completamente, mas que o fascinava imensamente.

Francisco foi até à sala onde estava a sua mãe a corrigir testes. “Mãe, hoje é o Dia da Liberdade, não é?” perguntou ele com os olhos brilhando de curiosidade. A mãe sorriu e acenou com a cabeça. “Sim, meu querido. Hoje celebramos a liberdade e a democracia que os nossos avós conquistaram para nós.”

Depois do pequeno-almoço, a família decidiu assistir ao desfile comemorativo na televisão. Francisco estava ansioso por ver os cravos vermelhos que, segundo o pai, simbolizavam a revolução pacífica que pôs fim à ditadura. Quando as imagens do desfile começaram a aparecer no ecrã, ele viu soldados marchando, pessoas a cantar e a dançar nas ruas de Lisboa, e muitas mãos segurando cravos vermelhos ao alto.

“Pai, o que foi mesmo a Revolução dos Cravos?” perguntou Francisco, tentando entender a importância daquele dia. O pai sentou-se ao seu lado e começou a contar a história mais uma vez. “Foi um dia muito importante. Em 1974, os militares e o povo português juntaram-se para acabar com uma ditadura que durava muitos anos. Não houve quase nenhuma violência, e foi por isso que usaram cravos, em vez de armas, para simbolizar a paz.”

Francisco imaginou-se naquela época, correndo pelas ruas e ajudando a distribuir cravos. Ele pensou em como seria viver num mundo onde não se podia falar livremente ou tomar decisões por si próprio. Sentia-se grato por viver num tempo em que podia ir à escola, brincar com os amigos e sonhar com o futuro sem medo.

Mais tarde, a família saiu para participar nas comemorações locais. As ruas estavam decoradas com bandeiras, e havia música e risos por toda a parte. Francisco pegou num cravo vermelho que uma senhora simpática lhe ofereceu e prendeu-o na sua camisa com orgulho. Ele sentiu-se parte de algo maior, algo que fazia parte da sua história e identidade.

Naquele dia, Francisco aprendeu que a liberdade não é garantida e que é preciso lembrar e honrar aqueles que lutaram por ela. Ele prometeu a si mesmo que, quando crescesse, iria contar esta história aos seus filhos, para que eles também soubessem o valor da liberdade e da democracia. E assim, com o coração cheio de esperança e gratidão, Francisco celebrou o 25 de abril como um verdadeiro cidadão do seu tempo.

MANLIANENSES ILUSTRES

Dr. José Augusto Peixoto de Almeida Ferreira Galvão

(1835-1905)

PARTE IV

A título de exemplo, vejam-se algumas das deliberações que tomou, enquanto presidente de câmara, buscando sempre o engrandecimento do concelho: a 19 de março de 1860 propõe à camara que “se representasse á Camara dos Senhores Deputados pedindo a factura da estrada de Coimbra á Figueira indicando a diretriz. A Camara acordou que assim se representasse”; a 2 de junho de 1860 propõe uma representação às “Cortes da Camara dos Deputados a fim de solicitarem do Governo de Sua Majestade o mandar fazer uma mota desde a barca da Lavandeira até á ponte da Lagoa que possa resguardar a feira das inundações do Mondego. Declarada urgente procedeu-se á sua fatura e assignada acordou a Camara que fosse enviada ao Deputado por este círculo; a 4 de fevereiro de 1861 propõe “uma representação a Camara dos Senhores Deputados pedindo que a estrada ou caminho de ferro venha pelo primeiro traçado que era Val de Louro, Alfarellos, Granja, Formoselha, Santo Varão e Pereira seguindo d’ahi a mesma margem do Mondego até defronte de Coimbra. A Camara reconhecendo a grande vantagem que os povos deste município tiravam d’uma tão boa e próxima via de comunicação acordou que assignada a mesma representação se lhe desse o destino competente”; a 23 de abril de 1866, constatando que, por ocasião da morte do Conde de Ferreira, este havia deixado “144:000.000 reis para construção de casas d’eschola na cabeça do concelho” propôs, tendo a vereação concordado, que se pedisse “aos testamenteiros a quota respectiva para a construção da casa da eschola obrigando-se a Camara a dar o terreno para a casa”; e a 24 de dezembro de 1887, em resposta a um ofício da comissão encarregue da nova circunscrição judicial, defende que sendo Montemor-o-Velho uma das melhores comarcas de 2.ª classe, não só pelo seu rendimento, como pelo facto de possuir uma localização privilegiada, entre as cidades de Coimbra e da Figueira da Foz, cortada por linhas férreas e “boas estradas a mac-a-dam”, fazia todo o sentido que nela fossem integradas as freguesias de Alfarelos, Granja do Ulmeiro e Brunhós, todas da comarca de Soure, passando a comarca manlianense a contar com mais um julgado de paz, seis no total.

Em reunião de câmara de 31.12.1898, o Dr. José Galvão ao despedir-se refere “que ao deixar a Camara, faltaria ao seu dever de gratidão se porventura não deixasse consignado por um modo bem claro, o seu profundo reconhecimento de gratidão, por a forma sempre correta e harmónica, como os seus colegas da Vereação sempre se houveram para com elle na realização de todos diferentes serviços municipais, compreendendo n’este seu agradecimento os Meritíssimos Administradores do Concelho tanto o transato Augusto Alfredo da Fonseca Vaz, como o actual Senhor Doutor João Rodrigues Nunes Costa, e bem assim todos os empregados, tanto da Secretaria como externos, que sempre o auxiliaram e coadjuvaram em todos esses diferentes serviços, de cuja boa camaradagem e bons ofícios, resultou que a Vereação, a que se honra de presidir, pudesse realizar as diferentes obras, e prestar ao Concelho os serviços, que bem patentes se mostram.

A Camara muito reconhecida ao seu presidente, resolveu por unanimidade dar-lhe um voto de louvor por o modo corretíssimo, e sempre conciliador, como encaminhou e levou a bom termo, todas as diferentes questões, que esta Camara tratou, no período da sua gerência de cuja harmonia e bom caminho, a Vereação tirou os magníficos frutos, que o Concelho esta colhendo, e abrange esse reconhecimento tanto os referidos magistrados administrativos como os diferentes empregados municipais.”

Mesmo um dos seus maiores opositores políticos, como o recém-eleito presidente da câmara, pelo Partido Progressista, comendador Dr. José Maria de Góis Mendanha Raposo, reconhece, em discurso proferido a 2 de janeiro de 1899, que “a todas as dificuldades apontadas, advém ainda a que nasce de ter deixado as cadeiras d’esta Camara, uma vereação ilustre, presidida por um cavalheiro ilustradíssimo o Exmo. Doutor José Augusto d’Almeida Ferreira Galvão, o qual com o seu grande zelo, tino administrativo e amor ao torrão pátrio, poude, com os parcos recursos da Camara, levar a cabo e dotar o concelho de grandes melhoramentos, tanto de viação, como gerais. E assim não pode deixar de mencionar a estrada que de Verride segue á Abrunheira, que começou e adiantou; a estrada e pontes, que concluiu n’aquella, que d’esta villa segue pelo Moinho da Mata, a entroncar na grande artéria do norte do concelho; a rua de S. Sebastião e aterro da feira e que liga esta villa com o Cazal Novo do Rio; e muitos outros, que seria impossível enumerar; atendeu aos reparos e construção de fontes e calçadas; iniciou e quase concluiu a mobília d’este grandioso edifício, que também tinha concluído.”

e.

JOÃO MARIA DE SANTIAGO GOUVEIA LOBO PREZADO – UM FIGUEIRENSE ILUSTRE


Santiago Prezado nasceu na Figueira da Foz a 9 de outubro de 1883.

Foi diplomata, político e escritor.

“Um artista temperado pela serenidade de um filósofo. Alma aberta a todos os ideias da Beleza, da Verdade e da Justiça. Ao contrário de tantos literatos que conhecemos, Santiago Presado intende que o artista deve possuir, ainda que em sumário, toda a ciência do seu tempo” (Almanaque da Praia da Figueira).

Em 1895, com apenas 12 anos, fundou o jornal infantil “A mocidade”.

Poeta desde muito jovem, publicou os "Primeiros Versos" aos 17 anos de idade.

Estudou no Colégio Militar e na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra a partir de 1902.

Teve papel ativo na famosa greve académica da Universidade de Coimbra em 1907.

Foi expulso da Universidade durante 2 anos, devido a uma polémica jornalística com um Lente.

Concluído o curso de Direito em 1908, com distinção, passou a residir em Munique, onde se terá relacionado com Vladimir Ilyich Ulianov, mais conhecido por Lenine.

Proclamada a República em 1910, foi terceiro secretário da Legação de Portugal em Madrid desde 26 de maio de 1911, 2º governador civil do Distrito do Funchal por nomeação de 29 de fevereiro de 1912 e segundo-secretário da Legação de Portugal em Madrid em 28 de dezembro do mesmo ano de 1912.

Em fevereiro de 1920 foi proclamado deputado pela Madeira (sem ter havido eleição, por ter sido o único candidato ao lugar que estava então vago).

Depois voltou à carreira diplomática, onde foi Ministro plenipotenciário e Chefe da 1ª Repartição dos Negócios Políticos e Diplomáticos em 5 de agosto de 1925.

Foi cofundador da revista “Seara Nova”, em Lisboa, onde colaborou como poeta logo no nº 1 de 15 de outubro 1921.

Na “Seara Nova” fraternizou com inúmeras personalidades literárias do seu tempo, como Aquilino Ribeiro, Jaime Cortesão, Câmara Reis, Raúl Brandão, António Sérgio e outros.

Após o golpe militar de 1926 participou ativamente na luta contra a Ditadura e em 1928 exilou-se em Paris onde permaneceu até 1933 (onde António Sérgio também esteve exilado de 1926 a 1933).

Integrou a Frente Popular Portuguesa, constituída em 1936, e o Movimento de Unidade Democrática, nascido a 8 de outubro de 1945, em Lisboa, no Centro Republicano Almirante Reis.

Apoiou as candidaturas à Presidência da República de Norton de Matos em 1949 e de Quintão Meireles em 1951.

(Norton de Matos desistiu, tendo Óscar Carmona sido reeleito para um quarto mandato; após a morte de Óscar Carmona, em 1951, foi eleito Craveiro Lopes).

Santiago Prezado foi um dos subscritores do Programa para a Democratização da República, em 1961, documento que teve como apresentantes e primeiros subscritores 61 personalidades, encabeçadas por Mário de Azevedo Gomes, Hélder Ribeiro e Mendes Cabeçadas.

Colaborou em diversas revistas e jornais, como a «Seara Nova», «Ilustração Portuguesa», «Gazeta da Figueira», «O Palhinhas», «Águia», «Atlântida», «Ideia Livre» e «Almanaque da Praia da Figueira».

Escreveu as seguintes obras: “Primeiros versos”(1902); “ O livro do amor e da natureza” (1912); “Doze canções d'amor do livro do amor e da natureza” (1914); “Entre a folhagem” (1924); “Livrinho memorial” (1925); “Auto dos Pastores Brutos” (1926); “Auto da pastora perdida e da velha gaiteira” (1944); “Joaninha dos olhos verdes” (1946); “Hespéride” (1946); “Pelo verde pinheiral florido : ai flores, ai flores do verde pyno” (1948); “D'a roda dos meses d'A horta do mestre Gil e mais” (1951); “Removendo os cadáveres : impressão de outono nos parques de Vichy” (1951); “O pinhal das dunas : é a luta heroica entre o pinhal e as dunas!” (1953); “Halo do Equinócio” (1958); “Portal do Estio” (1988, Ed. póstuma).

A peça de teatro “Auto da pastora perdida e da velha gaiteira” foi estreada em 24 de dezembro de 1944, no Teatro D. Maria II, pela Companhia Robles Monteiro-Amélia Rey Colaço, com os papéis desempenhados por Maria Barroso e Maria Clementina.

A Câmara Municipal da Figueira da Foz, no centenário do seu nascimento, editou a “Antologia de Circunstância” que ficara inédita.

Escreveu poesia até ao seu último dia de vida, "nenhum dia sem uma linha", pensando concluir a sua obra literária e publicá-la na íntegra, o que não conseguiu, porque o seu mundo desmoronou, e tudo perdeu, até a própria vida, em 26 de fevereiro de 1971.

Foi casado com Maria Dulce Montezuma Câmara Lobo Corte Real, filha de Isidora Cecília Montezuma Corte Real, de Coimbra, e de José Diniz Lobo Corte Real, natural da Figueira e empregado da Companhia dos Caminhos de Ferro da Beira Alta.

Era cunhado do Prof. Dr. Joaquim Mendes de Carvalho, ambos casados com duas irmãs, Irene e Maria Dulce.


Montemor-o-Velho, terra de gente bonita.

Terra onde vivi a minha adolescência, onde cresci, onde aprendi a ser quem sou. Terra dos meus avós, daqueles que já partiram, mas que tantas saudades deixam. Hoje escrevo um texto diferente.

Já nem sei há quanto tempo o Luiz me desafiou a escrever para o Barcaça, mas talvez tenha sido ele um dos grandes responsáveis por este caminho: por me ter incentivado a escrever com mais frequência, a dar voz aos meus sentimentos — de alegria, de tristeza, de esperança, aos pensamentos mais bonitos e aos menos fáceis.

Hoje escrevo sobre Montemor-o-Velho. A terra onde voltei — mesmo sem nunca ter verdadeiramente partido. Vivi vinte anos longe daqui. E embora não seja filha da terra no registo, Montemor-o-Velho é a minha raiz mais profunda.

É aqui que o meu coração bate mais forte.

É aqui que sempre me senti em casa.

Montemor-o-Velho é muito mais do que uma vila encantadora — é uma terra com alma, moldada pelas mãos de gerações que semearam sonhos e colheram histórias. É impossível falar de Montemor-o-Velho sem falar do seu castelo imponente, sentinela do tempo, testemunha silenciosa de conquistas, batalhas e promessas antigas. Do alto das suas muralhas, avistam-se os campos verdejantes do Mondego, as margens onde crescem arrozais que são vida e sustento desta terra. Montemor-o-Velho é a força da terra fértil. É o dourado dos arrozais no verão. É o brilho das águas do Mondego ao entardecer. É o cheiro a terra molhada, é o sopro quente do vento entre as ruelas de pedra. É também a tradição viva — celebrada em festas e romarias, na famosa Feira do Ano, no Festival do Arroz e da Lampreia, onde se exaltam os sabores únicos desta região, herdeiros de séculos de cultura gastronómica. É a força das associações culturais, da sua banda filarmónica, do teatro Ester de Carvalho, da dança, da música popular, de quem resiste e renova. É a hospitalidade das gentes — simples, verdadeiras, de sorriso aberto e mãos estendidas.

Gente que sabe receber, que sabe partilhar. É também uma terra de futuro: com projetos que ligam inovação e tradição, que mantêm viva a identidade sem esquecer que o caminho é em frente. Por aqui passaram reis e rainhas, guerreiros e camponeses, poetas e navegadores, figuras ilustres e simples anónimas que, cada um à sua maneira, deixaram a sua marca nesta terra. Cada pedra, cada campo, cada recanto de Montemor-o-Velho guarda uma história para contar. Uma história de coragem, de sonhos, de conquista. Por estas ruas caminhou Jorge de Montemor, o poeta renascentista que cantou os amores e desventuras na sua célebre obra Diana, deixando para sempre inscrito o nome desta terra na literatura.

Por aqui passou também Fernão Mendes Pinto, aventureiro e cronista das descobertas, cujo espírito inquieto e destemido ecoa ainda nas brisas que sopram sobre o Mondego.


E Montemor viu nascer Alves Barbosa, o ciclista lendário que levou o nome de Portugal — e desta terra — além-fronteiras, pedalando vitórias e orgulho por todo o país e pelo mundo.


E tantos outros passaram, tantos outros ficaram — figuras talvez menos conhecidas, mas não menos importantes. Homens e mulheres que construíram esta terra com as suas mãos calejadas, com a sua força, com o seu amor.

Montemor-o-Velho é feito deles, de todos nós.

É feito de histórias que o tempo não apaga.

É feito de raízes profundas, de memórias vivas. Montemor-o-Velho será sempre a minha terra. A terra do meu coração. Aquela que amo de paixão. A terra onde cresci. A terra onde aprendi a ser gente. A terra que me ensinou a amar as raízes, a viver em verdade, a respeitar o passado e a acreditar no futuro.

Montemor-o-Velho, para sempre em mim!


O Apagão Ibérico

O que se passou com o apagão ibérico?

No dia 28 de abril de 2025, a Península Ibérica foi atingida por um dos maiores apagões da sua história recente. Milhões de pessoas em Portugal e Espanha ficaram sem eletricidade durante várias horas, afetando residências, empresas e serviços públicos. O apagão provocou o caos em diversas cidades, com semáforos desligados, transportes públicos paralisados e comunicações interrompidas.

Causas do apagão

As causas do apagão ainda estão a ser investigadas, mas as primeiras análises apontam para uma falha técnica na rede de transmissão elétrica que interliga os dois países. Esta rede é vital para garantir a estabilidade do fornecimento de eletricidade na região, permitindo a partilha de recursos e a compensação de flutuações na produção e no consumo. Segundo especialistas, um problema num dos principais transformadores pode ter sido o responsável pelo colapso do sistema, desencadeando uma reação em cadeia que afetou várias subestações e linhas de transmissão.

A culpa "morre solteira"?

A expressão popular "a culpa morre solteira" é muitas vezes utilizada para descrever situações em que ninguém assume a responsabilidade por um problema. No caso do apagão ibérico, esta questão tem sido amplamente debatida. Embora as investigações ainda estejam em curso, há quem aponte para falhas de manutenção e gestão do sistema elétrico como possíveis causas do incidente. No entanto, até ao momento, não houve uma atribuição clara de culpa.

A resposta do governo

A resposta do governo ao apagão tem sido alvo de críticas. Muitos consideram que a comunicação oficial foi tardia e insuficiente, deixando a população desinformada e insegura. O primeiro-ministro de Portugal, em conjunto com o seu homólogo espanhol, convocou uma conferência de imprensa várias horas após o início do apagão, onde anunciou a criação de uma comissão de inquérito para apurar as causas do incidente e garantir que situações semelhantes não se repitam no futuro. Apesar destas medidas, a perceção pública é de que a reação das autoridades foi lenta e descoordenada.

Impactos do apagão

O apagão ibérico teve impactos significativos em diversas áreas. No setor económico, muitas empresas sofreram prejuízos devido à interrupção das atividades produtivas e ao fechamento temporário dos estabelecimentos comerciais. Nos hospitais, a falta de eletricidade obrigou à ativação de geradores de emergência, mas alguns serviços foram afetados. Além disso, a interrupção das comunicações dificultou a coordenação das operações de emergência e o atendimento aos cidadãos.

Reflexões finais

O apagão ibérico revelou fragilidades no sistema de transmissão elétrica da Península Ibérica e levantou questões sobre a eficácia da resposta governamental. Enquanto as investigações continuam, é essencial que as autoridades trabalhem para melhorar a infraestrutura elétrica e garantir uma comunicação mais rápida e transparente com a população em situações de emergência. Somente assim será possível evitar que a culpa "morra solteira" e restaurar a confiança dos cidadãos nos seus líderes e instituições.


O apagão europeu que não existiu na minha escola

Na manhã em que se falava de um apagão europeu, com cortes de energia generalizados e algum alarme nos meios de comunicação, a nossa escola esteve como sempre: com serenidade, organização e sentido de missão. O cenário de caos anunciado nunca passou de uma hipótese, porque aqui, na nossa escola, não houve qualquer apagão. Pelo contrário, houve luz — não só a natural que entrava pelas janelas, mas também a luz do trabalho em equipa, da criatividade e do compromisso com a educação.

Logo à entrada, sentia-se a normalidade. As salas de aula estavam impecavelmente limpas, prontas para a continuação de mais um dia de aprendizagem. Os professores, atentos e preparados, adaptaram com facilidade os seus planos, conscientes da possibilidade de falhas elétricas. Com recurso ao essencial — voz, quadro e papel —, conduziram as aulas com a mesma qualidade de sempre, provando que ensinar não depende só de tecnologia, mas sim de dedicação e presença.

O refeitório funcionou sem sobressaltos. As refeições estavam quentes e a horas, graças ao empenho da equipa de cozinha e à boa coordenação interna. O bar escolar, por sua vez, reinventou-se com simplicidade: em vez dos habituais registos electrónicos, usaram papel e caneta para anotar os pedidos, sempre com bom humor e eficácia.

Na secretaria, o trabalho continuou como habitualmente. Documentos foram tratados e as dúvidas esclarecidas. Nada parou. A equipa administrativa demonstrou, mais uma vez, que está sempre pronta para manter a escola a funcionar, mesmo quando as condições não são ideais.

As funcionárias da escola merecem também um destaque especial. Com profissionalismo e um sorriso no rosto, asseguraram a limpeza dos espaços, apoiaram os alunos e os professores, e mostraram, como tantas vezes, que são pilares discretos mas fundamentais da vida escolar.

A direcção esteve, desde o primeiro momento, atenta e presente. Informou, coordenou, tranquilizou. A comunicação interna foi clara e eficaz, evitando confusões e mantendo toda a comunidade escolar alinhada. A antecipação e o planeamento fizeram toda a diferença.

E os alunos? Esses, como só as crianças sabem ser, viveram o dia com curiosidade e entusiasmo. Houve as actividades normais, sem sobressaltos e com felicidade partilhada, como crianças que são. As alternativas criadas revelaram-se oportunidades de aprendizagem diferentes, mas igualmente ricas. Afinal, também se aprende quando saímos da rotina.

O "suposto apagão europeu" tornou-se, para nós, um dia como tantos outros — talvez até melhor. Foi a prova de que, mesmo quando o mundo lá fora parece inquieto, dentro destas paredes reina a tranquilidade, a confiança e a vontade de fazer acontecer.

Viva a escola da tranquilidade.

Eleições em Portugal

Uma análise das eleições e das causas defendidas pelos partidos

Sondagens Eleitorais

As eleições em Portugal estão a gerar grande expectativa e debate. As sondagens mais recentes indicam uma corrida acirrada entre os principais partidos. O Partido Socialista (PS) e o Partido Social Democrata (PSD) continuam a ser os principais concorrentes, enquanto partidos como o Bloco de Esquerda (BE), o Partido Comunista Português (PCP), e o Chega também mostram uma presença significativa nas intenções de voto.

Partido Socialista (PS)

Saúde

O PS tem defendido uma melhoria significativa no Sistema Nacional de Saúde (SNS). Promete reforçar os recursos humanos, investir na formação e nas condições de trabalho dos profissionais de saúde, além de aumentar o financiamento para assegurar um serviço de qualidade e acessível a todos os cidadãos.

Justiça

Na área da justiça, o PS propõe uma modernização dos tribunais e dos processos judiciais, com a incorporação de novas tecnologias para agilizar os procedimentos. Defende também uma maior transparência e independência do sistema judicial.

Habitação

Em relação à habitação, o PS propõe a construção de mais habitação pública, a reabilitação de imóveis degradados e a promoção de políticas que incentivem o arrendamento a preços acessíveis, garantindo o direito à habitação para todos.

Partido Social Democrata (PSD)

Saúde

O PSD pretende implementar uma reforma estrutural no SNS, focando-se na descentralização dos serviços de saúde e na parceria com o setor privado para aumentar a eficiência e a capacidade de resposta.

Justiça

Para a justiça, o PSD defende a simplificação dos processos judiciais e uma maior celeridade nos julgamentos. Propõe também o combate à corrupção e medidas para garantir uma maior independência dos órgãos judiciais.

Habitação

O PSD propõe incentivos para a construção de novas habitações e a promoção de políticas que facilitem o acesso ao crédito habitação, especialmente para os jovens e famílias de rendimentos baixos e médios.

Bloco de Esquerda (BE)

Saúde

O BE defende um SNS 100% público, com financiamento adequado que permita uma oferta de cuidados de saúde de qualidade. Propõe a exclusão de parcerias público-privadas e o aumento da capacidade de resposta dos serviços públicos de saúde.

Justiça

Para a justiça, o BE propõe a reforma do sistema prisional e a eliminação das desigualdades no acesso à justiça, com medidas que assegurem uma maior justiça social e proteção dos direitos fundamentais.

Habitação

Em termos de habitação, o BE defende políticas que garantam habitação acessível para todos, com uma forte aposta na construção de habitação pública e na regulação dos preços do mercado imobiliário.

Partido Comunista Português (PCP)

Saúde

O PCP promove um reforço substancial do SNS, com a contratação de mais profissionais de saúde e o aumento do financiamento e dos recursos disponíveis para os hospitais e centros de saúde.

Justiça

Na justiça, o PCP defende a democratização dos tribunais e uma maior transparência nos processos judiciais. Propõe também medidas para garantir a equidade no acesso à justiça, independentemente da condição social dos cidadãos.

Habitação

Para a habitação, o PCP sugere a construção massiva de habitação pública e a implementação de medidas para controlar a especulação imobiliária, garantindo que todos tenham acesso a uma habitação digna.

Chega

Saúde

O Chega propõe uma revisão do SNS, com a introdução de medidas que aumentem a eficiência e reduzam os gastos desnecessários. Defende também uma maior colaboração com o setor privado para melhorar a oferta de serviços de saúde.

Justiça

Para a justiça, o Chega sugere penas mais duras para crimes graves e a reforma do sistema judicial para reduzir a burocracia. Propõe também o combate eficaz à corrupção e à criminalidade organizada.

Habitação

Em relação à habitação, o Chega defende políticas que promovam a construção de novas habitações e que incentivem o mercado de arrendamento privado, com menos intervenção estatal.

Conclusão

As eleições em Portugal são um momento crucial para determinar o futuro do país em áreas chave como a saúde, a justiça e a habitação. Cada partido apresenta propostas distintas que refletem as suas ideologias e prioridades. Os eleitores devem avaliar cuidadosamente as posições de cada partido para fazer uma escolha informada que beneficie a sociedade como um todo.

A Vida dos Pescadores do Mondego: Passado e Presente

Barca, Montemor-o-Velho e Ereira

O Rio Mondego, o maior rio que corre inteiramente em território português, tem sido uma fonte de sustento e riqueza para as comunidades ao seu redor. As localidades de Barca, Montemor-o-Velho e Ereira, situadas nas margens deste rio, testemunharam gerações de pescadores moldando suas vidas em torno das águas do Mondego. Este documento explora a vida passada desses pescadores e as dificuldades que enfrentam atualmente.

A Vida Passada dos Pescadores do Mondego

Barca

No passado, Barca era um pequeno enclave de pescadores cuja vida girava em torno das marés e das estações de pesca. Os pescadores utilizavam técnicas tradicionais, como a utilização de redes de arrasto e armadilhas para capturar uma variedade de peixes e mariscos. A comunidade era unida, com famílias inteiras envolvidas na pesca e na venda do pescado nos mercados locais. As barcas construídas artesanalmente eram uma visão comum, e a habilidade de construí-las e mantê-las passava de geração em geração.

Montemor-o-Velho, com seu castelo histórico e paisagens pitorescas, também abrigava uma comunidade pesqueira robusta. Os pescadores aqui eram conhecidos por suas habilidades na pesca de enguias e outros peixes de rio. A pesca era realizada principalmente durante o amanhecer e o entardecer, quando os peixes estavam mais ativos. As margens do Mondego em Montemor-o-Velho eram repletas de pequenas embarcações e redes secando ao sol, enquanto as crianças brincavam nas águas rasas e aprendiam os segredos da pesca com seus pais e avós.

Ereira

Ereira, uma aldeia pitoresca no concelho de Montemor-o-Velho, tinha uma relação intrínseca com o rio Mondego. Os pescadores de Ereira eram conhecidos por suas técnicas de pesca sustentável, garantindo que as populações de peixes se mantivessem saudáveis para as gerações futuras. As feiras locais eram um ponto de encontro onde os pescadores vendiam seu pescado fresco e trocavam histórias de suas aventuras no rio. A vida em Ereira era simples, mas rica em tradição e comunidade.

As Dificuldades Atuais dos Pescadores do Mondego

Impacto Ambiental

Nos tempos modernos, os pescadores do Mondego enfrentam desafios significativos devido às mudanças ambientais. A poluição das águas do rio, resultante do descarte inadequado de resíduos industriais e agrícolas, tem afetado a qualidade do pescado e a saúde do ecossistema. A diminuição dos níveis de água, causada por barragens e mudanças climáticas, também tem impactado negativamente as populações de peixes.

Competição e Sustentabilidade

A competição com a pesca industrial tem sido outro desafio. As grandes empresas de pesca, com seus equipamentos modernos e capacidade de captura em larga escala, têm reduzido as margens de lucro dos pescadores tradicionais. Além disso, a necessidade de práticas de pesca sustentável para preservar as populações de peixes tem levado à implementação de regulações mais rigorosas, dificultando a vida dos pescadores que dependem diretamente do rio para sua subsistência.

Economia e Modernização

A economia globalizada e a modernização também têm afetado os pescadores do Mondego. Muitos jovens das comunidades pesqueiras estão optando por carreiras fora da pesca, buscando empregos que ofereçam maior estabilidade financeira e menos incerteza. Isso tem levado a um envelhecimento da população de pescadores, colocando em risco a continuidade das tradições pesqueiras.

Conclusão

A vida dos pescadores do Mondego, em Barca, Montemor-o-Velho e Ereira, tem sido marcada por uma rica tradição de habilidades e conhecimentos passados de geração em geração. No entanto, os desafios modernos ameaçam essa forma de vida, exigindo uma adaptação contínua e esforços para garantir a sustentabilidade das atividades pesqueiras. A preservação das tradições e a proteção do ambiente do Mondego são cruciais para o futuro dessas comunidades e para a manutenção de sua herança cultural única.

Montemor-o-Velho e a Preparação para as Eleições Autárquicas

Candidatos e Opções Programáticas


O candidato do Partido Socialista é José Veríssimo

A candidata do Partido Social Democrata é Maria João Sobreiro

A candidato da CDU é Daniel Reis Nunes


Montemor-o-Velho e a Preparação para as Eleições Autárquicas

Candidatos e Opções Programáticas

Montemor-o-Velho, uma pitoresca vila situada na região central de Portugal, prepara-se para mais uma eleição autárquica. As eleições locais são um momento crucial para a comunidade, pois determinam o rumo da governança municipal nos próximos quatro anos. Este ano, os eleitores terão várias opções de candidatos, cada um apresentando um conjunto de propostas e visões para o futuro da vila.

Partido Socialista (PS)

O candidato do Partido Socialista é José Veríssimo, atual vice-presidente da Câmara de Montemor-o-Velho

À Lusa, José Veríssimo argumentou que, nos últimos 15 anos, o Partido Socialista “fez um grande trabalho, mudou Montemor-o-Velho e fez obras estruturantes”, após ter conseguido ultrapassar as dificuldades financeiras da autarquia com as quais o executivo foi confrontado.

O programa do PS foca-se em:

·     Desenvolvimento Sustentável: Implementação de políticas ambientais para promover a sustentabilidade local.

·     Infraestruturas: Melhoria das infraestruturas, incluindo a requalificação de estradas e espaços públicos.

Educação: Investimento em escolas e programas educativos.

Partido Social Democrata (PSD)

A candidata do Partido Social Democrata é Maria João Sobreiro é candidata a Montemor-o-Velho pelo PSD, que promete trazer uma nova visão para Montemor-o-Velho. Maria João Sobreiro, de 40 anos, é recandidata pelo PSD à Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, no distrito de Coimbra. Licenciada em Direito e ex-advogada, desempenha atualmente funções como técnica superior na autarquia da Figueira da Foz.

Com um percurso marcado pela militância no PSD, foi presidente da concelhia do partido e tem defendido uma mudança na gestão municipal, apostando numa maior proximidade com a população. 

O programa do PSD inclui:

A sua candidatura assenta na necessidade de dinamizar o concelho, promovendo melhores acessibilidades, um maior apoio às Juntas de Freguesia e às associações locais, bem como na implementação de medidas que incentivem a fixação de novos residentes.

Outro dos pontos centrais da sua candidatura é a revitalização do castelo de Montemor-o-Velho, um património histórico datado do século IX. A candidata defende a criação de um programa cultural que potencie a utilização do espaço ao longo de todo o ano, com iniciativas que promovam a identidade local e atraiam visitantes.

Coligação Democrática Unitária (CDU)

A candidato da CDU é Daniel Reis Nunes, que apresenta um programa focado em:

Serviços Públicos: Reforço dos serviços públicos, especialmente na área da saúde e educação.

Mobilidade: Desenvolvimento de soluções de mobilidade sustentável.

Cultura e Património: Valorização do património histórico e cultural da vila. A CDU anunciou em Março a candidatura de Daniel Nunes, professor do ensino secundário, de 35 anos, à Câmara de Montemor-o-Velho, no distrito de Coimbra, com o objetivo de recuperar um lugar na vereação perdido em 2013.

Em declarações à agência Lusa, o candidato da CDU, que é militante do PCP e repetente na candidatura a Montemor-o-Velho (em 2021 falhou a eleição por cerca de 2% dos votos) assumiu que o objetivo passa por conseguir ser eleito vereador.

“Ficamos muito perto e pensamos, até pela saída do atual presidente, que há aqui uma oportunidade”, argumentou Daniel Nunes.

O PS lidera a Câmara Municipal de Montemor-o-Velho há três mandatos consecutivos, tendo, em 2021, elegido quatro vereadores (50,61%), contra três da lista de coligação PSD/CDS-PP (32,48%), sendo que o presidente Emílio Torrão não se pode recandidatar por ter atingido o limite de mandatos, dando lugar nas próximas eleições ao seu vice-presidente José Veríssimo.

O professor de História do ensino secundário e membro do Conselho Nacional da Fenprof (Federação Nacional de Professores) indicou ainda que outros propósitos da sua candidatura passam por promover a instalação de novas empresas e criação de emprego naquele concelho do Baixo Mondego, para contrariar a alegada tendência de perda de população da vila de Montemor-o-Velho.

A renovação da rede escolar e de creches concelhia é outra das preocupações do candidato da CDU, bem como os transportes públicos “que não existem”, argumentou.

“Há freguesias onde o autocarro vai apenas uma vez, de manhã e ao final do dia, para levar e trazer as crianças da escola”, notou.

Especificou que a sua candidatura partiu de uma análise feita pelo partido, que concluiu pela falta de obras estruturais, nos últimos três mandatos, por parte do executivo socialista de Montemor-o-Velho.

“Não há qualquer projeto de futuro, é um executivo muito virado para festas e eventos. E com a candidatura do vice-presidente há poucas novidades, não esperamos grandes diferenças porque a equipa se mantém”, enfatizou.

Segundo a nota da CDU, o candidato camarário é natural de Verride, localidade localizada na margem esquerda do Mondego, em Montemor-o-Velho, e “sempre teve a sua vida ligada à defesa da cultura, da educação e dos direitos das populações”.

Licenciado em História e Geografia, Mestre em Ensino de História, Pós-Graduado em História Contemporânea e atualmente aluno do Mestrado em Administração e Gestão Escolar, Daniel Nunes “construiu um percurso marcado pelo compromisso com a comunidade e a participação ativa na sociedade”.

O candidato esteve ainda envolvido no associativismo local e estudantil, tendo sido presidente do núcleo de estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e vice-presidente e tesoureiro da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra.

 

Opções Programáticas

Cada candidato apresenta um conjunto de propostas que refletem suas prioridades e visões para o desenvolvimento de Montemor-o-Velho. Os eleitores terão a oportunidade de decidir qual programa melhor atende às necessidades da comunidade.

Desenvolvimento Sustentável

Vários candidatos destacam a importância do desenvolvimento sustentável, propondo políticas ambientais que promovam a sustentabilidade local e a preservação do meio ambiente.

Infraestruturas

A melhoria das infraestruturas é uma prioridade comum. Propostas incluem a requalificação de estradas, criação de novos espaços públicos e investimentos em transporte público.

Educação e Saúde

Investimentos na educação e saúde são centrais nos programas de vários candidatos, com propostas para melhorar escolas, construir novos centros de saúde e garantir acesso a serviços de qualidade.

Economia e Turismo

A promoção da economia local e do turismo é outra área de foco. Propostas incluem incentivos fiscais para empresas, programas de formação e iniciativas para atrair turistas.

Habitação e Inclusão Social

Garantir habitação acessível e promover a inclusão social são temas recorrentes. Propostas incluem políticas de habitação, programas de apoio social e iniciativas para aumentar a diversidade e inclusão.

Em suma, as próximas eleições autárquicas em Montemor-o-Velho apresentam uma variedade de candidatos e programas, oferecendo aos eleitores a oportunidade de escolher a direção futura da vila com base nas prioridades e visões de cada candidato.


POESIA

Sabem a sal e a sol

os campos da minha terra

tudo sabe a rosas, a flores, a liberdade…

E há no ar e no céu um aroma

a rosmaninho e a alecrim

e a rosas…

Sabe a mar o meu país de abril…

Ah, como eu te quisera

assim sempre florido e viçoso,

com promessas quentes de sol

em cada esquina

e sorridentes os rostos em cada lugar…

Há sorrisos húmidos

rasgados de ternura em torno de um abraço …

E os olhos rasos de sol e de alegria

com cravos e rosas

florindo deslumbrados ao sol

de inverno

descobrem a chegada da primavera …

Surgem então aves delirantes

rasando a vida, rasgando o sol…

E olhos ávidos e sedentos

na espera atenta de promessas por cumprir …

Vê-se daqui o mar,

sempre o mar, o mar e a bruma…

Mar de outrora de hoje …

Hoje, sem bruma, só

a branca espuma das ondas …

Mar de sol, mar de vida, mar de encontro,

mar nosso…

Ecos de vida

tão próximos distantes

florindo expectantes ao sol

em mim.

SER MÃE

Ser mãe é gerar,

Ser mãe é fazer nascer,

Ser mãe é embalar,

Ser mãe é afagar,

Ser mãe é ver crescer,

Ser mãe é acompanhar,

Ser mãe é saber perdoar,

Ser mãe é estar aqui,

Ser mãe é partilhar,

Ser mãe é amar...


Ser mãe é ser mais alto

do que qualquer outra coisa,

Ser mãe é saber tocar

no teu coração pequenino,

Ser mãe é conseguir que o sonho

se transforme em realidade,

Ser mãe não é mais nem menos...

Ser mãe é ser CRIANÇA!!!


Por isso,

Como mãe grito ao mundo,

CRIANÇA:

Por ti todos os céus terão estrelas,

Por teu amor hei-de merecê-las....

Querida Mãe,

 

Hoje não escrevo por nenhuma data especial. Escrevo simplesmente porque o meu coração pediu. Porque há momentos em que o amor transborda, e o silêncio já não chega para o conter.

Quero agradecer-te. Por tudo. Pelas vezes que te calaste para me ouvires. Pelas noites mal dormidas por minha causa. Pelo colo que sempre esteve lá, mesmo quando eu achava que já não precisava. Pelas tuas palavras certeiras, mesmo quando doíam. Pelo teu exemplo de força, pela tua coragem disfarçada de rotina, pelo teu jeito de amar sem fazer alarde.

Sei que nem sempre fui fácil. Sei que, às vezes, me afastei, respondi torto, ou não vi o quanto te esforçavas. Mas mesmo assim, tu estavas lá. Com esse amor tão inteiro, tão teu, tão nosso.

És a minha casa. És o chão firme quando tudo à volta parece desabar. És a mulher que me ensinou, sem manuais, que amar é cuidar, é resistir, é nunca desistir.

Se eu for um dia metade do que tu és, já serei imensa.

Obrigada por tudo, Mãe. Por seres luz nos meus dias nublados. Por seres abraço nos meus silêncios. Por seres tu.

Com todo o meu amor,

Tua filha

À MINHA MÃE

Mãe

Nunca é demais dizer-te

Quanta falta me fazes

Que penso em ti todos os dias

Que foste a melhor pessoa

Que conheci…

Que eu não seria nada sem ti!

Tuas mãos amadas sempre me afagaram

Teus braços de amor, sempre me abraçaram

Tuas palavras doces, sempre me acariciaram

Sabes mãe? Sempre te amei muito…

Sempre vivemos como as melhores amigas

Confidentes, sempre muito unidas…

Eu sabia que ia doer

Que a tua partida

Me faria sofrer… Muito!

Mas nunca pensei

Que passado todo este tempo

Eu sinta esta falta de metade de mim

Esta nostalgia sem ter fim…

Esta saudade que me arrasa

Por momentos… Nem sei de mim!…

Não são lamentos…

São saudades… Muitas saudades!

Quem sabe um dia te volte a ver?

Eu quero viver… muito… até ser velhinha…

Mas não minto quando digo…

Que esperes por mim mãezinha

Para nos abraçarmos… um dia!

LIVROS

LIBERDADE

Preso ao meu pensamento

este canto de saudade

segue um trilho sem idade

como se fora um lamento

 

Preso ao encantamento

este grito de solidão

segue um sonho em botão

como se fora um tormento

 

Preso ao fingimento

este rasgo de vendaval

segue antes do temporal

como se fora aquém do tempo

 

Preso ao esquecimento

esta lágrima silenciosa

segue o mistério da rosa

por quem, presa, já me vejo

em movimento.

Pag.128 "COM PERFUNE DE LIMÃO



MÚSICA





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