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quinta-feira, julho 31

BARCAÇA_58




 

Barcaça 58, falar da nossa terra dos nossos olhares e das palavras que nos descrevem amor, felicidade e amizade tudo isso está conjugado nesta barcaça, com vários tipos de abordagens pela história e dos monumentos da nossa Vila e Cidade da Figueira da Foz.

Como estamos em tempo de campanha é informada as candidaturas que até agora se perfilam à CMMV- (Câmara Municipal de Montemor-o-Velho e na próxima edição falaremos dos candidatos à Câmara Municipal da Figueira da Foz.

Nos Pontos Sem Fim, uma panorâmica da Política atual Portuguesa.

Mário Silva na Parte VII dos Manlianenses Ilustres.

Carla M. Henriques fala-nos do seu coração do seu amor, de tristeza e de esperança nunca por nunca esquecendo os filhos. Fernando Curado leva-nos aos tempos do Casino Oceano que foi construído em 1898. Já António Girão leva-nos ao seu passado e do “Mi Padrinho”

Poesia como sempre as nossas colaboradoras com uma escrita muito própria falam-nos dos silêncios do medo, de pessoas especiais e do tempo que importância tem as transformações do nosso corpo...deixar florir.

Na música um dos maiores compositores Chopin, 4 horas por suas obras mais relaxantes — e pelo espírito de muitos grandes compositores — dissipará distrações e despertará a clareza.

Na Livraria com os tempos de mudança e o surgimento da Extrema Direita nunca esquecer outros tempos. – 𝙊 𝘼𝙣𝙟𝙤 𝙙𝙚 𝙑𝙖𝙧𝙨ó𝙫𝙞𝙖 conta a história verídica da mulher que salvou mais de 2500 crianças durante o período negro da Segunda Guerra Mundial.

Boas leituras






Autárquicas. CDU candidata professor Daniel Nunes à Câmara de Montemor-o-Velho




O candidato, que é militante do PCP e repetente na candidatura a Montemor-o-Velho (em 2021 falhou a eleição por cerca de 2% dos votos), assumiu que o objetivo passa por conseguir ser eleito vereador.

  • A CDU anunciou a candidatura de Daniel Nunes, professor do ensino secundário, de 35 anos, à Câmara de Montemor-o-Velho, no distrito de Coimbra, com o objetivo de recuperar um lugar na vereação perdido em 2013.
  • 𝗔𝘂𝘁𝗮́𝗿𝗾𝘂𝗶𝗰𝗮𝘀 𝟮𝟬𝟮𝟱

    𝗣𝗦 𝗠𝗼𝗻𝘁𝗲𝗺𝗼𝗿-𝗼-𝗩𝗲𝗹𝗵𝗼 𝗱𝗮́ 𝗺𝗼𝘀𝘁𝗿𝗮𝘀 𝗱𝗲 𝘂𝗻𝗶𝗮̃𝗼 𝗲 𝗳𝗼𝗿𝗰̧𝗮 𝗿𝘂𝗺𝗼 𝗮̀𝘀 𝗮𝘂𝘁𝗮́𝗿𝗾𝘂𝗶𝗰𝗮𝘀!


    📍A Quinta do Taipal foi, este sábado, palco de um encontro marcante: cerca de 200 apoiantes da candidatura de José Veríssimo à Câmara Municipal de Montemor-o-Velho reuniram-se num momento de convívio, confiança e preparação para o futuro.

    Entre os presentes estiveram o Presidente da Federação Distrital de Coimbra do PS, João Moura Portugal, os 5 primeiros elementos candidatos das listas às Juntas de Freguesia, elementos da Comissão Política Concelhia, Assembleia Municipal, candidatos das últimas eleições e membros da Comissão de Honra, como Gabriela Sousa, Manuel Veríssimo, José Marques, Emílio Torrão e Fernando Ramos – entre muitos outros.

    Diana Andrade líder da Comissão Política Concelhia de Montemor- o-Velho, Patrícia Rocha, líder das Mulheres Socialistas e Diana Viera, líder da Juventude Socialista, marcaram igualmente presença neste evento.

    ✅Com destaque para a presença de cerca de 70 jovens, o ambiente foi de festa, entusiasmo e motivação. O PS mostrou que está mais vivo do que nunca e pronto para os desafios das próximas eleições.

    A apresentação do hino oficial da campanha, intitulado "Força que se sente", da autoria de Cláudio Dias – foi um dos momentos altos desta iniciativa que mostrou a força que se sente em Montemor-o-Velho.





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A Política Portuguesa no Momento Atual

Análise, Desafios e Perspetivas

A política portuguesa encontra-se, no momento atual, num ponto de inflexão, marcado por uma complexa teia de fatores económicos, sociais e institucionais. O país, com mais de oito séculos de história, atravessa uma fase de profundas mudanças e desafios, impulsionados tanto por dinâmicas internas quanto pelo contexto internacional. Este texto procura traçar um retrato abrangente da situação política em Portugal, abordando os principais atores, temas em destaque, os desafios contemporâneos e as perspetivas para o futuro próximo.

O Panorama Político Atual

O sistema político português assenta numa democracia parlamentar, resultante da Revolução dos Cravos de 1974. Desde então, o país consolidou instituições democráticas e integrou-se plenamente na União Europeia. Nos últimos anos, a política nacional tem sido marcada por uma alternância entre os dois maiores partidos: o Partido Social Democrata (PSD e o Partido Socialista (PS).

Após as eleições legislativas mais recentes, o cenário político caracterizou-se pela ausência de maiorias absolutas e por uma maior fragmentação parlamentar. A AD consegue ser o partido mais votado, mas com a necessidade de acordos o que torna muito difícil os trabalhos porque no meio aparece o CHEGA partido que ainda não sabemos ao que vem... (hoje carne amanhã peixe). Esta necessidade de diálogo reflete-se numa cultura política de compromisso, mas também em episódios de instabilidade e negociações intensas.

Atores e Partidos Principais

·     Partido Socialista (PS): O PS tem sido o principal partido de governo, defendendo políticas de centro-esquerda, com ênfase no Estado Social, saúde pública, educação, e justiça fiscal.

·     Partido Social Democrata (PSD): Tradicionalmente a principal força da oposição, agora como Governo, o PSD posiciona-se no centro-direita, defendendo uma abordagem mais liberal na economia e maior rigidez orçamental.

·     Chega: De orientação populista de direita, o Chega tem vindo a aumentar a sua representação parlamentar, trazendo para o debate temas como a imigração, a criminalidade e a contestação ao “sistema”.

·     O Livre com uma votação em crescimento já o mesmo não aconteceu com o Bloco de Esquerda (BE)que se ficou com um único deputado, a CDU: Ambos de esquerda, defendem políticas de justiça social, direitos laborais e ambientais.

·     Iniciativa Liberal (IL): Um partido recente com crescimento rápido, defende o liberalismo económico e a redução do papel do Estado.

·     PAN e outros partidos: O Partido Pessoas-Animais-Natureza e outras formações de menor dimensão têm contribuído para diversificar o debate parlamentar.

Principais Temas em Debate

Economia e Orçamento do Estado

Portugal enfrenta o desafio de equilibrar a disciplina orçamental com a necessidade de investir em áreas estratégicas como saúde, educação, ciência e inovação. O crescimento económico, fortemente dependente das exportações e do turismo, tem sido afetado pelos choques externos, como a pandemia da COVID-19 e as flutuações económicas globais. O debate sobre o aumento dos salários, o combate à precariedade laboral e o impulso à economia verde está no centro da agenda política.

Habitação

A crise da habitação tornou-se um dos temas mais sensíveis. O aumento dos preços das rendas e das casas tem gerado dificuldades para as famílias e jovens, alimentando debates sobre o papel do Estado na regulação do mercado imobiliário, o arrendamento acessível, e políticas de incentivo à construção e reabilitação urbana.

Saúde

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) enfrenta pressões crescentes, com falta de profissionais, listas de espera e necessidades de investimento em infraestruturas. A pandemia revelou fragilidades e acelerou discussões sobre a modernização dos serviços, a cooperação com o setor privado e a sustentabilidade financeira do SNS.

Educação

A educação permanece no centro das preocupações, com discussões sobre a valorização dos professores, o combate ao abandono escolar, o reforço da investigação científica e a digitalização do ensino. O acesso igualitário e a qualidade do ensino são assuntos recorrentes no debate público.

Justiça e Segurança

O sistema judicial português é frequentemente criticado pela morosidade, falta de recursos e complexidade processual. A questão da corrupção, o combate ao crime económico e à violência, e a confiança nas instituições são temas essenciais. Simultaneamente, discute-se a necessidade de modernizar polícias e tribunais.

Desafios Demográficos

Portugal enfrenta um envelhecimento demográfico acentuado e baixas taxas de natalidade. A sustentabilidade da Segurança Social, a integração de imigrantes e a fixação de jovens qualificados são preocupações presentes nas políticas públicas.

Alterações Climáticas e Sustentabilidade

As questões ambientais ganharam proeminência, com o compromisso de atingir a neutralidade carbónica até 2050. O país aposta nas energias renováveis, na mobilidade sustentável e na proteção dos recursos naturais. O tema cruza-se com políticas de desenvolvimento rural, incêndios florestais e gestão da água.

O Papel de Portugal na União Europeia e no Mundo

Portugal valoriza fortemente a sua pertença à União Europeia, beneficiando de fundos estruturais e participando ativamente na construção das políticas comunitárias. O país tem defendido posições de solidariedade europeia, integração económica, resposta conjunta a crises (como a pandemia e o conflito na Ucrânia), e aposta numa política externa de diálogo, nomeadamente com os países de língua portuguesa e as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo.

Nos últimos tempos, o debate sobre o futuro da União Europeia e questões como a autonomia estratégica, a transição energética, a segurança e defesa, e a gestão das migrações, têm tido eco na política nacional.

Desafios Recentes e Crises Políticas

O cenário político português não ficou imune a escândalos, investigações judiciais e episódios de instabilidade governativa. A exigência de maior transparência, ética e responsabilidade por parte dos decisores políticos tem sido reiterada por vários setores da sociedade civil. Episódios de demissões, remodelações governamentais e dissidências partidárias contribuíram para uma sensação de incerteza e exigiram respostas rápidas e eficazes das instituições democráticas.

Papel dos Media e da Sociedade Civil

A sociedade portuguesa mostra-se cada vez mais participativa, com movimentos de cidadãos, associações e ONGs a intervirem no debate público. Os meios de comunicação social desempenham papel central na informação, mas também são alvo de críticas quanto à superficialidade e polarização de conteúdos, alimentando debates sobre literacia mediática e transparência.

Desafios e Perspetivas Futuras

O futuro da política portuguesa dependerá da capacidade de enfrentar, em conjunto, desafios estruturais como a inovação económica, a coesão social, a sustentabilidade ambiental e a credibilização das instituições. O combate à abstenção eleitoral, o envolvimento dos jovens na vida política e a criação de condições para uma cidadania ativa são desafios essenciais.

As perspetivas apontam para a necessidade de reformas profundas e de um novo pacto social, que responda às exigências de um mundo em rápida evolução. O diálogo entre partidos, a estabilidade governativa e o reforço da confiança nas instituições serão determinantes para garantir a prosperidade e a justiça social.

Conclusão

A política portuguesa vive um período de redefinição, no qual se cruzam ameaças e oportunidades. O país, apesar das dificuldades, possui uma sociedade plural, instituições democráticas sólidas e uma forte tradição de diálogo. O caminho a seguir exigirá coragem, inovação e sentido de responsabilidade por parte de todos os atores políticos e sociais. Só assim Portugal poderá continuar a afirmar-se como uma democracia madura, aberta e capaz de responder aos desafios do presente e do futuro.


MANLIANENSES ILUSTRES

Dr. José Augusto Peixoto de Almeida Ferreira Galvão

(1835-1905)

PARTE VII

A 19 de maio de 1903, “com uma assistência numerosa, foi colocado na casa das sessões da camara o retrato pintado a oleo que alguns admiradores do sr. dr. José d’Almeida Ferreira Galvão, por subscrição que entre si abriram, mandaram fazer”, em 1899, ao pintor retratista e fotógrafo, residente em Albergaria-a-Velha, Cristiano Vicente Leal, “e em tempo oferecido á camara para ter a colocação que lhe foi agora dada. A camara, para que este acto fosse solemnisado com a maior pompa, convidou vários cavalheiros do concelho, convocando uma sessão extraordinária que se realizou (…) pela seguinte forma:

Abriu a sessão o presidente sr. dr. António Pires Martinho de Brito, com assistência de todos os vereadores, e, depois de expor o fim d’essa sessão, convidou o sr. dr. Francisco Coutinho de Carvalho para ocupar a presidência. Anuindo este cavalheiro ao convite, fez um eloquente discurso em que enumerou os serviços prestados pelo sr. dr. Galvão á vila de Montemor. Ao sr. dr. Coutinho seguiu-se no uso da palavra o sr. dr. João Baptista Loureiro, que em estilo elevado fez o elogio do sr. dr. Galvão, falando ainda o sr. Fernando Barbosa no mesmo sentido. [Na ausência do Dr. José Galvão, adoentado] Agradeceram a manifestação que se acabava de fazer, em frases cheias de comoção, os srs. Drs. António Joaquim Simões e José Luiz Ferreira Galvão, o primeiro genro e o segundo filho do sr. dr. Galvão.

A sala das sessões estava repleta de povo, na sua maioria pobres, porque se tinha anunciado que se distribuiriam 150 esmolas no fim da cerimónia, como de facto se fez. Abrilhantou todo este acto a Philarmonica 25 de Setembro, executando nos intervalos harmoniosas peças de música do seu vasto reportório. Fechou a sessão o sr. Presidente da Camara levantando os vivas do estilo, muito correspondidos, lavrando-se em seguida a acta que foi assignada por todas as pessoas presentes.”

Assaltado, há perto de 30 anos pela doença que, desde então, lhe vinha minando a existência, “escalavrado pelo soffrimento e calcinado nas fraguas do martyrio”, morre em sua casa, com 69 anos, vítima de “dificiencia cardiaca”, às 10 horas da manhã do dia 29 de janeiro de 1905 (domingo), “tendo recebido o sacramento da extrema uncção”.


No dia seguinte, acompanhado da esposa, filhos, genro e nora, netos, restante família (como o sobrinho Rodrigo Galvão, “distincto professor” da escola industrial da Figueira da Foz), amigos e simples conhecidos, “de todas as classes sociaes”, “os restos mortaes desse cidadão prestante e prestigioso, e que em breve desapparecerão no pó dos sepulchros” são conduzidos à sua última morada, no cemitério municipal de Montemor-o-Velho, ficando depositados no jazigo de família do seu velho e dedicado amigo António Joaquim Simões, “ha muito falecido”.

De acordo com o Correio de Montemor, “aos officios divinos suffragando a sua alma, que se celebraram na egreja dos Anjos, assistiram sem excepção todos os habitantes validos desta villa e do Casal Novo do Rio, e muitissimas pessoas de fóra, que em seguida o acompanharam á sua última morada no cemitério.

Era portador da chave do caixão o seu velho e dedicado amigo – esse venerando e respeitabilissimo ancião – Joaquim Antonio Simões, da Figueira da Foz, que não receou arrostar com essa subida enorme do Castello, para prestar ao illustre extincto a última prova de dedicação. Ás borlas foram o conselheiro Pereira dos Santos, dr. Carvalho (Juiz de Direito), dr. António dos Santos Rocha, dr. Fausto Gavicho, dr. Raul de Freitas, etc.




Há dias em que tudo o que preciso é isto:

sentar-me na praia com o meu livro ao colo

e deixar o tempo passar devagar.

Entre uma página e outra, deixo o olhar fugir para o mundo à minha volta.

Observo as pessoas — como caminham, como se cruzam, como se distraem.

Há quem passeie devagar, quem passeie os seus cães, quem molhe apenas os pés, fique ali sentado,

quem brinque com as crianças ou simplesmente se deite ao sol.

E eu fico ali, quieta, a imaginar.

Penso nas histórias que cada um carrega.

Nos pensamentos que trazem, nas dores que escondem,

na leveza ou no peso dos seus dias.

Será este dia só mais um?

Ou terá um sabor especial?

Será a praia um refúgio, um reencontro, uma celebração?

Gosto de pensar que sim.

Que, por breves instantes, todos nos encontramos aqui — neste lugar onde o tempo abranda e o corpo respira.

Gosto de imaginar as vidas por trás dos rostos,

como se cada um fosse um livro ainda por abrir.

Com capítulos de amor, de tristeza, de esperança.

E é bonito, sabes?

É bonito ver as pessoas assim — na descontracção, na alegria,

com os pés enterrados na areia e os olhos a brilhar de sol.

É bonito vê-las brincarem com os filhos,

como se o mundo parasse ali mesmo, naquele instante.

Às vezes, basta isto.

Sentar. Observar. Sentir.

E deixar que o mar nos conte também a nossa história.

E, depois, calmamente acabar a tarde num banco qualquer de jardim… onde serenamente sentes a brisa e a calma da vida!

💖

FIGUEIRA DA FOZ - CASINO OCEANO

O Casino Oceano foi construído em 1898, no gaveto da Rua Cândido dos Reis (Rua da Boa Recordação até 1910) com a Rua Bernardo Lopes (Rua da Concórdia até 1902).

Foi na sessão de Câmara de 26 de janeiro de 1898 que o Dr. Joaquim Jardim informou que tinha sido procurado por José Joaquim de Matos Monteiro (empreiteiro do edifício dos Paços do Concelho), em representação de uma empresa que pretendia construir um novo Casino (o Casino Peninsular era de 1895).

José Joaquim de Matos Monteiro pretendia uma licença para principiar os trabalhos de demolição e abertura de alicerces, conforme o alinhamento daquelas ruas, mesmo antes de apresentar à Câmara o projeto do novo Casino (Oceano).

A 2 de março de 1898, a Câmara aprovaria um requerimento de Gouveia & Carmo, do Porto, no qual pedia alinhamento, cota de nível e aprovação de planta para a construção de um “edifício destinado a Casino ou Café-Concerto” num terreno sito na Rua da Concórdia.

O Casino Oceano seria inaugurado no dia 3 de agosto de 1898, quando a Figueira da Foz se desenvolvia intensamente e era a principal estância turística do país.

Na sua fase inicial o Casino Oceano foi administrado sucessivamente por José Mendes Lima, António Pereira Correia, Luís Argel Pascoal, Leonardo Montenegro Soares, Ricardo Froguilho e outros.

A Figueira fora elevada à categoria de cidade em 1882 e muitos investimentos se realizaram então na área da hotelaria e dos espetáculos.

Em 1874 foi inaugurado o Teatro Príncipe D. Carlos, então uma das maiores salas de espetáculos do país, e em 1884 abriu o grandioso Teatro-Circo Saraiva de Carvalho, antecessor do atual Casino Peninsular, projetado pelo arquiteto José Luís Monteiro, o autor do brilhante projeto da Estação do Rossio.

O Teatro-Circo foi a maior casa de espetáculos de Portugal até ser construído o Coliseu dos Recreios em Lisboa. Albergava 3000 pessoas, tinha 44 camarotes, 120 fauteils, 500 cadeiras e 900 lugares na geral.

No início do século XX existiam já 7 casinos ou cafés-casino na Figueira: o Grande Casino Peninsular (1895), o Casino Mondego (1890), o Casino Oceano (1898), o Casino Café Europa (Café Europa a partir de 1927) e o Casino Espanhol (Café Nicola mais tarde), o “Atlântico” e o “Internacional” (1908).

Existiam ainda vários cafés, ou cafés-concerto, com salas para jogos de vasa (“Central”, “Artístico”, “Mantigneux” e “Castela”), para além de “barracões” instalados em quintais com funções análogas às dos casinos.

O Casino Oceano tem uma beleza especial, como as fotos bem documentam. As pinturas do teto do edifício são da autoria do cenógrafo portuense Eduardo Machado, desconhecendo-se, contudo, o autor do projeto de arquitetura.


Funcionou como Casino e Café-concerto, bem ao gosto da sociedade da “belle époque”, com “magnífico serviço de bandeja” e orquestra privativa, com chás e ceias dançantes ao som da “Foz Melody Band” ou do quarteto sob a direção do notável professor Thomaz de Lima.

O Casino Oceano, “o casino preferido pela melhor sociedade”, teve grande importância até meados do século XX, e aqui se realizaram inúmeros espetáculos e concertos musicais frequentados por relevantes figuras públicas, nacionais e estrangeiras.

“Houve quem alvitrasse a compra do edifício do antigo Casino Oceano para condigna instalação do Turismo”, mas a Câmara Municipal presidida pelo Dr. Rui Nogueira Ramos, de 1938 a 1946, opor-se-ia.


Entendia o Dr. Rui Nogueira Ramos que a concentração de serviços no Bairro Novo tornar-se-ia “mais um empecilho ao progresso e alargamento da Figueira, contribuindo ainda mais para o intenso movimento daquele pequeno troço de rua a que pitorescamente foi posto o nome de «picadeiro», que não é compatível com o desenvolvimento da Figueira”.

(Os serviços de turismo deslocaram-se da Rua Cândido dos Reis para a Esplanada Silva Guimarães em 1941).

O Casino Oceano foi perdendo importância, foi filial da Pastelaria Central de Coimbra, passou de Casino a pastelaria, a restaurante, a discoteca, a casa de bilhares e de matraquilhos e, finalmente, antes que se fizesse tarde, foi classificado como imóvel de interesse municipal no ano de 2003 (Edital n.º 231, de 8 de outubro, da CM da FF).


Após alguma degradação, o edifício do Casino Oceano sofreu obras de recuperação e valorização, em 2005 e 2006, em consequência da citada classificação.

Ao contrário de outros edifícios emblemáticos da Figueira, o Casino Oceano mantém, felizmente, a traça exterior original.


O nome deste casino foi dado a um filme realizado por Lauro António Corado (falecido no ano de 2022), frequentador e admirador da Figueira, em especial do seu saudoso Festival Internacional de Cinema que decorreu de 1972 a 2002.

Foi Lauro António quem realizou em 1983 o filme “Casino Oceano”, protagonizado pelos atores Maria do Céu Guerra e João Perry, numa adaptação do conto "Week-End" de José Cardoso Pires, sobre a paixão oculta entre uma mulher casada e um homem solteiro.

CRÓNICAS de UMA FÁBRICA (1) 

(momentos que vivi numa fábrica, dos 17 aos 23 anos)

Fausto, o Primo Fausto

O Fausto, assim o tratava meu Pai, seu padrinho. Fausto retribuía, chamando-lhe “Mi Padrinho”, com aquele sotaque doce da minha aldeia, da qual tenho cada vez mais saudades. Tratava, igualmente, minha Mãe por “Nha Madrinha”. Era doce o Fausto. Era doce, era enérgico, trabalhador incansável, apaixonado pela família, amigo do seu amigo e…de uma honestidade sem limites. Eu iria com o Primo Fausto até ao fim do mundo. Ensinou-me a nadar no rio, ensinou-me a apanhar abequinhas no inverno, ensinou-me a manobrar a bateira no meio das cheias do Mondego, ensinou-me a escapar dos bois bravos no meio do campo. Aprendi muito com o Fausto. Deus o tenha em descanso, como ouvi muitas vezes dizer, quando ia a funerais como minha Avó Belmira. Levava-me sempre. As crianças iam a todos os funerais.

Magro, muito magro, apaixonante pela sua capacidade de trabalho e de luta, nunca deixava um amigo em apuros. Talvez seja o meu herói, embora eu nunca o tenha dito. O Zé Alberto sabe bem disto, o Zé Alberto meu primo-irmão. O campo não tinha segredos, porque o Fausto ensinou-mos todos!

Lembro com um carinho muito superlativo, muito especial, muito querido, a humildade do Fausto. A sua magreza, o seu cigarro inseparável, as suas vinte e quatro horas por dia a trabalhar, a sua paixão pela caça, respeitando a natureza como ninguém, fazem do Fausto um mito. Um mito!

Apanhava sacarrabos com a pá de baldar, secava a pele que vendia para trocar por comida. Adoro-te, Fausto!

Cheguei à Triunfo com dezassete anos. Tenros dezassete anos. Mandaram-me para “ao pé do Fausto”. Sabiam que era da minha família. No início da linha de fabrico das meadas (massas meadas), era responsável pelo arranque da linha, às segundas de manhã, era responsável pela limpeza às sextas ao final do dia e era responsável pela linha todos os dias da semana. Tudo tinha que funcionar na perfeição. E…funcionava.

Apareço “ao pé do Fausto”, para iniciar a minha vida de operário fabril. Calças de sarja amarelada, casaco igual. Cinco números acima. Tudo ia arregaçado e tudo era enorme, tudo estorvava. Afinal, estava a começar a vida como funcionário de uma fábrica, até que fosse velho.

-“Tonito, anda daí. Vamos ao vestiário” – disse-me o Fausto.

Lá fui. Confiava cegamente nele. Felizmente!

- “” Toma. Veste estas calças. Veste este casaco. Despacha-te!”

Obedeci. Era o Fausto que me mandava fazer aquilo.

A roupa do Fausto era mais pequena do que a minha roupa para trabalhar.

O Fausto era (é) um deus para mim! O Fausto faz-me chorar, mas de gratidão!


Aprendi o silêncio,

aprendi o medo,

mas não fugi do sonho antigo,

nem fechei portas à vida …

Reaprendi o silêncio e o medo,

reaprendi tudo de novo

com maior convicção,

e nada esqueci do sonho…

Ficou o sossego, ficou a paz?

Não, porque a ansiedade

me mina por dentro….

eternamente a desassossegar.

PESSOAS ESPECIAIS

 

Pessoas especiais são donas de si,
mas pertencem aos que ama.
Pessoas especiais têm ouvidos na alma,

sendo puras por natureza.
Pessoas especiais têm braços de infinito,

abraçando todos sem exeção com seu sorriso.
Pessoas especiais têm a essência da amizade,

não se cansando de dizer que é amigo do seu amigo.

Pessoas especiais estão sempre presentes,

perto ou longe.

Pessoas especiais têm um coração do tamanho do mundo!


QUE ME IMPORTA?

Que me importa que o tempo passe,

Se passa para toda a gente…

É melhor do que de repente

Eu deixar de existir…

Que eu saiba em cada dia

Que é preciso e imperioso…

Eu me deixar florir!...


Que importam cabelos brancos?

E as rugas que vão aparecendo?

Que o corpo não seja o mesmo?

Se a alma jamais reconhece

A idade cronológica…

Se me parece que a história

Da minha vida perene

Ainda está a começar…


Ainda há tempo para amar

A linha do horizonte

Que toca este imenso mar

E a água pura da fonte

Que vem do alto do monte

Ainda esteja a jorrar…

E que os passarinhos alegres

Em dançarinos trinados

Alegres despassarados

Me alegrem o despertar!...


Que me importa que o tempo passe,

Se passa para toda a gente…

É melhor do que de repente

Eu deixar de existir…

Que eu saiba em cada dia

Que é preciso e imperioso…

Eu me deixar florir!...




Deixe que as delicadas melodias de Chopin guiem sua mente a um estado de fluxo de puro foco e calma. Seja estudando, criando ou buscando paz interior, esta jornada de 4 horas por suas obras mais relaxantes — e pelo espírito de muitos grandes compositores — dissipará distrações e despertará a clareza. Sinta seus pensamentos se acalmarem e seu coração relaxar no abraço do piano atemporal.






𝙊 𝘼𝙣𝙟𝙤 𝙙𝙚 𝙑𝙖𝙧𝙨ó𝙫𝙞𝙖 conta a história verídica da mulher que salvou mais de 2500 crianças durante o período negro da Segunda Guerra Mundial. É o quarto livro da coleção 𝗠𝘂𝗹𝗵𝗲𝗿𝗲𝘀 𝗾𝘂𝗲 𝗠𝘂𝗱𝗮𝗿𝗮𝗺 𝗼 𝗠𝘂𝗻𝗱𝗼 e centra-se na vida de Irena Sendler, uma assistente social polaca que arriscou a sua própria vida em prol de milhares de crianças condenadas à morte...

Coleção 𝗠𝘂𝗹𝗵𝗲𝗿𝗲𝘀 𝗾𝘂𝗲 𝗠𝘂𝗱𝗮𝗿𝗮𝗺 𝗼 𝗠𝘂𝗻𝗱𝗼:

«Maria Montessori e a Escola da Vida»;

«A Filha de Freud»;

«A Mulher Que Ergueu Nova Iorque» e

«O Anjo de Varsóvia»

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