Em viagem pelo
nosso mundo, diz o povo que uma desgraça nunca vem só.
Tivemos a
pandemia logo de seguida a Guerra e agora a inflação...
Já por cá
estamos em "ramadão" de festejos mais conhecidos pelas festas de
Verão.
De festejos
com cheirinho a verão, o povo se vai animando, olvidando por momentos do que
realmente faz falta na nossa terra.
Lá do alto
mirando o vale verde com tons acastanhados, o Castelo sempre presente, não deixa
escapar nesse seu olhar inquieto das dificuldades prementes que padece este
povo afogado em impostos, com uma inflação a ultrapassar os limites e os seus
créditos a subir em flecha deixando à beira de um ataque de nervos.
Os serviços
dia após dia ficam diminutos a caminhada seja para Figueira ou para Coimbra é
uma constante, pergunta-se o que se pode esperar de um mandato em final de
ciclo e que legado deixa para o futuro?
A título de
exemplo no passado dia 20 foi inaugurado Parque Ribeirinho
“Imagine que
há um espaço, com uma paisagem verdejante a perder de vista, junto à água, com
vista para o Castelo, com inúmeras atividades e opções para todas as idades,
onde pode andar de bicicleta na ciclovia, passear, ler nas espreguiçadeiras à
beira-rio, brincar na zona infantil com jogos de água, disputar partidas no
campo de jogos, fazer um piquenique ou divertir-se nas gaivotas, caiaques ou
hidrobikes.”
Perguntas que
ficam no ar:
-
Como está a ciclovia para centro náutico?
-
Escadas rolantes para o Castelo?
-
O Centro de Saúde?
-
A demora na entrega da correspondência que aumentou desde que foi
privatizada?
-
As estradas do nosso concelho onde a manutenção se faz em vésperas
de eleições?
-
Transportes uma dificuldade com mais de duas décadas.
-
Como está a questão do pedido efetuado vai 2 anos, para colocação de lombas e
placas de indicação de início de Concelho, de início de Freguesia e de início
de Localidade, do lado da Granja do Ulmeiro?
-
Se vai haver festival no Castelo só o tempo o dirá.
-
Pode ser consultado aqui:
https://www.cm-montemorvelho.pt/index.php/municipio/camara-municipal/documentacao/category/313-2023
-
Centro Náutico de Montemor-o-Velho com nova Torre de Chegada prontos para
receber Europeus... finalmente concluída.
Alguns eventos
realizados e outros que irão aparecer.
30Jul.
Passeio
de Tratores – Vila Nova da Barca
23Jul.
23Jul.
7ª° Passeio de Motorizadas e Motas Antigas | MotoMeãs
Como
está a política seja local ou nacional, “Eufemismo Político” uma abordagem
ligeira da degradação dos discursos, das qualificações e com estas maiorias o
que tudo se pode fazer sem dar cavaco a ninguém. E fica a pergunta: - Será
nossa a culpa?
Com
o aproximar do final do Edil de Montemor-o-Velho que rumo vai ter e quem está
em melhor condições para o substituir?
Mário
Silva na sua crónica mensal aborda a Igreja de Nossa Senhor da Conceição –
Verride. Numa descrição simples e muito objetiva seja na sua localização como o
seu aparecimento.
Carla
M. Henriques uma história de amor e afetos com a sua gata. Com uma escrita doce
e como ela diz “Mostra que o amor, cuidado e compaixão transcendem barreiras e
podem transformar vidas” a seguir.
António
Girão um bonito texto muito atual, da realidade das nossas escolas atualmente.
Já
Aldo Aveiro mergulha na Primeira República (1910/1026) e fala-nos como eram as
cédulas fiduciárias em Montemor-o-Velho.
Fernando
Curado um apaixonado pelas riquezas da Figueira da Foz conta-nos a história de
um emblemático hotel da Figueira, Hotel Universal.
Repórter
Mabor uma reflexão dos seus tempos na Barca dos seus amores, o rio, as suas
gentes e a família. Não esquecendo o Barracão de Sal e viaja pelos anos 40 com
saudade.
Na
Poesia Garça Real deixa-nos um poema que tão bem representa a nossa terra, o
sol, as searas de ouro...
Isabel
Capinha no “Aprende” o seu olhar sobre a vida como seria melhor se a compreendêssemos
melhor.
Isabel
Tavares a estrada de uma vida...o conhecimento o apego aos sentimentos o
repartir e receber, os olhares, as alegrias e tristezas partilhadas...
Mara
Kopke num trocadilho de palavras faz-nos pensar no amor de uma vida, mas coloca
no sítio certo as suas interrogações.
Daniel
Nunes aborda-nos o problema da saúde de hoje nos centros de saúde do Concelho
de Montemor conjugado com a interligação ou falta dela nos transportes uma
visão preocupante que se vive hoje.
Já
na leitura um livro forte, que não deixa de nos preocupar o que se escondeu nos
anos 40...
Na
música uma homenagem alguém que foi sempre muito problemática, mas de fortes convicções
e com letras muito bem escritas de protesto, infelizmente deixou-nos cedo
demais Sinéad O’Connor tinha 56 anos.
Resta-me
desejar boas leituras.
Nota:
Faltam três textos que logo que cheguem serão intercalados.
Eufemismo
político.
Utilizado
tantas vezes quando necessitam do Povo, ou seja, para aprovar algo controverso
ou simplesmente para passar ao de leve sobre assuntos problemáticos.
O poder
da retórica também usado e abusado para nos colocarem adormecidos seja com
promessas que nunca chegam ou simplesmente pequenas divagações.
Atualmente
acreditação dos políticos nunca esteve tão baixa, não por culpa deles, mas de
quem os elege que se abstém de votar deixando as máquinas partidárias levarem
até ao altar os seus amigos. Interessante verificar no portal do governo os currículos
de muitos deles, subiram dentro do aparelho sem nunca terem estado no mercado
de trabalho propriamente dito.
Será
nossa a culpa?
Já os diversos
diplomas em aprovação, podemos dar uma volta nas votações e encontram algo que
se repete ao longo dos anos. Tudo é cozinhado de forma que sejam ou não
aprovadas, porque já verificamos partidos de esquerda a juntarem-se aos
partidos de direita para não aprovarem e o seu contrário também.
Perdemos
isso sim as grandes figuras com discursos bem elaborados na defesa das suas convicções
concordássemos ou não.
Hoje as
palavras nobres foram substituídas pelos insultos, mais grave ainda, não se
discute o que verdadeiramente interessa e anda-se pela rama na retórica fácil
de nada responder e nada dizer vejamos como tem andado neste último ano o primeiro-ministro,
a culpa morre sempre solteira nada tem haver com ele, afinal quem escolhe o
elenco?
Falemos
agora do CIM/CMMV onde se tocam e onde se afastam?
Emílio Torrão vs Pedro Machado
Objetivos
Deixo a pergunta: - Findo o mandato que lugar vai ocupar ou que troca se vai dar?
Igreja
de Nossa Senhora da Conceição - Verride
Templo
maneirista e barroco, fundado em data incerta, a igreja de Nossa Senhora da
Conceição deve o seu aspeto atual às reformas de 1611 (a mando dos cónegos
regrantes de Santa Cruz), 1868 e 1882, tendo ficado a fachada com vagas linhas
de tipo setecentista. Edifício simples composto por capela-mor (com altar em
talha dourada), arco cruzeiro, dois altares colaterais, três capelas laterais
(uma de Nossa Senhora dos Remédios, outra das Almas e outra do Santíssimo),
coro-alto, sacristia, anexos (no século XVII existia uma dependência do lado do
Evangelho), torre sineira e dois adros murados.
A
capela do Santíssimo Sacramento, muito semelhante à da Senhora da Piedade do
Convento dos Anjos (têm um ano de diferença), fica situada entre a Capela das
Almas e o altar colateral da esquerda, obra atribuída a João de Ruão, com a
data de 1543, numa pilastra; apresenta abóbada artesoada, simples e elegante,
retábulo de pedra mutilado, apresentando apenas o sacrário (século XVIII), de
remate em lanternim, acompanhado de dois nichos que abrigam as esculturas de
pedra de S. João Baptista e S. João Evangelista. As paredes estão revestidas
com azulejos de xadrezado (século XVII) e tem grade de ferro forjado do século
XVIII.
Foi
dotada com uma esmola de terra no campo por D. Luís Moscoso Osório e sua
mulher, D. Catarina Maria. Os seus fundadores estão sepultados na capela, em
campa rasa e sem epitáfio.
A
torre sineira, situada à direita do edifício, recuada, apresenta quatro
ventanas e quatro sinos com mostrador de relógio analógico, remate
incaracterístico e tosco, com acesso pelo exterior do edifício. Um dos sinos
está assinado: “André de Argos me fez 1797”.
Mário Silva
Já ouviram falar de uma história de amor entre uma
mulher e uma gata?
Esta é uma das histórias de amor mais bonitas que irão
conhecer, a outra história de amor tão bonita quanto esta, conto outro dia.
A protagonista desta história é uma mulher com um
coração enorme e um amor incondicional pelos animais. Um dia, numa das suas
caminhadas num local, a que passou a chamar de cantinho, encontrou uma gatinha
“abandonada”. O olhar daquele animal, o seu carinho e a sua meiguice tocaram o
coração daquela mulher, que ponderou levá-la para casa, mas depois de alguns
minutos a fazer-lhe companhia, assim como apareceu, desapareceu. Seguiu o seu
caminho.
Mas desde aquele momento, uma conexão especial nasceu
entre as duas.
Com o tempo, as duas desenvolveram uma relação única e
especial.
Sempre que ia aquele lugar a sua amiga aparecia, vinda
do nada. Deitava-se ao seu lado. Recebia e dava carinho. As travessuras e
ronronares da gatinha eram uma fonte constante de alegria e conforto.
Juntas, viviam momentos, curtos, de partilha e
compartilhavam momentos de felicidade, cumplicidade, construindo uma conexão
profunda que só o amor verdadeiro pode proporcionar.
Não exigiam nada uma à outra além de uns minutos de
carinho, amizade, companhia e amor.
Esta história de amor entre uma mulher e uma gata é um
exemplo da conexão que pode existir entre diferentes espécies.
Mostra que o amor, cuidado e compaixão transcendem
barreiras e podem transformar vidas.
Essa mulher, sou eu.
Ela transformou a minha vida. Transforma, sempre, que
nos encontramos.
Por tudo o que me dá e não exige.
Passe o tempo que passar, parece que sempre nos iremos
encontrar. Ali. Como se pertencêssemos uma à outra.
Como se existisse algo que nos une.
E, na verdade, há. Chama-se Amor.
Amor gratuito. Puro. Eterno.
Esta é uma história de amor entre uma mulher e uma
gata.
Eu e a Vitória, como a batizei.
Hoje lá estava ela, como se me esperasse para aquele
momento tão nosso.
Assim foi.
De lágrimas nos olhos chamei-a.
Abracei-a.
Dei-lhe um pouco de mim.
Recebi muito mais dela. Sempre.
Como irei continuar a receber enquanto nos
encontrarmos.
Não sei se a mais bonita história de amor. Uma das.
Nem interessa. É a nossa. A minha. A dela. Isso é tudo o que importa.
•
A outra história sobre um amor bonito, prometo contar
outro dia. Por enquanto, aproveitem esta história de amor entre uma mulher e
uma gatinha.
A
Sociedade Cega, Surda e Muda
E, teimosa, já agora!
Aos 5 anos, ameaça a mãe e agride-a a pontapé.
Coitadinho, só tem 5 anos e tem “uma personalidade vincada”. Pois, como
perguntou um grande Professor de Psicologia deste país, um dia, na televisão: -
“Cara mãe, o que é isso de personalidade vincada?!
Isso não existe, a senhora tem um filho malcriado”.
Aos 7 anos, parte tudo na escola, incomoda os
desgraçados dos colegas que “têm pais a sério”, vira a cabeça da professora ao
contrário, faz perder horas, dias, semanas de aulas. É hiperativo! Pois, cai
bem!
Hiperativa é a Joana que treina ginástica três vezes
por semana, faz competição a sério, parece elétrica e de borracha durante as competições,
mas…está atenta e calada na aula! A Joana come bananas para ter energia, o
tal…come Ritalina, para não ter energia!
Aos 10 anos, ameaça os funcionários com “uma facada
na barriga”. É
umas-coisas-estranhas-que-agora-chamam-e-que-estão-nos-novos-catálogos. Não é
nada! É psicopata porque tem “bom treino em casa”.
A mãe vai à escola, “tem sempre razão”, “ensina tudo
e mais alguma coisa à escola que não sabe o que faz”, o filho é “posto de
parte”, porque os professores são incompetentes, ignorantes, malvados e afins.
Pois…são bem piores “ensinadores” do que estes progenitores: não conhecem
técnicas de “ter sempre razão em toda a situação”.
Aos 12 anos…bem, agora já se complica mais! Vende
droga! Exagero?! Verdade!
Aos 14 está metido em altas “cavaladas” de grupos e
grupelhos, seja dos ditos “marginais”, seja dos ditos “betinhos”. A “joldra” é
a mesma, a configuração social é que muda…às vezes!
Aos 16 anos, “snifa” umas “linhas” ou “snifa” e
vende, pois, a vida está difícil.
Aos 18 manda umas navalhadas num companheiro. Nunca
a palavra “companheiro” foi tão mal utilizada!
Aos 19, a mãe e o pai que tudo sabiam, exceto ouvir
a escola, fazem viagens que durarão uma dúzia de anos, na melhor das hipóteses,
que é o tempo que o filho irá ter para recuperar da personalidade vincada, da
hiperatividade, da noção de coisa estranha que era a escola, do uso indevido da
navalha e…do homicídio do companheiro!
Talvez os progenitores, agora, tenham as orelhas
mais limpas e…ouçam bem!
As cédulas fiduciárias em Montemor-o-Velho
«O dinheiro é tão bonito,
Tão bonito, o maganão!
Tem tanta graça o maldito
Tem tanto chiste o ladrão!
(...)»
(João de Deus, in “Campo de Flores”.)
Cédula fiduciária, ou simplesmente Cédula, é a designação dada ao documento
de papel representativo de dinheiro de pequeno valor, considerado como
“dinheiro de trocos”, geralmente conversível em metais pobres como bronze ou
cobre. A este tipo de dinheiro de papel é também dado o nome de “dinheiro de
necessidade” ou “dinheiro de emergência”, uma vez que foi utilizado apenas em
situações de crises temporárias e de escassez de metal.
Em Portugal, pode-se dizer que houve dois grandes períodos de emissão de
cédulas, bem diferentes: o período anterior à 1.ª Grande Guerra Mundial, e um
outro no final da mesma guerra (1917‐1922).
As cédulas de 1891, emitidas pela Casa da Moeda, com o valor de 10 centavos
‐ bronze, surgiram face à grave
crise económica, à consequente falta de moedas de ouro e, sobretudo, às de
prata que asseguravam baixos valores de 50 a 1.000 reis.
No segundo período, após a Primeira Guerra Mundial, dada a falta de metais, particularmente cobre e bronze, ocasionado pela guerra, essas moedas eram açambarcadas ou utilizadas em actividades industriais. Por esse motivo, aparecem as cédulas da Casa da Moeda de 5 e 10 centavos e, embora formalmente proibidas, aparecem cédulas emitidas por numerosas Câmaras Municipais e várias entidades e empresas particulares e até por alguns organismos do Estado com valores entre 1 e 10 centavos.
Na verdade, com a implantação da República, a 5 de outubro de 1910, resultou uma instabilidade política, social e também económica e financeira, especialmente durante a Primeira República (1910-1926). Com o estabelecimento do novo regime, surgiram alterações monetárias, instituiu-se uma nova unidade e modificaram-se os títulos das moedas, o seu peso e liga, porém, tudo conjugado de forma a não alterar o seu valor real.
O Decreto-lei de 22 de maio 1911 mandou adotar como unidade de cunhagem monetária o escudo (divisível em 100 centavos), moeda de ouro equivalente ao antigo décimo de coroa, com o valor de 1000 réis, que só apareceu como ensaio. Também como ensaio, existiram moedas de 5 escudos, de ouro, de 1920, que não chegaram a entrar em circulação.
No entanto, após o início da Grande Guerra (1914), a instabilidade política e social agravou-se, dando início a uma crise económica e financeira. A enorme desvalorização do escudo teve como consequência a perda do poder de aquisição da moeda por parte da população, levando a moeda metálica, cujo valor intrínseco ultrapassava o nominal, a desaparecer de circulação.
Nos primeiros anos da década de 1920, a inflação disparou tão abruptamente
que o Governo se viu forçado a criar a nota de 1000 escudos (até então, a de
100 escudos era a mais alta). Mas em pouco tempo também essa nota desvalorizou
e o País mergulhou numa espiral de desvalorização monetária, já que o escudo
desvalorizava mais depressa do que o ritmo a que se conseguia imprimir notas.
Vivem-se tempos difíceis em vários pontos do país, sobretudo a partir de
1916, devido aos efeitos nefastos da primeira Guerra Mundial, gripe pneumónica
(1918-19), elevada inflação e desvalorização da moeda. O aumento do preço dos
géneros alimentícios e medicamentos torna especialmente difícil a gestão dos
hospitais das Misericórdias, num período em que a maioria dos internados é
pobre e a procura de doentes epidémicos aumenta.
Em tais circunstâncias, em que se sentia cada vez mais a necessidade de
“dinheiro miúdo”, para facilitar “os trocos”, surgiu uma nova moeda de recurso,
a cédula de papel, cuja emissão saiu do âmbito da Casa da Moeda e se espalhou
por todo o país, sob a responsabilidade de câmaras municipais, Misericórdias e
outras entidades públicas, e mesmo particulares, ainda que fosse ilegal essa
emissão de cédulas, apenas autorizada à Casa da Moeda.
Assim, câmaras municipais, juntas de freguesia, estabelecimentos comerciais (lojas, mercearias, etc.), fábricas, associações, hospitais e Misericórdias decidem então emitir cédulas fiduciárias de valores entre 1 e 5 centavos, na sua maioria, mas também de 10, 20 e valores superiores (50 centavos e 1 escudo), em casos excecionais, para facilitar os trocos.
Este processo iniciado durante a guerra foi utilizado, dentro dos espaços
territoriais de 178 concelhos do País, sendo que os municípios de Lisboa e
Porto não seguiram esta prática. Nas duas maiores cidades do País coube às
misericórdias e aos privados a emissão dessas cédulas. É que, desaparecidas as
moedas, as casas comerciais emitiam talões para os trocos que aceitavam de
volta em pagamento.
É comum as instituições incluírem representações de monumentos, espaços
públicos ou paisagens típicas das localidades, representação das obras de
misericórdia, versos da epopeia “Os Lusíadas” ou ilustrações estilo Arte Nova.
Noutros casos, são colocados em circulação simples papéis carimbados com o
brasão da instituição.
Estas instituições, ao emitirem papel fiduciário, armaram-se em casas
bancárias emissoras de papel-moeda. E, considerando que a falta de trocos
concorria bastante para dificultar grande número de transações comerciais,
dando origem até a conflitos pessoais e que muitas casas de negócio, pelo que
davam trocos ao público em senhas de um, dois, três e quatro centavos, onde
apenas põem um carimbo. É que, desaparecidas as moedas, as casas comerciais
emitiam talões para os trocos que aceitavam de volta em pagamento.
Todas estas emissões foram feitas ilegalmente, mas toleradas pela sua
utilidade pública e circulação restrita. Tirando as emissões da Casa da Moeda e
Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que tinham circulação nacional, as
restantes destinavam-se a suprir a necessidade de moeda a nível local, sendo o
seu uso restrito ao concelho emissor.
Todo o País viveu à custa deste dinheiro espontâneo, improvisado em
farrapos de papel ou discos de lata, impressos, datilografados ou apenas
manuscritos, com ou sem carimbo ou assinatura. Seria assim até ao final da
Primeira República.
Em regra, estas moedas-papel continham um valor entre um e cinco centavos,
por vezes até de maior valor e perduraram entre os anos de 1917 a 1925, tendo
já o governo proibido a sua circulação em 1924, mas só após a revolução de 28
de maio de 1926 é que começaram a desaparecer definitivamente com a emissão em
massa, de moeda de pequeno valor.
No concelho de Montemor-o-Velho, pelo menos, Câmara Municipal e Santa Casa
da Misericórdia seguiram este modelo de emissão de Cédulas Fiduciárias ou
Papel-moeda, cujos exemplos apresentamos.
Passou-se pouco mais de uma centena de anos e vivemos um momento em que a economia
está hesitante com as elevadas taxas de juro Euribor (Banco Europeu) e o futuro
é imprevisível - as Euribor começaram a subir mais significativamente a partir
de 4 de Fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido
que poderia subir as taxas de juro directores devido ao aumento da inflação na
zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela
Rússia em 24 de Fevereiro de 2022 - pelo que nos pareceu ser o momento oportuno
para recordar esse tempo de emissão ilegal, mas tolerada, das cédulas
fiduciárias.
Aldo Aveiro
Anverso de uma cédula de 1 centavo emitida pela Câmara Municipal do
Sabugal, em 1920
Verso de uma cédula de 1 centavo emitida pela Câmara Municipal do
Sabugal, em 1920
FIGUEIRA DA FOZ - HOTEL UNIVERSAL
Começou por funcionar no Largo Luís de Camões, cerca de 1880, depois junto da Casa do Paço, na Rua 11 de Setembro (atual Rua 5 de Outubro), e a partir de 1904 na confluência da Rua dos Banhos (atual Rua Maestro David de Sousa) com a Rua do Melhoramento (atual Rua Miguel Bombarda).
O Hotel Universal da Rua 11 de Setembro, propriedade de Maria da Encarnação Alves de Sousa Vieira, publicitava a chegada de um novo cozinheiro: “Este hotel sofreu importantes modificações, acaba de contractar em Lisboa um cozinheiro com prática nas principais casas da capital, um especialista verdadeiramente apreciado”.
No mesmo edifício do Hotel Universal da antiga Rua 11
de Setembro, instalou-se posteriormente o Hotel Reis que anteriormente se situava
ao fundo da Praça Velha.
A partir de 1904 o Hotel Universal passou a funcionar
na confluência das antigas ruas dos Banhos e do Melhoramento, depois de
inaugurado no dia 17 de julho daquele ano.
Era já “um magnífico hotel, installado em um luxuoso edifício, expressamente construído para tal fim, com todas as condições de um estabelecimento de 1ª ordem…aberto durante a época balnear”, propriedade de Maria de Sousa Vieira, como publicitou a imprensa local.
Em 1913 o Hotel Universal anunciava um “óptimo e escrupuloso serviço, explêndidos quartos bem mobilados, aposentos para famílias, casa de banho, sala, piano, jornaes, etc.”
Era então o Hotel mais próximo da praia de banhos,
“donde se desfructa magníficos panoramas para o Oceano e todos os pontos da
cidade, no centro de todo o movimento balnear, próximo do americano, casinos,
etc, etc”.
A proprietária do Hotel Universal continuava a ser a senhora D. Maria da Encarnação Alves de Sousa Vieira, que era simultaneamente a dona do Palace Hotel de Coimbra.
O Hotel Universal foi depois propriedade da empresa
Reis, Pinto & Cia, que após ter nele realizado importantes obras de
beneficiação as inaugurou no dia 5 de julho de 1925.
O jornal «A Gazeta da Figueira», de 8 de julho de 1925, noticiou um almoço oferecido pelos novos proprietários do Hotel Universal, Reis, Pinto & Cia, na inauguração das novas instalações.
Os convidados começaram por visitar as novas instalações do Hotel Universal “a fim de poderem constatar a limpeza e as boas acomodações que possui aquela casa, hoje sem dúvida, pelas transformações por que acaba de passar e pela admirável direcção que tem, uma das primeiras no género que existe n’esta cidade”.
Foram anfitriões da visita os proprietários do Hotel Universal, os senhores Pinto, Nunes e Reis, que seguidamente conduziram os convidados à sala de refeições.
Tomou a presidência da mesa o Dr. Adelino Mesquita, Vice-presidente da Câmara Municipal, sentando-se à sua direita o Dr. Ernesto Tomé, delegado do Governo, o 1º tenente Álvaro de Freitas Morna, capitão do Porto, o comandante Valente da Cruz, presidente da comissão executiva da Junta Autónoma, José dos Santos Alves, administrador-delegado substituto da Comissão de Iniciativa, e António Felizardo, diretor da Alfândega.
À esquerda do Dr. Adelino Mesquita sentaram-se o Dr. Júlio Gonçalves, deputado, o Dr. Manuel Cruz, oficial do Registo Civil, o comandante do Regimento de Infantaria nº 28, e Manuel Jorge da Cruz, diretor do jornal «A Voz da Justiça».
Havia muitos outros convidados, entre eles
comerciantes, industriais, empregados públicos e jornalistas.
O almoço constou de “consomé de volaille, poisson au
gratin, jambon à la jardiniére, mayonaise de languste, dindon rôti, puding
français, fromage, fruits, vins divers Porto, champagne, thé e café“.
Em 1925, quando o Hotel Universal possuía o telefone 148, era ainda propriedade de Reis, Pinto & Cia, e continuava a ser o Hotel que se situava mais próximo da praia de banhos.
A 27 de julho de 1929, o jornal «A Voz da Justiça»
anunciou a reabertura do Hotel Universal no dia 25 anterior, ainda na Rua
Miguel Bombarda, após importantes obras de melhoramento, “que o tornaram mais
recomendável”, ficando com casas de banho em todos os andares, com água quente
e fria. O Hotel Universal era então propriedade de Maria da Encarnação Alves de
Sousa & Filhos.
Era proprietária do edifício do Hotel Universal a
figueirense Teresa da Conceição Xavier Ramos (1859-1932), a qual foi casada com
Costa Ramos, um capitalista do século XIX ligado à fundação do lar de crianças
Costa Ramos, hoje integrado na Misericórdia - Obra da Figueira, e depois com
Elísio da Silva Neto, em segundo casamento.
Teresa Ramos, falecida em 1932, cedeu à Diocese da
Guarda, por testamento, o edifício do Hotel Universal: “Deixo ao exmo. rev.mo
s. D. José, bispo da Guarda, o meu prédio urbano, onde está atualmente
instalado o Hotel Universal…”.
Na década de 40 do século XX existiam na Figueira da
Foz três instalações hoteleiras com a categoria de “Grande Hotel”: o “Aliança”,
situado na Rua Miguel Bombarda, o “Portugal”, na Rua da Liberdade, e o
“Universal”, na Rua dos Banhos, sendo este o mais antigo da cidade.
Com a categoria de “Hotéis” havia o “Aliança”, na
Praça 8 de Maio, o “Internacional”, na Rua da Liberdade, o “Martinho” e o
“Reis”, na Rua Francisco António Dinis, e o “Hotel da Praia” na Rua Miguel
Bombarda.
O imponente “Grande Hotel da Figueira”, em frente do
mar, surgiria só em 1953 na então denominada Avenida Oliveira Salazar.
Foi uma empresa familiar denominada “Entre Memórias”
que adquiriu o Hotel Universal à Diocese de Braga na primeira década do atual
século XXI.
Em 2015, após conclusão de obras exemplares, Teresa
Leão Costa inaugurou o novo Hotel Universal, com 29 quartos, o único Boutique
Hotel da Figueira da Foz.
"Pretendemos reforçar a oferta turística da
Figueira da Foz e oferecer à cidade um hotel de charme que recupere a
memória", disse à agência Lusa Teresa Leão Costa, que assumiu a gestão da
unidade hoteleira.
O prédio, classificado como de Interesse Municipal,
com três pisos acima do nível da rua, cave e águas-furtadas, manteve a fachada
onde se destacam linhas de arte nova.
Um bom exemplo de reabilitação arquitetónica, numa
cidade em que já restam poucos exemplares de edifícios antigos com a sua beleza
original.
Reflexões do Repórter Mabor
Procurar nos outros as coisas da natureza das vivências
do dia a dia, sejam antigas ou de modo circunstancial, potência as boas
ou más recordações adormecidas, se pouco depois, por exemplo, a ternura do
passado nos cativa no trânsito das memórias, ao meu jeito ou do
vosso, é a descoberta saudável e tão antiga que nos une na certeza de
que julgávamos perdida no turbilhão das nossas vidas.
A meu ver, velho de causas muito fortes, a cada um a sua razão existencial, vivemos condicionados e afastados do que fomos, caindo serenamente, quando nos sentamos numa cama de ferro, com os meus irmãos Joaquim e António, a Licínia já partiu, no singular museu, no Barracão de Sal, no Casal Novo do Rio, ali revivemos o nosso passado, não esquecendo as nossas origens.
Exercitamos o tempo distante, como se estivéssemos ali
junto de nós na pureza dos sentimentos.
Julgava-os perdidos no tropeço das caminhadas, mas não foi assim, não é assim que vivemos. A nossa capacidade de pensar e agir no presente, quando temos a certeza de que só nos restam as melhores recordações onde nascemos.
Agarrados à fotografia dos pais, unidos num amplo
abraço de saudade às nossas gentes do Casal Novo do rio, à Barca
ribeirinha, agora com um mamarracho, retirando-lhe a beleza dos anos vencidos
pela marca do tempo.
Poucos residentes restam no sentido privilegiado desta
partilha com os leitores, volvidos 80 anos, num estado social que já não
existe, de gentes tão dignas e que fazem parte das nossas aventuras mundo fora,
guardadas dentro deste pulsar, necessariamente útil para vivermos com os
"tamancos" pisando a terra que nos ajuda a compreender as coisas da
natureza, refletindo pois.
No retroceder das vivencias antigas, provocaram nos irmãos um feixe de
recordações, recuperadas no armazenamento as experiências vividas, fazendo
sentido na essência das nossas naturais raízes sociais, no casal Novo do Rio, a
Barca das cheias imensas e dos verões tórridos, caminhando em grupo até
á Igreja em Montemor, rezando para que a chuva caísse do céu.
Foi assim um estado social de ansiedade e de medo de muitas orações
para afastar o mafarrico nas mentes iluminadas a candeeiros a petróleo,
trabalhando as terras de sol a sol, mas nos rigorosos invernos de campos
alagados , algumas famílias pediam o milho a quem o tivesse, para trocar
por farinha, cozendo a broa do seu alimento, pagando mais tarde com a jorna a
sua divida.
Estamos em 1940, já os meus irmãos Quim e Licínia, a saudosa irmã,
trabalham nas terras, logo a seguir o António, enquanto eu fraquito de
corpo, se não aguentava aquelas tarefas, o melhor seria uma profissão á sombra,
Latoeiro, sapateiro, talvez barbeiro, dizia a nossa saudosa Mãe Olivia
Cavaleiro.
Foi por esta via que nasceu o Repórter Mabor, um programa desportivo de
Alves dos Santos ou de Artur Agostinho, as segundas-feiras na Emissora Nacional,
já na Figueira da Foz, aos 15 anos, trabalhando como barbeiro, cujo ordenado de
300 escudos com cama e mesa, foi um "milagre" regressava sempre ao
meu cantinho de porta em porta, depois com uma modesta barbearia, o pecúlio era
generoso para pagar a mercearia na Sra. Olinda Marinheiro, ainda felizmente entre
nós no Casal Novo do Rio.
As tardes aos domingos eram "sagradas “no campo das Lages, cronicando
os jogos do nosso A.C.M. para um jornal desportivo que se publicava na
Figueira da Foz, o Figueira Spor, onde publicamos a morte do José Manuel, um
jovem que partiu prematuramente e jogava no A.C M.
O Campo das Lages, transborda de gentes de todas as idades, para assistir
aos jogos, não faltando as meninas que procuravam os seus namorados.
Lá vem o Repórter Mabor, da Barca, diziam de umas para as outras nunca ouvi
tal piropo, em 1966, ao casar na Igreja dos Anjos, vim a saber pela minha
mulher Dilia Brandão Fernandes que fazia parte do grupo. Sabes? - Eu
estava também no grupo das raparigas não imaginas a brincadeira do
Repórter Mabor, da Barca.
Se assim foi como esquecer de onde viemos, honrado com um título popular,
reconhecendo a humildade de uma época distante que ainda vive junto das nossas
gentes, prestando a homenagem aos que partiram.
Deslumbrantes,
ao sol do estio,
ondulam
searas de ouro,
promissoras
de vida
e abundância,
apenas entrevistas,
discretas.
Ao longe,
só o som…
Fatigada a vista
tem assomos de tremuras,
o calor faz a visão,
a miragem.
Searas de sonho,
só o vento
as faz vibrar.
Ouve-se só
essa música dourada,
enternecida e dolente.
Ao sol tórrido,
só uma seara,
um apelo
que o sol seca.
Garça Real
APRENDE
dá boas razões para que gostem de ti - não exijas o amor,
podes fazer algo uma vida inteira - em segundos podes destruí-la,
tens o direito de te irritar - não o direito de ser cruel,
podes ter muitos diplomas – o certo é que não te fazem mais rico em sabedoria e/ou educação,
podes ter muitos “amigos” – mas só alguns guardas no coração,
os “heróis” são pessoas…
a vida encarrega-se de fazer o resto!
Isabel Capinha
PERCORRER A MESMA ESTRADA
Mais um ano se passou
De uma longa caminhada…
Como é que dois seres humanos
Que eram apenas dois estranhos
Dois mundos que eram opostos
Assumem para toda vida…
Percorrer a mesma ESTRADA?
Perfeitos desconhecidos
Que um dia se encontraram
Personalidades diferentes
Que simplesmente se olharam
E porque fez todo o sentido
Decidem unir suas vidas
E percorrer a mesma ESTRADA!
Como é estranha esta vida!
Que acorrenta seres diferentes
Jurando amor eterno:
__ultrapassar vicissitudes
__na tristeza e na alegria
__por vezes meio perdidos
__vencem juntos o desespero…
__do mais duro e longo… “inverno”.
Permanecem juntos no tempo
Nada os demove do amor
Do respeito e do carinho
Que um dia juraram ter
Perante um DEUS SALVADOR.
Numa vida nada fácil...
Na espinhosa caminhada
Teimam em continuar juntinhos
Percorrendo a mesma ESTRADA!
Mais um ano se passou
De uma longa caminhada…
Como é que dois seres humanos
Que eram apenas dois estranhos
Dois mundos que eram opostos
Assumem para toda vida…
Percorrer a mesma ESTRADA?
Isabel Tavares
Vivendo o dia a dia
O dia ficou noite,
E a noite não trás o dia
Como o dia trouxe a noite…
Agora no túnel da vida,
Não me vejo, nem me sinto
Apagou-se a luz ao fundo
Ando, apenas, por instinto…
Tapo a cara com a máscara,
A tristeza com um sorriso,
Talvez ele se cole á alma
E me dê o que preciso…
Juízo para sonhar,
Que nada me amedronte,
Força nova para Amar
Seguir contigo o horizonte.
Mara Kopke
Na vigência do Centro de Saúde, existiam 13 extinções
de saúde em 12 das 13 freguesias (só não existiam em Gatões e Vila Nova da
Barca e a de Tentúgal foi mesmo desdobrada com uma extensão na Portela).
Cada uma dessas extensões era constituída por um
médico, enfermeira, administrativo e auxiliar.
Com a extinção do Centro de Saúde promovida no tempo
de um governo socialista, de Sócrates, a população do concelho não só viu
reduzir os recursos humanos na saúde como também encerrar várias extensões de
saúde sede, (Montemor), Carapinheira, Meãs e Tentúgal a norte do Vale, e
Pereira, Santo Varão e Abrunheira, no lado sul.
A governança dos cuidados de saúde primários tem vindo
a esforçar-se no sentido de ir encerrando as que ainda sobreviveram, e por
meios pouco transparentes, já confinou o funcionamento da de Abrunheira e Santo
Varão e recentemente também Meãs não escapou a tão funesto desfecho.
Contrariando a Constituição da República, os tratados
assinados por Portugal e mesmo as orientações comunitárias, não foram
disponibilizados serviços de saúde “(…) ao alcance de todos os indivíduos e
famílias da comunidade, mediante a sua plena participação (…)” mas sim em
locais impostos sem audição de ninguém.
Com uma rede de transportes ao serviço das
concessionárias, a falta de uma ligação adequada das freguesias da margem sul
do vale do mondego com a sede do concelho e as demais freguesias da margem
norte, e com uma população envelhecida, estas nem com o cartão sénior passaram
a ter acesso aos serviços de saúde a que têm direito.
E não vale a pena continuar a propagandear as
condições de bem-estar do concelho porque sendo estas avaliadas por índices de
condições materiais de vida e qualidade de vida, a saúde é parte importante
para a definição desse bem-estar.
Não podemos esquecer que, se por um lado, são os
grupos mais pobres que menos procuram os serviços de saúde ou apresentam menos
possibilidade de os usar, por outro, é na população mais idosa que se
concentram as pessoas de alta morbilidade e de graves limitações de actividade
física.
*este artigo foi escrito para o boletim informativo do PCP em Montemor-o-Velho, o MiranteMor e pelo seu colectivo de trabalho.
"O Farmacêutico de Auschwitz"
relata a história pouco conhecida de Victor Capesius, um vendedor de produtos
farmacêuticos que, em 1943, entrou para a SS e rapidamente se tornou o
farmacêutico-chefe de Auschwitz, o maior campo da morte da Alemanha nazi.
Baseando-se em arquivos secretos e
documentos até agora confidenciais, Patricia Posner revela o reinado de terror
de Capesius naquele campo, a sua fuga à justiça – em parte alimentada pelo ouro
que ele tinha roubado das bocas de cadáveres – e também como um punhado de
corajosos sobreviventes e um destemido promotor público, finalmente, o levaram
a julgamento por assassínio vinte anos depois do fim da guerra.
"O Farmacêutico de Auschwitz"
apresenta-nos um vislumbre fascinante do pacto do Diabo feito entre os nazis e
o maior grupo empresarial da Alemanha, a I. G. Farben. Esta é uma história de
homicídio e de ganância com as suas raízes no coração do Holocausto. É relatada
por meio de figuras de proa nazis e industriais transformados em criminosos de
guerra, agentes secretos e promotores zelosos, intrépidos sobreviventes dos
campos de concentração e caçadores de nazis.
Num cenário que abarca a guerra lançada
por Hitler para conquistar a Europa, a Solução Final e os esforços da Alemanha
do pós-guerra para encarar o seu passado sombrio, Patricia Posner mostra-nos as
terríveis profundezas às quais homens banais são capazes de submergir, quando
desconhecem limites impostos pela consciência e pela mais vaga noção de moral.
Artista: Leonardo da
Vinci
Data estimada: 1503 a 1519
Onde ver: Museu do Louvre (Paris)
Não devia ser surpresa de que o quadro mais famoso do mundo seja a mulher misteriosa com o sorriso enigmático. Mas essa é uma das poucas certezas sobre esta obra de arte. Pensa-se que o modelo na pintura seja Lisa Gherardini, mulher do mercador de Florença Francesco del Giocondo, mas os peritos não têm a certeza. Representou uma inovação na arte – a pintura é o retrato italiano mais antigo a mostrar o modelo tão de perto, num retrato de meio-corpo, segundo o Louvre, onde foi inicialmente instalado em 1804.
Sabia que...? Antes do século XX, os historiadores diziam que a
"Mona Lisa" era pouco conhecida fora dos círculos artísticos. Mas, em
1911, um antigo funcionário do Louvre roubou o quadro e escondeu-o durante dois
anos. Esse roubo ajudou a cimentar o lugar da pintura na cultura popular, desde
então, e deu a conhecer a arte renascentista a milhões de pessoas.