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sexta-feira, outubro 15

BARCAÇA_05

 


Como já nos habituou a barcaça sai quinzenalmente trazendo um conjunto alargado de textos sobre diversos assuntos.

O associativismo, as histórias populares e típicas do nosso povo, os monumentos, desta feita a Igreja de São João do Castelo e também o ex-libris de Montemor-o-velho: o belo Castelo e as vivencias do mesmo hoje em dia.

Falando de agricultura, salientamos a importância da produção do arroz, já que os portugueses são os maiores consumidores do mesmo a nível europeu e produzem cerca de 60% do que consomem.

Também o desporto volta a ter um lugar de destaque pela pena de diferentes colaboradores.

Não esquecer que outubro é o “mês rosa” lembrado a luta contra o cancro da mama. E, já agora, salientamos, que a deteção precoce salva-vidas.

Também regressamos à escola e damos relevo ao tema atualíssimo da discussão em torno do orçamento do estado.

Poesia, sugestões de livros e música, além dos belos pratos da gastronomia portuguesa, são mais do que suficientes para garantir boas leituras durante esta quinzena.

Bem hajam e sejam felizes! 

ASSOCIATIVISMO

Saímos porta fora, percorrendo os caminhos de uma Vila que está a desaparecer no que toca ao associativismo, seja pela fuga das pessoas na busca de emprego seja pelo envelhecimento que é outro dos flagelos das comunidades que são essencialmente rurais.


 

Os “miúdos” que brincavam na praça, na feira e nas coletividades encontraram nas novas tecnologias a sua paz de sofá. 

Hoje em pleno restaurante podemos verificar crianças a comer olhando o tablet ou telemóvel como forma de entretimento e é com esses ensinamentos que vão crescer esquecendo que existe a música, teatro, desporto e cooperações humanitárias… que desenvolvem atividades, além de serem saudáveis fortalecem o indivíduo como parte de um coletivo.

Não desejo ser saudosista e recordar-me das célebres RGA (em contexto escolar) que nos davam o poder argumentativo e em muito contribuíam para o ser estar e permanecer.


Hoje devemos incutir nos nossos filhos o dever de serem participativos na comunidade de interagir e darem o seu contributo das várias formas possíveis, mas estarem presentes.

Procura saber a história, quem foram os Homens que fundaram a coletividade, quais são os seus desígnios e depois de se inteirar do percurso de algumas, então fazer a parte que lhe compete, adequando a ação aos dias de hoje.

A cultura de um Povo está nas suas gentes nos seus afazeres na sua cultura ancestral e deixar morrer é perder as nossas origens e esquecer o passado é tornar um povoado desconfigurado sem raízes.

Amar a nossa terra deve ser um estado de vida não uma obrigação.

Em termos gerais, a prática associativa consiste na organização voluntária de pessoas, sem fins lucrativas, com o objetivo de satisfazer as necessidades coletivas ou alcançar os objetivos comuns, via cooperação.

Esta forma de organização coletiva tem como objetivos reforçar os laços de amizade e solidariedade, reunir esforços para reivindicar melhorias na comunidade, defender os interesses dos associados, desenvolver interesses coletivos de trabalho, produzir e comercializar de forma cooperada, melhorar a qualidade de vida e participar no desenvolvimento da região na qual as associações estão inseridas.

Princípios do associativismo

·         Princípio da Adesão Voluntária e Livre

·         Princípio da Gestão Democrática pelos Sócios

·         Princípio da Participação Econômica dos Sócios

·         Princípio da Autonomia e Independência

·         Princípio da Educação, Formação e Informação

·         Princípio da Interação

·         Princípio do Interesse pela Comunidade


Apoio ao Movimento Cultural e Social de Montemor-o-Velho (1)

 


Reconhecendo o papel do movimento associativo do concelho de Montemor-o-Velho como verdadeiro polo de desenvolvimento e enriquecimento das comunidades locais, contribuindo decisivamente em prol da sociabilização, da construção da identidade e da afirmação da cidadania, o Município de Montemor-o-Velho assume como fundamental dar continuidade à cooperação, nomeadamente ao nível de apoios, ao tecido associativo concelhio.

 

Para tal, encontra-se em vigor o Regulamento do Apoio ao Movimento Cultural e Social de Montemor-o-Velho, onde estão definidos os termos, por forma a clarificar e a assegurar uma maior abrangência, flexibilidade, eficiência, eficácia, rigor e transparência na atribuição dos apoios por parte da autarquia às associações do concelho.

 

Consulte o regulamento aqui.

(1) Fonte CMMV

Repórter Mabor

Todos sabemos que o desporto é uma atividade física, estimulando de forma saudável nos jovens, superando pela sua envolvência mental e psicológica algumas veteranias…

O desporto praticado neste modelo atrativo e conciliador, remete-nos para as antigas competições desportivas, muito antes do cristianismo, depois o sonho e a magia de Pierre Coubertan, mas no tempo-espaço, chegamos aos nossos dias com o caos generalizado dos milhões em negócios, por exemplo no futebol, funcionando na mais grave corrupção de um sistema fugidio da lei!

Ora, este desporto  profissionalizado e provocando exuberantes riquezas numa classificada industria, “pergunto ao vento que passa… o vento nada me diz , se pelo bom senso da pedagogia desportiva, as atividades amadoras, embora suportadas pelos custos de manutenção, nos conduzem ainda na verdadeira essência desportiva e no desejado espirito de “mente sã, corpo são” para  este salutar fulgor competitivo, felizmente pelas nossas aldeias, vilas e cidades, por isso mesmo  não vamos mais longe para vos trazer o exemplo de 140 atletas, do Centro Cultural e Desportivo de Liceia- Montemor-o-Velho, percorrendo os caminhos e as zonas atrativas pelo trilho de S. Miguel, numa localidade, diríamos exemplar no sentido Olímpico do termo.  

O que me parece, cidadão de antanho, é que as comunidades, porque não um país, só podem participar nas formações desportivas se os programas iniciais nas escolas, possam potenciar hábitos de aprendizagem na sua cuidada ética, libertada na proximidade e no empenho físico e mental de cada um dos formandos a caminho das melhores cidadanias sociais e desportivas…

Ora, não tenhamos renúncia em reconhecer que Montemor-o-Velho e as suas Freguesias, jogam hoje no campo prático de várias modalidades, um crescimento notável de participações desportivas.

Quer no futebol de onze, no futsal, o remo e a ginástica, que sei eu através da comunicação nos jornais, também na MIRAGEM, surto do seu desenvolvimento pela formulação de propostas e das suas atividades cada mais salutares e competitivas por terras de Montemor…

IGREJA DE SÃO JOÃO DO CASTELO

Popularmente conhecida como capela do Abade João, a igreja de São João está localizada na vertente norte do castelo, no chamado “cercado” ou “curral”.


Datam de 1103 as primeiras referências a esta igreja e ao seu prior Soeiro que a tinha com a de Santa Maria de Alcáçova.

A 11 de março de 1251, o papa Inocêncio IV expediu a Bula “Sua Nobis”, dirigida ao bispo de Viseu, para obrigar os priores de várias igrejas da diocese de Coimbra, entre elas a de São João de Montemor, a pagar ao bispo as procurações que lhe deviam “ratione visitationis”.

No “Catálogo de todas as igrejas, comendas e mosteiros que havia pelos anos de 1320 e 1321” surge avaliada em 40 libras.

Consta que a capelinha primitiva foi mandada edificar pelo Abade João, sob invocação de São João Evangelista, no local onde costumava entregar-se a intensa penitência, sendo nela que este venerável e valente guerreiro celebrava as cerimónias de culto e, com os seus apaixonados sermões e conselhos, animava a sua gente a combater, sem desânimo, os mouros.

Em maio de 1852, a velha igreja foi restaurada, tendo nela sido recebida, festivamente, a rainha D. Maria II. Poucos anos depois, em 1863, voltaria a receber nova e derradeira reparação.

Em 1995, as paredes internas ainda estavam revestidas com pinturas de motivos concheados da segunda metade de “Setecentos”. Hoje, infelizmente, está reduzida aos alicerces de plano retangular.

Pertenceu-lhe a imagem de Nossa Senhora com o Menino, da Vitória, que se encontra atualmente na Igreja de Santa Maria de Alcáçova.

Água-Benta Falsificada

O Domingo de Páscoa em Montemor-o-Velho era um pouco diferente dos outros Domingos, no que refere às práticas religiosas. A Missa era celebrada mais cedo para que o Padre, figura principal da comitiva, iniciasse a visita Pascal logo após, ganhando tempo para visitar todas as casas da Vila até à noite.

As residências já tinham beneficiado de limpeza intensa para receberem o Senhor Crucificado. Era colocado verdura e rosmaninho em Flôr, no chão na entrada das portas que eram abertas de par em par. Em cima da mesa na sala lá estava o Folar para o Sr. Reitor. Num prato uma laranja grande com uma moeda em cima, era a oferta dos menos ricos que eram na verdade a maior parte. Os mais remediados optavam por uma nota de alguns escudos arrumada num envelope branco, e outros (poucos) juntavam também um cartucho de amêndoas. (um cartucho de papel feito pelo merceeiro)

A comitiva Pascal integrava o Homem que levava  o Crucifixo, mais outro com uma saca de brocado de cor carmim para carregar as laranjas, mais dois acompanhantes, e o homem dos foguetes. (este raro entrava, a menos que o chamassem para  um copito de vinho doce e uma fatia de bolo, do tradicional bolo da Páscoa) E havia mais dois personagens importantes (mais novos) o rapaz da Campainha que freneticamente a acionava e aquelas badaladas ouviam-se à distância, sendo o modo de anunciar que o Padre já vinha perto, e o rapaz da Caldeirinha, uma espécie de balde de metal amarelo (luzidio nessa ocasião) onde era colocado o aspersor e a Água-Benta proveniente da Pia Baptismal e que havia sido benzida para o efeito.

Este grupo de voluntários disponibilizava-se para ir levar o Senhor a beijar, ás famílias crentes e eram todas, que não prescindiam desta cerimónia e a aguardavam ano após ano. 

Entravam nas residências, o homem da Cruz aproximava-se e o Padre dava o Senhor a beijar, primeiro ao pai e à mãe e de seguida a todos os que ali estavam reunidos e ajoelhados respeitosamente. Aspergia água benta sobre os presentes, sobre a casa, felicitava, repetia Aleluias... havia sorrisos, havia alegria e votos de felicidades até ao ano na despedida.

Numa destas festas da Páscoa com tudo organizado, saiu a Comitiva da Igreja para dar início à costumada visita Pascal e já tinham entrado em muitas casas, iam animados, longe de pensarem em algum percalço, mas aconteceu; o rapaz da Caldeirinha escorregou nas pedras da rua e caiu. A Caldeirinha rolou no chão entornando a água toda. Gerou-se natural preocupação com o rapaz, mas logo passou pois ele não se tinha magoado e estava pronto a retomar. Mas faltava a Água Benta. Prestável como são todos os miúdos, logo se ofereceu para ir à Igreja buscar a preciosa água. Concordaram em esperar ali, enquanto ele numa corrida lá ia e voltava num instante. E ele lá foi apressado, mas a certa altura achou que ir à Igreja e vir era demasiado, então olhou à volta não estivesse alguém a ver, e cauteloso acercou-se da margem da Vala que existia na Vila, pôs um joelho no chão estendeu o braço e mergulhou a Caldeirinha. Atestada com o precioso líquido, limpou-a por fora com o lenço e, em passo normal reuniu-se á comitiva que o aguardava sorridente e lhe dispensou elogios.  

E lá andou todo o dia no cumprimento da sua missão, no entanto apreensivo, porque de vez em quando o pensamento lhe trazia um terrível receio, " E SE O PADRE CONHECE A  ÁGUA????? "

 

(também este texto é baseado num caso verídico, passado há cem anos)

O que é que Deus quer p´ró povo?

Um dia um padre já velhinho foi mandado para uma paróquia que estava completamente “arredada” da igreja.

Um domingo não foi ninguém à missa, no outro também não apareceu ninguém e assim sucessivamente, até que o pobre prior resolveu dar um novo rumo a tal freguesia.

 Viu um miúdo muito mal vestido e logo se lembrou que mediante um pagamento não muito “alto” teria ali um aliado para resolver tão delicada questão.

- Anda cá ò moço, pois quero perguntar-te se estás disposto a ganhar um dinheirinho.

- Claro que sim, senhor prior, é dizer o que tenho de fazer, que é como se já estivesse feito!

- Muito bem, diz o bom abade, no domingo só tens que vir uma hora antes da hora marcada para a missa, esconderes-te atrás do altar e quando eu disser: - o que é que Deus quer para o Seu povo?

- Tu dizes de lá: - paaaaaaaaaaaaazzzzz …!

- É só isto. És capaz?

- Claro! É como se já estivesse feito!

- Então está combinado.

O rapazinho foi para casa todo contente e diz ao pai:

- O meu pai nunca me deu uma moeda, mas o bom do nosso prior vai me dar uma mão cheia delas!

- O quê, diz o pai. Que vais tu fazer para tal paga?

  E o pequeno explicou ao pai o que lhe tinha dito o prior.

-Ó rapaz, diz o pai, se fizeres como eu te digo, o padre ainda te dará mais….

- E faço, é só dizer…

No domingo, à hora marcada, estando já o “ajunte” escondido começa o sermão - - Meus irmãos, hoje vai acontecer algo de muito interessante. E o padre grita:

- O que é que Deus quer p´ró povo?

- Pôrra! Grita o rapaz, fazendo o que o pai lhe ensinou.

 Aflito, diz o padre, tentando resolver a situação:

- Meus irmãos, a sorte que eu tive em vir para esta freguesia em que até as crianças sabem latim, pois “porra” em latim quer dizer paz. Por isso,”porra p´ró povo, porra p´ró rapaz !

Deixo-vos mais uma que o autor não sabia que eu iria colocar.

José Craveiro numa bela história em 2007



O arroz apresenta uma produção mundial média que ronda as 754 milhões de toneladas, estando cerca de 27% concentrada na China.

Na Europa produzem-se 2,5 milhões de toneladas em 414 mil hectares, Itália representa 50%, Espanha 30% e Portugal 6-7% da produção de arroz, e relativamente à produção de cereais em Portugal, o arroz representa cerca de 16% dessa produção. A União Europeia (UE) importa ainda cerca de 40% das suas necessidades – 1,0 milhão de toneladas.

Na UE, embora a produção de arroz tenha um peso pouco significativo a nível mundial, as suas zonas arrozeiras têm uma grande importância socioeconómica e ambiental, obtendo produções de reconhecida qualidade e muito apreciadas na sua contribuição para a biodiversidade.

Com uma produção total de cerca de 190 mil toneladas, Portugal apresenta-se como o maior consumidor europeu de arroz, com uma média de 17kg per capita por ano, apresentando um grau de autoaprovisionamento de cerca de 60%, o que implica a necessidade de importar os restantes 40% (cerca de 100 mil toneladas, do tipo Agulha, Basmati, Thai/Jasmim, Risoto, entre outras).

O arroz do tipo Carolino (com 80% da área de produção) é o que ocupa o lugar de maior importância em Portugal, embora os hábitos de consumo tenham resultado na transferência de algumas das áreas de produção de arroz Carolino para arroz Agulha.

A superfície cultivada com arroz ocupava, no final dos anos 80, mais de 32 mil hectares, ocupando atualmente cerca de 29 mil hectares. A produção nacional concentra-se nos vales do Sorraia e Tejo (50%), Sado (30%) e Mondego (20%). No que respeita à produtividade verifica-se uma relativa estabilidade desde 1995, aproximadamente nos 6.000 kg/ha.

O setor em Portugal apresenta ainda falta de dimensão de grande parte das explorações, a par da falta de estruturas de concentração e/ou transformação em algumas zonas de produção.

Da mesma forma, o recurso a variedades estrangeiras mal-adaptadas às nossas condições edafoclimáticas e os reduzidos investimentos em investigação e divulgação técnica, entre outros, resulta numa consequente perda de competitividade do setor produtivo e da redução do desempenho do setor industrial.

Fonte: Cotarroz

DESPERTAR PARA O DESPORTO

A opinião desportiva que mexe consigo!

A França sucedeu a Portugal enquanto vencedor da mais recente competição europeia de seleções de futebol – a Liga das Nações. A final, disputada em Itália, proporcionou um duelo de vizinhos. Espanha e França concorreram para um bom espetáculo e confirmaram, ao mais alto nível, que os estádios vazios perante as ensurdecedoras vozes dos treinadores e jogadores são coisas do passado. Todos esperamos que assim seja e que, definitivamente, a Humanidade ultrapasse e se adapte à Covid-19.

Sobravam motivos de interesse naquela final. Restou um, apenas um – a legalidade do golo da vitória da seleção gaulesa, já na fase final do encontro.

timing do passe e as linhas do corte da relva ajudam qualquer adepto a perceber que o lance é irregular. Os comentadores de arbitragem, um pouco por todo o mudo, sustentam que, afinal, à luz dos atuais regulamentos, ou de uma interpretação dos mesmos, a jogada deve ser validada. O Futebol é conhecido e reconhecido como uma modalidade bastante conservadora, que, décadas após décadas, sempre resistiu a grandes inovações tecnológicas, ou à introdução de mecanismos que acompanhem a maior velocidade do jogo, ou subterfúgios comportamentais que vão tentando explorar lacunas regulamentares. Aliás, a recente adoção do sistema de videoarbitragem, apesar de inovador no futebol, já há muito fora adotado por outras modalidades.

Mas, voltando aos comentadores. Na sua maioria trata-se de ex-árbitros que, sob convite dos media, devem, em primeira instância, pugnar pelo desenvolvimento da modalidade, pela sua expansão popular, pela sua universalização. Muitos, sendo capazes de criticar a justiça da (nova) regulamentação que fez validar o lance em causa, optam por sublinhar a ignorância dos adeptos pelo desconhecimento daquela orientação, ao invés de acentuar a incompetência do legislador e das entidades reguladoras dos órgãos internacionais, que estão a ser capazes de desvirtuar a modalidade de todos, gratuitamente. Sim, porque tal alteração regulamentar favoreceu a França desta vez, favorecerá outra equipa no futuro e prejudicará, sempre, o Futebol. Estou convicto que, em breve, a situação será corrigida. Mas nunca, num futuro próximo, findará o corporativismo perseguicionista característico da classe dos árbitros de futebol que, mesmo na reserva, acreditam cegamente (sim, cegamente) que continuam a ver melhor que todos os outros.

Solidão iluminada

Seria apenas um dia,

dos muitos que tenho tido...

Não fora ter-me cruzado,

de manhã, logo contigo.

 

Entraste no meu pensamento

Como em casa vazia,

ecoando com os teus passos

na minha alma tão fria.

 

Sabia que a tristeza

a minha porta fechara

e que a negra mentira

há muito tempo a trancara...

 

Mas como posso negar

que iluminaste o meu dia

Que desta enorme solidão

Nem eu própria sabia...

Corre imparável o rio

como o tempo se esvai

e veloz a vida passa

por nós, arrastando-nos na voragem…

Cada momento é único

e irrepetível, impiedoso também…

Só se vive uma vez…

Fugazmente

as horas escapam-se-nos

entre os dedos…

Não conseguimos

voltar atrás no tempo

para emendar erros

ou alterar o que foi feito…

 

Por isso, vive intensamente

cada instante teu.

Alegremente aproveita

o que és e o que tens

pedindo à vida

o que por direito

te pertence.

Vive, sim, vivendo e fruindo,

apesar da efemeridade,

o que tiveres que viver.

A PRIMAVERA DA TUA VIDA

Continua o teu caminho

Ou melhor

Cumpre o teu destino,

Tanto faz!

 

O importante é caminhar

E ser HOMEM!

Sem arrogâncias,

Sem auto-suficiências,

Sem te pores "nos bicos dos pés" que,

Como sabes,

É um meio frágil de sustentação,

onde o homem

não é capaz de ficar muito tempo.

 

Porquê?

Porque é incómodo

E sobretudo,

porque não é natural.

 

Continua...

 

Não faças nada para que escureças

A tua vida...

Ilumina-a com as coisas boas que tens!

Transmite o que de bom existe em ti:

Amizade,

Amor,

Sabedoria.

 

Não te esqueças que tudo isto,

É a maior riqueza que podes dar e repartir

Pelos outros...

 

Age desse modo,

Para que o teu coração

Seja como uma flor

A desabrochar na Primavera

Da tua VIDA!

A mulher é um ser especial.

Por todos os papéis que desempenha, e que a sociedade exige que os desempenhe imaculadamente.

Por todas as especificidades da sua própria essência, que a condicionam e interferem no seu dia a dia e na vida dos que a rodeiam.

Sem cair no extremo e sem ser demasiado feminista, mas... Que orgulho em ser mulher!!

Em outubro, numa onda vinda dos Estados Unidos da América, celebra-se o mês rosa

Tem como intuito homenagear todas as mulheres que lutam contra o Cancro da Mama, lembrar todas as vidas perdidas nesta luta. E, sobretudo, sensibilizar a comunidade para esta doença.

Segundo os dados mais recentes, em Portugal o Cancro da Mama continua a ser o cancro mais prevalente. Em ano de Pandemia e com os rastreios (e quase todas as atividades preventivas relacionadas com a saúde) debilitados, cerca de 7000 mulheres foram diagnosticadas com esta doença. 1800 morreram. Também é coisa de homem, mas numa desigualdade tremenda.

Neste caso de Saúde Pública todos os esforços devem ser tidos em conta. E nunca poupados, porque falamos de uma doença que, se diagnosticada precocemente, tem altas taxas de sucesso.

Temos em Portugal um rastreio organizado que, diria, funciona bem. Está assente sobretudo numa entidade não financiada diretamente pelo SNS, a Liga Portuguesa contra o Cancro, que leva cada 2 anos o "carro" das mamografias a cada concelho. 

A mulher deve fazer o seu papel e vigiar a sua própria saúde. Mas a sociedade e a comunidade em que vivemos tem também um papel, fundamental e decisivo.

Não só na organização dos cuidados de saúde para que sejam fortes o suficiente para que o rastreio seja um sucesso, mas também no apoio das mulheres doentes e das suas famílias.

Há detalhes desta odisseia que não são jurisdição ou competência das autarquias, mas há tanto para ser feito!!

- Dinamizar ações de sensibilização, com sessões de esclarecimento, elevar a importância do rastreio. Há tantas mulheres que estão tão ocupadas no seu lufa diário que decidem "trato de mim depois"... Sem darem conta que o depois pode ser tarde. Quantos maridos chegam a casa e perguntam "tens feito a mamografia cada 2 anos?"...

- Na altura em que o "carro" está alocado ao município, facilitar transportes, ajudar na deslocação das mulheres a este acto, ir buscá-las a casa, incentivá-las a ir. Há tantas mulheres que não fazem a mamografia porque "não tive boleia para ir ao carro".... Quantas relativizam o agendamento e priorizam outras tarefas para essa meia hora?

- Em caso de doença, ter uma rede que dê apoio, não só económico, mas de solidariedade, compreensão. Um apoio que não passe só pela mulher doente, mas também pela sua família. Há tantas mulheres que se vêm sós, mutiladas, sem trabalho, sem amigos, sem ninguém que as saiba entender... Com contas para pagar, mas sem conseguir trabalhar, pela dor no sítio do órgão tirado, pelo orgulho ferido, pela doença em si...

Há muito, tanto, a fazer pelas mulheres e pelas suas mamas.

Não nos esqueçamos dos números.

Não nos esqueçamos que todas as mulheres têm mamas.

Falemos disso, nas nossas casas, sem qualquer pudor.

O ex-libris de Montemor-o-Velho

No passado dia sete de outubro comemorou-se o Dia Nacional dos Castelos. Não podia deixar de passar esta data sem fazer uma referência ao maior ex-libris do nosso concelho – o Castelo de Montemor.

Desde que me lembro de ser gente, que ouço as promessas de tornar o castelo de Montemor numa referência turística não só a nível nacional como internacional.

O que é facto é que os anos passam e tudo fica na mesma.

É inadmissível termos um dos maiores e o mais antigo castelo do país e isso não ser aproveitado de uma forma clara e consistente.

Quando vimos publicidade, reportagens, artigos ou promoções sobre castelos em Portugal rapidamente identificamos castelos como o de São Jorge, o castelo de Sintra, o castelo de Guimarães ou o de Santa Maria da Feira, entre tantos outros.

Eu próprio já tive oportunidade de visitar alguns deles e digo vos, com toda a sinceridade, que fico sempre com um misto de sensações. Por um lado, adoro ver a beleza e a forma como cada um está preparado para receber turistas e é dinamizado. Mas por outro fico com um sentimento de tristeza por olhar para a dimensão deles e saber que ao pé do nosso castelo ficam muito aquém do expetável. Sempre que acabo a minha visita fico a pensar o porquê de não termos algo semelhante? Como é que não sabemos aproveitar um diamante destes? Será que não há ninguém que pense nisto ou simplesmente não há vontade política?

Qualquer pessoa que visite o castelo fica com a sensação que não vale a pena voltar, que já viu tudo o que tinha a ver. Isto porque temos de admitir que temos um castelo que em termos turísticos é muito fraco e não está minimamente virado para acolher turistas.

Se não vejamos:

1.  Como é que não temos dentro do castelo um roteiro cultural onde cada turista possa saber um pouco da história, das batalhas, das lendas, etc… E não falo dos meros panfletos que já estão completamente em desuso. Falo sim de toda uma envolvência desde imagens, vídeos ou “cenários antigos reais” que nos transportem para aquela época;

2.  Como é que não aproveitamos o castelo para desenvolver ao longo do ano atividades e dinâmicas que promovam o concelho?

3.  Como é que dentro do castelo não se promove a nossa gastronomia conventual que tanto nos orgulha e que de certeza deliciava as visitas dos nossos turistas;

4.  Como é que nem um simples café ou uma água as pessoas podem tomar porque não existe nada?

5.  Como é que não se permanece apenas com a Porta do Sol aberta o que obrigava as pessoas que visitam o castelo a deixarem as suas viaturas no largo da feira e a subirem pelas escadas rolantes tendo assim que passar por dentro da vila de Montemor;

Para além destas, há muitas outras questões que podíamos falar relacionadas com a promoção do castelo.

O castelo deveria ser a principal alavanca para promover não só o turismo, como a cultura e comércio local.

Esperemos que algum dia haja vontade política para mudar o rumo da história e fazer alguma coisa não só pelo castelo de Montemor, mas sobretudo pelo concelho e os seus munícipes. 

REGRESSO À ESCOLA

(…)

E COM UM BÚZIO NOS OLHOS CLAROS

VINHAM DO CAIS, DA OUTRA MARGEM

VINHAM DO CAMPO E DA CIDADE

QUAL A CANÇÃO? QUAL A VIAGEM?

 

VINHAM P'RÁ ESCOLA. QUE DESEJAVAM?

 DE FACE SUJA, ILUMINADA?

TRAZIAM SONHOS E PESADELOS.

ERAM A NOITE E A MADRUGADA. (…)

 

TROVANTE

 

Finalmente a escola!

Todos regressámos à escola. Na minha fraca memória guardo sem qualquer sombra os meus “primeiros dias na escola”.

A alegria e o chinfrim! Fogo. É escola! Os primeiros amigos de escola… Raios!

Uma coisa chama outra… E já me lembro de algumas marotices. Todos regressámos à escola.

Foram dois anos? Certo?

É tanto tempo… Já teria perdido uns 90 berlindes e ganho uns 150 cromos no “abafa”.

Quem sabe o dobro… “ajuste de inflação”.

 E, no entanto, queremos lidar com este acaso como com um ocaso qualquer.

Não.

É tão delicado.

Tão mesmo, que se me parte o coração com o número de plataformas, a quantidade de contas de email do infante, mais a plataforma para os almoços… ah… e a dos TPC. É absolutamente louco!

Mesmo com todos os tiques de esquizofrenia, eu digo: vão! Vão aprender.

Caramba. Um miúdo de 8 ou 9 anos esteve nesta época uma meia dúzia de meses na escola.

É preciso voltar à escola. É preciso aprender.

É fundamental voltar ao mundo dos outros.

Voltar à leitura.

Voltar ao mestre.

Voltar às emoções.


Finalmente há escola!

Orçamento de Estado 2022

        É sobejamente conhecido e reconhecido que o Orçamento de Estado (OE), pelas várias vinculações fiscais, jurídicas e administrativas exaradas, tem implicações diversas nas pessoas, nas empresas e nas instituições do próprio Estado. Não pode, pois, ser um documento a que um comum cidadão como eu, esteja alheio. Não sendo nenhum especialista em fiscalidade pública, sinto o apelo de abordar algumas questões centrais da proposta apresentada de Orçamento de Estado 2022 pelo Governo, não obstante o período de negociações e discussão em sede própria.

        Começo pela novidade da criação de dois novos escalões no IRS (passando a ter 9 escalões) em que o desdobramento do terceiro e sexto escalões provoca taxas mais baixas. Por exemplo, o escalão de rendimentos compreendido entre 10.736 e 15.216 euros passará de 28,5% para 26,5%. A previsão apresentada pelo Governo é de um alívio fiscal de 150 milhões de euros. Está ainda previsto uma dedução de IRS no segundo filho até aos 6 anos, podendo assim beneficiar de uma dedução maior de cerca de 900 euros, tendo uma aplicação faseada entre 2022 e 2023. Mediante certas condições, os trabalhadores mais jovens vão ter direito a um IRS mais baixo nos primeiros 5 anos ao invés dos atuais 3 anos previstos, beneficiando de uma isenção que incide em 30% do seu rendimento coletável.

        Está previsto um aumento de 0,9% nos salários da Função Pública para 2022 e uma subida de 50 euros no salário base da carreira de técnico superior, este último com um desdobramento em dois anos.

        No que concerne aos benefícios fiscais às empresas, destaca-se a norma que prevê que as empresas que no primeiro semestre de 2022 igualarem o investimento médio dos últimos 3 anos vão poder deduzir 10% desse montante à coleta do IRS. Este incentivo fiscal à recuperação tem um limite máximo de investimento de 5 milhões de euros. Este orçamento termina com a aplicação do Pagamento Especial por Conta (PEC), mecanismo usado para antecipar o pagamento impostos ao Estado.

        O OE prevê um reforço de cerca de 700 milhões de euros no setor da Saúde, visando acrescer ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) mais profissionais.  

        Uma última nota sobre a índole expansionista do orçamento. Ancorado no Plano de Recuperação e Resiliência

(PRR) é previsto um aumento de investimento em 30% com o fito de produzir reformas em setores estratégicos. Este é um aumento muito significativo que não deixará ninguém indiferente. Rechaçando a ideia de que o Governo quis efabular o PRR, na verdade gerou-se na sociedade uma ideia de falta de perceção de como tantos milhões chegam “aos bolsos dos portugueses”, ou até a ideia de que “é sempre para os mesmos”. Ora, o orçamento é o mecanismo certo para a definição dessa mesma estratégia. Pode discordar-se de tais medidas, mas há que ter a consciência de todas as fases desta legal vinculação. A política não pode ser a visualização de um filme fantástico cheio de ficção e efeitos especiais, mas antes a perceção da realidade do impacto das políticas e da avaliação da sua natureza ao nível da capacidade reformadora, justiça, equidade e probidade exigentes.


RABOS DE POLVO DAS BRUXAS

Autor: Sónia Carvalho

Estabelecimento: Bem Bô

Concelho: Mirandela

Produtos Endógenos: Azeite de Trás-os-Montes, Vinho do Porto, Amêndoa do Douro, Vinho região demarcada do douro, Compota de figos (pingo de mel), Malagueta (guindilha), Tomate, Cebolinhas, Vinagre de vinho tinto.

Para este número trago-lhes uma boa recordação de Montemor-o-Velho


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Restaurante Ramalhão, com João Ramalhão, dono do estabelecimento; planos com diversos pratos típicos do restaurante e da região. Confeção do prato da entrada de carne de porco à moda de Ti Teresa; planos da ementa do prato da entrada.



José Mário Branco – Poema de Natália Correia

Rita Guerra ... *** Gostar de Ti ***

O Homem que Plantava Árvores

por Jean Giono

Uma parábola sobre a missão do ser humano no planeta e das virtudes da sua ação positiva sobre o meio onde vive. Conta-nos a história de um homem que, com o seu esforço solitário, constante e paciente, transforma a região onde vive num lugar especial.

Com as próprias mãos e uma generosidade sem limites, faz, do nada, surgir uma floresta inteira – com um ecossistema rico e sustentável. Lembra-nos de como as nossas pequenas ações diárias podem ter um grande impacto com o decorrer dos anos. Um verdadeiro hino de esperança, de generosidade, de fé, de humildade, de perseverança e de amor à vida.


SINOPSE

A Voz do Silêncio é uma verdadeira inspiração divina. Uma obra-prima que inspirou Lev Tolstói, James Joyce, Aldous Huxley, Carl Jung, Albert Einstein, Gandhi, entre muitos outros. O texto traça em linguagem poética e elevada, um panorama do caminho que leva à iluminação fazendo diversas recomendações práticas aos aspirantes que o desejam seguir. Ensina-nos a ouvir tudo o que temos nosso interior como o verdadeiro guia para a vida.

Uma obra-prima da literatura espiritual que ilumina e inspira os buscadores da verdade até aos dias de hoje.

BARCAÇA_MAIO

  Para garantir a redução do expediente extenuante, os trabalhadores da cidade de Chicago organizaram uma greve para o  1º de maio  de 1886....