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quarta-feira, junho 1

BARCAÇA_18

 


Dia Mundial das Crianças!

Dados das Nações Unidas a cada 10 minutos morre uma criança de fome no Iêmen, as agências humanitárias preveem a morte de 400 mil crianças menores de cinco anos em um ano; total de menores deslocados pela violência chega a 1,7 milhão; conflito de seis anos deixou 2 milhões de alunos fora da escola.

"Os governos devem se concentrar no financiamento de programas urgentes de resposta à fome e proteção social para salvar vidas agora, em vez de fechar negócios no setor armamentista que só perpetuam os conflitos, a guerra e a fome", apelou a ONG. "Precisamos de mais ação para criar formas mais justas, resilientes e sustentáveis de alimentar o mundo."

Com as alterações climatéricas não bastassem para crise da fome, veio uma guerra que dura há mais de 100 dias (Ucrânia) que criaram consequências arrasadoras para crianças. A ONU divulgou que mais de 5,2 milhões de menores de idade ucranianos dependem agora de assistência humanitária, incluindo 2,2 milhões que estão refugiados.

Nunca foi tão difícil ser-se criança no mundo como neste Mundo mudança, seja pelos problemas climatéricos, seja pela guerra seja pela indiferença das pessoas.

Criar condições para assegurar o bem-estar deles será para nós uma vitória, ter melhores condições de saúde, educação que chegue a todos desde o berçário, mas será isso que os nossos políticos estão a fazer?

Todos os nossos colaboradores nesta edição da Barcaça olham com um olhar crítico para os direitos das crianças, mas dão soluções, alternativas, olhares e só por isso sinto-me feliz por não esquecemos que um dia fomos crianças.

(TOP SECRET)

HOJE DIA DA CRIANÇA

 


Era eu muito menino e a caminho da escola, recordo-me de passar em casa do meu primo-avó que era carpinteiro. Tinha por ele um grande carinho que já vinha da minha primeira infância quando, por altura de um Natal me presenteou com uma cadeirinha pequena para que eu pudesse chegar à mesa colocando-a em cima da cadeira dos adultos. 

No seu escritório de trabalho, onde a serradura predominava a sua bancada cheia de ferramentas e tornos tinha sempre um cantinho para mim e era por essas alturas que lhe pedia um pião, porque se partiam com alguma regularidade nos jogos na escola, onde por vezes, soltávamos a nossa raiva.

Nesse tempo eu era o rei dos botões, tinha de todos os tamanhos e qualidades e os que comigo jogavam, sabiam bem a importância de ter muitos botões para que não fossemos para casa a segurar as calças.

Ali, à distância duma corrida, ficava o “nosso” rio, onde brincávamos, nadando e saciando a nossa sede.

Poderei dizer que foram os anos mais alegres que vivi, onde a camaradagem era pura, sincera e sem dinheiro se faziam as amizades que conservo até hoje.

Em casa, à ordem e disciplina de duas tias, com hábitos cronometrados porque nesse tempo tudo era difícil, ajudava a Tia-velha a levar o cântaro até à fonte que ficava na encosta do castelo, colocava as brasas no ferro de passar para outra tia, que era costureira. E, ali mesmo ao nosso lado, uma vez por semana, via sair do forno a broa enquanto um pote cheio de água aquecia constantemente para lavar os pratos e tachos.

Nesses dias, da cozedura da broa, ficava ali sentado, olhando porque sabia que à entrada do forno estava a surpresa: uma broa mais pequena, cheia de petinga que depois, molhada num prato com azeite fazia as nossas delicias.

A infância que recordo traz com ela, os jogos e as brincadeiras que foram uma parte muito importante do nosso crescimento, jogávamos ao berlinde, ao prego, ao cavalo. Mas logo ao toque da sineta, entravamos para sala de aulas… recordo-me que havia quatro filas de alunos e cada fila correspondia a um ano escolar, por isso tínhamos os mais pequenos (eu) primeira classe e os de bigode da quarta classe.

Ali, ao lado ficava a sala do suplicio, porque quem andou por estes lados recorda o professor Teixeira, na sua sala, os miúdos andavam a "toque de caixa" e por isso, mais parecia uma aula de canto lírico… todos gritavam, mas desafinados.

No regresso a casa, ainda tínhamos tempo de ir aos marmelos do moleiro que era sempre um alto risco, mas que, miúdos traquinas, gostávamos de sentir adrenalina da fuga.


Ao chegar a casa e depois de fazer os deveres, descia a rua, até ao centro do universo, a Praça da vila. Era aí que tudo acontecia, chegavam as notícias, sentíamos o cheirinho das espigas, ouvíamos as conversas dos mais velhos e, antes que as luzes se acendessem, lá voltávamos para casa. No meu colchão de penas desaparecia por completo até ouvir cantar o galo.

Hoje ao recordar estas passagens sinto-me feliz. Por ter sido a criança que corria para rio e tirava os sapatos, para estar igual aos demais, mesmo sabendo que na volta a Tia-velha, lá me dava o raspanete.

Mas, em cima da mesa, lá estavam os celebres pasteis de arroz com cebola e salsa que ainda hoje adoro.

Que todas as crianças sejam FELIZES como eu fui.


Alcáçova Real [Palácio das Infantas]

Foto de António Barriga

Espaço onde habitaram infantas, reis e rainhas, a Alcáçova Real do castelo de Montemor-o-Velho terá sido edificada, de acordo com a tradição, por D. Urraca, mulher de D. Raimundo, no dealbar do século XII.

Anos mais tarde, nos primórdios da nacionalidade, D. Teresa, condessa do Condado Portucalense e o seu filho, D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, procederam a reformas no castelo de Montemor-o-Velho.

Foto de Deolindo Pessoa

D. Sancho I, sucessor do fundador do Reino, doou o castelo e os seus domínios à filha, D. Teresa que atribuiu o foral à vila e que, juntamente com a sua irmã D. Sancha, remodelou profundamente a Alcáçova Real, transformando-a num típico paço senhorial, atualizado em relação aos principais conjuntos palacianos da época.

Crê-se que foi nesta Alcáçova Real que, em 1355, D. Afonso IV reuniu com os seus conselheiros para decidir a morte de D. Inês de Castro, uma nobre galega por quem D. Pedro, futuro rei, se havia apaixonado e com quem mantinha um romance.

Foto de Deolindo Pessoa


Entre 1996 e 1999, o IPPAR procedeu à consolidação das suas ruínas (sendo apenas visíveis algumas paredes que atestam a sua origem medieval e alguns elementos quinhentistas do período manuelino) e à construção de uma Casa de Chá – um espaço moderno, envidraçado e com uma ampla esplanada integrada nas muralhas, da autoria do arquiteto João Mendes Ribeiro.

DESPERTAR PARA O DESPORTO

A opinião desportiva que mexe consigo!

No Dia Mundial da Criança importa sublinhar a relevância que o desporto, e fundamentalmente a atividade física regular, assumem no seu crescimento e desenvolvimento harmonioso. A vários níveis. Não apenas no quadro das competências motoras, mas também na estruturação da personalidade e na natureza das interações sociais.

Somos, definitivamente, uma sociedade sedentária. Os mais recentes estudos colocam-nos, cada vez mais, na cauda da Europa no que respeita à quantidade de prática de atividade física. Se essa situação se interliga diretamente com a saúde e com o bem-estar da população, no caso particular das crianças o impacto é ainda maior. Para além de comprometer o estabelecimento dos circuitos neuronais indispensáveis à realização de movimento, fragiliza transversalmente a estrutura corporal, sobretudo desperdiçando o potencial acentuado das fases sensíveis de crescimento e, com isso, comprometendo o equilíbrio do processo evolutivo.

O desporto é, ainda, um meio de afirmação entre pares. Aqueles que se destacam pela competência numa determinada modalidade, acabam por ser reconhecidos e valorizados no grupo de amigos – principalmente no caso do Futebol, pelo mediatismo e relevância cultural que envolve a modalidade no nosso país. Desta forma, a criança encontra no desporto uma forma de estruturação da própria personalidade, definindo e descobrindo o seu papel social.

Assim, devem estimular-se nas crianças, desde bem cedo, hábitos de prática de atividade física, quer em contexto formal e competitivo, quer em enquadramentos menos organizados e com maior cariz lúdico e recreativo. A família, a escola e os clubes são elementos centrais na luta contra o sedentarismo. A família, pela transmissão de valores e pela valorização da prática de atividade física. A escola, pela disseminação do conhecimento e pela relevância da Expressão Físico-Motora e da Educação Física. Os pequenos clubes pelas profundas raízes sociais, pela proximidade e pela influência local que sempre os caracteriza.

Se ideologicamente juntos, estes três fatores são essenciais ao combate ao sedentarismo. No entanto, nem sempre isso acontece. Para o efeito, seria determinante ativar e valorizar o Desporto Escolar, que se encontra praticamente moribundo em Portugal. Ao Desporto Escolar competiria proporcionar, em regime escolar não formal, contextos de regularidade de prática de atividade física envolventes e massivos, que motivassem, que estimulassem e que fossem, simultaneamente, geradores de hábitos e capazes otimizar o estilo de vida das nossas crianças. Reformule-se e reinvista-se no Desporto Escolar.

Salomão a morrer...

Estava um Dia Salomão a meditar e pensava que a sabedoria lhe fora dada em tal dimensão que pouco ou nada lhe faltava aprender.

 Feliz com tais pensamentos quase dormitava, quando apressado chegou um petiz que fazendo uma vénia lhe diz:

 - Meu Senhor, meu Senhor, minha mãe mandou que lhe pedisse uma brasinha do seu lume, pois a nossa cinza já não tem nenhuma.

 O grande Rei olhou o pequeno e disse:

 -Olha lá moço, eu de boa vontade te dou lume pois é digno de castigo que a tal se escusa, mas onde vais tu levar o lume sem te queimar?

  - Majestade, Majestade, se colocar na minha mão um pouco de cinza e em cima da cinza uma brasa bem boa, diz a minha mãe que conseguiremos fazer um bom lume

 Salomão olhou o pequenino, e logo mandou que lhe trouxessem o lume.   Olhando como o rapaz acomodava a cinza e o lume sem se queimar exclamou:

 - É assim o mundo, Salomão quase a morrer, Salomão a aprender.


Memórias minhas e afetos meus numa habilidade de sobrevivência do meu instinto, de tal forma enraizado na minha temporalidade, que raramente em circunstâncias festivas, ou conversas de café, não esqueço os fundadores do Atlético Montemorense, ou se quisermos para não sermos egoísta, de outras coletividades na terra montemorense.

Por mim envelhecido no meu tempo ousado e desgastado, há em mim e em todos nós, a verdade crua da raiz do pensamento, movido no presente com as memórias felizes ou não do passado.

A vitória do A C.M. na Final da Taça da Inatel,


sobre o Seixo de Mira por 3-1, naturalmente festejada ao rubro em Condeixa e depois em Montemor, dando vida na Praça Da República Tão Triste E Sem Fulgor, trazendo-me por isso no primeiro comentário na BARCAÇA, uma palavrinha sobre os fundadores do ATLÈTCO MONTEMORENSE, em 1939, do século passado.

Se festejamos no presente as vitórias desportivas, se o A.C.M. vive um período brilhante da sua história, repleto de juventude nas competições desportivas, não é de todo arriscado, sem pieguices saudosistas, recordar agora os seus fundadores, com os quais conversei, cortando-lhes a barba e o cabelo.

Mas os afetos não estão nesta particularidade tão pessoal como intimista, o que está em causa é a gratidão que lhes devemos para sempre, quando se sabe que a felicidade no presente, alguém sonhou e trabalhou em 1939, deixando uma semente renovadora e constante até aos nossos dias. 


Eu canto...

Eu canto quem parte
Contra o vento, contra tudo
Que reage e não se fica
Neste marasmo absurdo
Eu canto a coragem
De quem vê mais além
E não renega o passado
Pois o passado o sustem
Eu canto quem acredita
Que tem mãos de seiva
Que alimenta os seus filhos
Com a futura colheita

Mas canto quem permanece
Com alma de partir
Carrega o fardo do tempo
Com tempo para sorrir
Eu canto quem rasga a terra
Com jeito de afagar
Se não chove, que importa
Com lágrimas a vai regar
Eu canto quem espera
Pois a espera fortalece
E trás no ventre a certeza
Que amanhã, amanhece

Eu canto o poeta que chora
Que se revolta e implora
Que virem esses caminhos
Para não ter de ir embora

Os sinais de ti

 

Andam por aí, perdidos,

os sinais de ti …

Presença constante

nos sonhos que se abrigam

em cada recanto …

Permanecem serenos e impalpáveis,

discretos, sem reagir,

mesmo ao som dos meus passos

repetidos…

indiferentes ao eco distante

da minha voz,

surdos perante a luz

que brota dos silêncios,

da luz dos sons,

dos murmúrios perdidos,

na busca constante

dos sinais de ti

que a brisa ligeira agita e revolve

por saber que existem

os sinais de ti …

SÊ TU MESMA!

As pessoas são irracionais,

ilógicas

e egocêntricas...

ama-as mesmo assim!

Se tens sucesso em tuas realizações,

ganharás falsos amigos

e ao mesmo tempo

verdadeiros inimigos...

terás sucesso mesmo assim!

O bem que fazes será esquecido amanhã...

fá-lo de coração aberto, serás recompensada!

A sinceridade e a franqueza

nunca fez mal a ninguém...

Se deres aos outros o que tens de melhor,

podes magoar-te…

por vezes

corremos riscos...

mas, aquela que não corre nenhum risco

não faz nada,

não tem nada

e

não é nada...

continua...

e

sê tu mesma!

mesmo que o ser humano se esqueça

de reconhecer o valor das pessoas...

continua o teu caminho…

e

sê tu mesma!


CRIANÇA


No colo de sua mãe,

Seu alimento tomou,

E com a seiva que a criou,

Cresceu e desabrochou!


Mãozinhas tão delicadas,

Seus dedinhos de cristal,

Quem à criança faz mal,

É monstro... feroz animal!


Teu riso alegra o mundo,

Teus olhinhos... limpidez,

Há um amor tão profundo,

No ventre de sua mãe,

Já na própria gravidez!...


Toda a criança é uma luz

Que ilumina a terra inteira,

Cintila de tal maneira,

Que apaga a escuridão,

E traz júbilo ao coração!...


És luz, és vida... és futuro

És sol, és estrela, és flor...

Brinca, brinca doce amor,

Que a vida passa a correr! 


Nós temos que compreender

Que há uma criança em todos nós

Se a deixarmos morrer,

Se não a alimentarmos

Morreremos também nós.


És luz, és vida... és futuro

És sol, és estrela, és flor...

Brinca, brinca doce amor

Que a vida passa a correr! 

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Falta de Funcionários – Fecho de Serviços Públicos 

Na última reunião camarária os vereadores da oposição (coligação PPD/PSD – CDS/PP) levantaram uma questão de extrema importância e de grande preocupação política.

O problema está relacionado com a falta de recursos humanos nos registos civil, predial e comercial do concelho de Montemor-o-Velho. Aliás um problema transversal à maioria dos serviços públicos.

Esta situação reflete-se bastante no serviço prestado à população uma vez que os poucos funcionários que existem encontram-se severamente cansados e desgastados, tendo de fazer o dobro do serviço que era suposto ser feito.

Para além disso estamos a falar de funcionários numa faixa etária acima dos 50 anos o que permite perceber que não tem existido uma preocupação de começar a incluir jovens que possam, num futuro, dar continuidade ao serviço prestado.

Esta interpelação feita pelos vereadores foi bem acolhida pelo Presidente da Câmara que votou favoravelmente.

No entanto esperemos que as coisas não fiquem por aqui e que realmente se faça alguma coisa para inverter esta situação.

É preciso passar das palavras às ações para que situações deste género deixem de acontecer.

É preciso agir já para que o pior não aconteça.

Se não daqui a uns anos quando estes funcionários se reformarem iremos assistir ao encerramento destes serviços públicos. Tal como aconteceu com as extensões dos serviços de saúde em determinadas freguesias do concelho de Montemor-o-Velho.

Nessa altura também o Presidente da Câmara disse mil uma coisas, mas o que é facto é que não fez nada para impedir o encerramento das diversas instalações de saúde.

No final da história a população assistiu ao encerramento dessas extensões de saúde e acabou por sair prejudicada.

Esperemos não estar a dizer o mesmo daqui a uns anos relativamente a estes serviços onde mais uma vez será a população de Montemor a sair prejudicada na sua qualidade de vida.

Bloco de Esquerda

Montemor-o-Velho 

Dia Mundial da Criança 

Abrem-se as portas do Verão e com a entrada em Junho celebra-se o dia das crianças. As escolas ficam mais alegres e os mimos prometidos encantam os pequenotes. Aqui por casa já se informou com risinhos que amanhã é almoço de hambúrguer na cantina. Com pão e tudo, papá! Também há batatas fritas e chocolate, afiançaram-me. É por estes sorrisos que nos enternecem a todos e conseguem alegrar, de um jeito desarmante, até o mais gélido dos corações, que não apenas hoje, mas todos os dias temos o dever cívico, social e político de procurarmos a construção de um futuro melhor, mais digno, mais harmonioso, mais humanista e mais amigo do planeta e de todas as outras espécies com as quais o partilhamos.

É bom viver-se criança no concelho de Montemor-o-Velho, sê-lo à certamente, também é belo o sentimento que guardo desse tempo, e infelizmente não é preciso esforço para reconhecer instantaneamente tantos sítios onde não gostaríamos de crescer. Mas esta verdade não esgota que se nos exige fazer do município melhor, que há muito que podia e deveria ter sido já feito, e que velhos problemas e novos desafios continuam à espera da resposta política, da ação executiva, do querer individual e social.

É verdade que desde a minha meninice, 4 décadas atrás, já haverá uma piscina, uma praia fluvial vigiada, trabalho em desporto escolar, um espaço de biblioteca mais prazenteiro, um centro de saúde mais organizado e estendido à periferia, mas que perdeu o atendimento permanente que tantas vezes me curou as chatas amigdalites e altas febres noturnas de menino, portanto isso ainda é muito curto e fica objetivamente muito aquém das justas ambições dos munícipes.

O concelho ainda não se modernizou no seu todo, a falta de coesão territorial é muito marcada e as assimetrias entre lugares e freguesias por demais evidentes. Não é, garantidamente, tempo de sossegar. Não é, para os responsáveis políticos públicos, tempo para qualquer vaidade por obra feita. Não é. É tempo sim de por as mãos à obra, ouvindo quem justamente diz: “-Andam lá a construir aquela coisa nos Anjos e aqui temos buracos, não há passeio para os garotos e os moços e moças tem de andar imenso para apanharem o autocarro para a escola. Já viu? Eu até já falei.” Será que alguém ouviu? – pergunto eu. Haverá motivo para orelhas de mercador? Ausência de recursos? Tendência para a megalomania olvidando o prático, duradouro e funcional? Será?

Pensando em isto ainda pôr mais preocupado com a transferência para os municípios das competências, em particular no que toca à educação e saúde, no modelo preconizado pelo atual governo PS. É que o sistema além de não se apresentar à priori robusto e efetivo, acrescenta tremendos riscos de cativação, excesso de contratação externa a privados, suborçamentação e distribuição eleitoralista de recursos.

Muitas vezes basta só ouvir o idoso contemplativo no banco de rua para saber que faltam acessibilidades rodoviárias, sociais e económicas. Basta escutar a senhora que abandonou o emprego para cuidar o seu filho com doença mental a queixar-se de incapacidade para aceder ao sistema e ver tornar-se justa e digna a vida da sua família.

Basta perguntar a uma criança!

-Olha! O que gostavas de ter aqui na nossa terra?

-Então - é obvio – gostava de ter melhores sítios para brincar com os meus amigos e as minhas amigas, gostava de ter mais espaços públicos para estar com a minha família, gostava de ter mais campos para jogar, gostava que houvesse mais sítios para nadar e tomar banho, gostava de ter mais modalidades para praticar na escola, mais aulas para dançar e fazer teatros, gostava de ter uma mata para correr e acelerar de bicicleta e gostava de ter um jardim bonito e fresco.

Cumpra-se o óbvio sonho. Obrigado, crianças.

Feliz Dia Mundial da Criança para todos e todas!

Aproveitando o momento em que o PSD elegeu com uns expressivos e recordistas 72% o seu novo presidente, Luís Montenegro, imagina-se que alguma coisa mudará na dinâmica do partido e que a viragem à direita será a única opção para tentar travar o crescimento do Chega e Iniciativa Liberal, aliás, tal como já foi dado a entender no discurso de vitória pelo sucessor de Rui Rio.

E vai Montenegro ter muito tempo para isso, salvo se Marcelo decidir uma vez mais intervir na política partidária ativa e vier demitir o governo em nome de qualquer pretexto ou teoria da conspiração em que é especialista, reduzindo a maioria absoluta do PS a cerca de dois anos e meio e provocando eleições antecipadas. Porque caso isso não aconteça, terá Montenegro muito caminho a percorrer e adversários a derrotar, não só nas eleições sociais-democratas como ainda nas europeias e autárquicas.

Para além disso, também importará perceber o que se irá passar em Montemor e ainda mais na Figueira…? Sendo que em Montemor haverá obrigatoriamente mudança de presidente de câmara, logo, ciclo político, o que aguçará o apetite dos que nas últimas se esconderam, mas ficaram à espera das próximas para aparecer e que não vão facilitar a vida da corajosa Maria João. Tal como no PS, onde pelo menos a vereadora Diana Andrade e o vereador Décio Matias terão cumprido três mandatos e decerto alimentarão expetativas de suceder a Emílio Torrão, decisão essa que não deixará de animar a segunda parte do mandato que ainda há pouco se iniciou.

Já na Figueira a pergunta de um milhão de euros é se Santana Lopes se recandidatará (ele diz que sim, que veio para ficar!?) e se o PS submeterá os mesmos, ou não…?

O PSD, exceto se Santana o recuperar e se refiliar, não passará da cepa torta e tardará muito tempo a lamber as feridas, por um lado porque não se vislumbra ninguém que o tire do poço e, por outro, porque se nota uma pseudogeringonça conveniente entre a maioria e o PS, que só fraturará lá mais para a frente quando já não for necessária.

Entretanto, para lá de umas festanças e ameaças de que vai ser tão bom, não se passa nada que gere otimismo no horizonte mais próximo e sugira grandes melhorias nos quotidianos destes concelhos fantásticos, mas adiados.

A Figueira da Foz está transformada num enorme parque de estacionamento, bem ao gosto da empresa que os explora e oprime todos os dias, mas que apesar de uma aparente vitalidade sazonal, continua a regredir, perder população e a repetir a fórmula que a fez definhar e banalizar.

Quanto a Montemor-o-Velho, se retirarmos as Uniões de Freguesias de Montemor e Gatões e de Abrunheira, Verride e Vila Nova da Barca; retirarmos também as freguesias de Seixo, Liceia e Ereira, as que restam, Arazede, Tentúgal, Carapinheira, Meãs, Pereira e Santo Varão, são as únicas onde existe investimento, dinâmica, juventude e crença no futuro, pelo menos por agora!

"O Principezinho" é um dos livros mais traduzidos e lidos em todo o mundo. A história de um rapazinho com cabelos cor de ouro e de um piloto perdido do deserto vai encantando geração atrás de geração. Só um coração puro e cheio de alegria pela vida é que conseguiria expressar, de forma tão terna, um dos laços mais importantes da existência: o amor. E a verdade é que «só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.»

 «Vivi, pois, sempre só, sem ter ninguém com quem falar verdadeiramente, até uma avaria...







Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.

segunda-feira, maio 16

BARCAÇA_17



 

Barcaça que ao longo do seu trajeto a que se propus navegar seja em águas serenas ou rebeldes dos tempos, tem percorrido e desta forma dando a conhecer o pouco da nossa terra.

Viajamos pelo associativismo pelas suas dificuldades pelas suas lutas.

Através de Mário Silva seguimos e redescobrindo a história das nossas pedras que aos nossos antepassados lhe deram a palavra para que hoje depois do trabalho desenvolvido nos traz até nós esse sabor de quem somos de onde vimos e tentar saber para onde vamos, na abordagem à Igreja de Santa Maria Madalena do séc. XIII explica-nos com perspicácia o seu contributo.

Já José Craveiro nos habituou a uma descrição com bastante alegorias e metáforas sobre as nossas gentes, os seus afazeres as suas dores e os seus sorrisos, (Mês de maio) é isso mesmo.

Dília Fernandes leva-nos ao século passado nas suas crónicas quinzenais, abrindo desta vez a sua biblioteca e a falta de espaço físico, mas não no pensamento.

Reporter Mabor (Olímpio Fernandes) atualiza-nos na área do desporto o que anda a fazer o ACM e Resultados da Divisão de Honra do Carapinheirense sempre com a lágrima no canto do olho do seu tão querido atlético.

Sempre viajamos pelas palavras e nada melhor que iniciarmos esta 17ª edição com um poema (Eu quero ver o mar!) Onde uma criança na sua pequenez sonha com essa imensidão que a todos nós nos diz tanto. Já Garça Real dá-nos o sabor no seu poema onde podemos encontrar o nosso mundo, sal, mar, flores, ternura e magia.

Isabel Capinha leva-nos à reflexão do nosso respeito pelo próximo.

Com a nossa nova convidada Isabel Tavares, nesta sua estreia na Barcaça trouxe-nos (O amor há de vencer) que no seu passeio pelas ruas da sua cidade deixa-nos embalar pelas ondas do seu mar.

Barcaça na sua própria caraterística dos temas e sabendo do interesse do seu público através de Carolina Aires mais uma vez aborda com simplicidade na defesa dos direitos dos Homens. Coloca neste seu texto a importância da Família como alicerces importantes para todos nós, mas interliga-os com três vetores na sua pirâmide (Família – Mãe – Médico) e toca na ferida do nosso SNS e na dificuldade que hoje temos em ter um médico de família.

O nosso amigo Francisco Leal, escreve-nos as preocupações das festas e romarias do concelho nomeadamente da Vila de Montemor tocando no que se deveria fazer longe da propaganda.

Victor Camarneiro no dia do seu aniversário, olha com tristeza os caminhos percorridos pela autarquia que se apodera dos movimentos associativos estrangulando o seu poder de exercer com Liberdade a sua atividade. Afirmando: -

“20 anos que correram depressa, deram frutos, mostraram a enorme capacidade dos cidadãos montemorenses e suas organizações, mas que a partir de determinado momento se deixaram aprisionar, passaram a viver à babugem de um certo compadrio partidário e político e perderam a autonomia, mais parecendo extensões da Câmara Municipal e Juntas de Freguesia

Na nossa Livraria como sempre dedicamos espaço ao mais pequenos desta feita escolhemos um livro de Álvaro Magalhães “O ESTRANHÃO” e para os mais graúdos “Cinco Cidades que Dominaram O MUNDO” de Douglas Wilson. Douglas Wilson funde, com irresistível minúcia, os momentos críticos nascidos nas cidades mais influentes da história – Jerusalém, Atenas, Roma, Londres e Nova Iorque.

Já na nossa rúbrica gastronómica uma visão sobre a Evolução da gastronomia, nos Direitos dos Homens coincidindo com o número da nossa edição Artº 17 (direito à propriedade) em momentos difíceis que atravessamos que alguns direitos...!!!

Boas viagens! (TopSecret)

Vida para lá da pandemia?

Percorremos campos vales planícies e poucas serras

Entrámos por vielas caminhos estradas de todas as cores

Acordamos com o cheiro a maresia aos fenos das terras

Olhamos nos olhos diretores poetas artesãos outros senhores

 

Quem me dera voltar atrás para brincar à cabra-cega, ao pião, ao berlinde, ao botão. 

Beber água do rio e apanhada de peixe, andar descalço pelo asfalto e subir ao castelo com o cântaro da água.

Nos domingos na Praça “Mayor”
lá do burgo cheira as espigas doces e assistir aos graúdos nas suas discussões de futebol, boleias para Figueira e tantas e tantas histórias que me ficaram na memória.

As festas eram divididas entre as coletividades um ano Atlético Montemorense, outro a Filarmónica 25 de Setembro e pelos Bombeiros Voluntários deMontemor-o-Velho até que o poder as chamou a si e umas das bases de receitas destas coletividades se evaporaram para outros condomínios.

Depois apareceram os formulários que muitas coletividades tinham dificuldade em preencher devido não só a complexidade dos pedidos exigidos, mas muitas delas nem computador tinha.

E avançamos no tempo e algumas conseguiram apanhar o "autocarro" e lá entre os pingos da chuva se vão safando, outras desapareceram.

Esse mal que atravessamos hoje devido ao longo período da pandemia, esse mal já vinha de outros tempos, falta de pessoas para os cargos diretivos e a fraca mobilização/fixação de pessoas na terra devido a não existir oferta de trabalho faz com que muitos tenham de procurar empregos noutros concelhos e no fim de semana dedicam-no à família afastando-se das Associações.

Agora que estávamos a sair da pandemia debatemo-nos com uma inflação que não pára de subir devido à guerra, que retira poder de compra e logo não é boa para as associações, mas pergunto-lhe novamente o que fazer?

Reinventar os procedimentos, interagir com a sociedade, procurar outros tipos de atividades que consigam cativar os jovens.

Sei que somos capazes, porque todos os Portugueses já o demonstraram que são capazes de fazer das tripas coração e reerguer a sua coletividade a sua associação o seu clube, para isso o poder local tem uma palavra a dizer e abrir formas simples das associações conseguirem preencher a imensidão de papelada seja com ações de formação seja através do pelouro do Desporto horas de apoio para que não fiquem as Associações entregues a si mesmo porque não tem acesso fácil no pedido de apoios.




Recordo que em tempos o Presidente da Câmara/Vereador do pelouro correspondente, nos recebia fora da hora normal porque muitos dos diretores trabalhavam fora do concelho e só depois do seu horário de trabalho podiam estar nas reuniões, e agora como é?

Ao percorrer várias freguesias, verifica-se que nos portais das mesmas há uma grande dificuldade em aceder seja às atas como aos formulários, será que essa lacuna não podia ser reparada e assim facilitar o trabalho das Associações? São estas pequenas coisas que nos podem dar algum alento em aceitarmos ser dirigente e não ficarmos com medo da burocracia que hoje está imposta.

 
Candidaturas encerradas |  As candidaturas decorreram entre 1 e 31 de março de 2022
 
 
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Associativo

 

Programa de Apoio a Equipamentos e Modernização Administrativa

 Edital nº 45/2022

 Formulário do Programa do Apoio a Equipamentos e Modernização Associativa 2022

 

 

Programa de Apoio a Infraestruturas

 Edital nº 44/2022

 Formulário do Programa do Apoio a Infraestruturas 2022

 

As candidaturas ao programa de Apoio ao Movimento Cultural e Social de Montemor-o-Velho devem ser entregues no Balcão Único da Câmara Municipal, enviadas por correio (para Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, Praça da República, 3140-258 Montemor-o-Velho) ou para o email geral@cm-montemorvelho.pt 

Bem vindos ao Associativismo!

Igreja de Santa Maria Madalena

De origem medieval, já existia em meados do século XIII. A freguesia de Santa Maria Madalena já existia em 1251, pois nesse ano, a 11 de março, expediu Inocêncio IV a bula “Sua Nobis”, dirigida ao bispo de Viseu, para obrigar os priores de várias igrejas da diocese de Coimbra, entre elas as de Santa Maria Madalena, São Salvador e São João a pagar ao bispo as procurações que lhe deviam “ratione visitationis”.

Foi uma das duas igrejas (a outra S. Miguel) cujo padroado D. Manuel I ressalvou da doação de Montemor-o-Velho ao príncipe D. Jorge, em 1500. Era da Coroa Real, teve priorado e anexo o hospital com o mesmo nome, para o tratamento de raparigas honradas e solteiras. O papa Paulo III concedeu ao conde de Tentúgal, D. Rodrigo de Melo, duas terças partes dos frutos da igreja. O bispo de Coimbra, D. Manuel de Meneses, foi seu prior e, depois de bispo, sagrou-a. Foi sede duma das antigas paróquias da Vila e rendia, no princípio do século XVIII, uns 200$000 réis anuais. Também aqui funcionou a Irmandade de Nossa Senhora da Piedade, com compromisso de 1574. Encontra-se abandonada e arruinada desde finais do séc. XIX.

Na última década desse século, apesar da paróquia estar extinta, os mortos eram enterrados dentro da igreja e no adro, de parceria com o “cemitério da Borralha”, a Alcáçova e São Martinho. Este edifício modesto encosta-se à barbacã sul do Castelo.

Do que resta, podemos observar a porta principal, simples, sem impostas e arestas chanfradas, com arco quebrado equilátero (em ogiva), do século XV, por cima da qual existe uma fresta. No lado esquerdo da frontaria foi colocado um campanário manuelino, de duas ventanas grandes e uma pequena no vértice, com esferas, que também decoram a cimalha da empena. A sul, a porta travessa é retangular e chanfrada, cravando-se sobre ela uma cabeceira de sepultura, discoide, com cruz florenciada, símbolo frequentemente utilizado na arte tumular como representação da fé em Jesus Cristo (a sua estrutura assemelha-se com a cruz latina, mas as suas extremidades são ornamentadas com formas parecidas com a flor-de-lis) e, igualmente, símbolo da Ordem de Avis, ordem religiosa de origem militar criada por cavaleiros portugueses no século XII. No interior, em frente a esta, há uma mísula de ornatos em cordas, manuelina, trabalho popular. Na esquina da capela-mor, há uma lápide romana dedicada a Júpiter Óptimo Máximo [I]OVI / O(ptimo) M(aximo) S(acrum).

Em 1758, era descrita como sendo uma igreja de nave única, com três altares. No altar-mor encontrava-se o Santíssimo Sacramento e as imagens de Santa Maria Madalena, S. Sebastião e Santo Estevão. Num dos altares colaterais, estavam as imagens de Nossa Senhora da Piedade, S. Mateus e S. Brás. No outro altar colateral, encontravam-se as imagens de Santa Luzia, Santo António, S. Matias, Santa Catarina, Santo Antão e Santo Amaro. Desconhecemos o paradeiro destes altares e imagens.

Mais recentemente, entre 2017 e 2021, no âmbito das obras de reabilitação da envolvente sul do castelo, é alvo de importantes trabalhos de requalificação, passando a estar enquadrada por parte da rede pedonal projetada pelo arquiteto Sisa Vieira para aqueles espaços.


Mês de maio. 

 Era uma vez um rapaz que era muito tímido e quando falava com alguma rapariga tinha certo receio de dizer alguma coisa menos própria e por isso era muito pouco falador e até um pouco envergonhado.

 

 Uma vez, no dia um de maio de madrugada, ia ele com uma grade da lavoura às costas para semear um terreno de milho, quando apareceu uma rapariga que dizia gostar muito dele e que sem mais demoras começou a falar com ele. Ela tinha uma bilha de água à cabeça e ele lá estava com a grade.

 

 Ela falava, falava, sempre de


bilha à cabeça e ele de grade às costas.

 

 Tanto falaram que o sol chegou ao poente. Era o fim do dia, e ela aí dar conta que o dia acabava, suspirou e disse:

 

 - Aí mês de maio, mês de maio, mês de amargura, que mal amanhece logo é noite escura.

 

 Ele dando meia-volta, virou para casa dizendo bem alto:

 -Leve o raio a mulher mais o tanto falar que nem a bilha nem a noite a faziam calar.

 

 Se o cuco não veio em abril, ou está morto ou em maio ha- de vir.

Um abraço.

Os Livros

Ando à procura de espaço para os nossos livros. Cada vez são mais. Há dias ouvi um jornalista dizer assim um tanto a brincar, por que razão não se reciclavam os livros, se os jornais tinham esse fim... Até é verdade, mas não me vejo a colocar um livro num contentor.

Assim estou na iminência de ter de adquirir uma estante baratucha, e colocá-la no hall de entrada, quase atrás da porta, porque outro local também já não há. Eu até estou com medo de começar a tratar disso, porque depois pego num livro, abro, leio, abro outro, recordo, e o tempo vai passar sem que eu me aperceba.

Tenho alguns com mais de cem anos, esses devidamente arrumados, são para mim relíquias, assim como outros não tão idosos, mas também já na terceira idade.... Sim, porque o estatuto não deve ser só para os humanos.

Já a minha mãe gostava de ler, e aos poucos comprou a obra de Júlio Dinis.

Foram esses os primeiros romances que mais tarde eu li, porque nessa altura os pais é que decidiam o que se devia ou não ler.

Eu gostava muito daqueles romances da capa e espada do


Walter Scott, e também das histórias de Roma e dos Romanos.

Posteriormente adquiri outras preferências e li escritores estrangeiros e nacionais, ficando fã e ainda hoje sou do "nosso"


Eça de Queirós.

Quando casámos o meu marido também trouxe livros de vários autores, e entre eles alguns do escritor da sua preferência que é o


Ernest Hemingway.

Apreciava-o sobremaneira, de modo que eu quando entrava numa livraria, e naquela altura havia muitas, comprava sempre para ele mais um livro deste Nobel. Hoje estive com alguns na mão, e a recordar; sabe bem...

Mas ao longo dos anos nunca deixámos de comprar livros, (ainda agora) e eles vão-se acumulando. Contagiámos as filhas no mesmo sentido, que além dos livros de estudo, também adquiriram coleções.
E assim aqui estou a debater-me com a falta de espaço; - ou melhor, o espaço é que já está demasiado ocupado, e eu sem coragem para considerar os livros como objetos inúteis, pelo contrário dou-lhe o valor que merecem.

Mas será que alguém se atreve a deitar os livros fora? 

Se tal acontece, eu mesmo com tantos para acondicionar, ainda sou capaz de ir recolher os "enjeitados..."


Montemorense -Seixo de Mira, na final da Taça Inatel, disputada no estádio Municipal de Condeixa, no próximo dia 29 de maio, pelas 16 horas, confirmando a vitalidade desportiva do Atlético Clube Montemorense (A.C.M.) fundado em 1938, do século passado, cujo percurso de altos e baixos, faz parte da sua mística ao longo da sua história.

Os que vivem e acompanharam o A.C, M. durante décadas, sabem e conversam ainda hoje sobre o seu potencial desportivo, feito por Montemorenses dedicados em fases complicadas em que se falava das chaves no gabinete do Poder Local, como se fosse o encerramento das suas portas!

Saibamos recordar os fundadores, não esquecendo os que partiram e que tudo fizeram para que hoje o nosso orgulho se justifique na melhor gratidão dos que com a sua paixão, podemos hoje e no futuro trazer ao peito o seu emblema e se falava em vitalidade no A.C.M., vejamos a pequenada e os seus dirigentes neste cartaz que anuncia novos tempos e fortes motivos de esperança na continuidade desportiva do A.C.M.

Já no que se refere ao Campeonato da Divisão de Honra onde milita o Carapinheirense deixo-vos aqui resultados e classificações e próxima jornada.




Eu quero ver o mar!




Ao longo da manhã,
a criança repetia:
- Eu quero ver o mar
E a Mãe sorria e via
o mar no seu olhar…

Ao longo da tarde
a criança repetia:
-Eu quero ver o mar
Os montes ondulavam e brilhavam
Em verde de encantar

Já o soninho chamando…
a criança repetia
-Eu quero ver o mar
E o sol desfez-se em bronze
Para a criança acalmar
E a tarde fez-se mágica
As flores rendilharam
Uma canção de embalar

Mas… eu…quero… ver… o… mar…

São de sal as palavras

que diariamente pronuncio…

Sabem a mar,

a flores, a ternura,

sabem a ti…

Leves como o vento,

sopram docemente,

quando as escrevo…

E há nelas a magia

tão ansiosamente esperada…

 

Em troca,

oiço respostas

vagas, imprecisas …

Julgo ouvir o meu nome,

há ainda em mim o eco da tua voz,

o som dos teus passos,

o calor da tua pele…

 

Depois,

mais tarde,

continuam a ser de sal

de lágrimas

as palavras

que escrevo num papel,

já madrugada,

e gravo em mim

para sempre ….

 

SONHA 

Sonha, porque a vida sem sonhos é como um dia sem sol.

Cuida-te para valorizares cada momento da vida.

Chora, quando tiveres de chorar para aliviares a tua alma.

Sorri, quando tiveres de sorrir e ri quando tiveres de rir para te compreenderes a ti mesmo(a)!

Fala, para que não deixes nada por dizer.

Vive, como se o tempo fosse dono do teu tempo, pois ele é tão determinante na vida.

Sê participativo(a) e ativo(a), não esperes para viver tudo o que a vida te proporciona, não demores, aproveita esse teu tempo.

Ama para entender o quão importante são todas as pessoas e os sentimentos!

E essa é a melhor prenda podemos dar uns aos outros: AMAR e SER AMADA(O)!.



Clik no Poema




Dia da Família e Dia do Médico de Família Maio é um mês bonito, o mês das flores, do Dia da Mãe, do Dia da Família e do Dia do Médico de Família!

A 19 de Maio celebra-se o Dia Mundial do Médico de Família.

A Medicina Geral e Familiar é a especialidade medica que mais se dedica à promoção da saúde, prevenção da doença, ao cuidar da pessoa e sua família ao longo de toda a vida.

No nosso concelho de Montemor assistimos a um processo transversal a muitas zonas do País: a aposentação das primeiras levas de Médicos de Família em Portugal (é especialidade desde 1990). Tivemos no nosso concelho Médicos de Família durante anos, que aqui “caíram” e aqui ficaram. Fizeram a sua carreira nas nossas terras e, apesar da maioria não residir no Concelho, mantiveram fortes laços connosco. Foram muitos anos!

Excetuando a zona de Arazede, que conta com a USF Araceti desde 2013 (USF modelo B, de referência noACeS Baixo Mondego), todas as outras freguesias têm problemas com Médicos de Família. Os Médicos de Família estão sempre a mudar, e os mais duradouros parece que não têm grande vontade de aqui fazer a sua carreira.

A ARS Centro tem feito a sua parte e tem aberto vagas para o Centro de Saúde de Montemor (sede e extensões) em todos os concursos de mobilidade e de recéns especialistas.

São vagas, logo à partida, mal-olhadas e pouco desejadas.

A Carapinheira é um bom exemplo de perplexidade – porque não para nenhum Médico de Família nesta Vila?!

Temos o privilégio de pertencermos a um concelho ao lado da cidade dos Doutores, com o maior rácio de médicos por população.

Ou seja, há médicos por estes lados! Temos também o privilégio de estar muito próximos de autoestradas e vias rápidas. Ou seja, os médicos facilmente chegam às nossas localidades. Temos o privilégio de contar com serviços com acordos com o SNS que facilitam a execução de exames, farmácias, rede de apoio social, lares.

Ou seja, os médicos têm colaboradores na comunidade para a prestação de cuidados de saúde.

Qual ou quais os motivos para os Médicos de Família não se fixarem em Montemor?

O que é que a população pode fazer?

Qual o papel da Autarquia nesta questão?

Quais as diligências que devem ser tomadas (e por quem) para que a prestação de Cuidados de Saúde Primários seja de qualidade e de proximidade a todas as pessoas do nosso Concelho?

Há muitas perguntas, muito a ser discutido e planeado. Há vontade?

Só desejo que os próximos anos sejam de saúde para a saúde de Montemor. E desejo a todos os meus colegas Médicos de Família muita alegria e felicidade, em todos os dias de trabalho!

Já agora… que seja em Montemor

Festival do Arroz e da Lampreia sem Sal

Ainda a propósito da última edição do Festival do Arroz e da Lampreia é preciso dar nota sobre alguns aspetos de grande relevância e pertinência.

Bem sei que foi a primeira edição após um período de interregno devido à pandemia que abalou tudo e todos. Mas como ficou à vista de todos, a última edição deste festival gastronómico ficou aquém daquilo que era o esperado e foram as edições anteriores.

Também sei que para muitos ainda podia existir alguma resistência ou dúvida de estar num espaço que supostamente contaria com a presença de um grande aglomerado de pessoas.

Essas podem ser as desculpas oficiais que nos transmitiram ou que nos foram ditas para justificar a falta de organização, de preparação e planeamento do evento.

No entanto aquilo que constatámos foi que pela primeira vez tivemos uma espécie de “boicote” das associações do concelho de Montemor-o-Velho ao certame. Aquilo que é a alma e a essência deste festival, ou seja, a verdadeira mostra gastronómica do nosso concelho não existiu.

Muitas destas associações do concelho costumam aproveitar este festival para angariar fundos para conseguir manter as suas atividades vivas e com dinâmica durante o ano.

No entanto, e apesar desse balão de oxigénio que as associações garantiam com as receitas, houve uma inédita ausência do certame.

Para além disso, e não tenho nada contra restaurantes que sejam fora do concelho de Montemor-o-Velho, mas verificou-se apenas a existência de um único restaurante do concelho.

Ora com a ausência do tecido associativo e a pouca oferta gastronómica que existiu, verificou-se aquilo que já era esperado, pouca adesão da sociedade. Nem a aposta da câmara nos concertos salvou o festival. Isto porque a maioria das pessoas apenas se deslocou para assistir ao espetáculo e nada mais.

Perante isto tudo e depois de apurar ao certo o que aconteceu é preciso apresentar as verdadeiras razões.

1. Primeiro temos de recuar um pouco no tempo e perceber o que aconteceu edição de 2020 (início da pandemia). Se bem se recordam nessa altura estava a pandemia a surgir em força no nosso país e muitos eventos estavam a ser cancelados. No entanto

o executivo camarário decidiu manter a realização do evento. Mas no final do primeiro fim-de-semana do festival, a câmara decidiu cancelar tudo. Ou seja, tudo o que eram associações e que tinham feito o seu investimento para adquirir os bens necessários para dar resposta ao evento, ficaram com grandes prejuízos uma vez que o festival foi interrompido a meio. Na altura, e é bom de referir que estamos a falar de associações amadoras e que sobrevivem graças ao voluntariado de muitos colaboradores, pediram ajuda à câmara municipal para colmatar esses prejuízos. E esta, pura e simplesmente, esteve a borrifar-se para a situação. Não quis saber e deixou-os completamente entregues a si próprios;

2. Depois para que este evento funcione e tenha sucesso, é preciso haver uma parceira entre a câmara e as associações do concelho. Isto porque como já foi referido, a maioria delas funciona à conta do voluntariado e da boa vontade de muitas pessoas. 

Ou seja, do chamado “amor à camisola”. E por isso mesmo as pessoas não podem estar disponíveis para estarem durante uma semana e meia assim de um dia para o outro. Porque qualquer uma delas tem a sua vida pessoal e profissional fora destes eventos. Isto é, tem de haver uma concordância de datas e um planeamento atempado para que as pessoas se possam organizar. A câmara não pode marcar as coisas “em cima do joelho” de um dia para outro e esperar que todos andem à sua mercê;

3. Por último, e não obstante, com efeito das alterações climáticas começamos a verificar que na altura em que se realiza o festival, assistimos com cada vez mais frequência, a uma ausência de chuva que provoca a pouca oferta de lampreia. A continuar assim não será de todo descabido de repensarmos a altura em que se deve realizar o festival;

Depois de tudo isto, e resumidamente, assistimos mais uma vez à falta de organização, de planeamento e de concertação com o tecido associativo do concelho. Mais uma vez assistimos a um show-off que não se traduz na verdadeira essência para o qual são criados: ajudar a promover e manter vivas as tradições e o associativismo do concelho de Montemor-o-Velho.


No dia em que cumpro 63 anos de idade – nasci em 15 de maio de 1959 – volto a publicar nova crónica na Barcaça, desta vez tecendo considerações a propósito das expetativas por mim alimentadas desde jovem adolescente relativamente ao desenvolvimento e progresso do concelho de Montemor-o-Velho.

 

Aos 15 anos tinha a certeza absoluta que a democracia nos conduziria ao progresso e que o futuro nos sorriria a todos de igual modo, sem exceção, independentemente da condição social, idade, género, naturalidade, religião, cor, eu sei lá…, em minha opinião éramos todos iguais e estimáveis, apesar de se vislumbrarem aqui ou ali alguns sinais contraditórios que davam mostras de hesitações e provocavam páras e arranques pouco recomendáveis, não só ao nível nacional como também no plano concelhio que, afinal, era o que mais interferia e frustrava a verdura da mocidade.

 

Numa vila bastante politizada, sede de concelho, principal “antro” de debate político e território de associações muito marcadas por pressupostos de esquerda e extrema-esquerda, os primeiros anos foram realmente bastante aguerridos e mobilizadores, independentemente de as eleições autárquicas e legislativas nunca terem acompanhado essa linha mais radical, bem pelo contrário, já que, salvo quatro mandatos do PSD, todos os outros foram exercidos pelo Partido Socialista, cenário parecido na Assembleia Municipal, Assembleias e Juntas de Freguesia onde o Partido Comunista e/ou CDU estiveram representados e venceram muito poucas vezes.

 

Tempos em que o concelho de Montemor se empolgou, a sociedade civil mostrou uma enorme capacidade e múltiplos projetos associativos e institucionais ganharam forma um pouco por todo o concelho. Tempos em que o coração saltava do peito e desafiava quem quer que fosse para a importância da sua participação no processo de transformação e desenvolvimento de cada lugar e freguesia, escusando-me eu de enunciar todos esses movimentos e dinâmicas para não ajuizar em causa própria e correr o risco de ser mal interpretado, ainda assim sem qualquer receio de afirmar que até 2005 o concelho fervilhou e materializou centenas de projetos e iniciativas, criou empregos, produziu ideias e estratégias, inovou e tornou-se caso de estudo no panorama regional, nacional e internacional, ao ponto de aqui se ter construído um centro náutico europeu com pista olímpica de remo e canoagem, mas também capaz de acolher outros desportos de natureza diversa.

 

“20 anos que correram depressa, deram frutos, mostraram a enorme capacidade dos cidadãos montemorenses e suas organizações, mas que a partir de determinado momento se deixaram aprisionar, passaram a viver à babugem de um certo compadrio partidário e político e perderam a autonomia, mais parecendo extensões da Câmara Municipal e Juntas de Freguesia do que entidades autónomas e donas dos seus destinos, sendo disso exemplo a subserviência da muitas delas perante a Câmara Municipal na pessoa de quem nunca deu provas nem demonstrou quaisquer competências ou méritos para o exercício de determinados cargos, bastando para o comprovar começar a avaliar uma a uma e perceber o que já foi e é agora, ou então recordar eventos que antes se realizavam sob a égide de entidades não-lucrativas e agora correm todas sob a alçada da Câmara Municipal.

 

E a verdade é que Montemor já não é o que era! Perdeu o ânimo e passou a adquirir eventos em vez de os conceber, não propõe nada de novo, replica os tiques que sempre reprovei quando vejo hordas de políticos locais e muitos convidados externos a banquetearem-se à conta do orçamento municipal em muitos desses eventos, quase como um insulto à pobreza e aos menos bafejados pela sorte que de bom grado veriam transformadas as lampreias e garrafas de champanhe, entre outras comezainas, em cabazes de primeira necessidade para distribuir pelas famílias necessitadas, que as há e muitas no concelho.

 

Cresci no concelho e acreditei a seguir ao 25 de Abril quando tinha apenas 15 anos que iríamos fazer de Montemor um concelho de excelência que chegasse a ser capaz de impedir os naturais de partir pelas melhores razões, mas hoje, dia em que completo 63, desculpem, mas a realidade diz-me exatamente o contrário!

Lamento!

Para Crianças
Para ler Clik no Livro

RESUMO

Como Jerusalém, Atenas, Roma, Londres e Nova Iorque transformaram a História.

Em Cinco Cidades que Dominaram o Mundo, Douglas Wilson funde, com irresistível minúcia, os momentos críticos nascidos nas cidades mais influentes da história – Jerusalém, Atenas, Roma, Londres e Nova Iorque.

Wilson lança um desafio à nossa compreensão coletiva da história com a justaposição da liberdade e das suas falhas intrínsecas; o livre arbítrio e as suas responsabilidades profundamente enraizadas. Cada revelação atrai-nos mais profundamente para a história de cada cidade, do seu sistema e de como floresceu e decaiu.

Cinco Cidades que Dominaram o Mundo faz a crónica da destruição, da redenção, das personalidades e das estruturas de poder que alteraram, uma e outra vez, o centro político, espiritual e moral do mundo. É uma perspetiva mundial, inspiradora e esclarecedora, que incentiva os leitores a honrarem a nossa história partilhada, contribuírem para o presente e olharem para o futuro com uma esperança inequívoca




Evolução na culinária

Com o avanço da tecnologia, fica difícil imaginar como era antigamente fazer uma receita. Atualmente se você quer fazer um bolo, por exemplo, é só pesquisar as receitas disponíveis na internet ou comprar um livro de culinária, mas e anos atrás, como isto era feito?

Caderno de receitas, isso mesmo, eram folhas escritas à mão, onde as pessoas anotavam todos os ingredientes e o passo a passo, sem figuras e muito menos vídeos tutoriais. Programas de televisão passavam os ingredientes e as pessoas tinham que correr para anotar, porque se perdesse uma medida ou uma dica, não tinha como rever para pegar o que se havia perdido, afinal, não existia internet.

Ao longo do tempo a cultura gastronômica foi ganhando cada vez mais força e se aliando à tecnologia para sua expansão, os cadernos que antes continham receitas escritas à mão foram sendo substituídas por receitas digitais vistas em tablets e celulares, ou impressas em papéis depois de coletadas na internet. 

Hoje em dia a troca de conhecimento entre profissionais da culinária, sites especializados em serviços gastronômicos e os entusiastas da culinária é muito mais rápida. Os tipos de serviço relacionados à comida também foram evoluindo, antigamente quando quisesse jantar, ou você mesmo fazia, ou tinha um(a) cozinheiro(a) ou ia a um restaurante, não existia ainda esta comodidade de um chef ir à sua casa fazer uma refeição exclusivamente para você.


Deu vontade de sair procurando aquele caderno de receitas antigo ou de testar receitas novas?

O importante é juntar todo mundo em volta da mesa para saborear o resultado final!


PORTUGAL 9º Classificado




Artigo 17.º

1.  Toda a pessoa, individual ou coletivamente, tem direito à propriedade.

2.  Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.


Nota: até ao fecho desta edição devido atrasos na entrega dos textos que desde já pedimos as nossas desculpas, serão inseridos logo que cheguem...

BARCAÇA_MAIO

  Para garantir a redução do expediente extenuante, os trabalhadores da cidade de Chicago organizaram uma greve para o  1º de maio  de 1886....