Caminhando...
Barcaça ao longo do seu navegar desde o verão de dois mil e vinte um, tem vindo mês após mês a subir o seu “ranking” e quando escrevo estas linhas vamos com o singelo número de
7,526 visualizações.
Alguns dirão
pouco, outros mordem-se por dentro, mas vamos tentar atingir dia após dia mais
pessoas e diversificando os conteúdos e convidando novos colaboradores.
Mas devemos
estar felizes porque fazemos o que gostamos, escrever e este acto sendo simples
deixa-nos com uma sensação de missão cumprida que é divulgar ou apresentar as
nossas perspetivas numa ótica muito individual e nas diversas formas de as expor,
seja em prosa, descrições dos nossos “olhares” dos nossos “sentimentos”, da
nossa “cultura patrimonial”, das “rimas” ou simplesmente os nossos “afetos”.
Hoje temos uma
responsabilidade de informar e de chegar mais além sem nunca ferir o objectivo
porque embarcamos, é a nossa cultura, as nossas gentes destes dois concelhos
onde estamos inseridos, nunca descurando o mundo que nos rodeia.
Olho para
sintonia dos textos como um todo e todos fazem a sua parte na singela
contribuição de ajudar o timoneiro alimentar a sua Barcaça.
Portugal e os
concelhos da Figueira da Foz e de Montemor-o-Velho necessitam da vossa
contribuição porque é o poder da palavra.
As palavras têm
um poder imenso.
Elas
podem criar, mover, inspirar e transformar.
Mateus 12:34: “Raça de víboras, como podem vocês, que são maus, dizer coisas boas? Pois a boca fala do que está cheio o coração.”
Boas leituras
e não se esqueçam de votar.
Neste
mês não queria sair da Barcaça, sentar-me e deixar-me ir na descida da maré,
contemplar a paisagem verdejante e pouco a pouco sentir os odores da maresia a
invadir-me.
Do
outro lado tudo é confuso, promessas e mais promessas um povo na rua a reivindicar,
seja por melhores salários, melhor educação, justiça, saúde... a panela está
sob muita pressão e no dia 10 de março não vejo, seja quem for que saia das
eleições vá ter uma tarefa fácil porque todos prometeram o que não têm e mais
uma vez o sol não vai chegar a todo o lado.
Nisso
tanto a Figueira como Montemor estão de mãos dadas porque vivem de festas e
festarolas e isso o povo gosta, mesmo que no dia 15 sintam uma bolsa cheia de
nada e duas semanas de agonia até ao final do mês.
Onde
a indústria é coisa escassa, as empresas são familiares e os grandes empreendedores
são da responsabilidade do estado nas câmaras municipais, que amordaçam os
funcionários à lei da rolha.
Não se podem exprimir, só se for com a
bandeira do “dono” caso contrário são amordaçados. E não se fica pelo estado...
Cinquenta anos após a revolução, pergunto para que serviu?
Que poder verdadeiramente tem o Povo?
Você sente-se, Livre?
Pois
são estas questões que hoje passados meio século estão em cima da mesa. E se pensam
que a politização só se encontra no Estado, enganem-se porque os maiores
empreendedores da nossa praça usam e abusam desse poder para “calar” afugentar
quem ainda tenta pensar pela sua cabeça.
A Barcaça livre, tenta dar uma imagem muito própria através dos seus colaboradores sobre as dificuldades destes concelhos e das suas vidas, sejam individuais ou colectivas, alertando que através da palavra podemos chegar longe.
Convento de Almiara [Parte III]
Terá sido após
esta aquisição do século XVI que se fizeram os trabalhos de construção do
edifício quinhentista, com o objetivo de o adequar ao acolhimento dos Crúzios
durante os períodos em que para lá se deslocavam. O edifício da quinta tinha,
portanto, uma função “[…] transitória na medida em que os frades apenas ali vão
passar férias por turnos uma vez por ano e o facto de Santa Cruz possuir
avultados bens na região e ser necessário à administração estar próxima deles”
(Góis, 1995, p.236). Por outro lado, compreende-se a designação conventual que
se atribui à casa da quinta, porque “[…] como os administradores eram frades,
naturalmente as características dos edifícios tinham de aproximar-se das
conventuais” (Góis, 1995, p.237).
Após novas intervenções na centúria de 1600, tiveram lugar, então, as obras da segunda metade do século XVIII, setecentistas. Foram estas que mais significativamente reformularam o edifício, tanto na sua aparência exterior, ao construir-se o torreão e a longa fachada que ainda hoje se mantém, como nos espaços interiores, cujos elementos decorativos terão sido introduzidos, maioritariamente, nessa mesma época, como é o caso de uma pintura datada de 1755 no teto do salão nobre, em abóbada estucada de tabique. A Quinta de Almiara permaneceu, de resto, propriedade dos Crúzios até 1834, ano em que foram extintas as ordens religiosas. O edifício foi, depois, vendido em hasta pública à família Nazaré Barbosa, à qual pertenceu, pelo menos, até à década de 1940, “[…] e em 1995 é sítio ermo, pobre, matagal e ameaça eminente de ruínas.” (Góis, 1995, p.237). Atualmente, a Quinta de Almiara divide-se por vários proprietários, divisão que afeta o próprio edifício, que permanece na sua condição de abandono, sendo bem visível o seu estado avançado de degradação. Nos terrenos da propriedade encontram-se vestígios da presença de “animais de quinta”, levando a crer que a ampla área é utilizada para o pasto.
Hoje, a Quinta
de Almiara está classificada enquanto Monumento de Interesse Público (MIP)
através da Portaria n.º 338/2011, DR, 2.ª série, N.º 27, no dia 8 de fevereiro
de 2011 (pp.7087-7089), reconhecendo-se o seu “relevante interesse cultural,
nomeadamente histórico e arquitetónico”, a que se acrescenta o “interesse
público exigindo a respetiva proteção e valorização, atendendo ao valor
patrimonial e cultural de significado para o País, refletindo valores de
memória” (p.7087). Além do edifício propriamente dito, a mesma portaria
classifica a área envolvente como Zona Especial de Proteção, englobando grande
parte da quinta, onde se incluem as duas construções anexas nas quais, em
tempos, funcionaram as antigas estruturas agrícolas da propriedade e a vacaria,
e ainda o pombal. Assim, pretende garantir-se a preservação da relação entre o
edifício e a paisagem envolvente, ou seja, do cenário visual resultante do
conjunto.
Mário Silva
Fonte: João
Miguel Negrão, Plano Diretor para a
Quinta de Almiara, 2017.
[… dizem que o amanhã tem a estranha mania de ser
tarde demais!]
Ainda não sabiam, mas aquele viria a ser o último
encontro das suas vidas. Sentados à beira-mar trocavam olhares cansados sem
saber que o destino lhes pregaria uma partida. O momento era banal e, no
entanto, guardaria o peso de uma despedida eterna.
As palavras trocadas naquela tarde de domingo tornar-se-iam memórias preciosas, imortalizadas pela melancolia do adeus que pairava no ar. Os sorrisos, as brincadeiras, e até os silêncios, outrora, compartilhados naquela praia ficariam eternizados pela sombra do que estava para acontecer. Nem mesmo o mais perspicaz dos observadores poderia antever a tragédia que se aproximava, pronta para transformar aquele simples momento num capítulo derradeiro de uma história de amor.
Ainda não sabiam. Mas aquele viria a ser o último
encontro das suas vidas.
No semblante de ambos, havia a marca das inúmeras
batalhas travadas. As rugas, as linhas de expressão profundas e os olhos
tristes e cansados contavam histórias de uma vida repleta de desafios e
superações. Aquele local, outrora cenário de tantas outras conversas e risadas,
agora contemplava o ocaso de uma história que desconheciam estar prestes a
terminar.
Enquanto as ondas rebentavam, eles falavam sobre
trivialidades, mas os seus pensamentos estavam noutro lugar. Num qualquer canto
das suas mentes, ambos já pressentiam que algo estava diferente, que aquele
momento fugaz os separaria para sempre. No entanto, nenhum deles teve coragem
de verbalizar os seus pressentimentos e de enfrentar o inevitável.
Ainda não sabiam. Mas aquele viria a ser o último
encontro das suas vidas.
Não haviam deixado de se amar. Pelo contrário. O sentimento que os havia unido continuava lá. Mas quis a vida que aquele fosse o último momento a dois.
As palavras fluíam, mas havia um vazio silencioso que
parecia preencher o momento. Os olhares, antes carregados de vibração e
cumplicidade, estavam agora carregados de melancolia e nostalgia. Aquela troca
de olhares cansados era, na verdade, uma despedida não anunciada.
E então, quando menos esperavam, a temida notícia
chegou. Um acidente inesperado, uma tragédia que apanhou todos de surpresa. O
destino, cruel e implacável, mostrou a sua face mais sombria e pôs fim a tudo o
que eles haviam construído juntos.
O último encontro, aquele lugar tão cheio de passado e
memórias, tornou-se numa lembrança amarga.
Aquele encontro, aparentemente trivial, foi na
verdade, uma despedida eterna.
As palavras não ditas, os abraços não dados, os
"amo-te" não pronunciados…tudo ficou preso naquele momento, selado
para sempre no passado!
•
Não aconteceu. Mas podia ter acontecido. Pode acontecer. Todos os dias. Em algum lugar. Com alguém.
Da Torre da Igreja da Carapinheira
Hoje (25.02.2024) é Domingo, dia do Senhor!
Para os fiéis cristãos, é dia de “participar” ou “assistir” à Celebração da
Eucaristia (nas paróquias onde “ainda” é possível) ou Celebração da Palavra
(por Diácono Permanente ou Ministro Extraordinário da Palavra).
O estado climático na manhã de hoje - brisa suave do suão - permitiu-me ouvir, pelas 08h00 e pelas 08h30, o toque do sino da Matriz da "minha" paróquia da Carapinheira a “alertar e chamar os fiéis” para a celebração da Eucaristia, às 09h00. Esta “comunicação” do sino, anunciando a Celebração da Eucaristia, levou-me a reproduzir, aqui, um texto que escrevemos e publicámos há mais de uma década.
A comunicação dos sinos
O toque dos sinos é tradição secular!... Ainda hoje, é um importante meio de comunicação. Num tempo em que se apela à comunicação, parece existir uma indiferença, uma apatia e um desinteresse à linguagem do campanário paroquial!...
Para
os católicos, a comunicação dos sinos é uma fala de Deus: recorda-nos a Sua
presença e o valor da manifestação orante (trindades); convoca ao cumprimento
do dever de participação na Missa Paroquial, nas procissões e demais actos
litúrgicos; apela à compaixão, à união da comunidade. Trata-se, portanto, nos
nossos dias, como o foi desde há centenas de anos, de um válido instrumento de
evangelização, um instrumento de comunicação, em especial, nos meios rurais.
“Levanta bem alto a tua voz, tu que anuncias boas novas a Jerusalém” (Is 40,
9).
Ainda
na actualidade, o toque dos sinos comunica as notícias alegres e tristes,
tantas vezes empolado pelo critério emocionado do sineiro (nas localidades onde
ainda o toque do sino é manual) que imprime cunhos pessoais no manejo dos
badalos, mas sempre num quadro de códigos conhecidos e partilhados no meio
paroquial. Embora, na actualidade, praticamente mecanizadas, na maioria das
torres das igrejas paroquiais, as badaladas dos sinos, com os seus timbres e
efeitos, constituem um dos mais originais meios de “comunicação social”.
Na verdade, a “linguagem dos sinos” é capaz de transmitir informações precisas: as horas do dia, o horário das missas, a celebração de outros actos litúrgicos que serão ou foram realizados, o momento da consagração na celebração da Eucaristia; e, pelo rito do “toque dos sinos”, é possível saber se a comunidade recebeu mais um membro, isto é, se alguém foi baptizado; se há ou houve matrimónio; se há festividade ou memória litúrgica ou se alguém partiu para o Pai - se homem, mulher ou inocente, ou ainda se padre, bispo ou papa, conforme o número e combinação dos sinais plangentes. Até se houver uma calamidade, necessidade urgente de ajuda, levantamento popular (…), o sino avisa!...
De
facto, os sinos estão relacionados com a vida do povo de Deus. A linguagem dos
sinos é, por isso, uma harmonia que canta a glória do Senhor: assinala os
tempos de oração e chama os fiéis para os momentos de intimidade com Deus. E,
mesmo quando os fiéis, por imperativos alheios à sua vontade, não possam
participar nas manifestações de fé e amor ao Pai, o toque sineiro convida-os a
rezar, unindo-se aos que estão reunidos em nome do Senhor. Anuncia também ao
povo, com os seus acordes jubilosos ou as suas notas plangentes, quando é
motivo de alegria ou de tristeza para a comunidade católica. E assim, em pleno
século XXI, na era da comunicação global, o repique, o dobre ou o rebate dos
sinos continuam a “comunicar” com as pessoas.
O
Concílio Vaticano II determinou a revisão das celebrações de bênçãos. Por
consequência, a então Congregação para o Culto Divino, por mandato especial do
Papa, publicou, a 31 de Maio de 1984, o Ritual de Bênçãos e nele se inclui a do
sino, elucidando: “Os sinos estão, de certo modo, ligados à vida do Povo de
Deus. O seu som marca os tempos da oração, reúne o povo para realizar ações
litúrgicas, avisa os fiéis sobre acontecimentos mais sérios que podem
significar aflição ou alegria”. O texto do Evangelho lido na oportunidade (Mc
16,14-16.20) refere-se à evangelização: “Ide por todo o mundo e pregai o
evangelho a toda criatura”. Também o Cerimonial dos Bispos, publicado por ordem
do Papa, em 14 de Setembro de 1984, estabelece: “Na Igreja latina tem prevalecido
o costume, que é bom conservar, de benzer os sinos antes de se colocarem no
campanário” (n.º 1.023).
Como é eloquente a voz dos sinos e quantas lições não traz à memória do católico. É a voz de Deus, voz poderosa, voz magnífica que recorda que todos formamos uma comunidade, e, obedecendo ao seu chamamento, nos reunamos como sinal visível de unidade em Jesus Cristo. O escritor Júlio Dantas disse que “os sinos são as almas religiosas das torres”, e, ao escutar a sua mensagem, os crentes esperam viver muitos momentos de júbilo, de fé e de esperança. Porém, o certo é que num momento, que só Deus sabe quando, eles baterão funebremente para cada um de nós, dizendo ao povo que um cristão foi chamado à Casa do Pai. Por tudo isso, é preciso estar atentos à “comunicação dos sinos”.
Aldo Aveiro, A Comunicação dos sinos,
publicado originalmente na imprensa local e regional, 2010; web e “Barcaça”
(Fevereiro 2024).
Repórter Mabor (1960)
Caminhamos
devagarinho ou à pressa, conforme o tempo disponível, com o destino marcado ou
não, para o 25 de Abril de 2024, o que nos quer dizer uma data histórica ao
comemorarmos os 50 anos, a data revolucionária de 24 de Abril de 1974.
Volvidos quase 50 anos, eu e milhares ou milhões de pessoas vivem ainda e recordam as multidões em euforia pelas ruas e praças deste País, do Minho á ponta de Sagres, gritando pela boa nova de liberdade e o desmantelamento da criminosa P.I.D.E.,
Longe de mim o descaramento de me sobre por ao sofrimento e morte dos que enfrentaram o ódio de tão sinistra polícia política porque fugir como se fosse um covarde, com os meus saudosos amigos Costa Alves, das manifestações no Rossio, onde as cargas policiais eram brutais, seria ridículo fazer a minha comparação com aqueles heróis perseguidos e reduzidos à pior das humilhações da sua condição humana.
Estamos, pois, em 1962, longe ainda do 25 de Abril de 1974, numa época em que Salazar, dizia a célebre frase, orgulhosamente sós, quando a juventude portuguesa lutava por uma causa que se sabia perdida e morriam cruelmente numa guerra que deveria ter sido evitada se o caduco regime se tivesse antecipado em negociar a nossa presença em África, com as forças contestatórias cada vez mais organizadas não só em África, como noutros países.
Mas será que as multidões que festejaram o 25 de Abril de 1974, os que ainda por cá se preocupam no presente com o estado social do país, se reveem agora nas multidões pelas mesmas ruas e praças cujas instituições menorizadas nos seus estatutos profissionais reclamam justamente o labor e a dignidade que lhes foi negada em 50 anos de democracia.
Há época, em cada esquina um bufo, se alguém abrisse a boca contra Salazar estava tramado porque logo era denunciado à PIDE que tinha uma rede de informadores enorme. Muitos para ganhar uns míseros escudos e para se libertar de uma miséria que batia à porta, eram tempos difíceis, quem tivesse um chinelo no pé, já não era considerado descalço, logo não era multado, enquanto a polícia política, foi um horror na sua brutal indignidade humana.
Hoje passados que estão quase cinquenta anos é de notar com mágoa a multidão de pobres que temos no país, os conflitos na polícia nos professores, no S.N.S., agora os guardas prisionais, os agricultores, também os velhos que não tem reformas capazes e tem de escolher entre alimentos e medicamentos e a indústria dos lares por onde entramos e saímos em quatro tábuas...
Não sejamos demagogos sobre o quadro social e da justiça antes do 25 de Abril 1974, prometendo bacalhau a pataco, mas será que ao festejarmos os 50 anos da data histórica da nossa Liberdade onde muitos intervenientes já partiram, não temos ainda por cá responsáveis ou filhos da liberdade que consigam fazer o que prometem e deixarem-se de enganar o POVO?
VIOLÊNCIA
ou VIOLÊNCIAS
De
nada vale “um dia de…”, se não for todos os dias “o dia de…”! Só um país com
crises necessita de lembrar o óbvio. Nós somos esse país!
“Dia
da Liberdade”, “Dia da Solidariedade”, “Dia dos Namorados”, “Dia Contra a
Violência Seja Ela Qual Seja”, tudo dias a mais, tudo demonstração de
incapacidade na educação. Eduquem um país a ser livre, a ser solidário, a amar
e a ser pacífico e acharão desnecessário lembrar, de 365 em 365 dias, que os
afetos e gestos que os representam são demonstrações da normalidade com que os
seus cidadãos os vivem. O resto, é a frustração acumulada, numa esperança tão
vã como as promessas de passagem de ano. Nunca um país será livre quando a
desautorização dos agentes que educam para a liberdade, a manipulação dos que a
controlam, a incapacidade económica dos que a praticam for posta em causa. E,
em Portugal, são postas em causa.
Vejamos!
Como
será possível um cidadão não exercer violência, em qualquer uma das suas
formas, quando o que mais ouve em casa e na sociedade são impropérios contra
uma classe que estudou para o educar?
Enquanto
houver famílias e parte de uma sociedade frustrada que desvalorizam, irracional
e perigosamente, a escola como instituição, porque nunca aproveitaram na
plenitude o que ela dá, ou porque dá jeito para explicar o desmazelo com que se
criam filhos e se usufrui desta pressão para ver forçado o êxito que não teriam
por mérito, nunca educaremos cidadãos livres e pacíficos.
Um
país não pode valorizar famílias incompetentes que penalizam as famílias
competentes desde o banco da escola até à porta do cemitério, oprimindo os
filhos destas últimas que querem estudar em paz, ou que são mortos, mais tarde,
pelos mesmos que os oprimiram na escola.
Serão
sempre os mesmos, de um lado e do outro.
Infelizmente!
Um
país nunca viverá em liberdade nem em paz, enquanto se tiver a imagem de que um
agente da ordem é altamente penalizado porque agiu, no cumprimento da sua
função, de acordo com o que deve ser feito: cumprir a lei. Beneficia-se,
escandalosamente, o malfeitor, metendo atrás das grades o agente que o
capturou.
Infelizmente!
Um
país nunca se verá livre de assassinos, enquanto as mortes na estrada forem
causadas por inconscientes que conduzem a manipular telemóveis, sem qualquer
ponta de vergonha, matando inocentes que cumprem a lei.
Infelizmente!
Um
país nunca se libertará de assassinos, enquanto alguns pais não derem o exemplo
de que conduzir e beber é um crime.
Infelizmente!
Um
país será sempre um país de assassinos, enquanto houver a revolta de um povo
que vive maioritariamente na miséria e os seus cidadãos respondem na justiça
porque tiraram uma couve a um vizinho, para fazer a sopa que lhes mata a fome,
e observam os ladrões que recebem milhões, porque roubaram o dinheiro daqueles
que o confiaram para o guardarem e fazerem valorizar. Os assassinos, aqui, são,
ao mesmo tempo, assassinos e ladrões, além de virem para a praça pública com ar
de desdém, de falta de vergonha, de amofinados e dizendo aos sete ventos que
mandam prender quem lhes chamar ladrões.
Infelizmente!
Mude-se
a educação, mude-se a mentalidade, mude-se a muita merda que este país tem e
não precisaremos de dias seja do que seja, pois teremos gente séria a gerir a
gente séria que já fomos e que muitos de nós queremos continuar a ser!
Há muito,
muito tempo, em certa terra morava um homem que estivera casado com uma santa
mulher, mas nunca tiveram filhos.
Já viúvo e ancião, com o peso dos anos, estava triste porque não
tendo filhos nem sobrinhos, pensava na desgraça da sua velhice pois não tinha
familiares que pudessem cuidar dele nem herdar os bens que possuía.
Numa aldeia ali perto morava uma mulher que era má e muito azeda e
por isso nunca ninguém se agradou dela.
Tinha ela uma amiga alcoviteira, destas que gostam de fazer
casamentos, e que um dia lhe disse que se calhar chegara a hora de casar.
Depois da amiga lhe dizer que conhecia um ancião que precisava de
quem cuidasse dele, ela logo imaginou que chegará a hora de casar e ficar bem
na vida.
A outra tratou de dizer ao tal homem que se fosse da sua vontade,
casaria e teria alguém para cuidar dele.
O homem logo aceitou. Não era uma questão de amor, mas..., pelo menos
alguém iria cuidar dele e herdar os seus bens.
Tinha este homem por costume, todos os anos quando chegava a
Quaresma, mandar cinco alqueires de milho para que o Sr. Prior rezasse missas à
Sagrada Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, pelos trabalhos da Sua
Paixão para sufrágio pelas Almas do Purgatório.
Ora quando se casou, a mulher diz em tudo reduzir as despesas para
ficar com quanto mais, melhor.
Na primeira Quaresma ela ainda aguentou sem dizer nada mas quando
chegou a Quaresma seguinte e o marido lhe disse que mandasse os cinco alqueires
de milho para as missas a mulher ficou furiosa e jurou que as Alminhas podiam
estar descansadas que dali não viam mais nada e Nosso Senhor que não esperasse
mais nada também porque agora era tudo para ela.
Chegou Quarta-feira de Cinzas.
O marido disse que preparasse como de costume o milho e ela muito
sorridente disse:
Está tudo pronto e bem pronto.
Sim. Era já noite e ela tinha como de costume uma chávena de chá para
o marido, mas desta vez com veneno misturado.
Quando ia para levar o chá ao quarto, alguém bateu à janela da sala.
Ela poisou o chá na mesa da sala a zangada por deixar de fazer o que tanto
queria foi á janela e aí abrir ficou aterrada. Jesus, com a Sua pesada Cruz,
olhando para ela disse:
Maldita. Não te chega tudo o que vais receber?
Queres ainda o que é dado de coração pelo seu dono para as pobres
Almas?
Pois hoje mesmo sentirás o castigo pela tua má ação.
Logo ali caiu morta e dizem que todas as Quartas-Feiras de Cinzas se
ouvem gemidos por aquelas bandas pois a infeliz ainda não conseguiu expiar a
sua culpa.
Deus seja louvado que o conto está contado.
A QUINTA DE FOJA – FIGUEIRA DA FOZ
A Quinta de Foja situa-se na freguesia de Ferreira-a-Nova, concelho de Figueira da Foz.
É a maior propriedade agrícola da região do Baixo Mondego, com 850 hectares de área.
Anexa à Quinta, existe a Mata de Fôja, com 378
hectares, arborizada numa superfície de 344 hectares, tendo como espécie
principal o pinheiro-bravo (80% da área), sendo a restante área ocupada com
eucaliptos e diversas espécies folhosas.
A Mata e a Quinta pertenceram aos Frades Crúzios, por
doação de D. Afonso Henriques, em 1166, com confirmação de D. Sancho II, em
1248.
Por esta altura já a povoação de Maiorca tinha recebido foral, o que aconteceu em 1194, por outorga de D. João Fróis, prior do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.
Os Frades Crúzios pertenciam à ordem religiosa dos
Cónegos Regulares da Ordem da Santa Cruz, usavam uma cruz vermelha e branca no
peito e daqui o nome “crúzios” que deriva do francês “croises” (cruzes).
Na Quinta existe um bonito Solar, construído em 1580,
e uma Capela dedicada a Santa Conceição, construída em 1593.
A fachada do Solar é austera, com aberturas retangulares e com duas torres quadradas. As salas têm azulejos policromos de concheado, barrocos do século XVIII. O teto está pintado com temas do mesmo tipo. Ao longo dos corredores existem azulejos de Coimbra, barrocos do século XVIII, em losangos com rosetas médias.
A Capela tem as paredes revestidas de bonitos azulejos
da época. Foi restaurada depois das Invasões Francesas (1807-1811) que a tinham
danificado. No pavimento da Capela existe a campa do Prior Geral da Congregação
Crúzia, D. Tomás da Conceição.
No piso nobre do Solar parecem existir as antigas celas dos frades, ao longo do corredor, viradas para trás, para sul, ao contrário do convento de Almiara, em Verride, que também pertenceu aos crúzios, onde as celas têm vistas para norte.
Os Frades Crúzios geriam e administravam não só a Quinta de Foja como também o Convento de Almiara, o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, o Convento de Seiça e outros, nesta região, onde iniciaram a cultura do arroz.
Em 1760, os mosteiros de S. Jorge e de S. Francisco da
Ponte pediram ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra uma pequena parcela de
arroz, perante a “abundância que o Senhor fora servido dar-lhe no campo de
Foja”.
Em 1761, os Frades Crúzios mandaram construir um
moinho para descascar o arroz que se produzia na Quinta de Foja. Provavelmente
a primeira “fábrica” portuguesa de descasque de arroz.
O arroz terá a sua origem na China, no vale do rio Yangtze, e terá chegado a Portugal no século VIII, pela mão dos muçulmanos, depois de Alexandre o Grande o trazer para a Grécia, 400 anos antes, mas só a partir de D. Dinis (1261 - 1325) começou a ser parte importante da alimentação dos portugueses, que são atualmente os maiores consumidores de arroz da Europa.
Na Quinta de Foja terá nascido o arroz carolino, um
arroz tipicamente português, muitas vezes citado nos livros de contabilidade do
Convento de Nossa Senhora do Carmo, em Tentúgal, na segunda metade do século
XIX.
Os Frades Crúzios da Quinta de Foja tornaram os povos
do Baixo Mondego seus servidores. E, como os Frades eram os proprietários de
toda a região, quem amanhasse as suas terras teria de pagar uma boa renda.
Estas rendas eram pagas com os produtos agrícolas produzidos, armazenados em celeiros até que os Frades os viessem buscar. Como testemunho desta realidade, existe ainda hoje a CASA DA RENDA, nas Alhadas, que funcionou até ao século XVIII como celeiro dos cereais provenientes das rendas pagas aos Frades Crúzios.
O poder dos Frades Crúzios exerceu-se durante quase 7 séculos, até à extinção das ordens religiosas em 1834.
Com a extinção das Ordens Religiosas, a Mata de Fôja
foi incorporada na Administração Geral das Matas do Reino, por Portaria de 31
de Outubro de 1836, e a Quinta passou também para a posse do Estado.
Neste ano de 1836, Maiorca era sede de concelho, que
só seria extinto 17 anos depois, em 1853, por Decreto de 31 de dezembro.
Em 15 de março de 1838, a Quinta de Foja foi adquirida ao Estado por JOSÉ FERREIRA PINTO BASTO, que 10 anos antes tinha fundado a Fábrica de vidros e porcelanas da Vista Alegre, em Ílhavo, a primeira unidade industrial dedicada à produção da porcelana em Portugal.
JOSÉ FERREIRA PINTO BASTO foi o Belmiro de Azevedo do século XIX, digo melhor, Belmiro de Azevedo foi o José Ferreira Pinto Basto do século XX.
É filho primogénito de Domingos Ferreira Pinto Basto e de sua esposa, Maria do Amor Divino da Costa. No dia 12 de Janeiro de 1801, casou com Bárbara Inocência Felicidade Allen, de quem teve 15 filhos.
Inicialmente foi um grande comerciante da cidade do Porto. Em 1817 partiu para Lisboa, onde residiu no Palacete do Loreto e onde instalou um laboratório para a realização de estudos químicos.
Foi uma figura com grande importância na sociedade Portuguesa de então e recebeu várias condecorações. Foi administrador da Casa Pia de 1836 a 1838, nomeado cavaleiro da Ordem de Cristo em 1803, recebeu o brasão em 1818 e foi nomeado Cavaleiro-Fidalgo em 1826.
Durante cerca de 30 anos dirigiu e desenvolveu as indústrias dos tabacos e dos sabões no Porto e em Lisboa. Em Aveiro fundou duas fábricas, uma de moagem e outra de preparação de soda, e em Ílhavo fundou, em 1824, a Fábrica da Vista Alegre.
A Quinta de Foja é um dos principais produtores de arroz do Baixo Mondego, cria os melhores cavalos (português de desporto e cruzado português) e possui o maior plátano de Portugal e um dos maiores da Europa.
Fui praia do teu mar de
inverno,
desse mar revolto e
turbulento...
Fui porto de abrigo
do teu frágil barco,
embarcação alada,
caravela dos nossos
sonhos...
quando o sol se esconde
tímido no frágil horizonte
dos medos
e das incertezas
dos dias vazios e
cinzentos
e deixa em brasa a vida
agora em suspenso.
Fui lume do teu inverno
transido,
abandonado à intempérie,
aconchego doce da cabeça pesada e tensa.
Fui sossego e paz...
Deixei a lareira acesa para
reconfortar a hora tardia da chegada...
DE
MULHER PARA MULHER
toda
a mulher tem
-
charme, beleza, delicadeza e sensualidade, não precisa ser parecida com
ninguém;
-
amor próprio, aceitando-se com toda a coragem e sinceridade;
-
sua beleza única e incomparável;
-
um sorriso lindo, sendo a arma mais poderosa do mundo;
-
firmeza, acreditando sempre na sua força interior;
-
atitude, transformando tudo à sua volta, almejando por um mundo melhor;
- de viver o dia a dia intensamente para que cada detalhe a ajude a ser quem é
– UMA MULHER INCRÍVEL!!
A
todas as MULHERES dedico este poema, nomeadamente, às que fazem parte da minha
vida e em especial a UMA MULHER que muito amo e que é parte de mim, MINHA FILHA
– Joana Capinha.
Nunca
mais se desculpe por ser quem você é cada detalhe seu que te fez chegar até
aqui como uma mulher forte, e que te levará a voos muito mais altos!
Faça
de sua vida uma eterna homenagem à mulher incrível que você é.
Uma mulher forte entende que não precisa se parecer com ninguém, pois sua beleza é única e incomparável.
Mulheres fortes sabem que amar-se é um ato de coragem. Por isso, aceitam e amam seu corpo e seus defeitos com toda coragem e sinceridade.
Mulher forte é firme sem perder a ternura, vai à luta sem perder a classe. E assim, vence sem precisar pisar em ninguém.
Seja
a mulher forte que você quer ver transformar o mundo!
Uma mulher forte sabe que cada obstáculo é uma oportunidade de aperfeiçoamento e crescimento.
Mulheres
fortes transformam o negativo em positivo. Por isso, sempre acreditam em tempos
melhores!
Toda
mulher é forte, mesmo que ela ainda não saiba disso.
Cada
mulher tem o seu charme, beleza e delicadeza particular. No entanto, todas têm
uma força capaz de mover montanhas!
RENASCIMENTO
Eu sou a vida
De tantas vidas...
A filha de tantas mães.
Sou a mãe de tantas filhas...
Sou sempre eu
E mais ninguém ...
Já percorri tantos caminhos
Já vi tantos sóis também...
Já vi tantos alvoreceres...
Já não me lembro com quem!...
Eu sou o tempo que passa,
Mais o tempo, que o tempo tem.
Eu já vi tanta desgraça...
Tanta felicidade... Também!...
O tempo é aqui e agora...
Tempo que estou a viver.
Um tempo pesado e tão triste
Com tanta gente a morrer...
Mas eu continuo à espera
Do nascer de um Advento
Que vem com a Primavera...
E é sempre um Renascimento!
Perpassas pelas brumas da memória,
E eu tão-pouco ouso imaginar
Como seria se te fosse encontrar
Segurando os fios da nossa história.
Frases avulsas, um porto vazio,
E esta ânsia que foste sem nome…
Este banquete de sabor a fome…
Este choro que não formou um rio…
Das minhas mãos o tempo que escorre
É fonte de mel de lugar nenhum
Donde não há saudade, dor ou cor…
De trás da cortina a cena não corre,
Os dias que trazem um sabor comum,
Não escutarão sussurro nem clamor!
Daniel dos Reis Nunes, professor, produtor cultural e
morador no concelho de Montemor-o-Velho, é candidato da CDU para as eleições do
dia 10 de março.
O trabalho na defesa do concelho, na luta dos
professores e pela cultura e o constante atavismo que a CDU tem levado a cabo,
falam por si.
Mesmo sem deputado eleito, dos nove que o círculo
eleitoral de Coimbra elege, a CDU tem-se empenhado na resolução dos problemas
da região, tendo como principal obstáculo, os votos contra dos eleitos, no
distrito, de outras forças políticas.
A CDU tem estado nos bons e nos maus momentos, não
faltando com propostas e soluções. Foi o caso na área da cultura, onde as
filarmónicas beneficiaram da diminuição substancial do IVA na compra de
instrumentos, graças à proposta da CDU.
A constante intervenção para a conclusão da obra
hidroagrícola do Mondego, para limitar a importação, facilitando o escoamento
da produção nacional de cereais, ou mesmo, o limite de preços de energia para
os agricultores.
Recentemente, a preocupação com a exploração de
caulinos, ou ainda, a luta incondicional pela realização do ramal da linha do
norte junto a Arazede e o encerramento dos cuidados de saúde.
É por estas e outras razões, que
a CDU apresenta candidatos comprometidos com a defesa
das suas populações.
Candidatos com um conhecimento real do território e
que nunca deixaram de trabalhar pela defesa das suas gentes independentemente
de resultados eleitorais.
Que fique certo, um candidato eleito pela CDU, será um deputado imprescindível na garantia do que merecemos para este concelho.
Espectros
de um novo folclore em campanha eleitoral
Uma
coisa é certa, não há quem não saiba que estamos em plena campanha eleitoral
para umas eleições legislativas. Certo é, também, considerar que esta foi uma
campanha longa, longuíssima, que começou logo no dia 8 de Novembro e,
empurradas por opção presidencial para o próximo dia de 10 de Março, durarão
até às 24 horas do próximo dia 8.
Se
estes quatro meses deram tempo - e mais tempo sobre o tempo - para que houvesse
um esclarecimento de proposta política, de proposta ideológica e de debate de
caminho para a futura escolha, a realidade não pode ser mais dececionante. A
uma cobertura noticiosa no espectro da vulgaridade e da amplificação de “sound
bites”, frequentemente ordinários e da mais básica trapaça e guerrilha política,
juntou-se uma imensidão nauseante de comentadores a comentarem – tantas vezes
fantasiosas elaborações pessoais e conjeturas da sua própria especulação –
frases soltas de candidatos, outros comentários, lapsos do objeto concreto da
realidade, com um propósito, óbvio e aborrecido, de veicularem as suas próprias
opiniões políticas. Com este ocaso de um jornalismo politico sério e plural,
apenas se esvaziou a verdadeira no>cia, perdeu-se o favorecimento da
construção de posições pessoais mais informadas, a crítica de propósito pessoal
e construções e a necessária destrinça entre as diferenças das propostas politicas
a quem se exigirá honestidade e trabalho parlamentar concreto e objetivo após
as eleições de domingo dia 10 de Março.
É
igualmente certo que hoje cada um e cada uma de nós tem um acesso facilitado,
por via de toda a parafernália de acesso tecnológico de que dispomos, aos
programas eleitorais dos partidos que disputam as eleições.
Contudo
a realidade é também logo mais sombria. As redes sociais estão inundadas por um
pântano fedorento de insulto vil, mentiras gratuitas, diarreias mentais, urinas
históricas e muita desinformação.
Os
apoiantes dos partidos de extrema-direita são especialmente pródigos a encher
estas redes sociais de lixo tóxico e reproduções manipuladas de enganos.
Contudo, não se me esmorece a esperança de que os dias que ainda faltam até ao
mais nobre dos exercícios democráticos – o voto livre, popular e universal –
venha a espantar-nos com uma maior qualidade do digno exercício partidário à
campanha e à defesa das suas convicções.
Podem
contar com o Bloco de Esquerda.
O
Bloco foi o primeiro partido a apresentar o programa para esta candidatura às
legislativas.
O
Bloco fê-lo acompanhado de contas certas e claras. Apresenta de forma
inequívoca quais as suas propostas para abordar os problemas concretos e quais
as suas apostas para o caminho progressista para um futuro melhor, para uma
vida digna para todos os concidadãos e concidadãs.
Quem
procura uma resposta de esquerda para os problemas; quem procura uma
valorização de salários e pensões; quem defende carreiras justas; quem espera
ver garantida saúde e educação; quem defende o ambiente; quem defende a
cultura; quem espera o desenvolvimento do mundo rural; quem não quer excluir
ninguém; quem acredita na força da paz; quem aguarda por uma nova robustez
económica assente em valores humanos, é nesta força que tem a esperança. Porque
todos e todas merecemos uma vida digna, uma vida boa, escolhe Bloco de Esquerda
no dia 10 de Março.
No
distrito de Coimbra o teu voto no Bloco conta!
Mais uma corrida, mais uma viagem…!
Seria inevitável que a crónica deste mês fosse centrada no processo
eleitoral em curso, com toda a certeza o mais imprevisível e temerário desde o
25 de abril de 1974, por um lado porque a macieza da democracia portuguesa há
muito se encontra subjugada e capturada pelo “centrão”, os tais que
desde o 25 de Abril de 1974 dividem entre si os proventos, que é como quem diz,
“enquanto uns governam os outros enriquecem e depois trocam…,
tendo as coisas chegado ao ponto dos partidos do centro e da
direita ditos constitucionais e democráticos, designadamente o PSD e a IL –
Iniciativa Liberal (o CDS e o PPM não contam para nada) se encontrarem cada vez
mais ameaçados e condicionados pelo Chega, partido que uns designam
carinhosamente de populista mas que eu defino de fascista, que se tem
agigantado e criado grandes embaraços na aritmética das previsões e resultados,
sem esquecer que por detrás dos interesses políticos, se movem muitos
interesses económicos bastante duvidosos.
Depois do sonso do Marcelo, no seguimento da ação Influencer, ter
decidido dissolver a Assembleia da República, desprezar a maioria absoluta do
PS e a sua legitimidade política para indicar um novo primeiro-ministro, ficou
clara a sua intenção de entregar de bandeja o governo à voracidade de um novo
ato eleitoral, apenas para escamotear o escândalo das gêmeas brasileiras em que
se enterrou a par com o doutor, seu filho.
PSD, CDS e PPM, constituíram-se em AD – Aliança Democrática, reavivando
essa sigla de outros tempos e também alguns dos seus protagonistas de antanho,
nomeadamente, Cavaco Silva, Passos Coelho, Balsemão e por aí fora, no entanto
descartando para já o Chega, enquanto a IL – Iniciativa Liberal está a fazer o
seu caminho, ainda assim disponível para integrar uma eventual coligação
pós-eleitoral, deixando para depois das eleições a sua própria política de
coligações.
À esquerda, para além do PS que desbaratou a maioria absoluta em que
navegava na “maionese” do presidente da república, após uma série de
trapalhadas, incompetências, sobrancerias, episódios inexplicáveis e
inadmissíveis, percebeu-se praticamente desde o início do mandato a falta de
coordenação do governo, os casos e casinhos, as demissões forçadas, os casos de
justiça, entre outras trapalhados com a TAP, o Lítio, a CP, a recuperação do
tempo de serviço dos professores, o SNS e os médicos, os enfermeiros, as
polícias, os bombeiros, os guardas-prisionais, as migrações, também os demais
partidos de esquerda, mercê da maioria absoluta que os secundarizou e tornou
dispensáveis, acabou por deixar o governo isolado, entregue a si próprio e à
mercê das oposições.
Em jeito de conclusão, passou o PS de bestial a besta, tal como o seu
secretário-geral, outros ministros e o seu chefe de gabinete, suspeitos perante
o ministério público de envolvimento no já citado processo Influencer, ao ponto
de o presidente da república não ter desperdiçado a oportunidade de devolver à
sua família política a oportunidade de regressar ao poder mais cedo do que
tarde, tal como aos do PS e do PSD do costume, do Bloco de Esquerda e do PC, do
Livre, do PAN, da IL e do Chega.
Tudo como antes, quartel-general em Abrantes!
Para celebrar os 50 anos de democracia, a coleção Biblioteca
da Censura disponibiliza mensalmente alguns dos livros que não
podiam ser lidos durante a ditadura do Estado Novo. Esses livros foram
acusados de serem imorais, pornográficos, comunistas, irreligiosos,
subversivos, anarquistas ou revolucionários. A coleção inclui 25 títulos,
reproduzindo em fac-símile os originais censurados guardados na Biblioteca
Nacional de Portugal. Alguns dos livros já lançados são:
1. “Os dez dias que abalaram o mundo”, de John Reed.
2. “Alma russa”, de Joseph Conrad.
3. “Cerromaior”, de Manuel da Fonseca.
4. “Comunicação”, de Natália Correia.
Um dos quadros
mais icônicos desse período é a imagem do soldado Celeste Caeiro,
que ofereceu um cravo a um oficial durante os eventos do 25 de abril. Essa
imagem representa a esperança e a mudança que o movimento trouxe para Portugal.
Militares ostentando cravos encarnados no dia 25 de Abril de 1974
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