EDITORIAL
Boa tarde, hoje com início do mês de Agosto docemente e sem grande agitação pela nossa terra já o mesmo não se pode dizer fora de portas, Venezuela está em vias de guerra civil, já a guerra seja da Ucrânia como da Palestina sem fim à vista.
O timoneiro da
Barcaça como de costume tráz alguns assuntos do concelho e os nossos
colaboradores nas suas rúbricas habituais descrevem-nos seja a história do
concelho de Montemor-o-velho como da Figueira da Foz.
Já na música e na
literatura as escolhas recaem em autores consagrados da divulgação da escrita
de Camões.
Agosto mês de férias
das rúbricas políticas, já a pagaiadas de João Amaral seguem com as suas
façanhas por terras de Portugal.
Vejamos então:
Monumentalidade
Mário Silva/Montemor,
Fernando Curado/Figueira da Foz e Aldo Aveiro/Carapinheira transporta-nos para
outros tempos e factos históricos do nosso património.
Olhares
Carla Henriques vai até
ao centro da terra neste caso (espelho meu espelho meu...) “...a força, a
paixão, o carinho, a amizade, o amor, a coragem e a luz...)
Crónicas de Viagem
Uma reflexão de António
Girão entre o Poder/Arrogância /Lambe botas nas nossas autarquias...
Poesia
Garça Real um poema
onde se encontra o amor pelo teatro o amor pelas gentes do CITEC e um obrigado
a dois emblemas dos nosso CITEC Carlitos Cunha e Deolindo Pessoa.
Em dia de aniversário
Isabel Capinha trouxe-nos (UMA VIDA) onde reflete o que lhe vai na alma.
Já Isabel Tavares em
(Há em Nós) diria o “fluir de um rio calmo) como a nossa barcaça.
Mara Kopke entre o sonho e a realidade fala-nos da sua criança que queria ver o mar.
Música e Livros
Finalizamos como sempre
com livros e música esperando sempre que o leitor se delicie com as viagens da
Barcaça.
PONTOS SEM FIM
Que diriam os nossos autores
consagrados com os estrangeirismos utilizados vezes sem conta pelo
estado/autarquias na comunicação simples que deveria ser para que todos
entendessem do que se trata, mas em vez disso usam e abusam como letrados para que,
mas confuso seja a comunicação e por sua vez se sintam no paraíso como deuses
com alguns dos munícipes a bater palmas.
Montemor-o-Velho
inaugurou projecto de Birdwatching no Paul do Taipal um investimento superior a 188
mil euros.
Não teria sido mais
eficaz se tivessem dito ”Observação de pássaros” Montemor-o-Velho
viu esta terça-feira, dia 30 de julho, mais um sonho materializado com a
inauguração do projeto "Birdwatching no
Paul do Taipal". "Hoje, o concelho de Montemor-o-Velho ganha uma nova
infraestrutura que valoriza e preserva o nosso património natural, que
proporciona condições únicas para a observação de aves e que vai criar uma nova
oferta de turismo de natureza." Para o presidente da Câmara Municipal de
Montemor-o-Velho, Emílio Torrão, "este é provavelmente um dos espaços
europeus com melhores condições para a observação das aves que aqui habitam,
nidificam ou descansam".
Mas também temos boas
notícias:
Portugal, Polónia e
Dinamarca escolhem Montemor-o-Velho para treinar para os Jogos Olímpicos
As seleções olímpicas
de canoagem de Portugal, Polónia e Dinamarca estiveram em Montemor-o-Velho em
preparação para os Jogos Olímpicos.
O Centro Náutico de
Montemor-o-Velho continua a afirmar-se no panorama desportivo internacional e a
ser reconhecido como uma das melhores pistas europeias para a prática de
canoagem e de outros desportos náuticos.
Recorde-se que o Centro
Náutico de Montemor-o-Velho dispõe de excelentes condições para a prática de
canoagem, natação em águas livres, remo e triatlo, oferecendo uma versatilidade
excecional para o acolhimento de outras modalidades, como pesca desportiva,
ciclismo, automobilismo, motociclismo, aeromodelismo, entre outras.
Torneio Aberto de
Petanca foi um sucesso.
A terceira edição do
Torneio Aberto de Petanca voltou a ser um sucesso. Realizada este sábado, dia
27 de julho, no Parque Verde da Ereira, a iniciativa promovida pelo Município
de Montemor-o-Velho, em parceria com a Junta de Freguesia da Ereira, voltou a
bater o recorde de inscrições, com um total de 15 equipas.
Mas voltemos à realidade,
que benefícios o munícipe tem tido nestes três mandatos de PS? Iremos verificar
e na próxima Barcaça será divulgado com ajuda da informação disponível. Mas
fica aqui alguma informação:
[somos muito mais que o
que o espelho reflete. muito mais.]
Nunca
tenhas medo do que o espelho reflete. Muitas vezes, somos os nossos piores
críticos, apontando as falhas e as inseguranças que, na verdade, são apenas
sombras distorcidas da nossa essência. Tens defeitos. Qualidades. És teimosa.
Orgulhosa. Mas ninguém tem um coração como o TEU!
O
espelho reflete não só a nossa aparência, mas também a nossa história, as
nossas conquistas e os desafios que já superámos. Os medos que vencemos. Cada
marca, cada linha, cada ruga conta um capítulo da nossa vida, e é isso que nos
torna únicos e especiais.
Orgulha-te
de ti! Sempre.
Celebra
as tuas vitórias, por menores que sejam, e aprende com as batalhas que
travaste. Ri dos teus erros. Chora as tuas alegrias. Cai. Levanta.
A
verdadeira beleza está na aceitação e na valorização da tua autenticidade. Do
que, verdadeiramente, és.
Para
o mundo, poderás ser apenas mais uma pessoa, e és.
Mas
para ti mesma, para ti serás sempre uma obra-prima em constante evolução. A
mais bonita de todas.
Inicialmente, encontrava-se neste local um oratório onde só cabia a imagem do Santo Cristo, com a frente sempre aberta, para veneração dos fiéis. Era todo de pedra, em forma de nicho, com degraus.
Como o oratório se encontrava em ruína, a população mandou construir uma pequena capela fechada para albergar a dita imagem. Foi assim construído um pequeno edifício, quadrado, com alpendre exterior. Posteriormente, colocaram também nesta capela a imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso, passando a ser esta a sua invocação.
Crónicas
de Viagem
A
VERDADE e a MENTIRA de MUITOS AUTARCAS
Um
dia, conseguiremos entender a verdade sobre o comportamento de uma elevada
percentagem de pessoas com cargos de poder: desde as juntas de freguesia às
presidências de república.
Instaurou-se,
em Portugal uma estranha (ou não) mania de dois sentidos: o povo que venera
estranhamente um autarca e um autarca que olha arrogantemente para o povo.
Quando esta situação for anulada, seremos um país civilizado e sério!
Nos
países civilizados, é o estado que presta contas: na Suécia, por exemplo, o
estado é que envia um documento anual aos cidadãos, a explicar como usa o seu
dinheiro.
Em
Portugal, temos de preencher um documento sobre o dinheiro que ganhámos nesse
ano, sobre os descontos e…ficamos sem saber o que lhe fizeram. Em Portugal,
parece haver uma “lei esotérica” que confere a um mero cidadão a divina
capacidade de saber tudo, mal entra pela porta de uma junta de freguesia ou de
uma câmara municipal, como autarca. Passa a dominar tudo e mais alguma coisa,
todos passam a ter a obrigação de o bajular, de lhe lamber as botas, como se
tivesse adquirido dons divinos quando, muitas vezes, todos sabemos, nem a sua
casa conseguiu governar até aí.
Esses/essas
cidadãos/cidadãs é que terão de nos respeitar e tratar de acordo com o grau de
exigência que lhes “colocámos às costas” quando os elegemos. Quem pensam
eles/elas que são?!... “Cá fora” há pedreiros, há médicos e professores,
carpinteiros e enfermeiros, canalizadores e engenheiros, economistas e
empregados fabris que desempenham a sua profissão com honra e mérito há dezenas
de anos. Eles/elas, quem pensam que são?!... Quem pensam que são, não me
importa! Trato-os com educação, como tenho de fazer com toda a gente. Medo
deles…isso é o que mais faltava!
Tenho
mais do que idade para não ter medo! São eles que têm de me cumprimentar com
todo o respeito e estar atento ao que eu possa pensar deles, pois foram eleitos
para desempenhar uma função que não se aprende especificamente nas escolas,
aprende-se em todo o lado, sobretudo na e com a vida.
Essa
prepotência advém do princípio camuflado da incompetência, da arrogância e da
mentira. Ou então, vejamos: - “Estou aqui na vossa aldeia, têm de fazer de mim
um deus, estou inchado que nem um sapo. Se se portarem bem, faço-vos a vontade
de mandar pintar o muro do cemitério! Caso contrário…na aldeia ao lado,
lambem-me o cu!”
Honestidade
e competência, pois claro!
E,
cidadania da melhor!
Vamos
lá meter as coisas no seu lugar! Respeito, educação e nada de subserviência!
Ah…e
competência, sobretudo! Obviamente, com todo o respeito pelos bons autarcas,
que também os haverá!
António Girão
Montemor-o-Velho - 150.º aniversário da Paróquia de Santa Maria d’Alcáçova e S. Martinho
A
atual Paróquia Montemor-o-Velho assinalou o 150.º aniversário da sua criação.
Por decreto de 30 de Julho de 1874, o então bispo de Coimbra, Dom Manuel
Correia de Bastos Pina, unificou as Paróquias de Santa Maria de Alcáçova e São
Martinho, constituindo apenas uma paróquia, com a designação de Santa Maria
d’Alcáçova e S. Martinho.
Até
finais do terceiro quartel do séc. XIX, no foro canónico e, paralelamente, no
civil, em diferentes períodos, a vila de Montemor-o-Velho teve cinco paróquias:
Santa Maria d’Alcáçova, S. Martinho, São Salvador, São Miguel e Santa Maria
Madalena. No séc. XVII, contou ainda com a paróquia de São João do Castelo. Até
ao terceiro quartel do séc. XIX sobreviveram, independentes, as paróquias de
Santa Maria d’Alcáçova e S. Martinho, embora pastoreadas pelo mesmo presbítero
de 1861 a março de 1901.
Dom
Frei Álvaro de São Boaventura, 48.º Bispo de Coimbra e 13.º conde de Arganil
(1672.08.16-1683.01.19), deslocou-se a Roma, em 1675, numa visita ad sacra Ad
limina, naquela veneranda prática que, de cinco em cinco anos, os Bispos
residenciais devem efetuar ao Papa, dando-lhe conta da respetiva diocese na
perspetiva pastoral, também mediante pormenorizados elementos descritivos.
No
âmbito do documento apresentado ao Papa Clemente X (Clemens Decimus), inserto
no processo “Relationes Ad Limina, 1675”, depositado na Sagrada Congregação do
Concílio, no Vaticano, o ordinário diocesano informa que “a paróquia de Santa
Maria d’Alcáçova, reitoria de Nossa Senhora da Assunção, é colegiada, sendo
reitor Francisco da Silva de Carvalho. O rendimento anual cifrava cento e
oitenta cruzados. Tinha sete padres beneficiários e uma população de trezentas
pessoas de comunhão e trinta e três de confissão; São Salvador rendia
seiscentos cruzados e constava de cento e setenta e uma pessoas de comunhão e
dezassete de confissão, e dois sacerdotes; Santa Maria Madalena contava cem
cruzados, dois sacerdotes e duzentas e oitenta pessoas de comunhão e vinte e
nove de confissão; São João somava duzentos e setenta e cinco cruzados e
dezasseis paroquianos; São Miguel recebia duzentos e cinquenta cruzados, cento
e noventa e quatro pessoas de comunhão e trinta e nove de confissão; São
Martinho dava mil e quinhentos cruzados, tinha treze sacerdotes, mil e trinta e
sete pessoas de comunhão e cento e quarenta e cinco de confissão.”
Perante
as assimetrias desta natureza, que se mantiveram até ao terceiro quartel do
séc. XIX, e após a extinção das paróquias de São João do Castelo, em data não
apurada e, provavelmente, anexada a Santa Maria de Alcáçova; de São Salvador,
em 1841, anexada a S. Martinho; e de Santa Maria Madalena e São Miguel, em
1859, anexadas a Santa Maria d’Alcáçova, Dom Manuel Correia de Bastos Pina,
57.º Bispo de Coimbra e 22.º Conde de Arganil (1872.05.19-1913.11.19), por
decreto de 30 de Julho de 1874, criou uma só paróquia para Montemor-o-Velho,
aglutinando a de Santa Maria d’Alcáçova, a principal, e a de S. Martinho, a
maior do arrabalde, facto atestado na lápide colocada, para tal, na frontaria
da igreja de S. Martinho.
Na sua obra “Comemoração dos Novecentos Anos da Igreja de Santa Maria da Alcáçova”, editada em 1995, o Padre Dr. José dos Reis Coutinho refere que “(...) Ambas (as igrejas) têm igual personalidade canónica desde aquele decreto. Na função paroquial e na prestação de serviços pastorais à comunidade nenhuma diferença as separa porque formam um só unificado, que nem o decreto de classificação como monumento nacional - de 16 de Junho de 1911 - pode alterar, porque acima está a Concordata celebrada com o Estado português em 7 de Maio de 1940 (substituída em 2004) e as estipulações acerca do serviço pastoral”.
E
acrescenta no seu livro: "1874, Julho, 30, Montemor - Em cumprimento
do decreto do Bispo-Conde, Dom Manuel Correia de Bastos Pina, é executada esta
determinação com a colocação de uma lápide de mármore na frontaria da igreja de
São Martinho, dizendo que constitui uma só paróquia com a igreja de Santa Maria
d’Alcáçova”.
Na data do decreto do Bispo-conde, as duas paróquias aglutinadas já eram acompanhadas pastoralmente pelo presbítero Augusto Pereira Cardote, com o epíteto de reitor, em Alcáçova, e prior em S. Martinho. Este pároco iniciou o seu múnus em 1851 na paróquia de Alcáçova, acumulando S. Martinho a partir de 1861, e continuando nesta nova paróquia de Santa Maria d’Alcáçova e S. Martinho, de 1875 até 1901, exercendo o seu múnus, em terras de Montemor, durante quase 50 anos. O Padre Augusto Pereira Cardote é natural da paróquia do Botão (Coimbra), onde foi batizado a 19 de outubro de 1827 (nascera a 12.10.1827), falecendo com 73 anos de idade, a 5 de Abril de 1901, em Montemor-o-Velho, onde jaz sepultado.
A dupla titularidade no nome da paróquia - Santa Maria d’Alcáçova e S. Martinho - ponderada e decretada por Dom Manuel Correia de Bastos Pina uniu a comunidade paroquial de Montemor-o-Velho e consolidou, ainda mais, a identidade e o simbolismo da instituição, enfatizando a devoção aos padroeiros.
A
história da paróquia é repleta de momentos de união comunitária, celebrações
festivas e um compromisso inabalável com os ensinamentos de Cristo. Não se
realizam festejos de destaque em honra de qualquer dos padroeiros, mas a
realização de outros momentos litúrgicos realça uma expressão vibrante da
cultura local, demonstrando a contínua vivacidade do espírito religioso e comunitário.
Atualmente,
a Paróquia não só serve como um centro de fé e esperança para os fiéis, mas também
como um testemunho da linhagem espiritual da comunidade paroquial, perpetuando
a devoção a Santa Maria d’Alcáçova e S. Martinho e mantendo viva a história de
uma sociedade que construiu a sua identidade espiritual entrelaçada com os
valores do cristianismo.
Nesta
data jubilar dos 150 anos da paróquia de Montemor-o-Velho, que culminou no dia
30 de julho, não houve qualquer manifestação celebrativa do douto decreto -
definição pastoral e jurídica - do ordinário do lugar, cujo objeto e objetivo
que foram construídos em diálogo com o pároco e forças vivas das comunidades
que ora foram aglutinadas para unidas numa só, sob a proteção dos primitivos e
tradicionais patronos, percorrerem o caminho da fé em Cristo. Embora fora do
‘ano jubilar’ tal falha ainda poderá ser remediada e (porque não?) receber o
atual bispo diocesano a presidir a um ato comemorativo de tal sumptuosa
efeméride e até lembrar o trabalho meritório dos párocos que, durante 150 anos,
pastorearam esta comunidade, com realce para o padre Augusto Cardote. É
importante celebrar as “coisas boas” porque as ruins nem sempre são esquecidas.
Aldo
Aveiro, texto escrito originariamente em 2004, reproduzido em 2020, retificado
em 2024.
FIGUEIRA DA FOZ - O CATITINHA
No Verão dos anos 40 passeava pelos areais de várias
praias, de Norte a Sul, de Vila Praia de Âncora até à Figueira da Foz, “uma
espécie de Deus, que estava em toda a parte”.
Não estava muito tempo no mesmo sítio, porque de
repente, sem que nada o fizesse prever, anunciava a partida, e lá ia, sempre de
comboio.
Aperaltado, de gravata, de bengala de castão de prata,
cabelo crescido e espesso, todo branco, assim era o Catitinha.
Muito fotogénico, parecia um Pai Natal, tez queimada
pelo sol, com o seu longo apito de metal, que tocava para controlo do trânsito
e para anunciar a sua presença.
O Catitinha parecia imponente, mas dos seus olhos
irradiava só bondade, motivo pelo qual as crianças corriam para ele, sem
qualquer receio, assim que aparecia.
As famílias convidavam-no para comer e dormir, porque era pessoa educada e de bons costumes, mas o seu terreno preferido eram as praias, onde multidões de crianças o seguiam em algazarra feliz, sempre apitando, só parando para a fotografia da praxe.
Mas ouviam-se histórias estranhas sobre o Catitinha!
Que tinha enlouquecido quando a sua filha única
morrera atropelada, e que era por isso que trazia sempre o apito no bolso, o
qual apitava freneticamente de cada vez que atravessava a rua com as crianças
ao lado, para que todos os carros parassem e não houvesse perigo.
Mas quem era, afinal, o Catitinha?
De seu nome próprio António Joaquim Ferreira, o
Catitinha nasceu na freguesia de S. Tiago, no concelho de Torres Novas, em 23
de outubro de 1880, e faleceu em Avanca, no concelho de Estarreja, onde foi
sepultado em 9 de abril de 1969.
“Formou-se em Direito e exerceu a profissão de Notário até ao dia em que morreu a sua única filha”.
“Das suas palavras, serenas e bem medidas, saíam
conceitos cheios de filosofia, que eu não entendia, mas que os sentia nos
rostos extasiados de gafanhões iletrados e pouco viajados. Era o Catitinha, que
os fotógrafos da região gostavam de registar para a posteridade”.
“E quando nos falava, como qualquer avô extremoso e sábio, mostrava-nos fotografias das localidades por onde passara, viajando sempre de comboio. Dizia-se, então, que tinha livre-trânsito para poder andar de terra em terra.”
Dizem outros que o Catitinha “nunca se formou em
Direito ou coisa parecida. Quando muito, teria o equivalente à época da
instrução primária. Notário não foi, mas sim padeiro entre outras profissões
diversas (até cavaleiro tauromáquico)”.
“É verdade que a sua única filha morreu. Mas de velha, com cerca de 100 anos, no Lar da Misericórdia da Golegã. Tanto ela como a sua mãe, esposa do Catitinha, viveram quase toda a vida em Riachos, terra onde se fixou quando se casou, que fica a 4 km de Meia Via, praticamente abandonadas pelo António Ferreira que, contava-se, até lhes terá deixado um pezito de meia quando morreu”.
“Muitas das coisas que se contavam acerca dele nunca passaram de mitos, que possivelmente até o próprio terá alimentado, a fim de manter aquela áurea de mistério que havia em redor da sua pessoa, o que lhe permitiria manter aquele modo de vida.»
Eis a história do Catitinha, um homem misterioso de
que poucos se lembrarão.
UMA VIDA...
O tempo não pára,
aprende-se a viver, vivendo.
Cada momento da vida é um desafio constante,
sejam eles bons ou menos bons.
É preciso saber ouvir o coração
É viver intensamente
É sorrir perante as adversidades da vida
É chorar de alegria ao sentir que viver cada segundo
de todos os dias é um privilégio!
É olhar com atenção ao redor e ser grata(o) por
tudo!
É sentir que cada vida é única e é muito para ser
insignificante!
HÁ EM NÓS…
Há em nós…
Uma centelha de luz,
Uma sede de infinito,
A procura da felicidade,
A procura de um caminho,
A procura de um amor…
Que não nos deixe sozinho!
Que apazigue nossa alma,
Que segura a nossa mão,
Que nos fale de magia…
E nos preencha de emoção.
Que caminhe ao nossos lado,
Que nos faça bem felizes…
Que seja a sombra da árvore,
Que prende as nossas raízes!
Há em nós…
O fluir de um rio calmo,
A paz que nós almejamos.
Acordes de uma sonata…
Onde todos nos perdemos,
E onde nos reencontramos!
Um anoitecer de prata,
Uma lua à nossa espera,
A vida que nos escapa…
Quando morre a primavera!
Uma cascata de flores,
Que nos perfume a alma…
Que se prenda e fique em nós,
Como as folhas de uma hera!
Há em nós…
Um alvorecer de esperança,
Um sonho em cada manhã,
Um sorriso de criança…
Um aroma a maçã verde,
O perfume do limão…
Alguém que é o sol da vida!
Alguém que é como um irmão…
Que fale com as lembranças,
Que temos no coração!...
Há em nós…
A fragilidade do tempo,
Que se esvai num fio de água
Que devagar vai escorrendo…
Uma… lonjura tão perto,
Que se toque com a mão…
Um riso contagiante…
Que é levado pelo vento
E se una a algum coração!
Todo um mar de sentimentos,
Que se apoderam de nós
Que limpem a escuridão
Que eu nunca suportarei…
Porque procuro as estrelas…
Dentro do meu coração!...
Ao longo da manhã,
a criança repetia:
- Eu quero ver o mar
E a Mãe sorria e via
o mar no seu olhar…
Ao longo da tarde
a criança repetia:
-Eu quero ver o mar
Os montes ondulavam e brilhavam
Em verde de encantar
Já o soninho chamando…
a criança repetia
-Eu quero ver o mar
E o sol desfez-se em bronze
Para a criança acalmar
E a tarde fez-se mágica
As flores rendilharam
Uma canção de embalar
Mas… eu…quero… ver… o… mar…
MÚSICA
ANA MOURA - FADO LOUCURA (ao vivo no CCB)
Centro Cultural de Belém, Lisboa (2007)
LIVRO
Sem comentários:
Enviar um comentário