Pontos
Sem Fim
Quando
os Homens decidem que a guerra é o único objectivo para alcançar o poder total,
mal vai a espécie humana que alimenta os “Senhores da Guerra”.
Para
não me alongar muito com um tema que todos conhecem, simplesmente vou colocar alguns
pontos de reflexão para que possamos entender os interesses inerentes destas
guerras sejam elas de longa duração ou focalizadas com o intuito de tirar
contrapartidas da situação.
Países
com recursos energéticos de interesse global
a.
Petróleo, Urânio, Lítio...
b. Geograficamente
estratégicos para desembarques ou plataformas de acesso a estacionamento de
aeronaves, ou embarcações.
c. Que continuem a transacionar as suas
mercadorias em “Dólares”
Quem
não se recorda da invasão do Iraque como se tivessem armas nucleares que nunca
se descobriram e com isso desencadeou-se uma mudança ou tentativa de mudança
onde os únicos ganhadores os mesmos de sempre os “Senhores da Guerra (SG)” que
vendem milhões de armamento com o intuito máximo de garantir a Liberdade dos
Povos, que como sabemos enganador.
Hoje
olhamos para Mundo e para dentro de portas o que podemos analisar:
1. Ucrânia
a ser invadida pela Rússia às portas da Europa que estamos agora a gastar mais
de 2% do PIB para alimentar esta e outras guerras.
2. Ali
bem perto, Israel parceiro e amigo dos EU a receber tecnologia de ponta e a
transformar a Palestina em areia. Quem ganha os mesmos de sempre (SG).
3. Mas
os reflexos há sempre os parasitas de sempre que se aproveitam destes conflitos
para subirem preços de mercadoria que tinham em stock e assim embolsam mais uns
milhões que colocam em paraísos fiscais como (grandes superfícies comercias,
Galp, Bancos...)
4. Aliado
a tudo isto sucessivos governos desde o 25 de abril, gerem a corrupção com
pinças, vão trocando de PGR a seu belo prazer e continuam a ir ao Pote com as
duas mãos.
5. Autarquias
geridas como feudos, onde vale tudo inclusive amordaçando os seus funcionários
de se pronunciarem ou de terem uma opinião contrária do chefe. A Lei da Rolha
implementada.
Antes
do 25 Abril, poucos tinha acesso à cultura, por isso eram comandados pelos mais
instruídos senhores disto tudo, hoje com a república das bananas que todos
passam nas escolas e sobem até ao 12º ano montados num jumento... não sei,
quero dizer mais-valia a 4ª classe antiga do que estes estudantes de subsídios,
porque somos nós todos que pagamos para formar jericos.
Os
partidos organizaram-se de forma que nas suas escolas de verão, e na filiação
sejam instruídos e de porta-malas até à escadaria do poder é um salto, hoje ao
percorrer os corredores dos diversos Ministérios verificamos (aprendizes de
feiticeiro) a usufruir de vencimentos muito acima da média acabadinhos de sair
das faculdades, mas com o cordão umbilical mantendo-se ligados aos progenitores
ou a laços familiares próximos.
Depois
é só seguir as ordens e descansadamente subir na hierarquia até mandar fora
todos os seus opositores. Também com temperamento de camaleão, conseguem
saltitar de partido em partido, desde que seja o seu sustento, ou em caso de
verificar que as portas se fecharam, formar um Partido e assim conseguir quem
sabe aos seus objectivos.
As
“Portas Giratórias” quando o Governo perde eleições ou as autarquias mudam,
antes da passagem do testemunho basta (mirar) o D.R. e a catapultar de nomeações
para os diversos organismos do estado ou mesmo para as parcerias municipais
onde todos são entendedores da missão.
Outros nomeados com pompa e circunstância para empresas como TAP/EDP/BANCOS/BdP...
Capela
de Nossa Senhora do Amparo [Santo Varão]
Localizada no Casal das Machadas, nos montes de Santo Varão, esta capela terá sido fundada, em finais do século XVI ou inícios do XVII, por António Fernandes, morador no Casal das Machadas, para servir de panteão da família. No início do século XVIII, encontrava-se em avançado estado de degradação e Francisco Coelho da Cunha patrocinou as obras de reforma: retábulo principal, forros de madeira, telhado, etc.
Com
uma área que ronda os 12m2, apresenta uma fachada com porta central
e duas janelas laterais, bem como uma torre sineira. A capela-mor é precedida
de um arco cruzeiro em aduelas de cantaria, formando um arco pleno. O teto de
arestas é forrado a madeira, com caixotões sem decoração. O altar-mor é
composto de uma banqueta de madeira. Já o retábulo, bastante descaraterizado,
apresenta uma estrutura em talha do barroco nacional, com colunas coríntias, e
em cujo nicho central se encontrava a imagem de Nossa Senhora do Amparo,
atualmente guardada na igreja matriz.
A
ela está ligada uma lenda segunda a qual a sua construção teria na base uma
promessa feita durante uma tempestade em alto mar, pelo seu promotor, ao
invocar a proteção da Senhora do Amparo, razão pela qual esta imagem segura
numa das mãos uma âncora. A devoção a esta Senhora continua nos nossos dias e
em moldes que não diferem muito das suas raízes, tendo as festividades lugar no
domingo e segunda-feira de Páscoa.
[13.09.2024-13.10.2024]
A
esta altura faço sempre uma retrospetiva do ano que passou. Perto de completar
mais uma volta ao sol, uma primavera ou inverno. Não há hipótese de errar. De
trocar os números. De os virar de pernas para o ar. De trás para a frente.
Serão sempre 44!
Falta
precisamente um mês. A esta altura do campeonato, e não é o de futebol, nem
falemos nisso que o meu clube continua pela hora da morte, imaginava estar num
patamar diferente. Ter atingido um grau de satisfação e felicidade maior. Não
me imaginava nas Caraíbas, nem numa praia em Ibiza, a apanhar sol e beber
caipirinhas.
Que
parva sou. Na verdade, conquistei tanta coisa no último ano, à custa de
“sangue, suor e lágrimas”, quase, assim, literalmente. Se conquistei. Às vezes
nem eu me lembro disso! Foram tantas lutas. Muitas lágrimas vertidas. Ganhei
tanto. Conquistei a liberdade. Aprendi a voar novamente como um pássaro que
acaba de nascer. Caí. Levantei. Vi entrarem e saírem tantas pessoas da minha
vida. Ficaram as melhores. São as que importa manter. Confiei em algumas.
Errei. Magoei. Magoei-me. Acreditei. Acho que irei continuar a acreditar mesmo
que diga que não.
Continuo
em busca do meu “porto seguro”, do meu rumo, aquele onde posso ser eu, sem
medos ou julgamentos. Talvez ainda não tenha chegado a hora. O universo sabe o
que faz. Sabe sempre. “Há um tempo para tudo debaixo do céu”, dizem! Começo a
acreditar.
13,
hoje, sexta-feira, não é o dia dos meus anos. Falta um mês. Mas é sempre um dia
especial. Pelo amor. Pela paixão. Pela fé. Um número que me traz sempre
recordações e memórias. Lembranças e histórias. Que me acompanha desde sempre.
Não é de azar. É de sorte. Aquela pela qual luto todos os dias. A que me faz
levantar e não desistir. Aquela que continuo a querer conquistar. Talvez esteja
lá, a sorte, ao lado da felicidade ao virar de mais um ano. Quem sabe não é o
44 que tem reservado para mim tudo o que esperançosamente esperei e pelo que
arduamente batalhei.
Quem sabe?
“Descobri,
no meio de um inverno, que havia dentro de mim, um verão invencível. E isso
faz-me feliz. Porque isso diz-me que não importa a força com que o mundo se
atira contra mim, pois dentro de mim, há algo mais forte - algo melhor,
empurrando de volta.”
Homenagem a Victor Mano com o lema “Desporto pela Vida”
A
Medalha de Mérito Municipal Desportiva de homenagem a Victor Mano, assim como
outros galardões de mérito atribuídos pela Câmara Municipal a diferentes personalidades
concelhias, foram entregues aos galardoados no dia 8 de setembro, durante a sessão
comemorativa do Dia do Município de Montemor-o-Velho.
Victor Mano, Desportista eclético, destacou-se essencialmente no Atletismo, modalidade da sua paixão, e pela qual representou o Santa Clara de Coimbra e o Sport Lisboa e Benfica. Natural da Carapinheira, onde nasceu a 26 de dezembro de 1952, o homenageado foi recordista nacional em três variantes da velocidade - a sua especialidade no atletismo: 100 metros (com 10,4 s, obtidos em 1977); 60 metros, em pista coberta, e na estafeta de 4×100 metros.
A
atribuição desta distinção desportiva surgiu de um “movimento de amigos” do
Victor Mano, que, juntando o vasto “curriculum” do homenageado, apresentou a
necessária fundamentação que seguiu os trâmites regulamentares de atribuição
daquela distinção de mérito municipal.
No mesmo dia da entrega do galardão municipal, dezenas de “amigos do Victor”, com a presença do laureado e família, participaram num amistoso almoço-convívio, de tributo e afeto, no restaurante “Os Patinhos”, na Carapinheira, destacando-se a presença de representantes da Federação Portuguesa de Atletismo, Associação de Atletismo de Coimbra, Sport Lisboa e Benfica, Santa Clara de Coimbra, Hóquei Club de Turquel e muitos atletas e ex-atletas, sobressaindo a recordista Rosa Mota.
Neste
encontro de amigos e de entusiastas do desporto foi disponibilizada, a custo simbólico,
uma camisola autografada por Victor Mano, com o distintivo da Federação
Portuguesa de Atletismo e com o lema “Desporto pela Vida”.
Com este mote pretende-se elucidar a sociedade que “o desporto faz bem à saúde e que, para adotar um estilo de vida verdadeiramente saudável, é preciso incluir a prática de exercício físico na rotina diária”, até porque “contribuindo para a melhoria da saúde, o desporto melhora a própria aparência e a capacidade física, evita o sedentarismo e melhora também a autoestima, autoconfiança e concentração, diminui o stresse e promove o convívio”, anotou a comissão organizadora do convívio.
Ainda
de acordo com a comissão - Carlos Carvalho, Aldo Aveiro, António Bonito,
António Monteiro da Costa, Fernando Caiado, Lino José Cera, Manuel Simões
Flórido, Miguel Mano, Paulo Góis, Pedro Oliveira, Sílvio Nobre - “esta
iniciativa, além do mérito desportivo, visa mostrar e prestigiar a amizade, o
respeito e a solidariedade para com uma pessoa humilde, briosa e afável”.
De
realçar, anota a comissão, “o Victor foi um desportista eclético, exemplar e
dedicado que, além de atleta, foi preparador físico e técnico de velocidade, e,
a nível profissional, foi professor de educação física”. “Além do atletismo,
onde foi recordista nacional, Victor Mano representou o Atlético Clube
Montemorense e o Clube Desportivo Carapinheirense, em futebol, e foi preparador
físico em hóquei em patins”, salienta a nota da comissão, onde se sublinha que
“é importante valorizar o seu carácter de homem lutador e sempre presente,
recolhendo dos amigos a admiração, a estima e a amizade a que tem direito”,
assim como “a personalidade recatada e modesta do antigo atleta”. A comissão
refere ainda que “esse traço do seu caráter pode levar a que muitos
portugueses, e até conterrâneos, não conheçam o seu currículo” pelo que “é
pertinente realizar esta homenagem”.
De realçar que antes da atribuição e entrega da Medalha de Mérito do Município de Montemor-o-Velho e do Convívio de Amigos, Victor Mano já tinha sido homenageado na Casa do Benfica em Montemor-o-Velho, dia 8 de junho, com a inclusão, na sala do sócio, de uma imagem indicativa dos clubes, feitos e títulos do atleta.
Pista de Atletismo Victor Mano
No concelho de Montemor-o-Velho, entre muitos outros atletas de diferentes modalidades, é consensual que duas figuras se destacaram na prática desportiva, cujos resultados alcançados estão acima da generalidade dos desportistas concelhios e que, pelos seus feitos nacionais, galvanizaram o concelho e o país. Trata-se de Alves Barbosa, no ciclismo, já galardoado pelo Município, e Victor Mano, no atletismo, com galardão atribuído e a receber domingo.
Na senda do merecido reconhecimento do seu invejável palmarés desportivo, o ciclista foi também homenageado e perpetuado na “Rotunda Alves Barbosa”, com um motivo escultórico alusivo ao Ciclismo, à saída da A14, no Rosmaninhal, em Montemor-o-Velho, e com a realização anual de uma prova ciclista, supraconcelhia, denominada “Grande Prémio / Troféu Alves Barbosa”.
Assim
sendo, não será descabido, quiçá expetável, lógico e producente, atribuir o
nome do recordista nacional, Victor Mano, à pista de atletismo de
Montemor-o-Velho e, ali, implantar uma placa escultórica alusiva ao Atletismo,
assim como instituir um evento desportivo nacional de atletismo, anual, com o
nome, por exemplo, de “Meeting Victor Mano”.
Ponderando e colocando em prática estas e outras pertinentes e ajustadas decisões, nomeadamente a requalificação da atual pista de atletismo de modo a servir para a realização de provas oficiais nacionais, seria dimensionada a prática do atletismo no concelho e fomentada a prática do exercício físico intergeracional.
Curriculum do Victor Mano
Principais
feitos: 1977 (Copenhagen – Dinamarca e Sittard – Holanda), Record Nacional dos 4x100mts,
em equipe com José Silva, Norberto Serina e António Cachola, atingindo sucessivamente
as marcas de 41.35seg/41.3seg/40.8seg e 40.4; 1977 ( Estádio Nacional ) e 1979 (Estádio
de Alvalade ) iguala o Record Nacional dos 100 m, com 10.4seg, pertencente a
António Fonseca e Silva; 1978 (Madrid), bate 2 vezes o Record Nacional dos 60m
em Pista Coberta, com 7.02seg; 1979 (Madrid), bate o record anterior em pista
coberta com 6.92seg.
Conta
com 1 Internacionalização Júnior e 11 Internacionalizações Sénior; atingiu os
títulos nacionais nos 100 m de 1976 a 1979; nos n4x100m de 1975 a 1979 e em
1982; nos 4x400m em 1975 e 1976. Liderou, a nível nacional, a especialidade dos
100m entre 1976 e 1971 e foi 12 vezes Campeão Nacional.
Encontros
internacionais: 1973 - Portugal/ Itália/ Canadá (como Júnior); 1974 - Itália/Portugal;
1976 - Portugal/ Itália; 1977 - Portugal/ Espanha/ Argélia.
Clubes
que representou: Atlético Clube Montemorense 1968 (futebol júnior); Associação Académica
de Coimbra (futebol júnior); Clube Desportivo Carapinheirense (futebol sénior);
Santa Clara até 1973 (Atletismo) e S.L e Benfica de 1974 a 1982 (Atletismo).
Profissionalmente:
Licenciado em Educação Física, foi Professor na Escola Pública; Técnico de
Velocidade do Benfica, Preparador Físico das equipas de Hóquei em Patins do S.L
e Benfica, do Hóquei Club Turquel, do Sporting Club de Portugal, da Seleção
Nacional Portuguesa e da Seleção Nacional de Moçambique.
Mensagem
do Presidente da Federação Portuguesa de Atletismo
Lamento
não poder estar fisicamente presente nesta homenagem ao Vítor Mano, por me encontrar
em Paris, em representação da Federação Portuguesa de Atletismo, por ocasião da
realização dos Jogos Paralímpicos. No entanto, não poderia deixar de me
associar a esta merecida homenagem ao Vítor Mano, através desta singela
mensagem.
Atleta,
várias vezes recordista nacional, selecionado para várias competições
internacionais, treinador, não só no atletismo, professor, mas sobretudo o
cidadão e homem de família, foram domínios em que o Vítor deixou a sua
indelével marca pessoal.
Vítor
Mano, ao longo de muitos anos, dedicou-se de forma incansável ao desporto, não
só o atletismo, sua dedicação nuclear, atrevo-me a dizer, mas também noutras
modalidades. Ele não só contribuiu para o nosso progresso coletivo, como
exerceu uma influência profundamente positiva sobre várias gerações de jovens,
transmitindo valores de honestidade, dedicação, esforço, superação e,
sobretudo, de amizade e camaradagem. Exerceu a sua atividade de forma
transversal a atletas de várias modalidades e também deixou a sua marca pessoal
e técnica em vários clubes.
Tem
sido e continuará a ser uma vida cheia de relações pessoais, alicerçadas no
desporto, mas sobretudo no seu perfil humanista.
Em
meu nome pessoal e em nome da Federação Portuguesa de Atletismo, deixo um agradecimento
e reconhecimento sincero ao Vítor, pelo seu compromisso e paixão, pela sua amizade
e pela sua determinação na busca de novos limites para aqueles que orientou. O
Vítor tem atrás de si, mas também à sua frente um lastro de amizades e respeito
que todos nós valorizamos profundamente.
Muito
obrigado, Vítor, por tudo o que fizeste e continuarás a fazer pelo nosso
desporto e por todos nós. São pessoas como tu que fazem com que o desporto seja
um fator de desenvolvimento da sociedade e dos cidadãos. Exemplos de cidadãos
como tu perdurarão para sempre na memória coletiva da nossa sociedade.
Bem
hajas
Um
grande abraço
Nota
final: Gostaria também de reconhecer e agradecer todo o extraordinário trabalho
desenvolvido pela Comissão Organizadora. Sem a sua dedicação este momento não
teria acontecido.
Jorge Vieira, Presidente da Federação Portuguesa de Atletismo
A
história da Dez de Agosto está intimamente ligada à cultura figueirense,
através da sua Banda Filarmónica, da Escola de Música e do Teatro e ainda como
principal intérprete das tradições locais.
Fundada
a 10 de agosto de 1880, foi inicialmente conhecida por “Filarmónica Dez de
Agosto de 1880”.
É também conhecida como “A Teimosa” porque foi com esta caraterística que ultrapassou muitas dificuldades ao longo da sua centenária existência.
De
antigas rivalidades políticas nasceram as duas bandas da então vila, a
Figueirense em 1842, pela mão dos Progressistas, e a Dez de Agosto em 1880, da
iniciativa dos Regeneradores.
Estas
duas fações “digladiavam-se”, mas como cada uma tentava fazer melhor do que a
outra, a Figueira ganhava com isso, como escreveu Carlos Faria:
“Cada
filarmónica, cada coisa, cada pessoa e cada associação pertence, na Figueira, a
um partido político. Ali nada há que não seja regenerador ou progressista. O
caso é que a terra ganha com isso, na alta compreensão de esmagar o outro, faz
obras e obras grandes”.
BANDA
FILARMÓNICA
A
concorrência entre Progressistas e Regeneradores não tinha descanso, nem dias
santos.
Um ano após a constituição da Filarmónica 10 de Agosto, numa “luminosa tarde de Abril” de 1881, durante um cortejo fúnebre, no Largo de Santo António, na presença das autoridades locais e de outros distintos figueirenses, as duas filarmónicas disputaram entre si a guarda de honra:
“Era
sexta-feira de Paixão e a procissão do Enterro ia a sair…. O préstito estava no
início, avançava saindo do Templo. Dominava-o a solene compostura, a gravidade
dos grandes momentos em que parece sentir-se, secretamente em nós, a palpitação
do sobrenatural.”
“Lado a lado, à porta da Ordem Terceira, duas filarmónicas faziam a guarda de honra. Uma a Dez de Agosto – dos regeneradores – flamante nos seus empavesados capacetes à lanceiros; outra – a Figueirense – dos progressistas”.
“Nisto
aparece o Senhor do Enterro, em seu esquife branco debruado a oiro, sob o pálio
que alastrava a mancha confrangedora da sua cor roxa”.
“Mal
a imagem semidesnuda, de carnes maceradas, expõe à luz do dia o seu decúbito
impressionante, seguida da Senhora das Dores, de expressão dramática e
cabeleira desgrenhada, uma filarmónica avança. É a Dez de Agosto. A outra
imita-a”.
“Ambas
disputam o lugar de honra. E então é que foram elas! Esquecendo as
circunstâncias e o local, os filarmónicos armados do instrumental, arremetem
uns contra os outros. Engalfinham-se, enovelam-se, barafustam, agridem-se,
esmurram-se, esbofam-se como possessos! Seus partidários, de parte a parte, em
grande número, apressam-se a seguir-lhes o exemplo”.
Os
instrumentos foram para a sucata, a imagem do Senhor do Enterro ficou com um
braço partido e a procissão acabou ali.
Mas
logo no ano seguinte, no dia 3 de agosto de 1882, as duas bandas figueirenses
colaboraram na receção da família real quando esta veio inaugurar a linha
férrea da Beira Alta.
Quando a comitiva real chegou pelas 9H30M à estação da Figueira, coube à Dez de Agosto, à Figueirense e à Banda do Paião abrilhantarem a cerimónia, tendo atuado igualmente a Banda da Infantaria 18 e a Banda Conimbricense.
Depois
do almoço, a comitiva real foi recebida na Assembleia Figueirense, a mais
distinta associação da época, magnificamente decorada para o evento, e foi a
Filarmónica Dez de Agosto quem tocou o hino da senhora D. Maria Pia.
A
Filarmónica Dez de Agosto estava sempre presente, mesmo quando em setembro de
1884 recebeu Carlos Relvas, fotógrafo amador e toureiro exímio, à saída do
comboio das 8 horas da noite.
No
dia da tourada o toureiro teve sortes admiráveis que arrancaram palmas
delirantes e prolongadas, o comendador Afonso Ernesto de Barros, provedor da
Santa Casa da Misericórdia, ofereceu-lhe uma medalha de ouro, e depois da
despedida foi Carlos Relvas acompanhado até à sua habitação pela banda Dez de
Agosto e por mais de duas mil pessoas.
Até
em circunstâncias inusitadas, como quando prenderam João Robim Borges por ter
dado duas bofetadas ao Sr. Mariano Goulart, no ano de 1892, mas sendo Robim
Borges muito estimado pelos figueirenses, a quem dava emprego e fazia doações,
logo que se soube da sua libertação foi a Filarmónica Dez de Agosto tocar à sua
porta, felicitando-o.
Depois
foi a vez da Figueirense, e as duas bandas “tocaram para aí umas quatro peças
do seu bom reportório”.
O
povo enchia a rua, e também lá esteve “a corporação dos bombeiros voluntários,
na força de uma dúzia ou mais, encapacetados, marchando militarmente”.
Também
o dia 5 de maio de 1894, sábado, foi um dia de festa na Figueira, celebrando-se
o início das obras dos Paços do Concelho, estando presentes as bandas
filarmónicas Dez de Agosto, a Figueirense e a das Alhadas, as quais desfilaram
pelas ruas cheias de povo, à cabeça do qual se mostravam os vereadores e o
presidente, dirigindo-se ao local da obra, onde o Dr. Joaquim Jardim discursou.
A
Filarmónica Dez de Agosto teve então prestigiados maestros, como Augusto
Symaria e Manuel Dias Soares (1867-1938), este último o autor da música da
Marcha do Vapor.
Em
1902, à frente da Filarmónica Dez de Agosto, Manuel Dias Soares deslocou-se a
Salamanca, abrilhantou as festas que aí se realizavam e participou numa tourada
onde o matador Mazzantini lhe ofereceu a estocada final e a orelha do touro.
No
final do século XIX, a Comissão de Festas de S. João colocava coretos na Praça
8 de Maio, na Praça do Comércio, na Rua das Rosas e na Rua das Canas, para
neles tocarem as filarmónicas figueirenses.
Sabe-se
igualmente que Joaquim Pereira Júnior, presidente da Direção da Filarmónica Dez
de Agosto, pediu autorização para construir um coreto na Praça Nova onde tocou
a mesma filarmónica nos dias 23 e 24 de junho de 1891.
Quando
em abril de 1904 ficou concluído o coreto do Largo do Dr. Nunes, nele atuavam
aos domingos, alternadamente, as duas filarmónicas da cidade, como já acontecia
no coreto do Jardim Municipal, aí construído no início de 1892, pela quantia de
700:000 reis, por Francisco Cardozo Motta de Quadros.
E
quando no dia 29 de agosto de 1907 o infante D. Manuel visitou a Figueira da
Foz, inaugurando a primeira ponte sobre a foz do Mondego, foi a Filarmónica Dez
de Agosto que o saudou à chegada ao Hotel Lisbonense, na Rua da Liberdade.
Neste
ano de 1907, Dias Soares assumiu a direção do "Rancho do Vapor", e
foi aqui que concebeu a Marcha do Vapor, hino da associação que compôs para
letra de Pereira Correia e que é hoje o hino da Figueira da Foz.
Um
ano depois, em setembro de 1908, Manuel Dias Soares dirigiu a Filarmónica Dez
de Agosto num concerto dado no convento da Batalha para o rei D. Carlos, e face
aos êxitos obtidos, a banda Dez de Agosto foi galardoada com o título de
«Real».
Aquando
da inauguração da estátua de Manuel Fernandes Tomás, a 24 de agosto de 1911,
uma multidão partiu do Salão Nobre dos Paços do Concelho, seguiu à frente a
Filarmónica Figueirense e fechou o cortejo a Filarmónica Dez de Agosto.
Mais
tarde, na inauguração do edifício dos CTT, a 8 de agosto de 1943, abrilhantaram
o ato as filarmónicas Figueirense e Dez de Agosto, as quais tocaram o hino da
Maria da Fonte.
A
28 de junho de 1953, a Filarmónica Dez de Agosto participou na festa de
inauguração do Grande Hotel da Figueira.
TEATRO
Nomes
como Maria Olguim, Armando Dias, Maria Esteves, Fernando Mingachos, Albobrano
Nazaré, Joaquim Mesquita (Caneca), José Nicolau Borges, Maria Bugalho, entre
muitos outros, pisaram o palco da Dez de Agosto.
Mas
foi Maria Olguim quem mais se distinguiu, estreando-se como profissional em
1928, no Porto, na peça “Tiro ao Alvo”, quando ainda era costureira.
Cipriana
Lobato Holguim (o seu verdadeiro nome) nasceu em Castelo Branco em 26 de abril
de 1894, filha de pais espanhóis, mas trabalhando o seu pai na Figueira, como
ferroviário, aos 24 anos estreou-se na Dez de Agosto, no Presépio, pisando
também o palco da Naval 1.º de Maio.
Fez
cinema durante quase 40 anos, participando em filmes como "Ala
Arriba", "O Costa do Castelo", “Viela”, “Sol e Touros”, "O
Leão da Estrela", "O Grande Elias", “Vidas sem Rumo”, “O Crime
da Aldeia Velha”, “O Trigo e o Joio”, “Retalhos da Vida de um Médico” e "A
Menina da Rádio", alguns dos cerca de 50 filmes em que participou.
Foi
homenageada no Casino da Figueira em maio de 1973, e falecida na Figueira da
Foz no dia 1 de janeiro de 1984, a direção da Dez de Agosto deu em 2001 o seu
nome ao palco da coletividade, consagrando a atriz nacional que se estreou na
Dez de Agosto.
TRADIÇÕES
POPULARES
A
Dez de Agosto tem sido a principal intérprete das tradições populares
figueirenses, como os Autos Pastoris, a Espera de Reis, o Auto dos Reis Magos,
a Serração da Velha, o Enterro do Bacalhau e a Queima do Judas.
Os
“Autos Pastoris” são uma peça teatral, vulgarmente conhecida por “Presépio”,
sendo a tradição cultural mais antiga da Figueira da Foz.
Esta
peça teatral mostra-nos o nascimento de Jesus Cristo, e a sua adoração, num
misto de religioso e pagão.
Foi
no princípio do século IV que se iniciou a divulgação do nascimento de Jesus
Cristo, mas, na Figueira da Foz, os Autos Pastoris datam dos finais do século
XVII ou início do século XVIII.
Durante
décadas perderam força, tendo ressurgido nos finais do século XIX e no início
do século XX.
Os
“Autos Pastoris” representavam-se inicialmente na sede do Rancho do Vapor, mas
a tradição tem sobrevivido sobretudo à custa da Sociedade Filarmónica Dez de
Agosto.
Natália
Correia, quando teve um programa televisivo, deslocou-se à Figueira para
relatar a riqueza dos Autos Pastoris e esteve então na sede da Sociedade
Filarmónica Dez de Agosto.
Por
sua vez, a “Espera de Reis” é outra tradição que teima em persistir e que junta
centenas de pessoas na Praça 8 de Maio. Este espetáculo é promovido pela Dez de
Agosto e pela Filarmónica Figueirense, em simultâneo, garantindo o antigo
costume da “Chegada dos Reis Magos”, Belchior, Baltazar e Gaspar.
Desta
forma há 2 cortejos, 6 reis magos, muitos figurantes, pastores, pajens e
animais.
Depois
vem a “Serração da Velha”, tradição que se cumpre anualmente na noite da
quarta-feira que precede o terceiro domingo da Quaresma.
A
“Serração da Velha” consiste na encenação do julgamento e condenação à morte de
uma velha, quando um folião serra uma tábua, fingindo ser uma velha (pode ser
"interpretada" por outro folião) que aos berros pede para não ser
serrada! E o povo responde com gritos de "Serra a velha, serra a
velha!"
Gil
Vicente, na sua obra “Triunfo de Inverno”, representou o Inverno como a Velha
perseguida por “Maio”, o moço jovem, isto é o Verão, portanto, através da
“Serração da Velha” mais não se pretende do que celebrar o renascimento da
Natureza, o enterro do Inverno e o início da Primavera.
É
igualmente a Dez de Agosto que mantém a tradição do “Enterro do Bacalhau”,
organizando um simulacro de cortejo fúnebre, onde se comemora o fim do jejum da
carne a que estavam sujeitos especialmente os mais pobres, obrigados a comer
bacalhau (quando era barato), dias a fio, no período da Quaresma.
A
Dez de Agosto anuncia que “cumpre o doloroso (ou talvez não) dever de informar
que o cortejo fúnebre do ‘defunto bacalhau’ irá percorrer as ruas da cidade”,
no sábado de Páscoa, a partir das 21h00.
Por
último a “Queima do Judas”, uma antiga tradição que se cumpre anualmente no
sábado de Páscoa, durante décadas organizada pelo célebre “Picha” e na qual a
Dez de Agosto colabora. Começa pela malhação de um boneco feito de palha,
seguido da sua queima, simbolizando o castigo do apóstolo Judas Iscariotes por
ter traído Jesus, entregando-o aos seus captores.
Chegaste no maio das
minhas ilusões…
Quando as manhãs
brumosas
davam lugar a uma luz
dourada
levemente dourada no
azul
e as rosas floriam no
meu jardim…
Sem aviso entraste na
minha vida,
deslumbrado me
deslumbraste …
O fascínio desse começo
não o apaga o tempo,
nada o transcende e ele
permaneceu sempre
longos anos …
Permanece ainda em
sons, em gestos,
em molduras, em sonhos
…
sorri em cada
madrugada, mesmo sem ti …
Entretanto, acho que
murcharam flores,
sim, devem ter murchado
…
Voaram das árvores as
folhas
que o vento louco fez
rodopiar …
Raiaram outras manhãs
luminosas
e o céu escondeu a luz
em escuras e pesadas nuvens …
A flor fascinante que
então despontou
nesse maio inolvidável
permanece intacta
à espera de um leve
sopro
quando for de novo maio
em mim …
TODO O DIA É UM NOVO
DIA
no amanhecer
no acordar
no olhar
no sentir
no simples sorriso de
uma criança!
na esperança
na frescura da leve
brisa
na harmonia das cores
no canto de um
passarinho
na natureza em flor!
na imensidão do mar
no envolvimento das
ondas
no germinar de uma vida
no sentir o que é amar!
no sol que se levanta
na chuva que molha a
terra
no cheiro que encanta
no arco-íris mais belo
no sentir que
todo o dia é um novo
dia!
QUERO SER…
Não quero ser apenas
palavras
Quero ser gestos,
sentimentos, ternura.
Não quero palavras vãs,
não sentidas
Quero ser rumo, mão
amiga, solidária
Não quero quimeras,
ilusões, coisas vãs
Quero ser esperança,
alegria primaveras.
Trazer o sol nas mãos e
estrelas no olhar,
Sorrisos na alma e paz
no coração
E quero amar tudo que
eu possa admirar
Os bons amigos, as boas
almas…
Aquilo que me
acrescenta e me faz maior
Em amor…
Eu quero amar…
As pessoas que fazem
parte da minha vida!
Os animais, as plantas,
o mar, o sol
A vida como ela é…
aceitando tudo
Que DEUS quer… e que eu
preciso
Para crescer, para ser
cada vez mais gente.
Meu caminho, minha
estrada, minha vida
Tudo o que por mim
passou… A minha história!
Abraçar o meu presente
Tendo os olhos postos
no futuro
Derrubar qualquer muro
Que me impeça de ser
feliz…
Não, não quero ser
apenas palavras…
Quero ser gestos,
sentimentos, ternura!...
Eu quero ver o mar!
Ao longo da manhã,
a criança repetia:
- Eu quero ver o mar
E a Mãe sorria e via
o mar no seu olhar…
Ao longo da tarde
a criança repetia:
-Eu quero ver o mar
Os montes ondulavam e brilhavam
Em verde de encantar
Já o soninho chamando…
a criança repetia
-Eu quero ver o mar
E o sol desfez-se em bronze
Para a criança acalmar
E a tarde fez-se mágica
As flores rendilharam
Uma canção de embalar
Mas… eu…quero… ver… o… mar
A
menos de um ano para as próximas eleições autárquicas, Montemor entra numa fase
de reflexão.
Após
12 anos de gestão socialista, é tempo de os montemorenses fazerem um balanço do
percurso trilhado pelo município e ponderarem sobre o caminho que desejam
seguir.
O
desenvolvimento do município e das freguesias foi o que nos foi prometido? Doze
anos depois, era aqui que gostaríamos de estar? Este é o momento ideal para
avaliar o impacto das juntas de freguesia e do executivo municipal nos últimos
anos.
Houve
progresso real, ou será que se perdeu uma oportunidade para promover o
desenvolvimento sustentado do concelho?
O
papel das assembleias municipais também merece destaque. Em alguns casos, é
legítimo informar que houve eleitos que, em tantos anos de mandato,
contribuíram efetivamente para o debate ou passaram despercebidos, sem sequer
tomar a palavra durante vários anos.
Entretanto,
já se sente o início da campanha.
As
redes sociais são palco de uma crescente atividade política e personificação,
com os principais partidos a delinearem as suas estratégias.
As
promessas de campanha começam a surgir e as listas de candidatos a serem
negociadas e a sua ordenação tornam-se cada vez mais claras. As próximas meses
serão decisivos e de balanço que deveria ser publico e de interesse.
MÚSICA
Marília Tavares - Palavras de Perdão -
Maturidade (Deluxe)
LIVROS
SINOPSE
Imagine
um Jesus nascido nesta era, criança curiosa e filha de mãe solteira, praticante
de uma fé que se afigura ambígua.
Fustigado
pela avó Mohrt e pelos líderes religiosos, Ahmin Hamdan vive inquieto. Um dia,
o mulá-diretor, depois de lhe negar o acesso aos «livros de ciências», açoita-o
com perguntas que acabarão por lhe mudar a vida: «Sabe quem eu sou? Sabe sequer
quem você é?» Sedento de respostas, Ahmin parte com o avô numa longa jornada
espiritual. Ao longo da caminhada, vai encontrando personagens marcantes, como
o analfabetista, o desequilibrista de circo, o nómada do rio ou o Inefável
Mestre Moshe e as suas quatro mulheres.
Durante
a peregrinação, Ahmin vai juntando seguidores – entre eles, Bah, uma mulher por
quem se apaixona. A viagem levanta as grandes perguntas que o Homem faz desde
os primórdios da civilização: quem somos? Quando morremos, para onde vamos? Se
Deus é criador de tudo, criou também o mal? Pode Deus estar em todo o lado? Se
Deus criou o Universo, o que fazia antes de o criar? Deus ri?
Este
romance desconcertante e inspirador procura criar pontes onde tantas vezes só
existem muralhas, convidando-nos a sair da esfera do mundano e a refletir sobre
as grandes questões da existência.
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