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terça-feira, dezembro 31

BARCAÇA_51

Mais um ano que acaba, o mundo anda atribulado com as guerras aqui perto de nós, os supermercados, Galp os Bancos aproveitam o momento para meter a mão nas nossas carteiras e lá no fundo seremos nós a pagar as crises.

Fomos chamados para salvar a Banca e logo a seguir aumentaram tudo, juros, emolumentos taxas e taxinhas.

Galp e outros ligados ao petróleo acumulam diariamente milhares de lucros...o problema dizem é a guerra..., mas já vem desde que chegou a troika.

Os Supermercados, pagam mal e tarde aos fornecedores e empregados, mas o consumidor paga azeite a preços Super inflacionados e artigos de primeira necessidade sobem e sobem.

Como iremos encontrar em 2025...eleições todos a prometer o que não tem, e a pintar Portugal com cores vivas quando de negro deveria ser.

Desejo a todos os nossos seguidores saúde e que não tenham de ir ao hospital nem a linha SNS que atende mal e as filas nos hospitais é de bradar aos céus.

Sorte meus amigos é o que desejo para 2025

 

𓀥boa noite️🎈🎊🧨

A corrupção nas autarquias é um problema sério que afeta a confiança pública e a eficiência administrativa. Recentemente, a ministra da Justiça de Portugal, Rita Alarcão Júdice, destacou que quase metade das denúncias de corrupção recebidas pelo Mecanismo Nacional Anticorrupção (MENAC) estão relacionadas com autarquias¹. Para combater isso, há propostas para criar um organismo autónomo dedicado à fiscalização mais ativa das autarquias².  

A guerra em Israel, especialmente na Faixa de Gaza, tem sido devastadora. Desde o início do conflito entre Israel e Hamas, mais de 45 mil pessoas morreram e 106 mil ficaram feridas³. A ONU estima que cerca de 70% das vítimas são mulheres e crianças³. A situação é agravada pela destruição de infraestruturas essenciais, como hospitais, devido aos intensos bombardeios³

Na Ucrânia, a guerra continua com ataques aéreos e terrestres frequentes. Recentemente, o Kremlin reiterou que a ofensiva russa continuará até que os objetivos de Vladimir Putin sejam alcançados⁽⁴⁾. A guerra já causou dezenas de milhares de mortos e feridos de ambos os lados, com ataques aéreos russos atingindo cidades e infraestruturas ucranianas⁽⁵⁾

Na Síria, a situação é igualmente complexa. Após anos de guerra civil, o regime de Bashar al-Assad foi derrubado por forças rebeldes⁽⁶⁾. O líder rebelde Abu Mohammed al-Jolani prometeu perseguir criminosos de guerra do regime de Assad⁽⁶⁾. A guerra na Síria deixou um rastro de destruição e sofrimento, com milhares de mortos e feridos⁽⁷⁾

Os massacres na Palestina, especialmente na Faixa de Gaza, têm sido uma tragédia contínua. Um dos incidentes mais mortais ocorreu quando mais de 100 palestinos foram mortos enquanto esperavam por ajuda alimentar⁽⁸⁾. A guerra entre Israel e Hamas resultou em milhares de mortos e feridos, com a maioria das vítimas sendo civis⁽⁹⁾

Esses conflitos e problemas de corrupção mostram a necessidade urgente de soluções pacíficas e transparentes para garantir a segurança e o bem-estar das populações afetadas. 

A pobreza em Portugal é uma questão séria e persistente. Apesar de algumas melhorias, ainda há cerca de 1,8 milhões de pessoas vivendo em condições de pobreza10. A situação é particularmente grave entre os idosos, que enfrentam dificuldades significativas devido às baixas pensões11

Enquanto isso, há críticas sobre o uso de recursos públicos por políticos autárquicos em festas e eventos, que muitas vezes são vistos como uma forma de campanha eleitoral. Esses gastos são frequentemente questionados, especialmente quando há necessidades urgentes como aquecimento e alimentação para a população mais vulnerável12)(13)14). 

A gestão responsável dos recursos públicos é essencial para garantir que as necessidades básicas da população sejam atendidas. É importante que os políticos priorizem investimentos que realmente melhorem a qualidade de vida dos cidadãos, em vez de focar em eventos que podem não trazer benefícios duradouros para a comunidade.

DESPORTO 

A falta de apoio do estado ao desporto juvenil em Portugal tem sido um grande desafio para muitas coletividades. A pandemia de COVID-19 agravou ainda mais a situação, com muitas associações desportivas sem fins lucrativos enfrentando dificuldades financeiras¹. A Confederação do Desporto de Portugal (CDP) alertou que os jovens são os mais prejudicados pela falta de apoio, uma vez que o desporto é uma forma importante de desenvolvimento físico e social.

Alguns programas, como o Programa Nacional de Desporto para Todos (PNDpT) e o Programa de Reabilitação de Instalações Desportivas (PRID), têm tentado fornecer apoio financeiro para a recuperação das organizações desportivas. No entanto, muitas coletividades ainda enfrentam dificuldades para manter suas atividades e apoiar os jovens atletas.  

Origens:

[1] Mais de 48% das denúncias de corrupção são sobre autarquias

https://eco.sapo.pt/2024/12/09/mais-de-48-das-denuncias-de-corrupcao-sao-sobre-autarquias/

[2] Combate à corrupção. Ministra da Justiça admite “organismo autónomo” para fiscalização "mais ativa" das autarquias

https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2024/12/09/combate-a-corrupcao-ministra-da-justica-admite-organismo-autonomo-para-fiscalizacao-mais-ativa-das-autarquias/405065/

[3] Guerra em Gaza já fez 45 mil mortos e mais de 100 mil feridos

https://sicnoticias.pt/especiais/guerra-no-medio-oriente/2024-12-10-video-guerra-em-gaza-ja-fez-45-mil-mortos-e-mais-de-100-mil-feridos-4fcb3499

[4] Kremlin promete continuar ofensiva na Ucrânia até que objetivos sejam cumpridos

https://www.rtp.pt/noticias/guerra-na-ucrania/kremlin-promete-continuar-ofensiva-na-ucrania-ate-que-objetivos-sejam-cumpridos_n1620629

[5] Guerra na Ucrânia: 8 mortos e dezenas de feridos em novos ataques russos

https://sicnoticias.pt/especiais/guerra-russia-ucrania/2024-12-01-guerra-na-ucrania-8-mortos-e-dezenas-de-feridos-em-novos-ataques-russos-7bbdf81c

[6] Síria: líder rebelde quer perseguir criminosos de guerra do regime de Al-Assad

https://expresso.pt/internacional/medio-oriente/guerra-israel-hamas/2024-12-10-siria-lider-rebelde-quer-perseguir-criminosos-de-guerra-do-regime-de-al-assad-fa4769a6

[7] "Tortura horrível". Rebeldes sírios querem perseguir criminosos de guerra do regime

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/tortura-horrivel-rebeldes-sirios-querem-perseguir-criminosos-de-guerra-do-regime_n1620601

[8] O que sabemos sobre o ataque que matou mais de 100 palestinos que

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/o-que-sabemos-sobre-o-ataque-que-matou-mais-de-100-palestinos-que-esperavam-por-comida-em-gaza/

[9] Conflito Israel-Hamas: os gráficos que mostram recordes de mortes e

https://www.bbc.com/portuguese/articles/cqeplqy3e3eo

[10] Pobreza diminuiu (mas pouco): há agora perto de 1,8 milhões de pobres em Portugal https://www.msn.com/pt-pt/noticias/ultimas/pobreza-diminuiu-mas-pouco-h%C3%A1-agora-perto-de-18-milh%C3%B5es-de-pobres-em-portugal/vi-AA1vc64B

[11] Pobreza. Pensões não vão tirar idosos da miséria https://sol.sapo.pt/2024/12/09/pobreza-pensoes-nao-vao-tirar-idosos-da-miseria/

[12] Explicacoes de Carlos Moedas sobre os custos da Jornada ... - Reddit https://www.reddit.com/r/portugueses/comments/15fn907/explicacoes_de_carlos_moedas_sobre_os_custos_da/

[13] Largo da Forca - QUANDO O DINHEIRO É GASTO EM FESTAROLAS... - Facebook https://www.facebook.com/largodaforcavrsa/posts/quando-o-dinheiro-%C3%A9-gasto-em-festarolasgerir-%C3%A9-fazer-op%C3%A7%C3%B5es-tendo-em-conta-prior/878740184252853/

[14] A falácia do “dinheiro público” em festas populares https://www.institutoliberal.org.br/blog/a-falacia-do-dinheiro-publico-em-festas-populares/

Vivências!!!

Caminhamos e ao longo da vida muitas são as dificuldades que encontramos, foram na vida escolar, mais tarde na profissional e agora no rescaldo como reformado, mas ativo, vamo-nos encontrando por aí com outro tipo de dificuldades.

Mas a vida é isto mesmo saber estar, ser e permanecer... e assim direi eu que esta pitada de pimenta anima os ânimos e faz de nós mais experientes e mais atentos ao nosso caminhar.

Acredito também que ficamos menos tolerantes e mesmo que não o façamos abertamente dentro de nós algo nos diz o momento de parar. É sempre doloroso como escolher esse tempo, sentimo-nos como sentados na beira do rio sem saber se vamos a nado ou pela ponte.

A vida é isto mesmo e quando somos sufocados com imposições acelera o final dessa etapa.

Não vale a pena lamentar, porque a vida segue e outros projetos irão aparecer como diz o povo, “parar é morrer”.

Aprende-se sempre em todas as etapas da nossa vida, e saber ouvir tem de ser uma virtude e não um entrar por um lado e sair pelo outro.

Voltando aos ditados do povo «Tantas vezes o cântaro vai à fonte que (no fim) lá deixa a asa.»

Bom Ano

ARGEL DE MELO – UM FIGUEIRENSE ILUSTRE

António Argel de Melo nasceu na Figueira da Foz em 4 de maio de 1896, filho de Eugénia Lopes Argel e do comendador Dr. Aníbal Augusto de Melo.


O seu pai, o Dr. Aníbal Augusto de Melo, nascido em Coimbra em 1853, foi um advogado distinto na Figueira da Foz, onde se estabeleceu após ter terminado o curso de Direito em 1875.


O Dr. Aníbal Augusto de Melo casou com Maria Augusta das Neves Abreu e Melo, viveu e teve escritório na Figueira da Foz, no nº 10 da Rua de S. Julião, num edifício comprado em 1873 pelos seus sogros, o Dr. Lucas Fernandes das Neves (Júnior) e sua esposa Maria José de Abreu Pessoa de Amorim.

Este edifício foi reconstruído em 1878, foi doado no ano seguinte a Maria Augusta das Neves Abreu e Melo, pelos seus pais, para sua residência e escritório do marido.


E foi aqui que brilhantemente advogou o Dr. Aníbal Augusto de Melo, para muitos clientes importantes, entre os quais a Câmara Municipal, a Empresa do Cabo Mondego, os Caminhos de Ferro da Beira Alta e a Santa Casa da Misericórdia.


Na realidade, foi neste edifício da Rua de S. Julião que atualmente se instalou a «Bacharéis Charming House», depois de uma recuperação arquitetónica notável, e de um excelente livro editado por iniciativa dos seus proprietários, os irmãos Vitória e Rafael Abreu, escrito por Alane de Holanda, Francisco Queiroz e Frederica Jordão.


Aníbal Augusto de Melo foi fundador da «Companhia do Coliseu Figueirense» a 25 de março de 1895, presidente dos Bombeiros Voluntários de 1898 a 1911 e de 1914 a 1917, notário de 1908 a 1914, sócio nº 72 do Ginásio Figueirense, presidente da sua Assembleia Geral de 1898 a 1914, seu sócio honorário nº 9, em 1904, e seu sócio benemérito, em 1906.


Do casamento de Aníbal Augusto de Melo com Maria Augusta das Neves Abreu e Melo não houve filhos, nem mesmo felicidade, e tudo terminou com um prolongado romance com Eugénia Lopes Argel, de origem humilde, natural da Ereira, a residir na Figueira da Foz, filha de João Lopes Cocó e de Maria José Argel.


Deste romance extraconjugal nasceram três filhos, sendo o mais velho António Argel de Melo, nascido na Figueira a 4 de maio de 1896, batizado na Igreja Paroquial de Buarcos no dia 13 de junho imediato, “filho de Eugénia Lopes Argel, solteira, e de pai desconhecido…”, tendo como padrinhos Maria José Lopes e António Luiz Gonçalves.


Sem querermos justificar as aventuras amorosas do Dr. Aníbal Augusto de Melo, recordaremos as peripécias protagonizadas pelas «senhoras alfândegas», aqui bem perto do nº 10 da Rua de S. Julião, e tão bem narradas pelo Dr. José Jardim.


Sim, bem perto do nº 10 da Rua de S. Julião situava-se a casa das “senhoras Alfândegas”, que o Dr. José Jardim narrou no seu fabuloso livro “As Alfândegas – Fidalgas Figueirenses d’Outrora”, a história profissional e familiar dos juízes da Alfandega, que, em boa parte, é a história da Figueira dos séculos XVIII e XIX.


O Dr. José Jardim teve o cuidado de nos descrever as epopeias das esposas e filhas dos juízes da Alfândega, a quem na época chamavam “as senhoras Alfândegas”, “entidades verdadeiras, mas com paixões, virtudes e vícios próprios da condição humana”.


“Mulheres que aqui nasceram e morreram, agitando o meio figueirense desde o tempo em que D. João V se entretinha com as freiras de Odivelas até à época em que Junot, duque de Abrantes, fazia loucuras com a condessa de Ega”.


Eram fidalgas muito religiosas, com origem na nobreza alemã, proprietárias de uma grande parte dos terrenos que foram urbanizados nos séculos XVIII e XIX, e o seu solar, já demolido, situava-se muito próximo da Igreja Matriz e do nº 10 da Rua de S. Julião.


Feito este «fait-divers», regressaremos de imediato ao que aqui nos trouxe, o ilustre figueirense António Argel de Melo, estudante de direito na Universidade de Coimbra em 1922/1923, após o falecimento do seu pai em 19 de fevereiro de 1921, frequentou depois a Escola de Guerra, e seguindo a carreira militar, atingiu o posto de capitão, com o qual passou à reserva.


Casou com Alice Paour de Melo, filha de um técnico francês da vidreira da Fontela, e deste casamento nasceram três filhos: Vasco, que morreu atropelado em criança, Nuno que foi engenheiro e Luís que trabalhou nos serviços administrativos do Hospital de Stª Maria.

Viveram no Largo Luís de Camões, num edifício do século XVIII, numa casa igualmente com muita história, que pertenceu inicialmente a António de Pádua e Oliveira, depois a José Joaquim Contente Ribeiro e seguidamente a José da Costa Monsanto.


Uma casa defronte do rio, com 2 portas de varanda no 1º andar e com uma varanda corrida no 2º andar, onde os barcos atracavam, defronte do alçado Sul, numa laje de pedra que foi conhecida por “Lage da Chumba”.

O historiador figueirense Dr. Santos Rocha, em 1893, descreveu assim o prédio de Contente Ribeiro:

“A última (casa) deste lado tocava o rio, e havia ali uma lage de pedra que servia ao embarque e desembarque na passagem do mesmo rio.”

No final do século XIX continuava a ser um prédio distinto, “com lojas no rés-do-chão, dois andares e águas furtadas de grosso beiral, duas portadas de varanda para o rio no primeiro andar e varanda corrida no segundo da mesma fachada”.

Nesta casa se realizou o célebre almoço com o ministro Augusto Saraiva de Carvalho em 1880, aqui esteve instalado o Hotel Universal, as lojas do Carraco, o J. Costa & Monsanto, o Banco Totta Aliança, e outras, e aqui opera atualmente o Hotel D. Maria, um hotel de charme aqui acomodado após uma recuperação notável do edifício do século XVIII.

António Argel de Melo teve fortes ligações ao regime ditatorial nascido do golpe militar de 28 de maio de 1926, tendo sido Administrador do concelho da Figueira da Foz, Administrador do concelho de Condeixa e Vice-presidente da Câmara Municipal da Figueira.

Não obstante, teve uma atividade cívica intensa, em prol da sua cidade, que amava.

Foi um dos fundadores do Colégio Academia Figueirense, onde lecionou, prestou relevantes serviços aos Bombeiros Voluntários, foi vogal da direção do Ginásio Figueirense em 1918 e 1933, presidente da sua Assembleia Geral de 1923 a 1928 e em 1942 e membro do seu conselho fiscal em 1932 e de 1934 a 1938.

Foi diretor do Boletim da Comissão Municipal de Turismo, escreveu as peças de teatro “O Conflito” e “O Regresso” e foi redator dos jornais “Gazeta da Figueira”, “O Figueirense”, “Figueira Sport”, “Anuário Figueirense”, “Album Figueirense”, “Fraternidade Escolar”, “O Bombeiro”, “O Bombeiro Voluntário”, o “Académico Figueirense” e “O Dever”.

Brilhante orador, foi convidado frequente de inúmeras cerimónias oficiais e particulares.

Faleceu em 29 de setembro de 1950, ficando o seu nome na toponímia concelhia, numa rua de Buarcos, num largo no Alqueidão e numa rua na Marinha das Ondas.

Igreja de Nossa Senhora das Virtudes [Gatões]

Trata-se de uma construção modesta do século XVI, modificada posteriormente. Os primeiros registos paroquiais datam de 1614-1618 e é seu titular Nossa Senhora das Virtudes.

É um edifício de nave única, com capela-mor (de abóbada de arco abatido, sobre cinco nervuras transversais), separada por arco cruzeiro, e dois altares colaterais. O retábulo principal é de madeira policromada e tem uma pintura a óleo da padroeira, do século XVIII. Os colaterais, postos em ângulo, são de pedra e são o resultado da adaptação de elementos (esculturas e azulejos sevilhanos) da segunda metade do século XVI. O púlpito, da mesma época, é cilíndrico e liso.

Fonte:

 https://www.cm-montemorvelho.pt/index.php/component/k2/item/368-igreja-de-nossa-senhora-das-virtudes


Natal: Um Encontro de Cheiros, Sabores, Memórias e Abraços

Há algo no Natal que transcende o simples acto de reunir a família em torno de uma mesa ou de trocar presentes embrulhados em papel colorido. É um ritual que se infiltra nos sentidos, enraizado nos cheiros, sabores e memórias que carregamos ao longo da vida. É uma época em que o coração se aquece novamente, mesmo que o frio do inverno se faça sentir lá fora.

O cheiro do Natal começa cedo. É o aroma da lenha a arder na lareira, da casa que se enche com o doce perfume das rabanadas e do açúcar queimado que dança na calda dourada. Cada família tem o seu cheiro particular de Natal, mas todos convergem para a mesma alquimia: a do amor.

Quando penso no Natal, lembro-me da mesa cheia. Era uma verdadeira obra de arte, não pela opulência, mas pela abundância de afeto que transbordava de cada prato. Havia o bacalhau com couves, simples mas carregado de significado; os sonhos de abóbora, polvilhados com açúcar e canela, feitos pela avó, que pareciam pequenos pedaços de nuvens; e, claro, o bolo-rei, com as frutas cristalizadas que brilhavam como joias, preparado pela mãe. 

Hoje, recordamos esses sabores que, mais do que agradar o paladar, tinham o poder de nos transportar para outras épocas. Cada trinca numa fatia de bolo não enche apenas a barriga, mas também a alma, com lembranças de risos, histórias e vozes que talvez já não estejam à mesa, mas que permanecem vivas na nossa memória.

O sabor do Natal, contudo, não é apenas doce; é também salgado, amargo e picante, como a vida. Mas no Natal, tentamos que, apesar das ausências, todos esses sabores se equilibrem, como se fosse a forma que o tempo encontra para nos lembrar que tudo vale a pena.

E depois há o amor, o verdadeiro tempero da quadra. Não é o amor idealizado dos romances, mas aquele amor quotidiano, palpável, que se revela nos pequenos gestos. É o avô que se esforça para decorar a árvore, mesmo que as mãos tremam; é a mãe que esconde a fatia mais perfeita do pudim para o filho preferido, mesmo sem nunca o admitir; é o irmão que, entre provocações, escolhe um presente pensado com cuidado.

Mas há algo que não se pode pôr na mesa, que não se cheira nem se saboreia, mas que é o maior presente de todos: o abraço. No Natal, os abraços têm uma magia diferente. São apertados e demorados, cheios de palavras que não precisamos dizer. Um abraço tem o poder de nos fazer sentir pertencentes, amados, protegidos. É como se, naquele instante, todos os nossos problemas se dissipassem. E dissipam, por breves instantes. 

O Natal é um reencontro. Não apenas com a família, mas também connosco mesmos. É o momento em que nos permitimos abrandar, ouvir os sinos da igreja na noite silenciosa e perceber o milagre que existe na simplicidade. Um milagre que chega embrulhado em memórias, cheiros, sabores e, acima de tudo, abraços – essa forma de amor que ultrapassa qualquer palavra e se eterniza na alma.

Porque o Natal, mais do que uma data no calendário, é o lugar onde voltamos sempre, seja fisicamente ou nas memórias que construímos a cada ano. O Natal é, sem dúvida, amor – e o abraço, a sua mais bela tradução.

Votos de um Natal cheio de abraços apertados, aromas de afeto, sabores de felicidade e memórias inesquecíveis. E muito Amor! 🧡

Do céu cinzento

caem cordas de água

que amarram ao cais

vontades de distância…

Nos céus, súbito um clarão,

revolta surda,

grito mudo há tanto sufocado…

desejo de partir para longe…

Agora é o sol poente

num céu imensamente azul,

apelo de uma partida adiada.

Amanhã, será o sol,

a luz intensa,

a viagem com hora marcada

rumo à lonjura.

Amanhã, o sol

e o azul das promessas…

Tempo de infinito sem limites.



PESSOAS ESPECIAIS

 

Pessoas especiais são donas de si,

mas pertencem aos que ama.

Pessoas especiais têm ouvidos na alma,

sendo puras por natureza.

Pessoas especiais têm braços de infinito,

abraçando todos sem exceção com seu sorriso.

Pessoas especiais têm a essência da amizade,

não se cansando de dizer que é amigo do seu amigo.

Pessoas especiais estão sempre presentes,

perto ou longe.

Pessoas especiais têm um coração do tamanho do mundo!


VIDA DE PESCADOR 

Cigarro ao canto da boca, o pescador conserta as redes. Em redor, crianças seminuas

perguntam-lhe os segredos do mar. Para este sábio o mar não tem segredos. No seu

rosto estão marcadas as horas de tortura, passadas no mar sem fim.

Agora uma mulher, vestida de negro aproxima-se. É a, companheira de há longos anos

deste velho e rude pescador. Com ele, ela tem comido alegrias e tristezas. Ela também

tem no rosto marcado, as horas amargas e as salgadas noites, passadas á espera daquele

que no mar, trabalha duramente. Ajuda-o a consertar as redes, pois dentro em pouco são

horas de partir.

Tudo está pronto. Trocam –se abraços, choros por vezes.

Ei-los que partem nas cascas de noz. O velho sábio, de cabelo cor de sal, comanda com

ar jovial! As mulheres, essas ficam na praia com a amargura, implorando para que não

haja tempestade.

Ao amanhecer regressam á praia, onde as mulheres, as crianças e as gaivotas os

esperam.

Hoje a pesca foi boa! Mulheres e crianças correm ao mercado. Os pescadores vão

dormir um pouco.

Depois tudo recomeça.

ANDA MAIS DEVAGARINHO

Esta vida corre, corre

Numa corrida desenfreada

O tempo passa… tão depressa

A gente nem dá por nada!

 

Foge-nos por entre os dedos

Parece rir-se… de nós

Nossos sonhos, nossos medos

Esses não nos deixam sós…

 

Ó vida, ó tempo… para

Anda mais devagarinho

Temos tanto para viver

Deixa-nos ter mais caminho…

 

Ainda agora era Natal

Que já passou, vejam bem!

Corre como um… vendaval

Não se detém com ninguém...




"Os Grandes Ditadores da História apresenta ao público uma visão muito abrangente das ideias, das vidas, e dos atos desses homens que influenciaram enormemente os seus países e o mundo..."



sábado, novembro 30

BARCAÇA_50

 


Cinquenta como seria possível que um dia poderia dizer que mês a mês com toda a colaboração dos amigos que dedicam algum tempo a esta pequena revista que nasceu para informar, para divulgar, não só a nossa monumentalidade, os nossos sonhos, a nossa terra.

Neste momento que se aproxima o Dia da Família das nossas crenças nada melhor que iniciar com a Monumentalidade vinda por parte do nosso colaborador Mário Silva que mais uma vez nos oferece uma visita guiada à Capela de São Jorge em Tentúgal datada do século XVII. Depois nada melhor que entrar no silêncio através de uma viagem maravilhosa narrada pela Carla que entre os mármores e tantas histórias que se encontram dentro destas Igrejas nos diz “Cada dor que carrego, acolho nesse momento de calma, sem pressa de a abandonar”.

E como as nossas histórias cheias de amor, carinho e o interesse de informar o nosso património viajamos até à descrição sempre cheia de história sobre os monumentos da Figueira da Foz e Fernando Curado que já nos habituou desta vez descreve uma história fabulosa sobre o Monumento de Homenagem aos Mortos da 1ª Grande Guerra. Já Olímpio Fernandes num texto de ondulações e de fortes batidas do seu Mar Revolto.

José Craveiro “Contador de Histórias” traz-nos um vídeo do seu já longo trajeto nestas “Palavras Andarilhas” e dando continuidade chega-nos também a arte de bem ajudar o próximo numa manifestação de amor pelos mais desprotegidos de António Girão e nas suas pedaladas por essa Europa fora.

A poesia é uma das nossas rúbricas mais antigas pois desde o nº1 que entrou na Barcaça e por cá continua, são palavras com sentimentos, com visões e com sonhos que Garça Real, Isabel Capinha, Isabel Tavares, Isabel Rama e Mara Kopke mês a mês nos deliciam com os seus poemas.

Já se acostumaram também à nossa rúbrica “LIVROS” e “MÚSICA”

Desejo a todos os nossos colaboradores e seguidores um Santo Natal porque o nº51 irá sair como sempre em final de mês.


Hoje ao chegarmos onde estamos nada melhor que me orgulhar do prazer que me tem dado tentar chegar dia após dia aos homens e mulheres dos concelhos de Montemor-o-velho e Figueira da Foz.

Mas nada disto não seria possível sem os nossos colaboradores os que se mantêm e os que noutros tempos fizeram parte desta família.

Mas também não somos alheios a todos os tropeços que alguns que se sentem acima disto tudo tem feito para coagir seus trabalhadores a não participar na Barcaça, mas seja em águas calmas ou revoltas seguimos o nosso caminho e por isso felicito todos os que permanecem.

A nossa terra entra mais uma vez em festa e de festa iremos estar até às Autárquicas. Veremos todos a prometer o que depois não cumprem, a saúde está de rastos, os caminhos mais esburacados, as bolsas mais lisas, mas independentemente vamos de festa.

Pergunta-se porque tanta festa onde se gastam rios de dinheiro quando o Concelho necessita de tantos apoios que tardam em chegar e os que aparecem, são cirurgicamente colocados na rua com datas bem estudadas. Hoje vemos no parlamento os antigos dirigentes a pedir o que não fizeram em oito anos e os concelhos vão no mesmo caminho e nada melhor que adjudicar obras de campanha e nisso estou de acordo as autárquicas deveriam ser anuais para que as obras não levassem três anos para se iniciarem.

Festa é festa....

Capela de São Jorge [Tentúgal]

A Capela de São Jorge, de Tentúgal, foi mandada construir em 1687 pelo Dr. Manuel Lopes Gavicho, com licença do Bispo-Conde, D. João de Mello. A primeira missa realizou-se a 25 de junho de 1687. Desconhece-se em que altura foi desmantelada, bem como o paradeiro das imagens e retábulo que aí existiam.

Em dia do Corpo de Deus, fazia-se, às custas do morgado, uma procissão com S. Jorge a cavalo. Um único membro da família foi batizado nesta capela, segundo os livros paroquiais da vila. Efetuou-se o batismo a 20 de fevereiro de 1786 e celebrou o ato o reverendo padre Frei António de S. Tiago Botelho, monge de S. Jerónimo. A criança recebeu o nome de Jorge, santo padroeiro da casa, e era filho primogénito de João António Lopes Gavicho de Amorim Pessoa, senhor do morgado, e de sua mulher D. Maria Isabel de Moura Ravasco Manuel, senhora de outro morgado.

Contígua ao Solar dos Gavichos, tem corpo quadrado de pequenas dimensões, com sacristia. Tinha campanário com sino, desparecidos. Tinha entrada pelo interior e pelo exterior, apenas esta última se mantém porque foi colocada uma parede pelo lado interior. Encontra-se totalmente vazia, sem qualquer elemento artístico.

Tinha um retábulo de talha dourada muito rica com quatro painéis pintados e uma imagem de S. Jorge matando o dragão. Para além disso, possuía ainda várias imagens de pedra do século XVII. Para a capela davam duas janelas interiores, uma na parede poente, com cercadura de pedra sem balcão, e outra na parede norte, com varanda de madeira, que serviam para os senhores da casa ouvirem missa. Estas janelas encontram-se atualmente tapadas por uma parede que impede o acesso interior à capela. Na sacristia existia um lavabo de pedra, também do século XVII, que foi colocado na parede de uma das salas da casa.

Fonte: https://www.cm-montemorvelho.pt/index.php/component/k2/item/189-capela-de-s-jorge 


Há dias em que o silêncio é tudo o que preciso. Sentir esse vazio que se alonga, sem pressa, sem exigências, e que, ainda assim, me enche de uma estranha sensação de paz. Fico ali, quieta, como se qualquer movimento pudesse afastar o que procuro: esse espaço vazio que me acolhe.

Sento-me e deixo que o tempo passe, apenas a conversar contigo, sem que uma única palavra, na verdade, seja proferida. Não é exatamente uma conversa, é um tipo de entendimento, quase como um segredo partilhado entre o que sou e o que poderia ser, entre os meus medos e as minhas esperanças. No silêncio, é como se um outro lado de mim, mais sábio e mais calmo, aparecesse. Alguém que escuta os meus segredos sem nunca cobrar. Alguém que sabe a minha história toda, mas ainda assim fica.

Sentada ali, espero que os meus fantasmas encontrem o caminho para longe. Alguns deles são antigos e teimosos, presos a uma memória ou a uma dor que persiste, e há dias em que se tornam especialmente ruidosos. São esses fantasmas que, no meio da vida acelerada, acabam por encontrar um canto para se esconder. Mas no silêncio, expostos e desarmados, eles finalmente começam a se dissipar. Pouco a pouco, vão-se desvanecendo como neblina ao sol, e é então que percebo o poder de uma quietude que os dissolve, que os leva para longe, sem esforço.

Cada dor que carrego, acolho nesse momento de calma, sem pressa de a abandonar. Sento-me com ela e olho-a de frente, como se fosse um pedaço de mim que precisa de atenção. Talvez nunca desapareça por completo, mas, no mínimo, posso torná-la leve, permitir que exista sem me oprimir, até que esteja pronta para partir.

Porque, por vezes, é na aceitação que a dor se dissolve, é no respeito pelo seu peso que se permite finalmente descansar.

Talvez seja isto que encontro no silêncio: a compreensão de que nem tudo precisa de ser resolvido, nem todos os fantasmas precisam de ser vencidos. Algumas dores, algumas partes, só precisam de um lugar para existir e de um pouco de compaixão.

É isso que o silêncio me oferece — um abrigo onde a alma respira e onde, aos poucos, eu me torno mais leve, até sentir que posso, enfim, seguir em frente!

 

FIGUEIRA DA FOZ - O MONUMENTO DE HOMENAGEM AOS MORTOS DA 1ª GRANDE GUERRA

O Dia do Armistício, 11 de novembro de 1918, comemora o fim da 1ª Guerra Mundial, a assinatura de um Tratado de Paz entre os Aliados e o Império Alemão, em Compiègne, em França.

Mais de 9 milhões de combatentes foram mortos e mais de 20 milhões ficaram mutilados. Foi o 6º conflito mais mortal na história da humanidade.

Portugal participou declaradamente nesta Grande Guerra a partir de 1917, em França, ainda que a partir de 1914 tenham ocorrido combates em Angola e Moçambique, igualmente contra as tropas alemãs.

Portugal enviou um total de 105.542 militares, mais de 18.000 para Angola, cerca de 30.000 para Moçambique e mais de 56.000 para França.

Os soldados portugueses lutaram com bravura em Angola de 1914 a 1915, em Moçambique de 1914 a 1918, e em França de 1917 a 1918.

No dia 9 de abril de 1918 ocorreu a Batalha de La Lys, a mais sangrenta das batalhas, em França, na Flandres. Em 4 horas de luta, morreram 7.760 militares portugueses, 16.000 ficaram feridos e mais de 13.000 ficaram prisioneiros e desaparecidos.

Uma tragédia para milhares de famílias portuguesas, uma tragédia idêntica à que aconteceu durante 13 longos anos de guerra colonial (1961-1974), na qual morreram 8.289 militares, e só comparável à batalha de Alcácer Quibir em 1578 onde cerca de 7.000 portugueses morreram e aproximadamente 15.000 foram capturados e vendidos como escravos.

Em março de 1919 regressaram a Portugal os últimos expedicionários portugueses, alguns feitos prisioneiros durante a guerra, doentes e estropiados, com saudades da família e da sua terra natal.

Todos foram heróis, os que morreram e os que sobreviveram, e o “figueirense” António Gonçalves Curado foi só o primeiro soldado português a tombar.

Em glória dos mortos da 1ª Grande Guerra foi erigido no ano de 1928 um monumento no Largo Luís de Camões e, bem próximo, foi inaugurado no dia 3 de abril de 1932 um monumento de homenagem a António Gonçalves Curado.

O monumento aos Mortos da 1ª Grande Guerra foi projetado por António Augusto Gonçalves e foi inaugurado em 9 de setembro de 1928 com a presença do então presidente da República Portuguesa, General Óscar Carmona, que presidiu à cerimónia.

A Comissão Administrativa municipal, então liderada por Abel de Vasconcelos Gonçalves e tendo como vogais Argel de Melo, Mário Barraca e outros, deliberou em 2 de agosto de 1928 consignar no 1º orçamento suplementar uma verba de 10.000$00 para “ocorrer às despesas com a recepção do Presidente da República”.

Não obstante, Óscar Carmona ficou hospedado na habitação dos figueirenses Fernando da Costa Mendes (1891-1964) e esposa, valendo-lhes um voto de reconhecimento e louvor da Câmara em 12 de setembro de 1928, "pelo cativante agasalho e delicadas atenções com que acompanharam em sua casa o Exmº Senhor Presidente da República".

Fernando da Costa Mendes era filho de Henrique Gonçalves Mendes, fundador em 12 de março de 1891 da Sociedade Bancária Mendes, Irmãos & Comanditários, na Praça Nova, a qual se transformaria em 1918 na filial figueirense do Banco Nacional Ultramarino, instalada num edifício imponente já demolido.

Fernando da Costa Mendes, que sendo figura saliente após a ditadura instaurada em 28 de maio de 1926, presidente da União Nacional e da Associação Comercial figueirenses, sócio honorário da Naval 1º de Maio em 26 de abril de 1928, agente consular da França e gerente do BNU local, não deixou de perder quase toda a sua fortuna pessoal por atos de humanismo e generosos serviços prestados à comunidade figueirense.


Viajar no mar revolto de vez em quando, vivemos novas emoções e outros receios nas fortes e batidas ondulações no mar imenso das nossas vidas.

Desta simulação à realidade de todos os cotidianos que nos remetem para novos circuitos de agir e pensar, novos espaços, quer sejam no mar ou em terra...

Afinal, penso eu, não somos ditadores do que nos acontece nas circunstâncias e no imprevisto, se de repente somos outros na realidade escondida no baú das memórias. Por mim homem de sonhos e com poucos pulmões de solidariedade, faço das pequenas coisitas, agora pisando os passeios na cidade da Figueira da Foz, depois de ter aportado ali na barra da Foz do Mondego, que considero a partilha da vida no seu mais intenso pulsar.

O sol quentíssimo, neste estranho Outono, proporciona a todas as pessoas a leveza das roupas, caminhando apressadamente como se fossem formigas numa longa fila à procura de comida.

Sentia-me bem em mangas de camisa, boa tarde ali e por aqui.

As ruas da cidade, nos seus passeios, acreditem ou não tem vida e proximidade, as tais emoções repentinas que nos animam a viver, pese embora algumas pessoas que olham apenas para o chão, tal a pressa de chegar a casa, ao comboio, se não tiver o seu carro no estacionamento.

De repente sou abraçado pela antiga colaboradora de nome Helena, tão velha como eu como estou de velho, fiquei atordoado, sem saber o que dizer, não me lembrava de nenhuma Helena, na minha longa carreira de cabeleireiro.

Conforme podia fui argumentando no sentido de não desiludir aquela simpatia tendo ficado com a certeza de que a Helena, não mentiu, abraçando-me outra vez, que bom saber de si, que bom, enquanto eu sem recordações da Helena, contínuo a sentir nas ruas desta cidade o pulsar de agradáveis memórias tão saborosas como foram os dois abraços que me aconchegaram a alma no reviver de outros tempos.    



Uma VIDA...!

Quase aos sessenta anos, e um quarto de século depois, ao fazer esta descida (Castelo do Germanelo, Rabaçal, Penela), continuo a sonhar como um puto! Sonho que vou a pilotar e que consigo pilotar...uma bicicleta! Sonho que sei pilotar! Sonhos...!

Uma das fotografias que mais me impressionaram, de todas as que por aqui passaram. É algo muito intrínseco, muito próprio!

Muito mesmo!

1. Há 25 anos que a Serra de Sicó faz parte da minha vida! Passei aqui grandes momentos, com os Meus Grandes Amigos de há quase 50 anos. Amizades iniciadas, simultaneamente, no Liceu D. Duarte (Coimbra) e no Estádio Universitário. Morrerei com eles como Amigos.

2. Fiz esta perigosa e alucinante descida...centenas de vezes! Incentivei muita gente a descê-la sem medo.

3. E, não consigo escrever sem ficar de olhos (muito) humedecidos. Esta minha companheira (bicicleta) tem...22 anos de Sicó. É a máquina com mais quilómetros nesta, para mim, mítica serra. Quase um quarto de século depois, com a sempre excelente actualização da Valdemiro Cardoso CicloValdemiro, é única no mundo, tais as transformações que tem.

É a minha imagem de marca!

Alguém me dizia, na partida:

-"Ó Velho, trazes a Menina dos Teus Olhos!"

Claro, em Sicó, sempre a Corratec!

Amo-te!


Do céu cinzento

caem cordas de água

que amarram ao cais

vontades de distância…

Nos céus, súbito um clarão,

revolta surda,

grito mudo há tanto sufocado…

desejo de partir para longe…

Agora é o sol poente

num céu imensamente azul,

apelo de uma partida adiada.

Amanhã, será o sol,

a luz intensa,

a viagem com hora marcada

rumo à lonjura.

Amanhã, o sol

e o azul das promessas…

Tempo de infinito sem limites.


O Mundo

O mundo é uma roda gigante cheia de pessoas,

todas elas diferentes…

de diferentes lugares

de diferentes línguas

e muitas vezes a mesma língua,

mas com diferentes sotaques,

de diferentes razões de pensar, falar e agir,

de diferentes raças

e até de diferentes tamanhos.

Perante todas estas diferenças pensamos que tudo vai ser diferente,

que no meio de toda esta diversidade,

esta incrível variedade de gente,

alguém se destaque pela diferença!

E sim, é verdade,

encontramos a diferença que tanto queremos

na maneira de pensar ou de agir,

seja certa ou errada,

esta será peculiar a cada um de nós

o que faz com que todos sejamos diferentes

mas que todos estejamos em sintonia

desejando o melhor para o MUNDO.



NÓS

Nesta vida todos temos a nossa matriz

a nossa identidade

o espírito e a alma que nos veste

a nossa verdade!…


Não há ninguém igual a nós

DEUS fez-nos assim, singulares

com as nossas idiossincrasias

os nossos humores, sonhos,

desamores, manias…


É a nossa singularidade

a nossa personalidade

nem sempre compreendida

nem sempre assimilada

mas profundamente cravada

em nós, que nos define!


Nós somos as páginas de um livro inacabado

foi assim que escolhemos o caminho.

A mim preocupa-me não pisar ninguém

andar, cada vez mais, devagarinho

cumprir o meu destino

não machucar e não ser ferida…


A vida é tão difícil

que não vale a pena perder tempo,

energias, subtilezas, simpatia

por quem não nos aceita

nos bons e nos maus momentos.

Quem não caminha na nossa estrada

não nos ouve, não nos afaga…

A alma!


Às vezes nós somos tudo

outras vezes não somos nada!

Mas que importa?

Se somos única e simplesmente

tudo o que carregamos

no nosso espírito, na nossa alma,

se somos unicamente… Nós!

ENTRE O SONO E O SONHO

 

Entre o sono e o sonho

sonho acordada.

Tenho um sonho alucinado

de raios e luz.

Fervilham imagens

de tudo e de nada.

Entro o sonho e o sonho

sonho acordada.

Paz.

Guerra.

Crianças.

Mulheres e Homens.

Gritos de alegria e tristeza.

Amor e ódio.

Entre o sonho e sono

acordo.

Acordo numa paisagem celestial,

num sonho de Amor

Tornado realidade.



Comboios de Lisboa

Esta viagem
Que me leva o dia a dia
Numa Lisboa
Que levanta na asa da gaivota
Os comboios que choram
toda a solidão
E a noite vazia
Por detrás desta porta...

Onde estão os sorrisos?
os choros e as vozes?
Onde está a lareira
Que acende a nossa vida...

Tudo se apagou, tudo se finda!
Não há esperança, nem sonho
Apenas os gestos
da inútil despedida.
E uma raiva cega
que seca as lágrimas e a vida.

LIVROS

A Revolução antes da Revolução

Luís de Freitas Branco

 

Histórias inéditas. Documentação rigorosa. Um livro surpreendente.

As senhas da Revolução, é sabido, foram duas canções que fazem hoje parte do cancioneiro da Música Popular Portuguesa. O papel da música no derrube da ditadura não começou apenas, no entanto, na madrugada de 25 de Abril de 1974. 

Antes da revolução política, uma revolução cultural antecipou o fim da ditadura. O regime estava por um fio e o sopro inspirado da música popular portuguesa foi a banda sonora para transformações decisivas. 1971 foi o ano do golpe musical, com protagonismo de publicação de discos emblemáticos de José Mário Branco, Sérgio Godinho, Adriano Correia de Oliveira e Carlos Paredes, mas também de Duo Ouro Negro, Tonicha, Amália Rodrigues ou Marco Paulo; o ano do primeiro Cascais Jazz e do mítico Festival de Vilar de Mouros; o ano que deu à música portuguesa e ao movimento dos capitães a canção-senha “Grândola, Vila Morena”.

Neste trabalho de investigação é feito um levantamento rigoroso, exaustivo e em grande parte surpreendente que documenta o modo como a música popular portuguesa abriu as portas para o clima cultural, social e político que desencadeou o dia “inicial inteiro e limpo” e que mudou Portugal há 50 anos.
Para este livro foram entrevistadas 45 personalidades da música portuguesa, dos mais diversos géneros e quadrantes; protagonistas como Sérgio Godinho, Manuel Alegre, Marco Paulo, José Cid, Manuel Freire, Fernando Tordo, José Jorge Letria, Bonga, Quim Barreiros, Maria da Fé, Francisco Fanhais, Rão Kyao, entre outros, incluindo os familiares de José Mário Branco, Duo Ouro Negro, Charlie Haden, ou Carlos Paredes, tendo algumas das histórias recolhidas sido publicadas parcialmente no Observador. Foi também analisada uma extensa bibliografia, foram consultados mais de 700 jornais e cerca de duas centenas e meia de revistas.


As histórias recolhidas e a análise desta vasta documentação – tratadas simultaneamente com o rigor de um estudo aprofundado e com a desenvoltura da linguagem jornalística – lançam pistas novas e um olhar inédito sobre o momento em que a música popular portuguesa iniciou uma revolução antes revolução.

MÚSICA

“Queixa das Almas Jovens Censuradas”, José Mário Branco



BARCAÇA_62

  Na penúltima edição deste ano de 2025, a nossa Barcaça sem nunca ter perdido o rumo segue em frente na divulgação da nossa cultura, da nos...